É Você que Eu Amo
O inesperado
Ele não ligou.
Eu já não era mais a mesma. Mal saia de casa, vivia no computador esperando ele entrar no msn, o telefone tocava e eu corria para atender pensando que era ele. Dois meses sem uma ligação.
No sábado, a Jú não aguentou e resolveu me ligar. E como eu não sabia que era ela, mais uma vez corri em direção ao telefone.
-Alô? -eu disse esperando que fosse ele.
-Jess! Quanto tempo não falo com você…
-Ah, Oi Jú. -eu disse um pouco desanimada. A culpa não era dela, mas eu queria MUITO falar com ele.
-Hey, vamos no cinema hoje? Tá passando “Carros 2” e meu sobrinho quer ver e eu não estou a fim de ir com ele sozinha.
-Por que não chama a Fany pra ir contigo? Acho que ela está desocupada hoje e …
-Desde quando a Fany é minha melhor amiga? Quero ir com você. -ela disse me interrompendo.
-Mas…
-Nem mais nem menos Jessica! Você não percebe que esse menino está te prendendo?
-Ele não está me prendendo! -eu disse indignada.
-Então por que você não quer vir comigo?
-Eu não estou a fim ok?
Ela desligou. Ótimo. Eu estava sem notícias do menino que eu gosto e tinha perdido minha melhor amiga.
Depois de 10 minutos, a campainha tocou. Minha mãe atendeu, já que eu estava no segundo andar comendo pipoca e assistindo filme.
Alguém bateu na porta.
-TÁ ABERTA! -eu gritei um pouco impaciente.
-Jess? Onde você está? Aqui está escuro…
-Ah, é você. -eu acendi a luz. -O que quer?
-Você fica no escuro? Pra quê isso?
-Esconder meu rosto. -eu olhei pra ela.
Então, ela notou.
-Você ficou maluca? Olha como você está! Totalmente pálida! Você tem que pegar um sol.
-Jú, eu estou bem..
-Não está nada Jess! Para com isso. Vamos no cinema comigo, está um sol bonito lá fora, temos que curtir.
-Ai… Tá bom. Mas eu tenho que trocar de roupa. -eu disse sorrindo.
-Ok, eu espero.
Tomei um banho e vesti minha roupa. Muito tempo que eu não fazia isso.
-Vamos? -eu perguntei quando saí do banheiro.
-Jess! Você está linda! Vamos logo, ainda temos que passar na casa do meu irmão.
Chegando na casa do Fábio, estava a maior festa! Os outros dois irmãos da Jú (Carlos e Lucas) estavam lá com outros amigos fazendo churrasco.
-Você vão no cinema? -perguntou Carlos enquanto esperavamos o André, sobrinho da Jú, terminar de se arrumar.
-Vamos levar o André. -respondeu Jú.
-Posso ir também?
-A gente vai ver filme de criança, vai trocar um churrasco desse por um filme com o André?
-Ele é meu sobrinho também. E eu vim pra casa da mamãe por causa dele. (obs: Carlos e Lucas moram no centro do Rio do Janeiro.)
-Ah claro, também te amo tá?
Eu fiquei rindo da conversa dos dois. Queria ter um irmão pra brigar também.
-Já estou pronto. -disse o André. Ele tem três anos e é uma fofura.
-Vamos então. Você vai ficar aí né Carlos? -perguntou a Jú, pegando o André no colo.
-Eu vou com vocês. -ele respondeu empurrando a gente pra porta.
-Faça o que quiser. -disse Jú.
Pegamos um táxi e chegamos no shopping. Compramos os ingressos e pipoca, o André estava adorando tudo, era a primeira vez que ele ia ao cinema.
O André ficou sentando entre eu e a Jú e o Carlos do meu lado. O filme começou o no início eu estava achando interessante, até sentir uma coisa na minha mão.
Eu olhei e vi que não era o refrigerante. Nem a pipoca. Era a mão do Carlos.
-Você está tão linda hoje. -ele sussurrou no meu ouvido.
Eu fiquei sem reação.
-O-o-o-obrigada. -eu sussurrei sem me movimentar.
Ele começou a beijar minha bochecha. E mais uma vez fiquei sem reação. O que estava acontecendo comigo?
Ele se afastou e ficou olhando pra tela. Como assim?
Comecei a pensar de que o que aconteceu foi apenas um elogio.
Mas no final do filme, ele resolveu fazer de novo.
-Quer ficar comigo? -ele perguntou.
Isso estava mesmo acontecendo?????????
Eu fiquei quieta olhando pra cara dele. É obvio que eu não queria.
-Não precisa responder, eu sei que você quer. -disse e em seguida me puxou e me beijou.
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