Órion! The Clan Hope Kuchiki

Um segundo encontro/ o dom rejeitado


Como era esperada, a apresentação da menina no chá das grandes famílias causou um grande reboliço na Sereitei, só não impressionou dois taichous que já a conheciam, porém estavam loucos de raiva pela sua demora em visitá-los. Órion acordou tarde naquela manhã, nem se importou sobre a bronca que receberia de Byakuya assim que ele retornasse do trabalho, pois ele exigia sua companhia na maioria dos desjejuns.

– Menina, eu faltei jogar a cama pela janela e você não acordou, o que aconteceu? – perguntava Yui.

– Eu só estava cansada, você não imagina como foi monótono esse Chá das famílias nobres, pior do que o outro, não sei como Byakuya-sama aguenta todos só ficavam me olhando, como se eu fosse de outro mundo, sem contar que passei a receber cartas e pedidos de compromissos, espero que o Conselho não ouse nem pensar nisso! – reclamava a menina com os cabelos despenteados.

– Eu não entendo Byakuya-sama nunca permitira a Rukia o acompanhar nesses encontros, ela ficava muito triste com isso e já você ele faz questão de levar, mesmo você se opondo. E a propósito, tome cuidado.

– Porque senhora Yui?

– Há um homem rondando a mansão faz uns dias, segundo um dos guardas parece ser Mayuri taichou, você tem algo a ver com isso?

– Mayuri taichou, mas o que ele quer aqui? A não ser que?

– Que?

– Eu prometi visitá-lo há dias e nunca fui, como eu me esqueci disso?! Ele me mandou um recado por uma mulher que dizia ser filha dele, eu respondi que iria, mas não pude ir por causa daquele Chá de apresentação. Ele deve estar furioso comigo. Eu nunca quebrei minha palavra antes. – disse tristemente olhando para o chão.

– Se afaste desse louco, é um insano e bizarro, ele pode fazer-te mal e Byakuya-sama não irá gostar nem um pouco que andas visitando esse tipo de gente, ainda mais sem permissão dele.

– Deixa de ser boba senhora Yui, ele sabe muito bem que não pode me prender, quando fez isso a primeira vez eu me teleportei e ele ficara impressionado, desistindo de me prender, é melhor eu ir vê-lo.

– Tens certeza disso menina? Byakuya-sama não irá gostar de saber.

– Ele nunca soube, tampouco saberá dessa vez, dei minha palavra, não quero passar por mentirosa, e Mayuri me intriga com seu jeito, quero descobri o porquê dele ser assim. – responde com uma carinha bem maliciosa.

Yui até tentou imaginar o que ela seria capaz de fazer para descobrir, mas deixou de lado ao ouvir que Órion iria cozinhar algo para se desculpar com o capitão, quase não acreditou. Uma hora depois, a menina pulava da janela com um embrulho na mão sob o atento olhar da criada, que vigiava a aproximação de alguém.

A morena chegou às proximidades da divisão bem rápida, porém não teve coragem de ir para o esquadrão, sentou-se no mesmo lugar que o encontrara a primeira vez, resmungando:

– E agora como eu faço? Vou ou não? Com certeza aqueles shinigamis irão me encher de perguntas e se aqui tiver membros das famílias nobres, estarei encrencada, pois prometi honrar esta família seguindo suas leis e seu líder!

Estava em seus devaneios quando sentiu uma pressão espiritual conhecida e ouviu:

– Pensei que honrasse teus compromissos, princesa Kuchiki?

– Gomen nasai, mas ocorreu um infortúnio e não pude comparecer, mas como terei certeza que não irá tentar me prender?

– Para que? Para você se teletransportar quantas vezes for necessária, princesinha! – responde o taichou, com desanimo.

– Ainda bem que estás ciente disso. Mas porque me chamas assim?

– És assim que te chamam na Sereitei agora, princesa Kuchiki, então é assim que você é sem ser hollow? Faz jus aos títulos a ti dado, é belíssima pequena!

– Até você agora? Capitão, vim visitá-lo e não ser cortejada, estou enfadada disso. Ah! Trouxe-te algo como pedido de desculpas, espero que goste, fui eu mesma que preparou. – disse a morena com um brilho nos olhos.

Mayuri sentou-se ao lado dela, não se lembrara em nada já haver feito aquilo antes, mas a presença da menina o agradava.

– você cozinhou para mim! – exclamou com surpresa.

– Porque, achas que não sei cozinhar? Que minha vida é ficar em jantares, chás, lendo alguma coisa sobre moda, viajando ou cuidando da beleza? Não mesmo, sou ótima dona de casa! Diz orgulhosa e ao mesmo tempo brava.

– Não quis ofendê-la, é que os membros de sua família são muito como posso dizer... Peculiares, e nunca ouvi dizer que uma Kuchiki fosse para a cozinha, vivem rodeadas de criados, não que isso me interesse. – responde o homem.

– Vai provar ou não? É uma torta de frutas, prove e seja sincero, Onegaishimasu. Pede a menina com uma carinha bem kawai.

Mayuri a olhou incrédulo, não acreditava no que estava acontecendo, sucumbindo aos caprichos de uma fêmea, ainda mais tão jovem, porém belíssima e muito interessante, ficou desconcertado diante de tal pensamento, detestava que Lhe faltassem com a palavra, mas para ela não fora capaz de dizer nada muito menos odia-la. Apenas provou o lanche por ela servido.

– Hum?! Parabém, fêmea, não é nada modesta em dizer os teus dotes, estás muito bom.

– está falando sério? Você foi a primeira pessoa para quem cozinhei desde quando cheguei. – diz alegre.

– Então devo me considerar privilegiado, não irá comer também?

– Hã? Claro, ainda nem fiz meu desjejum, vim logo ao teu encontro, pois me disseram que rodeavas as proximidades da mansão. Mas por quê?

– É que, que, eu não saberei te responder agora, senti tua falta sem razão nenhuma, e só nos vimos àquela vez, é meio confuso para mim. - respondeu sem graça e com raiva. ‘ o que ela irá imaginar de mim agora?’ pensava consigo.

– Que me tornei alguém importante para você, que mexo contigo e isso me faz muito feliz, Arigatou gozaimasu! – respondeu a pequena sem se dá conta que ouvira o pensamento do capitão que levara um grande susto com a descoberta:

– Você pode lê pensamentos?!

– hããã!!!! Não pode ter acontecido outra vez!! Desculpe-me eu não queria!

– Calma então isso não ocorre normalmente?

– Não, nem queria possui tal habilidade, por isso não a desenvolvo, é muito deselegante invadir a privacidade dos outros, não irá mais acontecer. – fala chorosa, terminando de degustar seu pedaço de torta.

– É incrível, agora entendo por que os Kuchiki a esconderam esse tempo todos, és excepcional, menina, digna de ser estudada. Daria um ótimo experimento. Diz com um sorriso sinistro.

– Se falar isso de novo, eu irei embora e não me verás mais. - Altera-se a morena.

– Não! Já me bastou esses dias que ficaste longe, gosto de tua companhia. – declara levando a mão ao rosto da menina que ficava rubro, a olhando profundamente, tentando decifrar os segredos daqueles orbes castanhos.

Órion flamejou de tão vermelha, não acreditava no que estava acontecendo: ‘ como ele ousa me fazer isso, mexer comigo assim? Só By-sama me deixa desse jeito. E agora esse homem que nem conheço o rosto, que se pinta para esconder algo, chamado por muitos de louco me deixa sem ação. Embora muito me intrigue esse comportamento, sendo até atraente, eu devo está louca, pensando isso!’ Órion simplesmente tem uma síncope e cai nos braços do louco taichou, que ficara a ver navios com a reação da menina.

– Será que infringir algum limite ou ela está doente?

Órion levanta rápido ao ouvi-lo e pede perdão pelo seu ato bobo, porém o capitão faz o mesmo, não queria constrangê-la.

– É melhor eu ir, já é tarde e creio que tens tarefas a cumprir, sem contar que se By-sama não me achar em casa, a bronca é grande, terei que ouvi todo àquele repertório de regras e comportamentos de como uma dama deve ser, ele já saiu bravo por que não acordei A tempo para o café da manhã.

– Virá outra vez? Pode entrar sem cerimônia, se algum idiota te impedir podes mandá-lo para os ares.

– Posso mesmo?

Mayuri assustou-se com o olhar assassino de Órion ao perguntar isso e somente responde:

– Tens o meu consentimento, adorarei ver tal cena.

A pequena se alegra e repete o ato do primeiro encontro, dá-lhe um beijo na glabela pintada e some dizendo:

– Sumimasen, Sayounara!

– Onegai! Volte logo. Diz observando que o dia já se fazia alto e deslocou-se sorrindo insanamente para o esquadrão, com o vasilhame de torta em mãos.