Órion! The Clan Hope Kuchiki

Uma historia não contada II


Órion Shouri descansava debaixo de uma enorme arvore, estranhou sobre aquilo, uma frondosa e enorme arvore florada em meio a um extenso descampado. A cabeça fervilhava com as histórias contadas pela ‘mãe’. Estava exausta demais para tentar entender alguma coisa naquele momento. Yuè fora procurar comida, pois os mantimentos que trouxera haviam acabado. A mãe demorava, o sol começava a declinar, Shouri divertia-se com os formatos das sombras dos galhos da arvore quando atravessados pelos dourados raios de sol. Porém após uma forte brisa, as sombras formaram o símbolo da tríade exilada, com uma das pontas meio separada das outras duas, a jovem assustou-se, o vento soprou novamente e o símbolo desapareceu.
– Engraçado?! Se eu acreditasse em presságios, diria que este não foi um bom sinal. – sorriu: - mas que fome, porque ela demora tanto? Não uma casa há léguas daqui, acho que não estamos mais na Soul Society!! Como será que a nee-chan estar agora? E...e... By-sama?! Será que já me esqueceu mesmo? Que ainda nutre alguma coisa por mim? Tudo culpa de Apsu!! Tudo por culpa ‘dela’ (referindo-se a Tansui no Hana).
A jovem resmungava sozinha, remoendo aqueles assuntos inacabados. Estava tão distraída que não notara alguém se aproximando lentamente dela e agachando-se ao seu lado. Shouri despertara dos seus devaneios assim que notou várias flores brotarem do chão e desabrocharem à sua volta. Levanta-se assustada e sente uma presença avassaladora ao esbarrar em algo ou alguém. A Kuchiki congelou de medo: ‘como deixei isso acontecer?! Logo eu. Que superei todas as outras avatares, até mesmo àquela a quem substituir, fui pega desprevenida, com a guarda baixa! Quebrei a primeira regra que By-sama me ensinou num campo de batalha!?’
Contudo, a jovem foi virando-se lentamente, até depara-se face-a-face com o dono daquela enorme presença espiritual, arregalou bem os olhos, sua expressão de era de medo e espanto. Temeu, estava só e desarmada, seria morta em um piscar de olhos: ‘onde estar Apsu quando preciso dele?! Ele nunca aparece nessas horas?! Maldito!! Aonde estar aquela deusa uma hora dessas?!’ lamentava a menina em mente, não respirava, estava paralisada, não ficara assim diante de Anupu (Anúbis), porém aquele ser que estava à sua frente era diferente.
– Perdoe-me Criança. Não foi a minha intenção assustá-la. – fala a entidade serenamente, esboçando um sorriso com suas enormes presas de marfim.
Ao ouvir aquilo, a jovem Kuchiki inspira profundamente buscando o ar, e abaixa rapidamente em uma revência ao ser divino à sua frente: - perdoe esta humilde serva, senhor. – fala trêmula.
– Levante-se minha adorável criança, aliás, um deus, não reverencia outro deus, a menos que este seja o Criador de tudo. – fala o grande deus jaguar, levando a enorme garra direita ao delicado rosto feminino, a fazendo levantar-se.
– Meu senhor deve estar brincando comigo! Eu sou apenas uma humilde serva. – fala a jovem sem jeito.
Tezcatlipoca trajava uma exuberante armadura de guerreiro asteca, toda em ouro, joias e várias plumas de cores e beleza jamais vistas. Com sua espada embainhada no grande cinturão que adornava o seu tronco musculoso, cuja pelagem macia delineava cada gomo abdominal, acoplada às suas costas sua grande lança de caçador, e descansando sobre o seu volumoso tórax, um rico colar asteca, cujo pingente era o seu lendário espelho de obsidiana: - teu pai. – O deus faz uma pausa: - teu pai te escondeu muitas coisas, Pequena. A primeira delas foi tua verdadeira paternidade.
– Pai?!...eu acho que nunca tive um pai...pensei que tinha um aqui nesta linha de tempo, mas, não é o meu pai, o proposito dele era outro. – revela a jovem confusa.
– Esperei muito tempo, pacientemente, até que um dos meus irmãos de exilio fosse selado e o teu pai, Apsu, se afastasse completamente de você. – revela o deus jaguar ronronando para a jovem, enquanto acariciava seu rosto com suas enormes garras peludas.
– Apsu?! O meu deus guardião?! – fala Órion Shouri entorpecida com aquele suave ronronar do deus: - Ele não é o meu pai, acho que não tive pai nem no futuro, segundo minha mãe Yuna, eu sou reprodução independente, um clone dela aperfeiçoado e aqui... um clone espiritual de Ária feito por Enpu( Anupu ou Ánubis) e agraciado com a essência de Apsu quando meus senhores o selaram. Não foi isso? – responde a jovem embriagada pelo encantamento de Tezcatlipoca.
– Não minha pequena menina. – O deus sorrir: - isso foi a história que eu quis que tua mãe Yuè e a bruxa egípcia Tsukishirou contasse a todos. A verdade é que... enquanto Órion assumiu sua forma de anjo e fugira a mando do meu irmão Apsu para os reinos do submundo, eu lutava para tomar você das garras dele, a quem ele protegia com todas as forças...
– Mas... não era...Tansui no Hana a filha quem ele protegia enquanto eu estava adormecida e presa na prisão de ilusões? – indaga a Kuchiki quase dormindo.
– Não, Tansui no Hana é... isso não vem ao caso agora, mas ela não é a verdadeira filha do meu irmão corrupto, é você meu tesouro. Agora durma... – fala o deus suavemente fazendo a jovem adormecer profundamente.

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Em algum lugar de Rukongai, a caminho do monte Hakurei:

– Como assim?! Ela desapareceu do quarto?! Ela estava aos seus cuidados... que espécie de pai é você Kuchiki Byakuya? – indaga a pequena deusa irritada.
– E onde você estava todo esse tempo? - interroga o nobre de cenho fechado: - Órion sempre foi assim, Ária nunca me deu problemas nesse sentido, mas Órion e Shouri, tendem a fazer isso continuamente, e você Tansui no Hana segue a mesma regra. É provável que Shouri nem esteja em casa, quando era pequena, desaparecia por dias. – revela o nobre.
– Tendo um pai de criação como você, até eu fugiria. – deixa escapar a jovem.
– Como ousas? Não é porque tu és a deusa regente do meu Clã que vai ficar me dizendo como criar minhas filhas. Quanta petulância vinda de alguém cujo kopanku é meramente um clone de Órion criado por aquele homem. – rebate o nobre irritado.
– Como assim?! O que tem de ser criada em laboratório, isso mesmo, um clone da tua filha?! E você deveria agradecer muito ao Mayuri. – altera-se Tansui.
– Falo desse tipo de educação! Não parece uma deusa, ainda mais a regente do meu Clã. Muito diferente da educação das minhas filhas. – fala o nobre aborrecido.
– Ah!! Agora Shouri é tua filha?! Engraçado até alguns meses atrás você não usava tal termo, agora você sequer olha para ela, nem como a filha que um dia pensastes que ela era, nem como a mulher que você disse que amaria. – elucida a deusa enfurecida.
– Isso não vai acabar bem!!! – observava Hakurei: - Hakurei Tansui no Hana, é melhor parar por aqui.
– Como ousas?! O que você sabe sobre amar?! Você nunca amou, não passa de uma criança cuja essência foi gerada de um deus corrupto e o kopanku criado por um maníaco lunático! – fala Byakuya com desdém: - Eu nem recordo do dia em que deixei de ver Shouri como minha filha, se me afastei dela, foi por tua causa, quando me levaste para o Éden, eu esqueci dela e de quase todo o meu passado naquele lugar sagrado. – responde o Kuchiki enfurecido.
– Agora a culpa é minha!? - altera-se a morena já com os olhos marejados: - se eu soubesse o quanto isso me custaria ou que estaria escutando e vendo tamanha ingratidão, eu jamais levaria você até lá, e muito menos esconderia o corpo de tua filha no Éden para salvar o teu ‘precioso’ Clã, por causa de vocês eu quebrei regras sagradas e desobedeci leis celestes. – grita a jovem: - se eu imaginasse o quanto me custaria tais erros, eu...eu... – Tansui começa a chorar compulsivamente: - como os filhos de Adão são prepotentes, arrogantes e mesquinhos, eu não deveria ter me envolvido tanto com vocês.
– Do que você estar falando? – interroga Byakuya perplexo sem entender nada.
Hakurei se aproxima de Tansui no Hana sem a jovem perceber: - ela estar falando disso. – responde o homem de mechas cinzas, puxando a parte de cima do iromuji da jovem, deixando o ombro direito à mostra.
– O que você pensa que... – desespera-se a deusa, tentando se soltar do nobre de orbes celestes.
Byakuya arregala bem os orbes plúmbeos, sua feição gélida e de desprezo tomou outra expressão: - isso é...
– Reconhece essa marca? Seu arrogante! – ironiza Hakurei,
– Como ousas fazer isso seu...grrrr...- grita Tansui mordendo o antebraço do homem de cabelos cinéreos.
Hakurei à solta rapidamente: - você me mordeu novamente?! Eu ainda tenho a marca da sua primeira mordida. – grita o mais velho.
Tansui no Hana os fita com raiva levantando a manga do seu iromuji: - Eu odeio vocês. – E corre em direção do bosque próximo à hospedaria.
Byakuya já fazia menção de segui-la, mas fora impedido por Mikaido: - deixe-a Kuchiki, ela precisa desse tempo só dela, quando a raiva passar ela volta.
– Mas...você sabia disso todo esse tempo e nada me disse?! – interroga o nobre irritado: - quando foi que isso aconteceu? Me responda.
– Se ela quiser contar alguma coisa a você, tudo bem. Mas estou cansado de ficar me metendo em seus assuntos. – fala Hakurei dando de ombros alisando a marca da pequena mordida em seu braço: - os dentes são pequenos, porem afiados como navalha e a mordida é bem forte para uma boca tão pequena!

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Terras de Annwn:

Órion abriu os olhos delicadamente, ao sentir selinhos quente em seu pescoço: - Annn?! Onde estou?! Aiii...– vira-se assustada para Arawn.
– Não acredito que esquecestes dos nossos... – Arawn é interrompido.
– Nã-não esqueci. Acho que dormir demais. Quanto tempo já estou aqui? – indaga a morena tentando levantar-se, mas fora impedida pelo deus.
– Mais tempo do que imaginas e menos do que eu gostaria. – revela o deus a sentando sobre sua pélvis.
– Arawn!!! Não bastou?! – admira-se a jovem abrindo a grandes asas: - Hããã!? Como?! Porque ainda estou na minha forma de avatar?! – assusta-se a morena.
– Não, não me bastou, pelo contrário, quero ainda mais!! – revela o deus deslizando suas mãos pela pele branca.: - por que se admira em ainda continuar assim?
– É que nunca conseguir ficar assim por muito tempo antes, sempre exigiu muita reiatsu. – fala Órion abrindo e fechando as asas.
– Sim, lá no Sekai e na Seireitei. Mas aqui, no reino dos mortos você assumiu tua verdadeira forma, um anjo feminino e não uma avatar. – revela o deus a beijando docemente.
– Como assim?! Um anjo feminino!! Nunca existiu anjo femininos, isso foi somente uma transformação que Apsu me deu. – elucida a jovem duvidosa.
Arawn sorrir docemente, a beija: - seja uma ‘boa menina’ meu amor e eu te revelarei coisas que nem imaginas.
– Você já me manteve por tempo demais aqui, será que dar para me falar logo o que sabes e depois, eu pensarei se ainda serei uma ‘boa menina’. – exige a jovem levantando e se cobrindo com um fino lençol.
Arawn senta-se na beira da cama desanimado: - certo então, mas cobrarei com juros. – brinca