12 anos em 12

Capítulo 169 - O passeio da confusão


MESES DEPOIS

Um novo ano se inicia e com ele a rotina da casa começa a mudar. Enquanto Vitor se ocupa do lançamento do projeto, Paula retoma os shows aos poucos.

— Alexandre ligou? - fecha a mala.

— Não… Creio que esteja ocupado!

— Não se preocupe, terão boas notícias! - sorri.

Ele sorri para despistar a preocupação dela e muda de assunto.

— Como está se sentindo?

— Você sabe. Mas vou ficar bem!

— Vai sim…- se aproxima. Vai dar tudo certo! Não tenho dúvidas que sua nova assistente é excelente e vai te fazer companhia.

— Por falar nela… - escuta o celular. Oi Mari…Já estou finalizando a mala, te encontro daqui trinta minutos no aero, ok? Beijos! - desliga. Preciso ir… Estou atrasada! - pega a mala da cama e a bolsa sobre a poltrona. Deixei anotado tudo que as crianças precisam fazer amanhã. Não esquece dos remédios, coloquei os alarmes no seu celular…

— Não esquecerei! Lidi e Lucy também foram avisadas, não esqueceremos.

— Sim, assim vou mais tranquila! - vai até ele e o abraça. Vou sentir saudades!

— Também vou! - sorri. Amanhã nesse mesmo horário você já estará aqui…

— Sim! - ri. Te amo… - olha-o. Não esquece de responder seu amigo sobre a viagem… Não perca a oportunidade.

— Vou pensar! - pisca para ela. Agora… Me dá um beijo? Desses que o gosto fica na boca até o outro dia?

— Pedido complicado, viu? - riem.

Se despedem e ela segue rumo ao interior para um show corporativo. No caminho pensa em mandar mensagem para Alexandre, mas é interrompida por Mariana lhe informando sobre a agenda do mês.

— Bacana! - sorri para ela. Só sei que vou sentir saudade dos meus filhos… - riem.

Algumas horas mais tarde chegam ao local do show e já no quarto do hotel, ela telefona para o sócio do marido.

— Oi Alexandre, tudo bem?

— Oi Paulinha, tudo ótimo por aqui! Como vocês estão?

— Ótimos também! - sorri. Queria falar com você sobre os shows do Vitor…

— Shows?

— Sim! Os shows que estão agendados.

— Paula, Vitor não tem shows agendados. Ele cancelou os três que tinham…

— Ah… É… Verdade, ele me falou! - mente - É que pensei que tivessem surgido outros…

— Não, não… Ele pediu que não mexêssemos com isso por agora.

— Claro! Vou precisar desligar agora, tudo bem? E por favor, não fala da minha ligação com ele, ok?

— Tudo bem minha querida… Não tocarei no assunto.

Vítor liga minutos depois e ela resolve não falar nada a respeito por telefone. As horas passam, o show acontece e ela retorna para Belo Horizonte, sendo recepcionada pelos filhos e os cachorros.

— Vem Mari… - chama a assistente. Deixa eu te apresentar meus pestinhas…- riem. Vitória, Antônia, Vitor… e Francesca deve estar dormindo.

— Oi! - sorri. Vocês são muito lindos!

— Obrigado! Você trabalha com minha mãe? - Vítor pergunta.

— Sim! - sorri.

— Entendi… Seja bem vinda na nossa casa!

— Muito obrigada! - riem.

— Cadê o papai? - Paula questiona.

— Acho que dormiu com a Francesca…

— Só pode! Mari, fique a vontade… Já venho! Mostrem a chácara para ela, crianças. - segue para seu quarto.

Eles levam a visitante para conhecer a chácara e no quarto Paula encontra Vitor dormindo enquanto Francesca assiste televisão.

— Fofurinha! - pega a filha. Você está acordada! - ri, beijando-a.

Leva a filha para o closet e enquanto se livra da maquiagem e da roupa desconfortável, Vitor desperta.

— Dormi que nem vi… Faz tempo que chegou? - se aproxima dela e a beija.

— Não muito! - sorri. Mari veio… A trouxe para conhecer a casa, as crianças, você.

— Eu? - ri.

— É… Você! Faz parte da minha vida.

— Entendi! Faço parte…- sorri.

— Pode pedir pra Diva preparar um quarto para ela?

— Sim! Vou lá conhecê-la…

Ele vai até a sala e encontra Mariana ouvindo atentamente as crianças mostrarem as fotos da casa.

— Olá! - sorri, se aproximando. Tudo bem? - a abraça. Seja bem vinda.

— Muito obrigada! - sorri. Estou me divertindo aqui… - ri.

— Estou vendo! - ri. Vou pedir para arrumarem um quarto para você e sinta-se a vontade para descansar…

— Obrigada!

Diva organiza um quarto para Mariana que segue para descansar, despertando somente na hora do jantar que se torna uma verdadeira festa com as curiosidades das crianças. Após muita farra e filme, Vitor avisa Paula que alguns amigos irão jogar poker e a ajuda colocar os filhos para dormirem.

— Estarei na adega! - beija-a. Qualquer coisa me avisa…

— Não se preocupe, vou ficar bem! Se divirta. - fecha a porta do quarto.

Paula prepara a banheira e aproveita o momento consigo mesma. Ainda dispersa nos pensamentos, busca uma maneira de conversar com Vitor sobre o cancelamento dos shows, a forma com qual escondeu isso dela. Busca uma explicação pra ele ter feito algo assim, mas por mais que se esforce, não encontra. Para afastar esses pensamentos, resolve brincar com ele…

WHATS ON…

Paula: Oi! Está tudo bem por aí?

Vitor: Oi amor… Sim, pq? Perdi essa rodada, estou bebendo e aguardando minha vez novamente.

Paula: Perdeu quanto?

Vitor: Melhor não falarmos disso… Está acontecendo algo?

Paula: Sei kkk… Não está acontecendo nada… Estou aqui na banheira agora… - encaminha uma foto pra ele. E estava pensando em umas coisas…

Vitor: Paula…

Paula: Olha só meus pezinhos… - manda foto.

Sei que você ama dar uns beijinhos neles… Ás vezes até umas lambidas, o que não entendo… Mas cada um tem seus fetiches, né? rsrsrs

Vitor: Que sacanagem Paula! Continua…

Paula: Agora… Outra parte que você gosta…- manda foto do pescoço. Já sinto sua barba por fazer roçando por ele… Me deixando vermelha, ardendo… E preciso te dizer uma coisa antes de continuar meus pensamentos… Sabe o que coloquei na água?

WHATS OFF

Antes que ela termine de digitar, ele surge na porta do banheiro, com um vinho em mãos.

— Que cheirinho de flor de laranjeira! - sorri.

— Estava te digitando isso agora, mas mal deu tempo… - ri, colocando o celular no chão.

— Não podia esperar pela outra parte da história… - entrega o vinho para ela e começa se despir - precisava conferir pessoalmente!

— Vai deixar seus amigos sozinhos?

— Passei minha vez… - entra na banheira. Até porque jogar poker imaginando seus pensamentos obscenos não seria uma boa ideia!

— Obscenos? - o encara. Mas eu mal cheguei na melhor parte… - vai até ele.

— E qual é? - a envolve.

Sussurra no ouvido dele o que ele esperava ouvir, o envolvendo em um beijo ardente com segundas, terceiras e mais intenções. Se aconchegando sobre o corpo dele, beija seu pescoço, enquanto suas mãos acariciam o membro rígido pelo tesão que fervia o sangue. Vagarosamente, coloca o membro dele dentro de si, descendo o corpo aos poucos, sentindo-o ter espasmos com o simples contato das intimidades, vendo ele agarrando as bordas da jacuzzi e suplicando por ela. Sobe e desce em movimentos calmos apenas se deliciando com posição perfeita para ver as expressões que Vitor faz. Com os olhos fechados chama pelo nome dela que acelera os movimentos ao sentir que o prazer está aumentando...

— Paula… - sussurra. Por favor…- suplica com os olhos ardentes, capazes de devora-la em segundos.

Os gemidos pareciam música para o cérebro, ele não queria que ela parasse e ao sentir que estava prestes a atingir o máximo do prazer, segura forte o quadril dela, puxando-o sem cerimônia alguma para que chocasse com o seu, explodindo naquele momento. Paula se coloca no peito dele, inspirando o ar fortemente ainda que se arrepiando inteira com as mãos dele pousando sobre suas costas. Buscam o que lhe faltavam e sentem a sanidade mental voltando aos poucos enquanto cada um sentia seu coração desacelerar vagarosamente.

— Tem vezes que parece que nunca nem fizemos nada… Que é sempre a primeira vez! - sorri.

— Um dia eu até cogitei a hipótese de que nosso sexo se tornaria algo mais comum! - levanta o corpo, sentando-se de frente para ele. Ainda bem que estava errada, né!? - riem.

— Sabe o que está me deixando intrigado? - pega a garrafa de vinho e bebe um gole no bico.

— O que? - pega dele e faz o mesmo.

— Sentir que você tem algo para me falar… Por isso prolongou demais o meu prazer… Toda vez você faz isso, como se fosse para me punir…

Ela o encara alguns minutos. Estende a garrafa para ele novamente e começa uma batalha interna se deve ou não aproveitar o momento e falar sobre os shows cancelados. Sentia o coração implorar por isso, colocar em pratos limpos o que estava havendo e então…

— Conversei com Alexandre…

— Hum… - vira o vinho de uma vez.

— Hum…? - o imita.

— Você já sabe então… - coloca a garrafa vazia no chão.

— Por que mentiu?

— Não queria te preocupar. Só isso…

— Você não se sente pronto?

— Pulinha, podemos falar disso amanhã? - se levanta, saindo da banheira. Já deve ter chego a minha vez no jogo… - puxa um roupão e se seca. Não vou demorar, mas creio que você já estará dormindo! Tudo bem? - a observa.

— Tudo… Amanhã conversamos então…

— Paula me mandou uma mensagem pedindo que eu conversasse com você pra participarmos de uma pesquisa dela e do Rafael sobre casais… Parece que querem fazer algum quadro no YT sobre terapia de casal - coloca sua roupa. Mas, amanhã te explico certinho, ok?

— Sim!

— Vou lá… - abaixa e a beija. Te amo! - pisca para ela e sai.

Paula o observa se retirar, respirando fundo. Sabia que ele fugiria da conversa, mas não poderia fazer nada a respeito pois agia da mesma forma. Finaliza seu banho e deita-se, aproveitando o momento sozinha pra assistir uma série que não havia terminado, mas logo é interrompida pela babá eletrônica da Francesca. Segue para o quarto da caçula e a encontra sentada na cama.

— Oi! - ri. O que aconteceu pitucha? - pega-a no colo. Está dengosinha… - se retira do quarto da filha rumo a cozinha, encontrando Vitor com um colega conversando. Oi! - responde sem graça.

— Aconteceu algo? - vai até elas, pegando a filha.

— Tudo bem? - cumprimenta o amigo de Vitor enquanto a outra mão segura o robe.

— Tudo! Obrigado por ter deixado o jogo rolar aqui hoje… - riem.

— Imagina! - sorri. Fique a vontade!

— Obrigado! Vitor - se vira - vou retornar na adega… Boa noite Paula… - se retira.

— Você é maluco? - vai até ele. Você sabe que ando quase sem roupa… - amarra o robe.

— Ele queria me contar algo… Viemos para cozinha porque eu aproveitei para beber uma água.

— Contar o que?

— Sobre um outro colega… um problema. O que ela tem? - acaricia a filha.

— Nada… Só acordou. Trouxe ela para fazer a mamadeira… ela dormiu sem mamar.

— Prepara então que a seguro enquanto isso.

As horas passam e no amanhecer do outro dia, Vitor surge no quarto, acordando Paula. Ele caminha para o banheiro e ela o segue minutos depois, o encontrando já no banho. O observa por algum tempo, ainda despercebida por ele.

— Uai! - a vê - O que foi? - ri.

— Nada! Você me acordou…

— Desculpa! Que horas são?

— Seis e quinze! Acabou agora o jogo?

— Sim. Agora a pouco… Eu estava organizando a adega.

— Ganhou?

— O suficiente por hoje. Mas… Eu ganhei algo muito melhor! - desliga a ducha.

— O que?

— Um sexo maravilhoso com minha esposa!

— Idiota! - riem. Fala como se não fizéssemos isso com frequência…

— É sempre maravilhoso… Mas tem vezes que me faz querer repetir durante o dia todo! - se enrola no roupão.

— Nem me olha assim… Estou cansada! - se levanta e sai do banheiro. Francesca dormiu só agora pouco… Queria ficar andando pela casa, vê se pode? - se deita novamente.

Ele se troca e deita, aconchegando-se nela. Pergunta sobre o show e ela começa contar, mas antes mesmo que chegue no meio da história o escuta roncar.

— Vitor! - o cutuca. Me manda falar e dorme?

— O que? - fecha os olhos novamente.

— Acorda! - o cutuca novamente.

— Aham…- vira-se.

— Eu queria fazer umas coisas com você agora… Tipo aquelas que fizemos mais cedo!

— Mais tarde! - volta roncar.

— Você realmente está com sono! - começa rir. Boa noite… - o beija.

Os roncos dele embalam a noite, o que para Paula é um verdadeiro martírio. Acaba levantando pouco tempo depois, irritada por não ter conseguido dormir tranquilamente.

— Bom dia Diva! - senta-se.

— Que susto menina! - se vira assustada. Não dormiu, não?

— Me explica como posso dormir com um trator ligado, deitado do meu lado? - ela ri - Não está sendo nada engraçado! Minha sorte é que eu tinha conseguido descansar um pouco antes dele chegar no quarto.

Faz sua refeição da manhã juntamente com a funcionária e em seguida vai acordar aos filhos e arruma-los. Recebe um telefone de Leo informando que está na cidade e perguntando se poderia buscar as crianças para um passeio e ela autoriza.

— Leva sua garrafinha…- entrega para Vitória.

— Os gêmeos estão levando?

— Os gêmeos? - ri - fala o nome deles Vitória… Já passou da fase de chamar seus irmãos assim. - fecha a bolsa dela. E sim, Vítor e Antônia estão levando a deles também.

— Posso ir me despedir do papai?

— Sim!

Vitória sai para o quarto de Paula e ela termina de organizar a bagunça que ficou no quarto da filha. Após algum tempo, já com todos arrumados, inclusive Francesca, recebem Leo na chácara.

— Que saudade de vocês! - os beija.

— Tio, onde nós vamos?

— Passear no sítio do tio Vespa! Lá tem muita coisa legal, vocês vão gostar. Vítor está dormindo? - pergunta para a cunhada.

— Sim! Ficou até de manhã jogando poker… Hoje três da tarde é cedo para ele.

— Sei bem! - ri. Mamãe também vai… Se quiser dispensar as babás…

— Jamais! Não vou sobrecarregar Marisa mais - riem. Lidi e Lucy vão ajudar muito vocês…

— Tem roupa caso não consigamos voltar hoje?

— Tem! Mas tenta voltar hoje… - ri - você conhece seu irmão…

— Vamos tentar! - sai rindo.

Se despede dos filhos, já com o coração na mão, em dúvida se tomou uma boa decisão deixá-los ir. Para pensar em outra coisa, vai ao escritório para resolver umas pendências, mas pouco tempo depois é interrompida.

— Oi!? - o vê e se assusta. Por que não bateu na porta?

— Achei que não estaria aqui… - se aproxima - Bom dia! - a beija. Cadê as crianças? Vasculhei em toda a casa e não achei.

— Leo os levou pro sítio do Vespa junto com sua mãe.

— Sozinhos?

— Lucy e Lidi foram para não deixar eles sozinhos.

— Mas é perigoso… Francesca também foi?

— Foi Vitor… - se concentra em responder o WhatsApp pela Web.

— Que horas voltam? Faz tempo que foram?

— Não sei que horas voltam. Faz uns quarenta minutos que foram…

— Mas não irão dormir, né?

— Não sei, ele falou que talvez…

— Paula! - chama a atenção dela. Você nem me perguntou nada a respeito…

— Perguntar o que?

— Olha pra mim?

— Oi! - olha para ele, desistindo do computador.

— Não dá para deixar as crianças fora de casa tanto tempo!

— Estão com seu irmão, com sua mãe, com as babás, lá estarão suas tias, sua madrinha e a Carol…

— Vou para lá. - vai se retirando.

— Vai pra lá fazer o que? - o segue. Leo vai pensar que não confio nele pra ficar com os sobrinhos.

— Eu não confio.

— Para com isso Vitor… Se até mais tarde ele não trouxer, aí você vai busca-los…

— Ok… - concorda - Mas se até as 18h ele não os trouxer, eu vou.

— Certo…

— Vou ligar para eles…

— Meu Deus, você é impossível! - o vê se afastar discando o número do irmão.

Paula volta ao escritório e conclui o que estava fazendo. Ele reaparece e informa que as crianças estão bem e a convida para sair para almoçar.

— Almoçar onde?

— Não sei… Escolhe o restaurante…

— Que horas sua irmã vai fazer a pesquisa?

— Ela já mandou as questões, precisamos sentar e gravar um vídeo respondendo.

— Ótimo! Fazemos isso depois do almoço… - se levanta. Vou me arrumar e vamos.

Vitor aguarda Paula se arrumar e avisa as funcionárias que não precisam se preocupar com eles hoje. Saem rumo ao restaurante Xapuri, onde são muito bem recepcionados. Já acomodados, fazem seus pedidos.

— As crianças não tinham remédio?

— Para tosse…

— Será que deram?

— Claro que sim Vítor! Por favor, pare com isso.

— Não sei… Melhor ligar para confirmar! - pega o celular.

— Vitor não faz isso… - desiste quando o vê telefonando já.

— Oi mãe… - fala com Marisa - tudo bem? Antônia e Francesca estão tomando um antibiótico para a tosse, está no horário - ela responde - não estou desconfiando de você mãe, estou só perguntando se já deram! - Marisa responde do outro lado da linha - Ok mãe… - observa Paula o encarando - vou almoçar, mais tarde vou aí, tchau! - desliga antes da mãe responder. O que? - olha para Paula.

— Nada…- se volta para o celular. Não vou dizer nada!

— Fico inquieto em não saber exatamente o que está acontecendo com eles. Ainda que estejam com pessoas que confiamos, me sinto inseguro… Vou tentar não pensar nisso!

— Por favor…

São servidos com um vinho e ele consegue se desligar por um tempo. Não muito tempo.

— Leo ligando…- vê o celular tocar - Oi! - atende.

— Paulinha, onde estão?

— Viemos almoçar em um restaurante, por que? As crianças estão bem?

— Não precisa ficar preocupada, mas preciso que vocês venham ao Vera Cruz.

— Leo, como assim? - se levanta aflita sinalizando para que Vitor faça o mesmo. O que está havendo?

— Antônia escorregou na escada e torceu o pé… Trouxemos ela o mais rápido possível, já estão atendendo e o médico informou que está tudo bem. Mamãe está com ela, mas ela quer você!

— Meu Deus Leo, deveriam ter me avisado antes! Estou indo para aí. - desliga.

— Vou evitar tecer qualquer comentário! - pega a chave do carro.

Saem em disparada para o hospital e lá se encontram com a família aflita com a reação deles. Vitor evita o irmão e vai direto para a sala em que Antônia está.

— Filha! - se aproxima. Oi… - sorri. Mamãe chegou! - a beija. Você está bem?

— Está doendo um pouco mãe…

— Sim, borboletinha! - joga a bolsa no chão. Vai doer um pouquinho, mas logo passa.

— Cadê o papai?

— Oi filha! - se aproxima. Estou aqui! - sorri.

— Nem tinha te visto hoje pai…

— Pois é! - eles riem - Você saiu e me deixou dormindo! Te procurei pela casa toda depois.

— Sim, mas fui passear um pouco.

— Sim! - ri. Mas eu fiquei com saudades!

— Acho que não vou poder andar muito né pai? Aí você vai matar as saudades.

— Vai andar sim, minha pequena! - se abaixa. Você vai ficar bem!

O médico chega até a sala com a cópia do raio x na mão, informando aos pais que houve uma luxação no pé de Antônia, falando de termos técnicos que nenhum entendia mais, preocupados apenas com a recuperação da filha, respirando mais aliviados somente quando o profissional descarta a necessidade de cirurgia. Recebem as instruções para os cuidados e retornam para a casa.

— Vamos deitar aqui princesa…- a coloca no sofá. Quer ver televisão?

— Vou preparar um banho para ela. Pega a bebê…- vai até ele entregando Francesca.

— Antônia… - Leo se aproxima - você desculpa o titio por isso? - se abaixa para falar com ela.

— Leo…- Paula tentar intervir. Foi um acidente!

— Que poderia ser evitado!

— Vitor, por favor! - o fuzila com os olhos.

— Fico preocupado… Não foi minha intenção! - olha para o irmão. Estávamos descendo a escada brincando, rindo…

— Pior ainda, né? Onde você já viu se descer escada brincando? Ainda mais com criança.

— Vitor… - se levanta e vai até ele - Se eu soubesse que isso iria acontecer, jamais teria levado eles. Você não precisa ser tão irredutível.

— Irredutível? Se estivéssemos falando dos seus filhos, você pensaria da mesma forma? Me poupe da sua filosofia de vida. É sobre a saúde e a vida da minha filha… Se você não liga de levar tudo numa boa com seus filhos, problema é seu, você os educa da forma que quiser. Mas não venha bancar isso com os meus filhos!

— Não precisa disso! - vai até o marido. Foi um acidente!

— Não se envolve! Você deixou as crianças irem sem nem me avisar.

— Porque você é paranoico!

— Minha paranoia teria deixado minha filha bem. Mas, não! Aqui está ela com um pé luxado, sem poder andar, sem poder brincar sabe-se lá por quanto tempo!

— Leo, - se volta para o cunhado - acho melhor você ir… Ele está fora de si! - encara Vitor - depois vocês conversam! E está tudo bem… Não se preocupe. Qualquer coisa vou te atualizando!

— Certo! Depois conversamos…- a abraça. Tchau minha pequena…- se abaixa e beija a sobrinha. Te amo! Qualquer coisa, liga pro titio. - pisca.

Paula acompanha o cunhado até a porta, se desculpando novamente. Retorna a sala e ele está no chão com Francesca, a observando balbuciar histórias e rindo.

— Precisa agir assim? — ele ignora — Ótimo! Atitude perfeita que condiz com sua idade.

— Mãe, estou com fome.

— Vamos tomar banho Nini… Depois a mamãe te dá algo para comer! - a pega no colo.

Continua…