Órion toma posição de combate e encara ferozmente sua oponente: - Então foi você que enviou aquele maldito hollow para assassinar By-sama?

– Na verdade, não! A minha intenção era chamar sua atenção e te separar dele. Alias, separar todos vocês. E eu consegui.

– O que queres mesmo com a extinção do meu Clã? Que vantagem terás nisso? – indaga a morena, levando uma mão ao ombro, doía.

– É! Tenho que confessar, você é mais resistente do que eu pensei. Uma alma normal já teria sucumbido ao veneno, enquanto seu corpo estar tentando se regenerar!

– Veneno?! Maldita!! Ousaria matar minha família de maneira tão covarde?!

– Antes, eu tinha um único objetivo, que era fazer seu amado By-sama sofrer por ter rejeitado meu amor. Mas agora, eu desejo acabar com todo seu maldito Clã, mas primeiro destruir você, tanto alma como espírito, você tornou-se um grande obstáculo em nosso caminho. Até tentei convertê-la à nossa causa, mas seu sangue e seu destino falaram mais alto a tornando um empecilho. E hoje eu porei um ponto final no meu erro que foi em não te matar quando era uma criança apenas. – a arrankar avança possessa: - você somente deveria obedecê-lo, era somente isso que ele impôs, em compensação eu a criaria como minha, bastava você manter-se afastada do seu Clã e do Byakuya.

– Mas do que você estar falando?! Eu não a perdoarei por tentar matar By-sama, por me desviar da minha missão por tanto tempo e por ameaçar a nee-chan. Yorukami! – katana se materializa na mão direita: - Kinshei unmei! – a lâmina se desfez suavemente, deixando a morena aparentemente sem proteção alguma.

A hollow preparou o bote, porém assim que se aproximou de Órion, uma nevoa negra se condensou em estacas à sua volta, ferindo a arrankar no flanco esquerdo e ombro, lhe arranhando o rosto, ela recuou rapidamente, encarando a menina com mais raiva:

– Maldita! Por que não sai de tua bolha e luta honradamente? – instiga a hollow, observando que nada poderia fazer enquanto a Kuchiki permanecesse dentro daquele casulo invisível.

– Desde quando luta justamente? Repare o que você vem fazendo todos esses anos, e falas em honra?

– bem se eu não posso me aproximar farei você sair: - Sasori oni! – a lança da mais velha desaparece, começando ela a sofrer uma mutação.

– mas o que é isso?! – assusta-se a morena, que já temia o pior.

Sora foi envolvida por uma gosma cinza, instantes após, resurge metade mulher, metade escorpião, da cauda afiada instilava um liquido corrosivo: - você lembra-se dessa frase, ‘um ótimo dia para morrer!’ era o que dizíamos, quando a levava comigo para as caçadas. – termina o hollow lhe jogando um jato de ácido.

Órion desfaz seu casulo e afastasse velozmente, evitando ser queimada. No lugar onde estava derreteu até as pedras: - Então essa é sua forma extrema! – porém, logo Órion salta sobre as rochas evitando uma chuva de ferrões: ‘se continuar assim, eu morrerei a qualquer momento. Eu não posso ficar somente fugindo, mas o meu ombro não cicatriza! Se continuar nesta forma nada poderei fazer sobre isso.!’

......

Não muito longe dali: - Essa pressão é de Órion! Estar lutando, mas com quem... essa reiatsu é daquela maldita! – Byakuya acelera o passo.

......

Órion desequilibra-se e cai, sendo atingida na coxa direita por um ferrão, grita ferozmente, o veneno parecia-lhe lhe corroer o fêmur. O que acontecia de fato.

– Assim você me decepciona! Anos de dedicação desperdiçados! Não creio que você esqueceu tudo que te ensinei?! – desdenha a arrankar: - mas já que é assim, apenas lhe farei um favor, lhe matando rapidamente e para sempre.

......

– Meu senhor, Órion-sama irá morrer! – elucida Jibrail atônito.

– Jibrail, acalme-se, Órion tem que conhecer a morte para assim, despertar todo o poder que lhe confeccionei, ela tem que retornar às memórias passadas! Se ela não conseguir isso, não é merecedora da minha benção, de ser a geratriz do meu recipiente. – elucida um ser de olhos rubi, assistindo tudo de sua dimensão particular.

.......

– Porque não consigo me mexer?! – Órion tentava levantar-se em vão.

– Que lastima! Tanto tempo desperdiçado com você, para que nem um duelo descente me proporcionasse, que decepção! E não conseguiria, meu veneno não só corroí a alma, como também o espírito, paralisando todo o seu kopanku. É deprimente que a princesa das avatares, a herdeira Kuchiki morra de forma tão deprimente. – Sora armou seu aguilhão e mirou insanamente o coração da menina caída.

– Eu, eu, eu não acredito que este será o meu fim! Onde estar Apsu? Onde estar By-sama? Morrerei sozinha outra vez?! – Órion fechou os olhos, esperando o seu fim, a coxa já deixava à mostra o fêmur avermelhado.

Sora desferiu o ultimo ataque penetrando fundo o tórax da jovem, ejetando litros do seu acido no coração que entrava em colapso e derretia-se a cada segundo. Órion não gritou, não gemeu e muito menos chorou, perdeu a consciência no momento que a arrankar instilou os primeiros milímetros do seu acido mortal.

– Órion?! – chegava alguém afoito.

A hollow virou vagarosamente para o recém-chegado com um sorrido assustador, mexendo a cauda aracnídea, com o corpo da jovem dependurada no seu aguilhão: - Meu querido Byakuya, creio eu que você chegou tarde novamente. Mas não se preocupe, ela te deixou um recado...

– Ó-Ó- Órion.... – o nobre cai de joelhos estático, não acreditando em seus olhos, seria uma alucinação, uma ilusão feita por aquela mulher?

– Ah! deve estar pensando ser uma mentira. Então pegue-a, essa carcaça não me serve mais. – fala a arrankar jogando o corpo da jovem em seus braços.

Byakuya a pega rapidamente, tocando-lhe o rosto pálido e lábios roxos, viu a face serena da jovem, como se já esperasse a morte, como se desejasse aquilo! E mais uma vez, ele havia falhado com ela, não a protegeu, toda sua esperança morreria ali, junto com ele.

– Você vai ficar somente olhando? Não irá vingar sua preciosa Órion? Ficarás parado para me facilitar o trabalho de te eliminar também, acabando assim com meu sofrimento? – indaga a hollow, esperando que o nobre fizesse algo.

......

– Nãooo, não pode ser verdade!não pode ser, nee-channn..... – desesperou-se Ária chegando nesse momento e encontrando a irmã morta nos braços do pai. – Otou? Otou, por que o senhor não protegeu a nee-chan?! É assim que o senhor diz que a ama...

Um estalo se fez entre os dois, ressonando entre as rochas, Ária caiu a dois metros de distancia do pai, os olhos do nobre estava encharcados, ele tremia com sua pequena nos braços: - quem é você para me falar de amor? Não passa de uma menina mimada que eu criei muito mal, ardilosa e cheia de caprichos, que infernizou a vida de minha...minha... – o nobre desabou sobre o corpo inerte, deitando a cabeça sobre o busto ensanguentado.

– Byakuya você estar louco?! – pergunta Hakurei incrédulo não acreditando no que via Órion morta e Byakuya descontrolado, porém não esperou resposta do nobre e muito menos correu para acudir Ária, encarou ferozmente a arrankar: - Desgraçada! Tudo isso é culpa tua, nem que eu morra hoje, mas levarei você comigo!

– Que sorte a minha! Todos vieram, me facilitando o trabalho de mata-los.- Elucida a arrankar em extrema satisfação vendo a desunião dos principais membros do Clã, a morte de Órion e o sofrimento do orgulhoso taichou: - Você nunca foi pálio, para mim Hakurei Mikaido, hoje morrerá com esse maldito Clã.

– Essa luta não é tua Hakurei, deixa-me vingar a morte de minha amada, para somente depois, eu morrer! – Byakuya seguia vagarosamente já desembainhando Sembozakura.

– Detesto decepcioná-lo, porém tenho contas a acertar com esta maldita bruxa. – diz o nobre de cabelos cinza avançando.

Byakuya segue-o furioso, travando uma violenta batalha contra a mulher-escorpião. Enquanto Ária rasteja até o corpo inativo de sua irmã caçula, a abraçando, o nobre a deixara aconchegada sob uns arbusto envolta com sua haori.

– Gomen...gomen nasai...nee-channn.... – chora desesperadamente: - o otou tem razão, a culpa é toda minha!

.........

Estava escuro, não havia sequer um ponto de luz, por mais ínfimo que fosse, não havia som, não fazia frio ou calor: - estou morta então! Para onde vou agora? Que decepção morrer dessa forma?

– Quem falou que estás morta?

– Quem é você? É minha consciência?

– Abra os olhos e verás.

A morena obedece: - Você?! Onde você estava quando eu o chamei?- esbraveja.

– No mesmo lugar onde estava quando você clamou pela vida de tua irmã, no mesmo lugar quando requereste minha ajuda para matar aquele hollow e terminasse com tua sina, desfazendo a loucura que fizeste na tua primeira vinda, no mesmo lugar quando tua mãe pediu para que a protegesse e Teu Byakuya clamou por tua vida. – responde o deus das trevas.

– então porque me deixaste só novamente, porque permitiste que eu morresse sem cumprir minha missão? E por que me trouxe para cá agora que morri? – alterava-se a jovem.

– Para que você libere seus verdadeiros poderes, não me culpe por suas decisões precipitadas, vocês almas humanas são tão emotivas! Agora desperte e cumpra o teu propósito.

.......

– Porque você estar chorando nee-chan?! - indaga alguém acariciando-lhe as mechas prateadas.

– Isso é pergunta! Não ver que minha amada nee-chan mor... – a alba leva o olhar para a dona da pergunta: - Hããã?!!! Nee-channn?! – grita levantando-se caindo sentada: - Você estava morta!!!

– Estava, mas ainda não é minha hora! – responde a morena levantando-se e regenerando seus ferimentos, expelindo o veneno de dentro do seu corpo. Seguindo para próximo da irmã: - perdoe-o, By-sama não estava em sua razão perfeita. – explica passando a mão na mancha roxa da face branca de sua irmã, a fazendo desaparecer.

– Eu...sei...gomen nasai nee-chan! – ela abraça a mais nova.

– Não se preocupe. Agora deixa-me acabar com aquela maldita, pois tudo de ruim em nossas vidas é devido a ela! - Órion faz um gesto com uma das mãos e evolve Ária com bakudou: - não saia daí até que eu diga!

– Hai nee-chan!

Hakurei fora atingido por um aguilhão, enquanto Byakuya tem o braço direito ferido por um cero, os dois não eram pálios para uma arrankar milenar em sua forma extrema e conhecedora de ritos ocultos. Os dois avançaram novamente, porém:

– Sae! – elucida alguém se aproximando, fazendo os dois posarem com os braços presos às costas.

– Mas o que estar acontecendo... – Byakuya é calado com um beijo.

Órion enlaçou o pescoço do nobre, o beijando docemente: - Eu estou bem, não se preocupe, essa luta é minha!

– Órion?!! Como?! Eu não compreendo...

– Há coisas que não se explicam, simplesmente as vivenciamos. Eu te amo! – dizendo isso a morena cura o braço do nobre, ela segue em direção de Hakurei e o beija nos rosto, fazendo o mesmo procedimento: - arigato Hakurei-san! Empresta-me tua alabada, assim finalizo tua sina e dou continuação à minha tarefa.

O beijo em Byakuya deixou Sora possessa: - Desgraçada! Como ousas? Quantas vezes eu terei de matá-la para que você morra de verdade?!

Órion não responde, o que deixou a arrankar mais louca ainda, a morena se pôs diante dos dois homens, com a alabada de Hakurei nas mãos, ensaia uma dança estranha e exótica, pronunciando palavras quase inaudíveis, sendo envolvida por um enorme par de asas negro.

Byakuya, então recordou-se de quando ela fora apresentada para o Clã, onde a morena demonstrara suas dádivas e suas transformações.

– Ela estar? – indaga Hakurei perplexo.

– Sim, sua transformação hollow! – o nobre responde calmo com um leve sorriso, sem se preocupar dos braços pesos.

– Não! Não! Você não pode, não pode... – gritava Sora desesperada.

Órion abriu as asas negras, deixando-se à mostra, sua parte hollow ou segundo estagio, como chamava, nada menos que um vasto lord, era o que demais imaginavam, porém Byakuya viu a personificação do próprio deus Apsu: Órion trazia a pele escurecida como ébano, com alguns detalhes azul cobalto, as asas negras como a mais densa das trevas, uma cauda reptiliana, terminada em nadadeira de enguia, longas e mortais garras, o tórax coberto por um peitoral ósseo, um tapa-sexo de couro vermelho, longas mechas brancas contrastavam com dois ferozes orbes rubi incandescentes. Nesse mesmo momento, o colar do deus Anupu que Ária trazia no pescoço, esmiúça-se em pó, a deixando atônita.

Sora desesperou-se, pois sabia não ser aquela uma transformação hollow, senão uma avatar incorporada. Tentou fugir, porém, esbarrou em Órion, que já se fazia à sua frente, não se soube se ela usou o shumpo, o sonido ou mesmo o teletransporte, o próprio Byakuya não pôde dizer, tudo aconteceu em um breve piscar de olhos:

– Órion?! Querida, lembra-te que te amei mais que tudo, te criei como minha, se me deixar ir, juro que jamais importunarei tua família e ainda revelarei onde estar meu irmão! – suplicou a arrankar nervosa.

– Ao menos morra com dignidade! Você estava certa quando disse que hoje é ‘ um ótimo dia para morrer’, mas, para você morrer malditaaa! – grita a avatar partindo a hollow ao meio com a alabada de Hakurei numa velocidade absurda, não dando tempo para a mesma sequer gritar. Órion incendiou logo após o corpo dividido, com um tipo de Ketsune-bi, todavia este era negro como breu.

Em um determinado momento, o bakudou que envolvia Ária se desfaz, Byakuya e Hakurei libertam-se . o nobre mira na direção de sua amada e corre, Órion declinava inconsciente e já em sua forma normal, sendo amparada pelo nobre taichou, que a abraça forte.