Órion! The Clan Hope Kuchiki

Reminiscência parte 2: o sacrifício do silencio/ a dor da perda


Byakuya já desembainhava sembozakura e estendia sobre o corpo de Tsukishirou caído ao chão, fora do seu circulo, quando iria desferir o golpe mortal, alguém salta de entre uns arbustos se lançando sobre o corpo inerte, o encarando de olhos marejados:

– Nããõoooo! – grita protegendo a morena com o seu corpo.

– Saia da frente sua inútil, não interfira. – ordena o nobre possesso.

– Não, não deixarei que faça mal à Tsuki-chan, sei que o que ela fez foi errado, porém as outras duas consentiram! – grita Azuka chorando.

– Hã! Então você é parente dela? Ótimo, duas delinquentes a menos na Sereitei. Saia da frente menina petulante, se não quiseres morrer com ela.

Azuka não recuara, o encarava com raiva mesmo aos prantos, o nobre sabia que não poderia fazer mal a um inocente, mesmo sendo daquela família, utilizando um bakudou, a joga para longe, com isso já se preparava para alvejar a morena, quando é atingindo por um hadou, estatelando-se contra algumas rochas. Ao se levantar, encontra Ukitake a frente da morena, preparando-se para mais um ataque:

– Seu velho demente, ou você afaste-se ou morrerás junto com essa assassina. – o nobre já avançava em direção a Juushirou, quando recebe uma ordem.

– pare imediatamente Kuchiki taichou ou considerarei desacato. Tu o sabes bem que temos leis para isso e não se trata dos assuntos dos grandes Clãs, mas de shinigamis. A função do seu bantai é capturar e trazer ao Gotei 13 infratores e criminosos e não matá-los. - Fala Shunsui se interpondo entre os dois com Azuka nos braços: - onde estar tua índole? Pois estar a ferir crianças por capricho?

– essa é a nobresa dos grandes Clãs? Por isso minha lua os despresam. – elucida Juushirou com Hikari nos braços.

– Essa maldita matou minha Yuè e provavelmente Tsubaza que sempre lhe fora fiel, veja vocès mesmo o cenário macabro que ela contruiu para isso. – diz o nobre tremulo, tentando controlar-se.

– Tens certeza disso Kuchiki taichou, é uma acusação grave. – explana Shunsui.

– Testemunha, essa garota viu tudo, eu achei Tsukishirou aqui e a carta de Yuè não é o bastante? - Byakuya já falava rouco.

Juushirou olha o doce rosto de sua amada, os olhos marejam, então pergunta: - Azuka, querida tu viste o que este homem narra?

– Sim Juushirou-sama. Desde o que fizerem com a senhorita Rei... – a menina pausa-... depois Tsuki-chan fez o mesmo com a Kuchiki-sama, e queimou o seu corpo com um fogo verde e, e... – ela chora.

– E o que criança? Termine por favor. – incentiva o comandante.

– Tsuki-chan, gritou e chorou muito quando...quando descobriu que Yuè-sama estava grávida!

O nobre ao ouvir isso, fica estático, sem reação alguma, por alguns minutos seu corpo perde os sentidos e seus pensamentos voam, um filho? Yuè estava grávida, por isso o mal-estar e os desejos obtusos jamais ele desconfiara. Agora estavam os dois mortos. Após sintetizar a informação, seu coração pulsou forte e um sentimento de agonia, remorso, culpa e raiva o invadiram. Seu maior desejo, um herdeiro para levar seu clã adiante, não existia mais. As lagrimas rolam simultaneamente, o corpo fraqueja, não poderia suportar, ele olhou o casal a sua frente, viu o semblante do seu oponente triste comteplando a algós de sua família, nem mesmo ele acreditava. Ela teria que morrer a qualquer custo, avançou em sua direção. Porem shunsui intervira novamente, segurando firme nos seus ombros:

– Eu imagino sua dor Kuchiki taichou, porém não poderei deixá-lo fazer justiça com as próprias mãos, deixe a lei seguir seu rumo, mesmo que Ukitake Tsukishirou apresente provas contudentes, receberá a punição que merecer. Sei que deve ser horrível passar por tudo isso novamente, mas controle-se e deixe que a culpada dê seu testemunho, para tentarmos compreender a causa de tudo isso. – elucida Shunsui.

Ukitake ainda olhava incrédulo, não relacionava a personalidade doce, meida, benévola, gentil e amável de sua menina com aquela acusação, mesmo tudo contribuindo para tal. Ainda mais com suas melhores amigas, principalmente Yuè, que lhe era muito mais, haviam laços muitos fortes entre elas, amava muito sua lua branca, porém absorver e aceitar aquilo era doloroso demais.

– Eu sinto muito velho amigo, mas justiça seja feita, ela deverá pagar pelos seus atos. Azuka, você vem conosco, seu testemunho é crucial.

Shunsui se aproxima do santuário para pegar o corpo de Rei, porém uma barreira o impede, tenta inúmeras vezes inutilmente, mesmo com kidous: - mas o que é isto realmente?- Enquanto os dois capitães evitavam trocar olhares, se puseram a observar o local melhor, o silencio reino por alguns minutos, até:

– Não adianta senhor comandante, eu as ouvir dizer que essa barreira somente desaparecerá quando o feitiço terminar ou Tsuki-chan o desfazer, também disseram sobre um prazo que ele ficará ativo, justamente contado pela aquela ampulheta próxima a cabeça da senhorita Rei. – explica Azuka.

– Então assim que a tenente Tsukishirou despertar, deverá fazer seu depoimento e desfazer esse encanto.

Quando retornaram ao Gotei 13, ainda tentaram manter sigilo dos acontecimentos, porém em vão. Tsukishirou fora colocada em uma sela especial, a prova de kidous e com as mãos presas juntas, para não evocar sua zampakutou. Durante todo o processo Byakuya manteve seu aspecto apático, assim que deu seu depoimento e Azuka seu testemunho, se certificando que a jovem Ukitake não fugiria ao acordar, não pode mais aguentar, precisou de um tempo somente seu.

Ao chegar a casa, adentrou seus aposentos, o coração estava em pedaços, a garganta trancava, a respiração falhava, ajoelhou-se, não suportando mais aquela angustia, soltou sembozakura, tirou sua haori, a expressão de dor tomou conta do seu rosto apático, parecia sufocado com a repetição de tudo aquilo, pela terceira vez, primeiro Hisana, Depois Órion e agora Yuè com um filho que não sabia, sofrimento multiplicado, sonhos perdidos, mais uma vez estava só. Seu maior desejo, sua felicidade, seu amor, estavam mortos e não voltariam o destino bricava com ele, lhe dava e depois lhe tirava. A morte, sempre estava em seu caminho, lhe tirando seus tesouros, seus amores. Morte, uma palavra pesada, uma palavra carregada de dor, sofrimento, solidão, tristeza, se era difícil aceitar a morte de que já se sabia o fim, imagine perder alguém tão amado inesperadamente,. Almas elevadas como a dele, conseguiriam suportar essa perda, ele foi capaz duas vezes, contudo não esperava uma terceira e agora seria a ultima, raiva, medo, dor, vingança, desespero e culpa, eram esses os sentimentos que o preenchiam naquele momento.

Era isso que sentia e não ficaria assim, Tsukishirou pagaria, o havia hulmilhado, o afrontado, expôs seu nome e o seu clã ao ridículo, porém deliberou, pois não passava de uma criança tola, entretanto, aquilo era diferente. Ela tirou o seu amor, sua razão, seu maior sonho, pelo que não conseguira entender, não havia feito nada a ela. Yuè passara pouco tempo com ele, chegara repentinamente, todavia, fora o suficiente para transformar seu mundo, de tal forma de não conseguir se imaginar sem ela. Não aceitaria sua ausência, o peito apertava a cada lembrança da alba, o vazio inundando o seu ser, a sensação de perda, a repetição daquele trauma era insuportável. Desvaneiou por alguns minutos, chegando a pensar ser tudo um pesadeo, uma brincadeira de mau gosto, ouvindo um doce sorriso de criança e a palavra pai, sorriu doentemente, contudo, logo voltou à realidade e se deparou com o total desespero, as lágrimas rolaram, chegando a soluçar, a primavera, no seu final lhe tirou o que possuía de mais precioso. Com o pouco de sanidade que lhe restava, pensou um pouco: ‘ aquela misaravel pagará amargamente, nem que seja a ultima coisa que eu faça, ela sentirá tudo que eu sinto. ’

......

Tsukishirou desperta ainda zonza, tudo ainda girava à sua volta, a visão aos poucos voltava ao normal, tão logo o clarão que via dava formas ao seu redor, assim que recuperou totalmente os sentidos, assusta-se notando onde estava, era uma cela, olhando para abertura de entrada do ar, sentido o frescor da manhã, estipulou ser um novo dia, desespera-se. Ao tentar levantar-se cai da cama onde estava, reparando suas mãos presas, algo deu errado, Juushirou a levantou pondo-a sobre a cama novamente, ela eleva o rosto e reconhece o semblante triste e decepcionado do seu meigo taichou, o olhar marejado, olheiras enormes, aquele aspecto lhe partira o coração, ele estava sofrendo e por sua causa, meneou abrir a boca para falar, quando recordou do aviso de Chiharu que não poderia sequer esboçar uma palavra, até fazer sua passagem, salvo a entoação do cântico para mantê-lo ativo, baixou o olhar tristemente.

– Agora que você acordou minha lua, por favor, diga-me o que realmente acontecera me tire essa duvida que estar sufocando-me, pois ainda não acredito que tu fiseste isso com pessoas tão fiés a ti! Defenda-se ou será condenada, explique-me a razão daquele ritual macabro?

Ela apenas o fitou triste, deixando as lágrimas caírem.

– Por favor, conte-me o que de fato sucedera, pois se não me explicar, não poderei ajudá-la, diga-me quais razões tiveste para tais feitos. – implorava o doce taichou: - pois saiba que o testemunho de Azuka que a tudo assistiu é contra ti, assim como aquele maldito Kuchiki te acusa, porém ela não o fez por má fé, chegando a defendê-la daquele infame que por pouco não te matou. Querida, tu serás condenada e nada poderei fazer a teu respeito. – súplica o taichou.

Ela mordia o lábio inferior, olhando-o suplicante, aquela condição que ele estava a martirizava, o amava sem duvidas, porém, se quebrasse o silêncio, seria condenada da mesma forma e ainda por cima, o Cantico se desfaria, perderia as almas que dependiam dela e o destino do mundo seria incerto, agora tudo dependia de sua postura, de se manter forte e resistir, devendo achar uma forma de fugir e se prosseguir sozinha, sem contar com a ajuda do nobre, que entendera tudo errado. A morena vira o rosto para o lado, não o queria encará.

O mais velho compreende seu gesto, ela queria ficar só, então se levanta , Tsukishirou esperava ao menos um beijo e o fitou novamente, seus olhares se encontraram, desejosos, porém Juushirou sentia-se magoado com ela, pois havia sido excluído, deu-lhe as costas, já se aproximando da saída:

– Eu irei ao bantai, para ver como andam as coisas por lá, você será chamada para depor ao entardecer, estarei ao seu lado todo o tempo, porém somente poderei ajudá-la se me permitires, se me disseres os teus motivos. Trarei algo para comeres. Pense bem querida. – sai sem vê-la.

Hikari chora, ele estava decepcionado com ela, mas somente queria protegê-lo, talvez compreendesse quando aquilo tudo passasse, porém doía não poder contar à ele, mas como falar o que não poderia ser dito? Simplesmente teria que continuar calada e ser forte, suportaria tudo por amor a elas, com as mãos atadas não poderia conjurar sua zampakutou, sem poder falar, não adjuraria Duamoutef, talvez fosse sua condenação sua única solução, devendo ocorrer nos próximos seis dias, constituindo que deveria morrer através de sua lâmina.

Fazia quase uma hora que Ukitake a deixara, estava distraída com seus pensamentos, que não notara alguém a observando já há alguns minutos, com um olhar vingativo e execrável, não esperava tal visita, ao vê-lo assutou-se desesperadamente, saltando da cama. Byakuya a fitava de forma assassina, transpirava ódio, estava transfigurado, ele ordenou que abrissem a cela e que os deixassem a sóis, sendo obedecido. Tsukishirou tremeu, se afastando a medida que o nobre se aproximava, sendo acuada em um canto, ele chegou bem perto, sua presença espiritual pesada e carregada de sentimentos ruins, ela ainda arriscou sair do canto, porém a mão masculina a prendera pelo pescoço, a forçando contra a parede.

Hikari tentou afasta-lo sem êxito, Byakuya apertou ainda mais a garganta feminina, suas mãos tremiam, como se relutasse consigo mesmo, seu resquício de razão contra o furioso coração, a deixando com a metade da capacidade respiratória, não poderia gritar, tentou mais uma vez afasta-lo inutilmente.

– Não adianta gritar, estas em minhas mãos sua vida inutil, poderia mata-la agora e satisfazer o meu desejo de vingança, porém tu não sofrerias o que eu estou passando, a morte para você seria uma libertação e quero que sintas o meu sofrimento.... – ele fez uma pausa, a voz saiu rouca...- Eu não compreendo, mesmo consentido por ela, eu jamais esperava isso de você! Eu comecei a te admirar, a compreendê-la, e tu me fazes isso, tirando de mim o que eu mais amava o que eu mais desejava?! – ele aperta ainda mais o pescoço da morena, que gemeu abafado, a procura do ar, levantando-a do chão: - era isso que querias me dizer naquele momento? Mas e toda aquela historia do Hueco Mundo e da Montanha da Neblina, eram mentiras?Yuè te mava de um jeito tão especial e nem ao menos sei o porquê?! Até a imprestável da Tsubaza que te seguia cegamente, era uma shinigami valorosa, embora jamais admitiria.

Ela ofegava, gemeu baixo e profundamente, o nobre não compreendera a carta de Yuè e a mataria ali mesmo, o idota não entendeu o verdadeiro sentido de tudo aquilo. O ar faltou, os sentidos ficavam confusos, porém algo estranho acontecera, o nobre soltou seu pescoço, ela respirou fortemente, deixando-a sentir o solo por alguns instantes.

Todavia, logo em seguida a imprensou contra a parede novamente, levando uma das mãos à sua cintura, enquanto a outra lhe acariciou agressivamente o rosto, a jovem empalidecera diante daquela ação inesperada, ele colocou um dos joelhos entre suas pernas, descendo a mão pelo ombro feminino, apertando sua cintura, escorregando-a pelo suntuoso quadril, deslizando pela coxa alva, erguendo-a na altura de sua pelve, apertou violentamente, maculando a pele alva, a morena chorou de raiva e medo, relembrando do futuro de Órion, teria passado por aquilo já que não o amava? Hikari virou o rosto, porém o nobre levou a mão até a face feminina e a inclinou grosseiramente para cima, ela lamentou ainda mais, imaginando o próximo ato do capitão, ele estava fora de si. E a beijou de forma agressiva, forçando sua língua na boca feminina, quando a deixou sem ar, lhe mordeu internamente o canto da boca, lhe arrancando o sangue, depois a deixou cair ao chão.

Hikari deixa as lágrimas caírem, cheias de ódio, sentindo-se incapaz, vulnerável, salivando sangue, salivou e limpou os lábios varias vezes, quando enfim, recuperou o ar totalmente o fitou com raiva, queria matá-lo, o odiou ainda mais, ao lembrasse-se de Juushirou, pranteou desesperadamente, sentia-se impura, pecadora, adultera.

– O que foi? Não podes falar, mas sem língua não estás, isso eu garanto! – fala irônico: - eu a farei sofrer, se você não for condenada a morte, sua vida será um inferno! – ele sentiu-se bem ao ver o estado em que a menina ficara.

Ela o fitava com mais raiva ainda, esputando na face dele saliva e sangue do ferimento por ele feito. O nobre afastou-se, limpando o rosto, sorriu desdenhoso, estava satisfeito, ela estava sofrendo, ele a subjugara e humilhara.

– Kuchiki taichou! O que fazes aqui sozinho com ela? Sabes muito bem que não podes te aproximar de Tsuki-chan, por favor, saia? – pede Shunsui: - aqueles incompetentes não deveriam ter deixado isso ocorrer.

– Que seje, já conseguir o que queria e somente desejo que a justiça seja feita. – elucida o nobre saindo.

– Estar tudo bem com você menina? – pergunta vendo seu estado alterado e sentada ao chão chorando.

Tsukishirou nada disse e continuou de cabeça baixa.

– Bem, pequena tens até a tarde para falar, se não, permanecerá contra ti a acusação de Kuchiki taichou e o depoimento de Azuka, que não o faça por mim ou outro, mas pelo seu capitão que tanto te ama, meu amigo não suportará outra perda. Você é tudo em sua vida.

Tsukishirou desata em lágrimas ao ouvir aquilo, porem nada poderia fazer. Juushirou retornou, contudo Shunsui nada discorreu do ocorrido em sua ausência, a tarde chegara e a menina nada relatou, preocupando o doce taichou, que já havia pedido a Mayuri que estudasse o caso e descobrisse do que se tratava aquele ritual, na tentativa de ajudar Hikari, se não desse certo só restaria uma única solução, fugir com a morena.