Órion! The Clan Hope Kuchiki

Tansui no Hana: simplesmente divina!


Em sua casa em Rukongai, enquanto tentava dormir, Hakurei é visitado em sonhos ou pesadelos por um ser que se misturava à noite, em meio ao caos e breu das trevas, a única coisa que ele distingue são dois olhos rubis em chama: - quero que você treine minha criança. – falava a monstruosa voz.

— A-Apsu?! – apavora-se o homem.

— Treine minha criança. – continuou a voz em meio as trevas.

— Sua Criança?!! Falas de Miyoshi?! E o que ganharia a treinando? Isso não deveria ser trabalho do líder dos Kuchikis, ou ela já não deveria saber tudo naturalmente? Eu não tenho experiências em treinar avatares, acho que isso é tarefa daquela taichou chamada Tsukishirou. – elucida o homem sem muito interesse.

— Não parece demonstrar interesse, Caçador. Você tem muita experiência em combater hollows e demônios, estar mais que apto para o trabalho.

— Há muito tempo não ouvia esse apelido, ao meu ver, ela não parece ser muito forte, Shouri a ultrapassa fácil e foi treinada desde pequena. Já Miyoshi, é muito serena, delicada e meiga. Não parece ser a mesma Órion de anos atrás. Detestaria machucá-la, ela poderia morrer – explica Hakurei.

— Que assim seja. Apenas faça o que ordeno e no final serás bem recompensado. Ao contrário dos meus irmãos, eu cumpro minha palavra. – ordena Apsu e desaparece.

Hakurei desperta espantado, sudoréico, o coração palpitando e a respiração desenfreada: - Mas que raios foi isso?! Onde fui me meter dessa vez?! Para conversar com a face a face com o deus das trevas?!

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Entre colinas e arvores, ressoava tilintares de laminas, barulhos de kidous e golpes de alguém sendo lançado à distância, além de gritos de dor.

Fazia uma semana que Miyoshi estava sob os cuidados de Hakurei Mikaido, este por sua vez, decide treiná-la, para que despertasse todos seus poderes de como ordenou o deus do caos e das trevas.

— Vamos, levante-se. Deixe de moleza, não me faça pensar que foi uma perda do meu precioso tempo treinar você. Sua irmã é mais forte e decidida do que você. – incitava o homem lhe jogando longe, apenas com a movimentação do ar que sua alabada fazia.

Miyoshi vai de encontro com uma grande rocha, tenta levantar com dificuldade, puxava o ar com força, doía respirar, os membros tremiam: - Ela não é minha irmã!! E, e... nã-não me compare com ela. – falava a jovem entre os dentes.

— Orgulho idiota, esse de vocês Kuchikis. Cuide logo. Não tenho a eternidade, ainda quero achar uma esposa nessa vida e você com sua moleza me atrapalha. – Replicou e ficou fitando a menina ainda no chão.

— Eu não pedi para você me treinar, você que insistiu, seu grosso, idiota, rude. – grita a menina se pondo em pé com dificuldade: - e se por acaso ainda não és casado, é porque somente uma louca casaria com você, além do mais, estás buscando companheira em uma família que não tem lugar para você e você não é digno dela. – grita a menina com raiva.

Hakurei franziu o cenho diante daquelas palavras - Vejam só?! A ratinha de laboratório fala. Talvez Mayuri tinha razão em deixa-la na criogenia por três anos, você é fraca e inútil, com certeza uma das maiores decepções dele. Não se compara à rainha que um dia foste, poderosa, destemida, aterrorizante, decidida. Até que para um shinigami de classe baixa, você vai bem, mas para uma avatar... não passa perto, não passa de uma carregadora de papéis, um zero à esquerda. – gritava Hakurei para ver a reação da garota.

— Não diga mais nenhuma palavra seu verme!!! E se você quer tentar a sorte comigo, perdeu tempo! – grita Miyoshi seguindo em sua direção. Mas, antes que ela erguesse sua zampakutou.

Hakurei lhe pegou as mãos, e com o cabo da alabada lhe acerta o estomago. Miyoshi cai de joelhos. – Imagine?! Eu querer algo com um clone, ainda mais um cheio de defeitos, você nem ao menos é uma Kuchiki nascida. Não passas de um mero clone de uma mulher extraordinária, coisa que você jamais será!! – fala o nobre irritado, Hakurei a fere o flanco direito com um pequeno golpe de sua arma antes que ela levantasse, em seguida a lança longe com um forte ataque na barriga. Miyoshi foi jogada contra uns arbustos tortuosos a mais ou menos 100 metros de distância, desaparecendo em meio a vegetação de um dos montes não muito longe da propriedade de Hakurei. Quando tocou o solo, um galho pontiagudo lhe perfurou o flanco esquerdo, batendo a cabeça com força em uma rocha.

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Miyoshi desmaiou por alguns instantes, despertando devido à dor. Nesse justo momento, um odor fétido embriaga todo o arvoredo, a menina sente náuseas: - Mas que fedor insuportável. – declara arfando, levantando-se com dificuldade e arrancando o galho do seu abdome com um grito abafado: - maldito, como alguém pode ser tão rude assim com uma mulher?! – fala a garota vendo seu sangue escorrer, encostou-se em uma das arvores, a vista escureceu.

— Quem diria?! A favorita, a preciosa, a escolhida do Grão-mestre?! Aqui, sozinha e ferida? Há quanto tempo Hiru to yoru no musume?! – grasna uma criatura vil, com cabeça de peixe, chifres e uma calda de centopeia.

— Quem é você, criatura horrenda?! – indaga a menina enjoada.

— Sei que faz muito tempo, você estava morta e agora retorna, diferente e pelo jeito, fraca. Vim matar aquele de nome Hakurei e encontro você? Que sorte a minha. Levarei você para o Mestre e serei bem recompensada.- grasna o hollows.

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—Mas. Que demora?! O que ela estar fazendo lá ainda? Será que estar muito machucada?! Merda!! Devo ter exagerado falando aquelas coisas! É melhor eu ir ... – Hakurei assustou-se com agudo grito que ecoou por todo o lugar: - Mas o que é isso?! Miyoshi!!! – Hakurei corre gritando em sua direção, mas esbarra em uma parede invisível: - que diabos é isso?!

Miyoshi é lançada contra essa redoma invisível, a criatura a estrangulava com a calda, enquanto banhava sua lança em uma espécie de gosma que regurgitava pela sua boca de moreia: - talvez seja melhor matá-la, mesmo e para sempre. – dizendo isso o monstro insere sua lança envenenada no tórax da garota.

Hakurei assiste tudo sem poder fazer nada, a não ser gritar.

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Na Seireitei:

Byakuya estava em seu escritório no Rokunbantai, observava em sua mão, um pente dourado em forma de chou, cravejado com dois pequenos rubis. O qual ele guardava a sete chaves em seu bantai, este pertenceu a Órion, o qual muito ela usara como rastreador de energia espiritual. - Se ao menos você me levasse onde estar minha razão... - Nesse mesmo instante o broche parece criar vida e começa a bater as asas, o nobre fica impressionado mudando sua feição de gélida para espanto, porém ele solta a chou dourada e ela segue em direção da janela bem rápida e sai. Byakuya olha para porta do seu escritório, vira-se para a janela e sai atrás da chou dourada após alguns minutos a perseguindo, o broche em forma de borboleta para, o nobre a pega com as duas mãos e desaparece do Gotei 13.

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Em Rukongai:

Miyoshi é lançada mais uma vez contra a parede invisível, agonizando, com muita dificuldade levanta-se, encostando na abóbada, não escutava Hakurei aos berros do lado de fora. A garota agonizava com o veneno espalhando pelo seu corpo e o sangue escorrendo pelos ferimentos, todavia encarava o monstro, tentando manter-se de pé, a expressão de dor era clara em seu rosto pálido.

O hollow afasta-se para comtemplar a cena, enquanto regurgitava ainda mais veneno em sua lança, para um possível golpe final: - É melhor dizer adeus, Órion. – sorria insanamente.

Nesse momento surge Byakuya, na frente do monstro, com a chou dourada entre os dedos. Levanta o rosto e se depara com uma criatura horripilante, também percebe que já não estar mais no Seireitei. Por impulso, o nobre guarda a chou em seu quimono e desembainha Sembozakura.

— Maldição você ainda estar vivo?! A maldita cópia de Sora-sama não matou você. – berra o monstro o atacando.

— Cópia?! – Byakuya, repete confuso, mas sem demonstrar, mantendo sua feição apática e agora de nojo diante da criatura medonha.

— Não importa isso agora, eu mesma matarei você, e depois acabo de uma vez por toda, com Órion. – sorri insanamente o criatura.

— Ó-Órion?! – Byakuya ao ouvir o nome perde a feição gélida, e somente agora sente a reiatsu da jovem atrás dele, estava esvaecendo, virando-se lentamente, até que seus orbes plúmbeos encontram os olhos rubis. Inebriado com aquela sensação, o momento do reencontro tão esperado, queria tocá-la, abraça-la, senti-la, o nobre abaixou a guarda.

— By-sama!! Gomen nasai!!! – deixa a lagrimas caírem a jovem.

Mas os dois não estavam sozinhos: - Morra Byakuyaaa!!!! – grita o ser monstruoso, disseminando sua lança envenenada.

— By-samaaa!!!!

O nobre arregala bem os olhos, a boca semiaberta deixa escapar um gemido baixo, a expressão pálida e de espanto, o coração acelerado pela cena. O nobre cai com o impacto do dardo certeiro, o frio do metal encravado na carne. Ele sente o calor do corpo feminino encharcado de sangue: - Porque você sempre se arrisca, meu, meu... – ele a abraça.

Miyoshi aperta o enlace em volta do pescoço masculino e depois se afasta, tentando desencravar a lança, que lhe transpassara o delgado tórax, perfurando alguns centímetros do abdome do nobre. Miyoshi grita agudamente quando o hollow puxa o cabo cruelmente, caindo assim a jovem nos braços do nobre.

— Você irá pagar com tua miserável existência, verme. – fala o nobre entre os dentes, com a jovem nos braços.

— Não se preocupe, By-sama! – fala a garota com certa dificuldade. - Esse pobre coitado já estar morto! – Miyoshi agora estendendo a mão direita evocando sua zampakutou, se afasta de Byakuya e recita palavras indizíveis na língua humana, logo é envolvida por um grande par de asas brancas, irradiando uma grande explosão de luz e ar..

— O que você irá fazer maldita?! – desespera-se o hollow.

Byakuya sorri, esperava ver àquela transformação há muitos anos.

Miyoshi abre as asas, e se deixa à mostra, agora não eram apenas um par de grandes asas branco azuladas, porém dois pares, os longos caracóis agora negros como a mais escura e densa noite sem luar, esvoaçavam em torno da garota. Contrastando com a pele alva, os orbes rubis cintilantes e os lábios escarlates escondidos atrás de um lenço translúcido. Na cabeça, uma tiara prateada com três pontas e sobre cada ponta uma estrela. Do pescoço ao esterno, entre os ‘generosos’ seios, um largo colar de pérolas, que terminava em um grande diamante, preso ao bustiê de linho fino, branco que lhe vestia o tórax, sem mangas. Com o abdome despido, deixava à mostra um estreito umbigo. Sobre os largos quadris um cinturão de pérolas, do qual pendiam correntes de brilhantes, este possuía uma bainha na parte de trás para uma katana pequena. A saia godê de linho fino e branco, com aberturas frontais, que iam das coxas aos pés. Já estes calçados por sandálias tipo gladiadora de prata e couro branco com alguns detalhes em pérolas. Envolvendo ambos os braços, um fino e delicado harogomo translucido, cujas as pontas chegavam ao chão, nas mãos sua katana transformou-se em báculo negro, em seu ápice, um triangulo com três esferas uma em cada ponta, e no centro um grande rubi em forma de estrela, da base do triangulo, pendiam três fitas de linho com um pequeno sino cada uma em sua ponta. Miyoshi flutuava a dois palmos do solo. Miyoshi bateu com a ponta do báculo no chão, fazendo os pequenos sinos soarem: - me chamo Tansui no Hana, filha do senhor das aguas doces eternas, o equilíbrio do dia e da noite, a conservação do fluxo da vida, a juíza entre os deuses exilados, e você maldito, foi execrado e não terás absolvição e esta é tua condenação! – ela novamente bate a ponta do cajado no chão, e dessa vez o hollow queima espontaneamente, entre berros e impropérios.

Byakuya fica boquiaberto, confuso, não dava para disfarçar a surpresa e assombro ao mesmo tempo, esperava o estágio de anjo, jamais aquela, espécie de: - Co-como?! Eu esperava um anjo, não uma entidade...divina!!!

Após a pequena apresentação, a jovem de aparência celestial, volta a sua atenção para Byakuya: - o que foi By-sama, não gostou?!

— Você não é Órion, não é uma alma e muito menos humana, você é uma espécie de Tênyo ou, mesmo, uma deusa, é isso? – indaga o nobre confuso.

Nesse momento Hakurei cai de cara no chão, pois a redoma invisível desaparece, ele se levanta e diz: - Então por isso, Apsu chamou você de ‘minha criança!! Era muito esquisito você após um dia árduo de treinamento pesado, surgir no outro dia, sem uma cicatriz. Sem contar que você é o oposto de Kuchiki Órion, você é doce, serena meiga, enquanto Órion era temperamental, marrenta as vezes e orgulhosa, mas era belíssima também, assim como você. – suspira.

Byakuya arqueou uma sobrancelha ao escutar Hakurei, mas indagou a garota: - Então você é mesmo uma deusa, filha de Apsu?!

Tansui no Hana sorri deliciosamente, olha de forma adorável os dois homens à sua frente, balança as quatro asas delicadamente e depois plana para a direita: - Papai não errou em descrever vocês shinigamis, principalmente vocês dois, almas são tão emotivas e passionais. – elucida se aproximando do nobre levando ambas as mãos ao rosto masculino.

Byakuya meio que estremece com o contato, sentido a respiração da divindade bem próxima ao seu rosto, ela lhe beija a face delicadamente, tocando a língua quente na pele masculina que agora ardia pelo gesto. O nobre sentiu todo o seu perfume, que não sabia explicar o doce e inebriante aroma, o toque aveludado das pequenas mãos, por reflexo o nobre levou as suas mãos à delgada cintura feminina. Tansui no Hana, deixa-se cair nos braços do nobre taichou, desmaiando vagarosamente. Este lhe toma nos braços ainda em estado de torpor e já seguia rumo da estrada de Rukongai quando...

— Kuchiki Byakuya, minha casa é para o outro lado, esta jovem donzela estar sob os meus cuidados e eu quero explicações. – Fala Hakurei frustrado.

— Talvez você tenha razão. ela deverá descansar e assim acordar, tirá algumas duvidas, que tais acontecimentos têm deixados. - afirma o nobre Kuchiki com a jovem nos braços, agora em seu estado de kopanku, porem os longos caracóis continuavam negros.

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