Chegamos lá em cima e encontramos o Spider do lado do Creeper e o zumbi na frente dos dois. O Spider encarando o zumbi para não tocar no bolo e o Pequeno e o Morto-Vivo fitando o doce.

— Hey, encontrei a Cupa. — Quando eu disse, os três viraram para mim.

— Finalmente, ein? — Disse o zumbi. Ele devia ser mais educado as vezes...

— Quem dissse que você vai comer o bolo? — Disse a Cupa, já com um tom irritado.

— Se acalmem... Tem dois bolos, dá para todo mundo... — Falei, tentando não transformar aquilo em uma briga. Mas... Só tem um bolo em cima da pedra que eu os deixei para esfriar...

— Dois? Ender, aqui só tem um. — Falou o Spider, será que o Creeper comeu o outro...? Olhei para o Pequeno com uma certa dúvida. Ele percebeu e balançou a cabeça em negação.

— Eu não comi nada. — Disse o Creeper.

Olhei para a Cupa, que estava com uma certa insegurança e um pouco pálida. Hm... Se ela está assim, ela deve ter feito algo.

Liguei meu raciocínio e cheguei à conclusão e percebi que está um silêncio e todos estão olhando para mim, menos Cupa, que está fitando o chão. Percebi também que eu estava com a mão segurando o queixo, isso é uma mania que eu tenho e acabo fazendo sem perceber. Bom, tenho que falar algo.

— Cupa! — Ela tomou um susto com a minha voz e acabou pulando.

— Você fez algo com o bolo que está faltando?

— N-Não... — Respondeu ela, gaguejando. Está na cara que a baixinha fez algo.

— Hm, quando o zumbi ainda não tinha chegado, eu botei os bolos em cima da pedra para esfriar, depois que ele chegou, só tinha o meu em cima da pedra...

— O q-que essstá insssinuando?

— Já que o Creeper falou que não comeu o bolo, e o Spider ficou vigiando o zumbi, só sobra você. E no tempo que o doce sumiu foi curto demais para alguém ter comido aquilo tudo, então...

— Então...? — Perguntou a Cupa, com medo da resposta.

— Então eu deduzo que você escondeu o bolo quando o zumbi apareceu, atraindo as nossas atenções para ele. — Cruzei os braços me sentindo a detetive e esperei a resposta da Cupa, mas em vez disso foi:

— Q-Que mentira, de onde você tirou issso? E por que eu faria issso? — Mas ela não sabia que eu esperava por alguma coisa do tipo e também teria uma resposta.

— Eu também posso responder isso: o seu bolo não pareceu ficar muito bom e você o escondeu, para que 'um certo alguém" não fique ''decepcionado'' com você. — Eu falei "um certo alguém", porque eu não poderia falar que era o Spider, eu notei que ela gostou dele... Bem, eu não acho que eles ficariam bem juntos e... Por que eu estou pensando nisso? Bem, eu não falei que era o Spider, porque eu já previa ela ficar irritada comigo se eu falasse isso...

— Mass... — Disse a Cupa, acho que agora ela não tem mais desculpas.

— "Um certo alguém"? — Se perguntou o zumbi, que agora estava de braços cruzados.

— Issso não é da ssua conta, Zombie...

— Não fuja do assunto, Cupa. Vamos, pega lá o bolo, não deve estar tão ruim assim.

— T-Tudo bem... — Disse a Cupa cabisbaixa, indo pegar o doce.

— Bela dedução, Enderman. — Disse o Zombie.

— Obrigado, zumbi. Pode me chamar de Ender.

— Ok, Ender. Pode me chamar de ''Zombie''.

— Por quê? — Perguntei.

— Porque tem mais estilo. — Ele estalou os dedos. — Mas então... Quem é esse "certo alguém"? E por que ela não queria decepcioná-lo?

— Hm, por que quer saber? — Perguntei ao Zombie, lançando um olhar bobo.

— Curiosidade... — Respondeu ele, olhando pro outro lado.

Sentei-me ao lado de Creeper, que ainda estava fitando o bolo e comecei a bagunçar seu cabelo. Ele olhou para mim tentando ser sério e eu ri baixo daquela carinha. Ele ainda estava usando o meu cachecol, isso o deixava engraçado e... Fofo?

Enfim, olhei para o Spider e ele estava olhando para o Creeper meio bravo, quando percebeu que eu estava lhe olhando, ele soltou um doce sorriso... Senti meu rosto ficar quente. Balancei a cabeça e olhei em outra direção. O Zombie estava nessa direção. Ele deu uma piscadela, fazendo a mão em formato de arma apontando para mim e me fazendo rir. Botei a mão na boca para não rir.

Escutei passos vindo de um lado e olhei para lá, era a Cupa, ela parecia envergonhada. A mesma botou o bolo do lado do meu e soltou um suspiro.

— Pronto, já pode rir... — Fui olhar melhor para o doce. Esse negócio parece estar bugado. Melhor falar algo para ela não ficar triste.

— Não está tão ruim assim...

O Spider chegou perto e não fez reação nenhuma, o Creeper não falou nada e o Zombie... Bem, ele começou a rir.

— Isso é um bolo? — Perguntou o Zombie.

— Zombie! — Chamei a atenção dele.

— Ué, foi ela que falou que já podia rir. — Falou o besta. Levei a minha mão para a testa.

— Se o gosto estiver bom, então tudo bem. — Falei, tentando levantar o ânimo da Cupa.

— Já podemoss comer? Estou com fome... — Disse o Creeper.

— Também esstou com fome. — Disse a Cupa.

— Cada um pega um pedaço. — Tirei minha espada do casaco e cortei os bolos em várias fatias.

— Bela espada, mas... esse treco está limpo? — Perguntou o Zombie. Olha quem fala.

— Claro, né?. — Falei, lambendo a ponta da espada que estava coberto de bolo.

Todos pegaram um pedaço do bolo que eu fiz. Fiquei meio intrigada com isso, só porque ficou mais bonito, não quer dizer que esteja melhor.

Peguei um pedaço do bolo que a Creeper fez. Ela me olhou assustada e disse:

— Não faça issso, não quero que você acabe engassgando e morra por minha causa.

— Eu não vou morrer. — Disse rindo. Mordi um pedaço do bolo e... Estava bom. — Viu? Está ótimo.

— Corrigindo, esstá comesstível. — Disse a Cupa. Revirei os olhos e dei mais uma mordida. Ela se menospreza demais.

O Zombie falava umas besteiras enquanto nós comíamos, até que ele é bem engraçado. A única que não ria era a Cupa e isso parecia deixar o Zombie meio triste... Terminamos de comer e ainda sobraram quatro pedaços. O Zombie veio até mim e falou:

— Prazer em conhecê-los, mas eu já tenho que ir.

— Não quer que nós acompanhemos você? — A Cupa fez sinal de negação com a cabeça. Eu apenas sorri e esperei a resposta.

— Claro.

Fomos indo para o lugar que ele morava. O Zombie mostrava a direção e nós iamos atrás. Ele se perdeu várias vezes, mas conseguimos chegar vivos no barzinho do pai dele que ficava nas profundezas de uma caverna.

— Aqui é o bar do meu pai, mas eu moro com a minha mãe em uma ravina perto daqui, então temos que andar mais um pouco.

Percebi que a Cupa estava olhando para dentro do bar.

— Ah, olha meu pai ali, que novidade. — Falou com um tom de voz irônico.

— Ahn... Vamos? — Falou o Zombie meio sem graça.

Continuamos a andar até chegarmos em uma grande ravina que morava vários outros mobs.

— Que lindo aqui dentro... — Deixei escapar um comentário sobre a ravina, mas ela é mesmo linda, tem vários minérios e algumas cachoeiras de água e lava. Mesmo eu não gostando de água, admito que esse lugar é bonito. É o segundo lugar com água que eu admiro a beleza, tirando a floresta com a grande cachoeira que eu ia com o meu irmão...

— ZAZU!

Escutamos alguém gritando e vindo correndo em nossa direção. Era uma pequena Zombie. Ela chegou perto do Zombie e o abraçou.

— Zazu? — Perguntou o Spider.

— Já falei para não me chamar assim!

— Ah, Zazu, você só fala isso quando tem alguém por perto. — Falou ela.

— Ela é a minha irmã, a Zune. Ela me chama assim, porque... porque...

— Ela gosssta de te zoar. — Debochou a Cupa, com um sorriso no rosto.

— Não! Porque o nome que papai deu para ele é muito grande! Tenho preguiça de falar tudo. — O Zombie... Ou melhor dizendo, Zazu, levou a mão até a testa.

— E qual é o seu nome? — Perguntou o Spider, curioso.

— Meu nome é Zabazubazate.