À procura de Alguém

Uma nova companheira de moradia


Quando eu olhei para o Creeper, ele logo soltou a minha mão e se direcionou para um canto daquela caverna fria.

Eu estou confusa. Por que ele fez isso? Por que ele estava tão estranho? Mas que idiotice eu fiz...

Me sentei ao lado de Alfred e fiquei pensando no que eu poderia fazer. Cheguei a 3 opções:

Opção 1: Não falar com ele;

Opção 2: Ir na cara de pau perguntar para ele o que estava acontecendo;

Opção 3: Ir dar um beijo nele;

Não sei de onde tirei a opção três, mas eu acho que isso iria ser a pior coisa que se poderia fazer agora, provavelmente ele iria ficar mais confuso ainda... Fiquei em dúvida na opção um e na opção dois, mas preferi apelar para a opção dois mesmo.

Me levantei e fui em sua direção. O Pequeno olhou para mim com uma certa dúvida e um pouco de esperança. Ajoelhei-me sentando em cima dos meus calcanhares e falei:

— Creeper, por que você está assim?

Silêncio. Essa foi a resposta dele. Eu fiquei muito intrigada com isso.

— Por favor, dá para parar de me ignorar?

Mais silêncio ainda. Ele estava tentando me tirar do sério?

— Que foi? O ocelote comeu a sua língua?

Continuou quieto. Já basta. Botei as minhas mãos em seu ombro e comecei a sacudir ele.

— Por que você está tão estranho? Por que você não fala mais comigo? Isso me preocupa sabia? O que você quer que eu faça? Creeper, me desculpa, mas nós mal nos conhecemos, estava rápido demais...

Parei de sacudir ele — porque eu percebi que foi uma idiotice — e abaixei a cabeça.

— Me desculpe...

Fechei os olhos e comecei a derramar lágrimas.

Eu nunca devia ter conhecido ele. Eu não sirvo para ter amigos ou família. Tenho que ser que nem a minha espécie e ficar sozinha...

— Ender.

Escutei ele respirar fundo, logo depois ele levantou minha cabeça. Abri os olhos e lá estava ele pronto para dizer algo, quando ele para e fica me olhando por uns segundos e do nada balança a cabeça e fala:

— Eu quem devo pedir dessculpass. Eu fui um tolo. — Ele secou minhas lágrimas e continuou. — Sssó não falei com você, porque percebi a grande besteira que fiz e penssei que você poderia estar chateada comigo...

— Eu também pensei isso... — Fiz uma pausa. — Pensei que você estava chateado comigo e por isso eu não toquei nesse assunto até agora...

Olhei para o lado com um sorriso fraco no rosto. O Creeper não tirava os olhos de mim.

Aquilo foi interrompido quando alguém muito estressado adentrou a caverna. Era aquela Creeper.

— Tssss, eu vou explodir!

Respirei fundo para sair um pouco a vermelhidão do meu rosto, mas aposto que o rosto dela estava mais vermelho do que o meu por causa da raiva que ela estava sentido. Levantei e então perguntei à ela:

— Creeper, o quê foi?

— Ssssssão osss meuss paisss. — Me assustei. Ela está puxando muito no ''s'' se ela não se acalmasse agora, ela vai acabar explodindo.

— Calma, calma. O quê hou...

— Não mande eu ficar calma ou eu explodo essssa sssua cara de anjinho. — Ela me interrompeu.

Ela está realmente irritada. Acho melhor nem forçar a perguntar o que houve. Mobs normais provavelmente ficariam insultados ao receber essa ameaça, mas eu não ligo para esse tipo coisa, só levei a minha mão para a minha testa. Respirei fundo e pensei em um jeito em acalmá-la... já sei no que fazer!

Dei um abraço nela. Funcionou com o Creeper, então pode funcionar com ela também. Fechei os olhos com medo que ela explodisse. Só escutei o ''Tsss'', mas logo foi diminuindo o volume, até que ela me abraça forte. Acho que funcionou. Comecei a acariciar a sua cabeça para ela se acalmar.

— Obrigada, Ender... Dessculpe por ter te ameaçado, heh.

— Tudo bem.

Lembrei-me que tinha sobrado um biscoito e fui logo pegar o mesmo. Voltei e estendi o cookie para ela.

— Creeper, você... — Nem terminei de falar que ela já afirmou com a cabeça e pegou o biscoito da minha mão com um sorriso.

— Pode me chamar de Cupa. — Ela sorriu e comeu o pobre biscoito. Agora parecia estar menos irritada. — Obrigada Ender-chan! Sseus cookiess ssão muito bons!

— Ender-chan? ...

— Ssim! É um jeito fofinho de te chamar. Não acha? Sse não achou eu tenho outross apelidoss! Vamos ver... — Ela me fitou de cima para baixo. — Andr-chan? End-chan?

Eu botei a mão na cabeça e fiquei com um sorriso bobo no rosto. Essa menina é bipolar? 5 minutos atrás ela estava quase me matando e agora ela está alegre... Mas isso é até que de certa forma engraçado...

— Hum... vou te chamar de End-chan por enquanto, tudo bem?

— Ok, Cupa. — Ela sorriu, mas logo aquele lindo sorriso se desmanchou.

— Bem... eu esstava irritada, porque meuss paiss esstão me cercando de regrass e eu odeio regras! E... eu ssaí de casa...

— Ah... você quer ficar aqui? — A Cupa balançou a cabeça meio envergonhada.

— Não tem problemas. Pode ficar conosco o tempo que precisar. — Ela soltou ar pela boca.

— Muito obrigada End, você é muito gentil. Messmo eu dando em cima do Creeper você continua legal comigo... — Eu ri daquilo e cocei a cabeça.

Olhei para o Creeper, que continuava sentado, e pude perceber que ele estava levemente corado.

— Eu acho que vocêss me acham uma bessta por ssair de casa, mass é que meu pai não gossta de mim, porque ele queria um filho homem e ainda maiss: ele vive bêbado. Minha mãe nem tenta falar para ele parar de beber, na verdade ela ia com ele na taverna do Zombie beber aquelass poçõess...

— Nossa... não, tudo bem, nem todos os pais são bons... Bem, mudando de assunto, o que quer fazer amanhã?

— Ah, não ssei, que tal vissitar aquele Sspider? Ele é tão bonito... — Só faltava ela babar ali. Essa Creeper é muito doida, meu Notch.

— Podemos ver ele sim, heheh. — Olhei para o Creeper e ele parece estar desconfortável com esse assunto.

— Eba! Bom, vamoss logo dormir para chegar maisss rápido de manhã!

Me deitei perto do Alfred e a Cupa ao meu lado. Fechei os olhos e fiquei imaginando...

O quê aconteceria se a Cupa não tivesse interrompido a gente?