ECLIPSE
(Livia de Melo)

Construo castelos de areia na beira da praia
Só pra brincar de ser criança.
E depois, se a maré subir, não tem importância!
Continuo brincando e brincando,
Mas posso parar, pois sou mesmo inconstante.
Me engano e me mudo,
Assim me gosto, me gozo, me sei.
Me escrevo em prosa e verso,
Me rasgo, me arrisco e me belisco, me sinto!
Me arrasto por alguns segundos
E me coloco por cima de vez.
Me cuspo!
Sou louca, sou pouca, sou santa,
Sou perdida na vida já ganha.
Sou inspiração de um poeta e vergonha de alguém.
Sou orgulho e ternura, terror e espanto;
Fico no meu canto e me canto,
Me aviso e distraio.
Concebo acertos e erros,
Disfarço sementes em gente.
Subo em meu telhado e me vejo pecado.
Estou entre o Sol e a Lua,
Entre a casa e a rua,
Madrugada lá fora, aqui dentro o Sol.
Aqui dentro, escuro.
Total eclipse de mim.

Será mesmo no futuro uma garota. Garota em seus olhos, em seus risos e em seus abraços. Garota em seus desastres, em suas lágrimas e em suas perdas. Garota em seus dentes que marcam, seus lábios que ofegam e em suas mãos que descobrem. Garota em sua alma, doce, rebelde ou triste. Garota em suas recordações em dias frios e nas novas memórias de verão. Garota em todo o seu ser.

Por que ser garota é tudo o que ela é.

~Secret

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  • Entrou em 28 de out. de 2012 16:20
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