30 passos para a amizade

Passo 18: Grave os bons momentos na memória


O desenho ficou incrível, fizemos o piquenique vendo os barcos a sarpar, conversamos até estar quase na hora do pôr do Sol e então o assistimos juntos ouvindo música.

Aquele dia marcou o fim do meu bloqueio criativo e, melhor do que isso, o fim da obsessão dele por treinar exaustivamente até ser o melhor. Não que ele tenha parado de praticar ou algo assim, longe disso, ele só parou de passar todo o tempo livre que tinha fazendo isso e passou a aproveitar mais.

Meses depois, Trev foi a outra competição e, sem ter que mentir ou burlar as regras para participar, trouxe a vitória para casa. Nunca o vi tão feliz quanto no momento em que lhe entregaram aquele prêmio.

Estávamos na van, voltando para casa, ele estava exausto.

“Hey, Trev, tá acordado?”

Nada.

“Trevor?”

Levei sua falta de resposta como um não e me aproveitei da situação. Tirei meu celular do bolso e, com cuidado para não acordá-lo, tirei uma foto dele.

Ele dormia, o cabelo preto estava molhado, areia se espalhava pelo banco, pescoço, peito e pelos braços que rodeavam o troféu num abraço como se fosse urso de pelúcia.

É uma das minhas preferidas até hoje.