Seu corpo sem vida caiu em cima de mim, me manchando com o sangue escarlate do fundo corte que havia feito, me desvencilhei e vi Alice tombar no chão, seu peso fazendo um leve barulho no tapete de folhas.

Quando percebi, havia começado á chorar pelo que acontecera, olhei para Edward através das lágrimas que inundavam minha visão, ele me encarav com uma expressão devastada, quase de medo. Por um instante pensei que ele fosse fugir daquela assassina que parecera que eu me tornara.

Mas, ao invés disso, ele andou lentamente em minha direção e me abraçou, tentando me acalmar diante daquela cena impossível.

- Por quê? - consegui dizer, com as lágrimas turvando minha visão e dificultando minha voz.

Edward não respondeu, estava claro que nenhum de nós dois saberíamos a resposta, e, mesmo com esse problema resolvido, ainda estávamos perdidos naquela floresta sem fim, estávamos sozinhos ali, todos os meus outros amigos estavam celados pelo doce silêncio da morte. Naquele instante queria estar juntos á todos eles, mesmo que precisasse ter o mesmo fim.

Desvencilhei-me do abraço e comecei a andar pela floresta, em algum caminho que não conseguia ver.

Ouvi Edward se aproximando e andando ao meu lado, de repente, ele puxou minha mão e entrelaçou seus dedos nos meus, um gesto simples que começara a ter tanto significado pra mim naquele lugar onde só parecia existir as mais gélidas emoções.

Olhando mais dentro daquela mata fechada, percebi um objeto que se destacava com sua cor anormal naquela paisagem verde, fui até lá e peguei-o, percebendo que era uma folha de papel, analisando mais de perto, percebi que havia palavars escritas apressadamente em sua superfície, como em uma carta.

"Querida mamãe, aqui é a Alice" li nas primeiras linhas tortas da folha.

- A mãe de Alice não... - Edward começou a perguntar, mas eu o interrompi com um gesto da mão.

Mentalmente, eu fazia as mesmas perguntas, nada parecia estar certo ali, verifiquei a data escrita no fim da carta, dizia que havia sido escrita um mês antes de nossa desastroso acampoamento, então já havia acontecido.

Por quê Alice escreveria uma carta para a falecida mãe? E por que ela traria ali? Olhei para Edward que lia atentamente a folha com a expressão confusa como a minha.

Comecei a ler os parágrafos, alguns diziam a saudade que Alice tinha de não ver mais a mãe, outros diziam que logo as duas estariam juntas em uma nova viagem, mas o final daquelas palavras entrelaçadas explicou tudo o que havia acontecido.

"Vou me vingar por aquilo que fizeram á você. Todos vão pagar. E assim você estará livre para voltar para onde deve ficar".

- Ela achou que nós haviamos matado a mãe dela? - Edward perguntou, entendendo o mesmo que eu.

- Ela perdeu a razão. - eu disse, por um instante arrependida pelo que havia feito - Estava mergulhada na angústia da perda.

- E por que ela não pediu a nossa ajuda ao invés de matar todos?

- Ela achava que éramos culpados, e na verdade somos. - disse, lembrando daquela noite que acabara naquela terrível conclusão.

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- Então, vamos embora? - disse Rick, um pouco bêbado depois da noite que havíamos passado.

- Claro - todos disseram, indo até o carro.

- Será que não tem problema? - perguntou Alice - Já ouvi falar de tantos acidentes por causa disso...

- Que isso, Alice? Eles aumentam a história para nos assustar! Não tem problema, entra logo - eu disse, enquanto entrava no banco de trás depois de Alice.

- Lá vamos! - disse Rick, enquanto acelerava o carro, fazendo-o chiar pela rua movimentada.

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- Se tivéssemos escutado Alice, nada disso teria acontecido - eu disse, o som da batida violenta que demos no outro carro ecoando pelas minhas lembranças.

- Agora está tudo acabado, quem deveria sobreviver está morto - disse Edward, em um fio de voz.

- O que fazemos agora? - perguntei, meus pensamentos confusos.

Edward olhava o vazio á sua frenet, sua mente perdida nas lembranças imundas daquele lugar tenebroso.

- Eu só sei que quero fugir daqui - disse ele, por um momento olhando em meus olhos.

Naquele pequeno instante de desespero, percebi que só tinhamso um ao outro naquela floresta, mas, para meu espanto, aquilo não me assustava, todos os meus medos e fantasmas fugiam assim que os olhos azuis de Edward pousavam em mim, como se ele fosse meu escudo que espantava todas as coisas ruins que poderiam estar a nossa volta. Sentir-me segura pela primeira vez depois de tanto tempo de escuridão, brotou uma nova esperança em minhas decisões, fazendo-me com que levanta-se daquela mata que nos aprisionava.

- Eu também, e não importa o quanto vamos procurar, sei que a saída daqui esta em algum lugar próximo a nós - disse, encarando a folhagem a frente como um desafio que poderia ser vencido, não como um campeão pronto para me da o último golpe.

- E você sabe que sempre vou estar ao seu lado - disse Edward, se levantando também e pegando minha mão.

Eu te amo,

minha mente teve o prazer de me mostrar aquilo que eu estava escondendo tantas vezes, porém guardei para pronunciar aquelas palavras em um momento mais adequado, quem sabe quando finalmente estivéssemos em casa? Jantando junto com nossas familias a comemorar? Sim, aquele seria o momento perfeito, e algo me dizia que ele não demoraria á chegar.
Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.