Última Linhagem dos Morgenstern

18- Part Two: Era Pra Ser Um Dia Feliz.


{Capítulo revisado e modificado 23/12/2019}

Point of View Narradora

— Sempre. — Ela disse.

Ele virou o rosto dela pra si e lhe deu um beijo apaixonado e possessivo.

Mal sabiam as pessoas ao redor que não era apenas mais um casal comum, e sim dois irmãos completamente apaixonados um pelo outro, e ainda por cima, são dois nephilins, dois seres bíblicos, seres poderosos.

Mal sabiam eles...

Jonathan a levou a vários lugares: a lojas, ao shopping, a levou até uma sorveteria e comprou seu sorvete preferido, levou ela ao cinema e assistiram a um filme de terror, que ele escolhera. Após saírem do cinema, já eram 18:00 horas, o tempo foi bem aproveitado, mas ele ainda ia levar ela a outro lugar.

— Aonde vamos? — perguntou confusa, pois achava que eles iriam voltar para o apartamento.

— É uma surpresa. — Abriu um sorriso para ela.

— Hum, tá. — Retribuiu o sorriso do platinado.

O céu estava lindo há essa hora, uma mistura de azul escuro com o laranja do pôr do sol, as estrelas brilhavam intensamente, as estrelas solitárias e as constelações. O brilho da Lua era maravilhoso (N/A: Lembrando que a Lua não tem brilho próprio).

Os irmãos caminharam até chegarem a um parque de diversões. Lá havia criança, famílias, casais, pessoas sozinhas e pessoas com seus amigos. Logo veio uma vaga lembrança na mente da Clary: ela e seu melhor amigo em um parque de diversões em Nova York. Aquele foi um dia inesquecível entre tantas outras lembranças.

Ela sentiu uma pontada no coração. Saudades, ela sentia saudades de ficar até tarde com o Simon assistindo animes e filmes em preto e branco, de ficar vendo novelas com sua mãe e ajudar com os quadros que ela pintava, de ficar à tarde inteira ajudando Luke na livraria. Ela sentia saudades, mais era melhor assim, ela não podia — e nem queria — voltar atrás, tudo que ela desejava estava ao seu lado: seu irmão, sua família, o seu lar. E para Jonathan era a mesma coisa. Ele pode ter tudo que ele quiser, ter todas as mulheres aos seus pés, mas ele só tem olhos pra apenas uma: a Clary, ele sempre quis ter ela e, agora que a tem, ele nunca vai deixá-la ir, ele faria tudo por ela, e ela faria tudo por ele.

Clary logo tratou de tirar essas lembranças do passado de sua mente, se concentrando apenas no presente, não no passado.

Ela abriu um sorriso e olhou para ele.

— Um parque de diversões? — perguntou ao irmão.

— É, você tem cara de gostar dessas coisas, já que tem quase 17 anos e fica assistindo desenhos animados e rindo que nem doida. — Ele riu ao lembrar que toda vez ela começa a rir quando passava uma cena engraçada nos desenhos animados. — Por quê? Não gostou da surpresa? — Seu sorriso sumiu ao pensar que ela não gostaria da surpresa.

— Eu não gostei... — Deu uma pausa dramática. — Eu amei! Eu simplesmente amo parque de diversões — falou animada.

O rosto de preocupação dele foi embora quando ela disse que ama parque de diversões.

— Que bom! Achei que não tinha gostado. — Ele sorriu aliviado.

Ele foi até a bilheteria comprar fichas pros brinquedos.

O parque de diversões estava iluminado pelas luzes que havia nas barracas, na roda gigante, nos postes de luzes. Os sons de vozes invadiam os ouvidos, os gritos que vinha das pessoas que andava de montanha-russa, dos risos felizes que as pessoas davam. Pessoas correndo para lá e para cá, pessoas que seguravam ursos de pelúcias que ganhavam nas barracas, pessoas de mãos dadas que sorriam um para o outro, as filas que vinha dos brinquedos. Isso cheirava a felicidade. Isso era música para os ouvidos da Clary. Por uma noite ela podia esquecer-se dos seus problemas e ficaria feliz ao estar ali, tentaria ser apenas mais uma pessoa comum.

Apenas por uma noite.

— Bom, por onde começamos? — Jonathan perguntou animado a ela.

Ele, no fundo, se sentia feliz por estar em um parque de diversões, já que nunca havia ido a um, nunca houve diversão em sua vida, foi sempre criado para ser frio e um bom soldado, foi criado para ser uma arma perfeita do Valentim. Ele nunca o levou em um parque de diversões, ou para tomar sorvete, ou ter uma tarde entre pai e filho. Nunca. Ele se sentia feliz por estar ali junto de Clary. Ele nunca havia andado na montanha-russa, ou na roda gigante. Nunca andou no carrinho bate-bate, nunca tentou acertar um alvo com uma arma de mentira só para escolher um ursinho de pelúcia, e hoje, estava ali pra experimentar tudo isso.

— Hmmm... vamos ver. — Clary varreu os olhos pelo parque. — Já sei! Vamos ao bate-bate — sugeriu animada.

Ela o puxou pela mão e caminharam, ou melhor, correram até o bate-bate. Tinha uma fila não tão grande. Não existe lógica você ir a um parque de diversões e não ter que enfrentar uma fila, não tem graça, isso que, às vezes, é legal. (N/A: Fila é um saco)

Antes que percebessem, já estava na vez deles. Jonathan entregou as fichas e logo foram se divertir. Os dois riam como crianças, sempre ouviam e diziam um "opa" com uma risada acompanhando quando os carros se batiam. Quando o tempo acabou, eles saíram do brinquedo e se dirigiram a outro e outro, um atrás do outro. Eles paravam e compravam pipocas, maçãs-do-amor, compraram algodão doce. A melhor parte da noite foi quando eles andaram na montanha-russa. Os braços ao ar, os gritos de diversão misturados com medo, quando saíram do brinquedo a tontura veio, precisaram se apoiar em algo para não caírem. Depois que recuperaram o equilíbrio, olharam um para o rosto do outro e caíram na gargalhada sem motivo algum.

— Isso foi... — começou ele.

— Divertido? Maravilho? A melhor noite de todas? —tentou adivinhar.

— Exatamente! Essa foi a melhor noite. — Ele disse secando as lágrimas de risadas.

— Fico feliz que se divertiu — falou ela com carinho.

— E foi melhor ainda por você estar aqui. — Ele disse indo até ela puxando-a pela cintura, colando seus corpos.

Eles se olharam com ternura, paixão e desejo. Com apenas um toque um do outro era capaz de aquecer seus corpos. Ele a pegou pelo queixo fazendo seus rostos ficarem mais próximos, ele a beijou. Ele pediu passagem com a língua e ela cedeu. Foi um beijo intenso, não importa quantas vezes ele a beije, ela sempre vai sentir as famosas borboletas na barriga, toda vez que ele a toca, ela se arrepia.

Ela colocou as mãos em volta da nuca dele, fazendo ele se arrepiar, ele a puxou mais ainda pela cintura acabando com o pouco espaço que havia entre eles. Foi um beijo longo que foi cessado pela falta de ar, eles se separam com selinhos. Ele colou a sua testa na dela e ficaram assim por um curto tempo até ele falar:

— Eu te amo — ele disse baixinho.

— Eu te amo — ela também disse.

— Vem, vamos tirar uma foto. — Ele disse a puxando pela mão encaminhando-a até a cabine fotográfica que tirava fotos Polaroid. Ele colocou as moedas na máquina e entraram na cabine. Ela se sentou ao lado dele, mas ele a puxou fazendo ela se sentar em seu colo.

— Assim é melhor — explicou com um sorriso malicioso no rosto.

Na tela apareceu que em 5 segundos a primeira foto seria tirada. Eles fizeram caretas para câmeras e logo o flash veio.

A primeira foto foi tirada.

Ele fez uma careta e ela apenas o olhou e fez chifres com os dois dedos em cima da cabeça dele.

A segunda foto foi tirada.

Ele tirou os olhos da câmera e olhou pra ela, seus olhos se encontraram.

A terceira foto foi tirada.

Ele olhou para boca dela e ela também, ele colocou sua mão na nuca dela e a beijou, ela correspondeu ao beijo.

A quarta foto foi tirada.

Todas as fotos foram tiradas. Quatro fotos. Quatro momentos. Quatro sensações. Eles param o beijo quando o ar se fez necessário. Eles se olharam e sorriam um para o outro. Recuperaram o fôlego e saíram da cabine. Ele pegou a foto a olhou.

— Ficou maravilhoso. — Ele disse mostrando as fotos para ela.

A primeira foto os dois estavam fazendo caretas, a segunda ele ainda fazia uma careta e tinhas chifrinhos no topo da cabeça feito pelos dedos de Clary, ela o olhava intensamente. A terceira fotos os dois se olhavam profundamente e a quarta eles estavam se beijando.

— Sim, ficaram maravilhosas — concordou.

Ele pegou a foto e guardou na sua jaqueta.

— Eu vou sempre guardar essa foto para me lembrar dessa noite — ele disse.

Logo após eles saíram do parque, já estava de noite, passaram horas dentro do parque de diversões andando em cada brinquedo e indo a cada barraca que havia ali.

[...]

Eles estavam andando pela rua deserta abraçados indo para o apartamento quando Jonathan percebeu que estavam sendo seguidos. Ele sabia quem estava os seguindo: nephilins. Eram quatro deles.

— Estamos sendo seguidos — avisou para Clary.

— Onde? — ela perguntou procurando discretamente com os olhos pelo lugar.

— Atrás de nós — informou.

— Sabe quem são? — ela perguntou depois de verificar se estavam mesmo sendo seguidos.

— Provavelmente nephilins.

Eles apressaram um pouco os passos até virarem numa esquina e entraram num beco para tentar despistar o grupo.

— Acho que os despistamos — ela disse olhando para trás.

Ele também olhou.

— É, acho que sim — concordou ainda desconfiado.

Quando eles voltaram à cabeça para olhar para frente lá estava o grupo de nephilins, parados a poucos metros deles.

— Ora, ora, ora. Vejam se não são os irmãos Morgenstern aqui na nossa frente — falou um deles.

— Que sorte a nossa! — exclamou outro.

— Quem são vocês? — A ruiva perguntou olhando para eles.

— Nós somos um grupo de nephilins aqui de Seattle — explicou o do meio, ele parecia ser o líder do grupo.

— E o que vocês querem de nós? — Jonathan quis saber.

Os quatros eram altos, porém uns centímetros menores que Jonathan, aparentavam ter a mesma idade do platinado. O líder tinha cabelos castanhos escuros e olhos da mesma cor, o outro deles tinham cabelos loiros escuros e olhos azuis, o do lado do de cabelos loiros tinha o cabelo preto e olhos castanhos, o que está ao lado do líder tinha cabelos pretos e olhos verdes misturados com azul. Todos eram do mesmo porte físico que Jonathan.

— Bom, vocês estão sendo procurados pela Clave, o que fazem vocês fugitivos. Você — ele apontou em direção a Jonathan —, começou uma guerra que matou vários dos nossos parentes e amigos. E ela — Apontou pra Clary —, está do seu lado.

— Ela não tem nada a ver com isso. — Ele disse começando a se irritar.

O Líder deu uma gargalhada maligna.

— Não?! Ela é uma Morgenstern, filha de Valentim, sua irmã, uma fugitiva da Clave — falou com desde se referindo a ela. — E bom, se nós chegarmos em Idris com a cabeça de vocês dois, nós seremos considerados heróis.

Eles retiraram de suas cinturas lâminas serafim, eles apontaram elas em direção a eles:

— Quem vai querer a cabeça da ruiva? — O líder perguntou com um risinho.

— Deixa-a comigo — o de cara de cabelo loiro disse.

— O que a gente vai fazer Jonathan? — Clary sussurrou para o seu irmão.

Ele tirou uma lâmina serafim da cintura, e também retirou Kindjal e a entregou para Clary.

— Matar ou deixar vivos? — ela perguntou ao irmão com um sorriso maligno de lado.

— Hum... — fingiu pensar. — Matar! — disse com o mesmo sorriso.

Ela segurou a Kindjal, uma em cada mão. Todos se entreolharam por um minuto, olhos semicerrados, segurando firmes suas armas, cena típica de filmes de faroeste.

— Vão! — O líder gritou para os outros.

Eles avançaram, era quatro contra dois, três contra Jonathan e apenas o loiro contra Clary. Eles vieram para matar sem dó nem piedade, e os irmãos iriam fazer a mesma coisa.

O loiro tentou acertar Clary com sua lâmina, mas ela foi mais rápida e desviou, ele tentou acertar a cabeça e foi bloqueio com o "x" que a Kindjal da Clary formou, causando som de lâminas se chocando.

Do outro lado, Jonathan já havia derrubado um deles com um golpe no peito, os outros ainda tentavam o golpear, um deles conseguiu fazer um corte nele, o que fez ele ficar com raiva, ele girou o seu corpo fazendo um golpe no garoto de cabelos pretos, ele deu um grito, Jonathan o chutou fazendo ele cair de costas no chão e enfiou a lâmina em seu peito, os olhos do menino se arregalaram e ele deu um grito de dor que ecoou pelo beco.

Clary havia conseguido fazer alguns cortes no garoto loiro, o garoto tentou cortar o rosto dela com a lâmina, mas ela ecoou, mas, mesmo assim, fez um pequeno corte na bochecha da ruiva, ela deu um gemido baixo de dor. Com raiva, ela tentava fazer corte nele, mas ele dava passos para trás fazendo ela cortar o ar. Ele deu uma rasteira nela fazendo a mesma cair no chão. Ele tentou golpear seu peito, ela rolou para o lado, fazendo a lâmina tocar o chão. Ela, jogada no chão, conseguiu dar uma rasteira nele fazendo ele cair ao seu lado. Ela ficou de joelhos e o golpeou no coração com sua Kindjal, ele deu um grito e morreu.

Jonathan viu sua irmã levar uma rasteira do garoto e ficou com raiva disso, ele precisava ajuda-la, mas ainda havia sobrado um para matar. Ele retirou a lâmina serafim do peito do garoto e virou-se de frente ao líder do grupo, que foi o único que restará, já que ele havia matado dois e viu sua irmã matar o loiro. Ele se aproximou lentamente até o garoto, que a cada passo que ele dava ele recuava um.

— Sabe — começou Jonathan —, você não é o primeiro e, com certeza, não vai ser o último a tentar me matar ou tentar matar a minha irmã. — Ele disse se aproximado ainda mais. Ele viu que o menino bateu as costas na parede do beco. — E saiba que quem tentar não vai sair vivo dessa.

Dito isso, ele cortou a garganta do menino. Ele, em um ato inútil, colocou as mãos em volta do pescoço tentando fechar o corte, mas foi inútil. Ele escorregou pela parede até chegar ao chão e morrer. Jonathan olhou pro corpo e deu um sorriso maligno.

Ele olhou para sua irmã, que estava do outro lado. Ela estava se levantando do chão, ele foi até ela e estendeu a mão pra ajudá-la a levantar.

— Obrigada — agradeceu.

— De nada. — Ele respondeu.

— Então, o que foi isso tudo? — Ela gesticulou a mão para os corpos, já sem vida, dos garotos.

— Apenas mais nephilins tentando nos matar — ele disse suspirando.

Mais? — Ela perguntou confusa.

Ele deu um suspiro.

— Isso tem acontecido muito nos últimos dias, toda vez que eu saio de casa é para resolver isso — ele mostrou os corpos no chão. — A cada dia eles estão se aproximado mais, por isso que eu saio praticamente toda hora e volto com a roupa suja de sangue. Eu só não te contei por que não queria te preocupar.

— Você deveria ter me contando! — falou com raiva. — Nós deveríamos resolver tudo juntos, eu teria ajudado!

— Eu não queria que você se machucasse —justificou-se.

Ela fechou os olhos e deu um longo suspiro.

— O que vamos fazer? — indagou ela. — Esse com certeza não vai ser o último ataque. Precisamos de um plano.

— Eu sei, mas eu não tenho nenhum plano em mente — ele disse apoiando a testa na parede.

Ele foi até ele e tocou sem ombro.

— Eu tenho uma ideia. — Uma terrível ideia.