Órion! The Clan Hope Kuchiki

O passado que retorna ao presente.


O sol já estava em seu cume mais elevado no céu, os três aventureiros se aproximavam de uma pequena vila:

— Podemos parar um pouco? – indaga Órion encruzando os braços: - estar muito quente e sinto fome.

— Kuchiki Órion?! Onde estão seus modos? isso é o resultado de andares com certas pessoas. – indaga Byakuya perplexo. Hakurei apenas o fitou com desprezo ao ouvir isso.

— Ficou há léguas atrás, quando quis tomar banho naquele riacho e o senhor não deixou. – responde fazendo bico.

— Estavas tu despindo-te na frente deste homem. – explana o Kuchiki entre os dentes.

— Não seria a primeira vez que Kuchiki Órion banha comigo num rio e tampouco será última. – fala Hakurei com desdém.

— Como?! Kuchiki Órion, explique-se agora mesmo. – ordena Byakuya irritado.

— É, é melhor deixarmos essa conversa de lado e nos concentrarmos na missão?! – fala a jovem com um sorriso sem graça: - aliás, nem faz tanto calor assim... – Órion parou bruscamente na frente dos homens, com olhar de espanto e rosto pálido, deixando os dois desnorteados.

— Órion, minha criança o que foi?! Estás pressentindo algo? – indaga Byakuya em tom sereno, porém já demonstrando preocupação em sua feição.

— Kuchiki, não vais ficar fazendo ‘charminho’ somente porque teu pai está conosco... – hum?!..._ deixa escapar Hakurei, empacando diante da moça: - Desculpas! – diz o nobre de olhos cinzas: - É isso então!! – exclama ao sentir o aroma da jovem.

Órion fica vermelha: - não se aproxime de mim Hakurei. – ordena a jovem Kuchiki, agora tremia: - tinha que ser logo agora...!!!

— O que estar acontecendo contigo minha criança, fale para mim?! – indaga Byakuya novamente já perdendo a face serena.

— Menstruação! Coisa de mulher, aquela semana do mês! você decide como chamar. – revela Hakurei sem um pingo de cerimônia.

Órion fuzila o nobre de orbes celeste com raiva: - Seu desgraçado, grosso, seu bruto, sem noção... – abaixa o rosto vermelha.

— Querida!! Porque não disseste logo que era apenas isso. Não deves ter vergonha de algo tão natural, porém, que não pode ser ignorado. Criei duas belas mulheres, as quais nunca fizeram cerimonias em relação a isso. – fala o nobre capitão docemente a beijando na testa: - Vamos procurar um lugar para ficar por um tempo. Você precisa descansar. – Byakuya a pegou nos braços delicadamente, enquanto sua amada filha lhe abraçava o pescoço.

— Des-desculpas... otou-san. – sussurra Órion ao ouvido do pai.

— Pelo que?! Por ser esse ser maravilhoso que você é, não tem com o que se desculpar. – sorrir o nobre docemente. Nesse momento Byakuya olhar gélido para Hakurei e indaga: - Hakurei-dono, tem algum lugar descende nesta vila?

Hakurei se assusta com a mudança repentina de feição e tonalidade de voz: - Nani? Hum?! Digo, há sim, é uma vila de agricultores, mas há uma ótima hospedaria. – ‘como é que pode? Nunca o vi agir de forma tão doce e serena, com outras pessoas, sempre fora compreensivo e atencioso com Ária e Shouri, mas não em um nível assim!’ – pensava o grande homem de mechas cinzas, enquanto seguia os Kuchikis.

...........

Na mansão Kuchiki:

— Oi, Ária?! Como estar se sentindo? – indaga Tansui aparecendo nesse momento na frente da alba.

— Mi-minha senhora?! Que honra!! – exprime Yui fazendo referência.

— Tansui-sama!! Que bom que veio, eu, eu ..... – começa a chorar: - ....não sei o que fazer!! Não me arrependo do que fiz, mas...estou... em apuros, quando meu pai souber...vai...vai me matar!!! – berra a menina, sentando-se na cama.

— Alguém mais já sabe? – indaga a pequena deusa.

— Somente essa raposa velha, de quem nada escapa! – chora novamente a Kuchiki apontando para a velha criada.

— Senhora o que faremos?! – indaga Yui apreensiva: - Byakuya-sama, não vai tolerar mais nada que cause desonra para esta família.

— Eu...eu não quero perder meu b.... - Ária chora novamente, levando ambas as mãos ao ventre. – O otou vai me matar dessa vez, ele jurou que não toleraria mais uma desonra ao Clã.

— Você não poderá ter esta criança... mesmo sendo ela um ser inocente, ainda assim, é fruto de um pecado, e para concebê-lo, toda verdade teria que ser revelada e isso traria ruína a esta família e para outras vidas. – revela Tansui no Hana.

— Co-como?! Eu não quero perde.... – chora a jovem Kuchiki desesperadamente, enquanto Yui a abraça.

Tansui vê o sofrimento da primogênita de Byakuya, não seria justo ela pagar sozinha e muito menos sacrificar uma alma inocente por ordens que Ária apenas obedeceu, sendo que tudo foi para a continuação do Clã: - Ária! Se acalme! Verei o que faço. Somente preciso de um pouco de tempo, até lá, ninguém, nem mesmo Órion Shouri pode desconfiar. – ordena a jovem deusa: - irei visitar uma pessoa, porque na atual condição que me encontro, não posso fazer muita coisa e meus poderes estão limitados agora. – fala a jovem deusa alisando o ombro direito, triste.

Antes que Tansui fosse embora, uma criada bate na porta do quarto e avisa: - Ária-sama, há uma visita para minha senhora.

Yui já iria mandar despachar o inoportuno, quando Ária pergunta: - quem me procura?

— Ukitake-taichou, senhora. O que digo a ele? – avisa a criada.

Ária olha para Tansui em interrogação: - minha senhora o chamou?

— Não me aproximo desse homem há meses, porém deixa-o saber, alias, ele teve parte nisso, mas a ninguém mais revelarás o que estar acontecendo. – revela a jovem deusa e desaparece.

— Mande-o entrar. O esperarei em meus aposentos. – ordena Ária.

— Hai, Ária-sama. – responde a criada e sai.

— Mais aqui menina?! Receberás um homem em teus aposentos nesses trajes? – indaga Yui perplexa.

A Kuchiki a encara com um olhar marejado levando as mãos ao ventre.

— Entendo agora! Mandarei preparar o chá que ele gosta. – fala a velha criada beijando a cabeça da jovem: - Minha menina travessa, você se sobressaiu sobre tuas irmãs em se meter em problemas!! Mas, vamos superar isso logo!

..........

Enquanto isso, nos campos dos pessegueiros silvestres:

Órion Shouri estava colhendo alguns brotos de pessegueiros, aproveitando para se deliciar com as frutas da última floração:

— Não acredito que ainda há pêssegos aqui!! E tão docinhos, a nee-chan vai amar. Vou pedir para a senhora Yui fazer aquela geleia que eu amo.... o quê... – Órion Shouri desvia bruscamente para o lado enquanto o fruto que segurava é alvejado por uma flecha decorada com penas: - quem estar ai?! – grita assustada, deixando o cesto que carregava no chão, evocou sua zampakutou: - Responda maldito ou irei atacar.

— Acalme-se, meu bem!!! – fala uma voz feminina docemente.

— Quem, quem é você?! Apareça. – ordena a jovem com raiva.

Uma silhueta delgada e elegante andando em passos lentos sai detrás de uns arbustos: - Que carinha é essa, meu amor!!! Não lembra mais de mim?! - fala a mulher decepcionada: - E pelo jeito, teu pai falhou na tua educação...

— Vo-você?! Não pode ser?! – revela Órion soltando sua katana no chão em espanto, recuando um passo.

— Isso mesmo, sou eu...sua mamãe, amor!!! - responde a mulher de longos cachos prateados e olhos glaucos.