love.

Chapter 7: Crazy Thing Called Love


♫ I just can't handle it

This thing called love

I must get round to it

I ain't ready

Crazy little thing called love

"Sem dúvidas, a minha vida estava tomando um rumo qual eu não esperava que fosse ser possível. Era louco como nossas relações podem mudar de uma noite para o dia, com um simples ato ou uma palavra. Aquela pessoa que viveu do seu lado durante tantos anos, agora um completo estranho pra você, onde mal se olhavam. E logo aquele garoto, em que até alguns dias atrás não tinha quase nenhum elo, agora era seu confidente, seu melhor amigo... Eu nunca estive preparada para mudanças, especialmente mudanças desse estilo. Onde sentimentos e relações eram o fator principal, e colocados no meio de tudo. Só me restava esperar para que tudo que estava bagunçado, voltasse ao seu devido lugar."

— Magali. Fev09

[...♥...]

O primeiro dia de aula na escola Limoeiro finalmente chegou. A maioria da turma estava ansiosa, por estarem agora no terceiro ano. Quem não estava muito animada era Magali, que praticamente se arrastou até o banheiro quando o seu despertador tocou. Daria tudo para mais uma semana de férias, pois sentia que aqueles dias não seriam dos melhores, por querer evitar certas pessoas.

Tomou um demorado banho e vestiu seu uniforme da escola. Prendeu o cabelo, pois não tinha a menor vontade de deixa-los soltos devido ao calor que estava fazendo naquele dia. Desceu e encontrou seus pais tomando café.

— Bom dia filha – disse seu pai sorridente.

— Pra quem? – respondeu colocando a mochila no chão e se sentando à mesa.

— Ué, não está ansiosa para o primeiro dia de aula?

— Nem um pouco... – suspirou.

— Se anima filha, você já está no terceiro ano... Logo vai poder entrar na faculdade de veterinária como sempre quis – disse enquanto deixava o jornal de lado para segurar nas mãos da comilona.

— Eu sei – abriu um meio sorriso. – Vou me animar, pai. Só estou meio cansada...

— Dormiu tarde e acordou tarde todos esses dias, claro que deveria estar cansada – disse sua mãe colocando suas torradas no prato.

— O que tem de mal nisso, oras? – perguntou com a boca cheia.

Sua mãe já ia responder alguma coisa, quando a campainha tocou. Seu Carlito aproveitou que já estava de saída, disse que atenderia a porta, dando um beijo em Lili e outro na testa da filha.

— Bom dia gente! – disse Mônica alegremente ao entrar na cozinha.

— Oi Mônica – disse Lili. – Vê se consegue passar um pouco dessa sua animação para a Magali que parece que acordou de mal humor.

— Pode deixar Dona Lina, até chegar no portão do colégio ela já vai ter mudado essa cara – disse piscando para a comilona, que revirou os olhos voltando a comer.

Após o café, ela calçou os tênis e saíram.

— Mal vejo a hora de rever as meninas!

— Também – suspirou.

— Ai Magali, levanta esse ânimo vai! Esquece aquele padeiro idiota, ele não merece que você fique assim por ele.

— Eu sei Mô, eu sei...

A dentuçinha tentou de várias formas fazer com que ela sorrisse, e aos poucos parecia estar conseguindo. Ela voltou a ficar tranquila, e ao chegarem no portão, a primeira pessoa que encontraram dentro do colégio foi Cascão.

— Ei! – sorriu ao vê-las.

— Cascão! – correram até ele para abraça-lo.

— Não morrem mais, estava agora falando com Cebola de vocês.

— Ah ele já chegou é? – Mônica revirou os olhos.

— Já, e está na sala.. Por que não vai lá dar um beijinho nele? – provocou o sujinho.

— Ele que espere sentado – fingiu desinteresse. – Vou procurar as meninas, você vem Magá?

— Daqui a pouco, pode ir na frente.

Assim que Mônica sumiu, Magali se virou novamente para o amigo que não o via há pelo menos um mês.

— E aí, Cas? Como foi as férias?

— Muito maneira! Cê não tem noção... Apesar de ser meio perto da praia – fez uma careta, e Magali riu. – Mas valeu a pena.

— Que bom que se divertiu...

— Sim, mas e você o que fez?

— Viajei logo depois daquele nosso passeio na praia com a turma, nós fomos pra... – a morena não conseguiu mais terminar a sua frase, ao bater os olhos na pessoa errada. Seu coração quase pula pra fora do peito, e ela repentinamente se vira para o portão, deixando Cascão sem entender.

— Ei, o que foi? – perguntou tocando no seu braço.

Do Contra apareceu fora da sala rindo juntamente com Franja e Titi, e a primeira reação da comilona foi querer fugir dali o mais rápido, mas lembrou que não podia. Achou que ficar sem vê-lo no dia anterior serviria de alguma coisa, mas parece que não. Suas emoções estavam muito mais alteradas do que antes.

— Magali? Que cara é essa? Parece que viu um fantasma... – ele olhou em volta procurando pra ver se realmente tinha um.

— N-não é nada... – respondeu finalmente. – Eu só... Achei que tivesse esquecido algo importante em casa, mas lembrei que não...

— Ah – franziu o cenho, estranhando o seu jeito nervoso. – Bom, mas e aí? Você não falou pra onde foi nas férias.

— Eu te conto mais tarde... Agora preciso ir no banheiro, tá? – sem esperar pela resposta, Magali deixou Cascão e saiu de lá às pressas.

Ao entrar no primeiro banheiro mais perto, colocou as duas mãos em cima da pia, respirando fundo.

— Maldito beijo... – murmurou.

— Que beijo? – uma garota sorridente, de cabelos castanhos e cacheados apareceu atrás dela. Magali viu pelo espelho o seu reflexo e também sorriu.

— Marina! – abraçou a amiga.

— Magá... Que saudade!

— Eu também... Por onde você andou?

— Fiquei em casa todos esses dias desenhando pra um novo projeto, mas depois te conto sobre isso. Também porque o Franja não viajou e eu quis ficar perto dele.

— Entendi... Poxa se eu soubesse que você estava aqui no bairro esse tempo todo, tinha ido fazer uma visita.

— Desculpa por não te avisar, amiga. Mas vem cá... De que beijo é esse que você estava falando agora pouco? – abriu um sorriso maroto.

— Ah... – se virou novamente pra o espelho. – Besteira, é só de uma série que vi ontem.

— Sei...

— Er.. V-vamos pra sala? Eu ainda não vi o resto da turma – tentou disfarçar sua tensão.

— Vamos.

Marina viu que Magali não estava normal se tivesse se tratado somente de uma série. Ela parecia bastante nervosa por algum motivo, mas não quis insistir pra que falasse. Quando entraram na sala, encontraram Môncia com Cascuda, Aninha, Maria Melo e Dorinha conversando perto da mesa dos professores. As meninas logo que viram Magali gritaram contentes, e correram para abraça-la.

Começaram a fofocar sobre vários assuntos, inclusive sobre as férias, mas Magali não estava muito participativa. Seu olhar ia em direção a porta de cinco em cinco segundos, pois a certa pessoa que ela queria evitar ainda não tinha entrado.

Quando o sinal tocou, elas foram se sentar. Magali foi pro seu lugar de sempre, na terceira fileira, em um assento do meio atrás de Mônica. A cada aluno que entrava pela porta, seu coração acelerava cada vez mais rápido. Achou que fosse desmaiar com tantas coisas que estava sentindo ao mesmo tempo, e aquela ansiedade que parecia nunca ir embora. Deu graças a deus por Quim não ser de sua sala, porque ai seria mais uma pessoa que ela teria que evitar.

A comilona então resolveu desviar um pouco sua atenção para os livros. Abriu o de português, que seria a primeira aula.

— Viu a nova professora? – disse Mônica ao se virar para a amiga. – Tem cara de antipática.

— Você nem conhece a mulher, Mô.

— Sim, mas você sabe que eu tenho dom em deduzir as personalidades dos professores.

— Nem sempre – deu risada. – Lembra do professor de inglês na oitava série, que você dizia parecer adorável, mas na verdade era um mala?

— Um erro no meio de tantos acertos...

Magali voltou a rir, mas não por muito tempo, pois dessa vez ele finalmente apareceu na sala juntamente com Cascão e Cebola. Ela engoliu em seco e voltou a encarar os livros. Mônica também ficou séria, se consertou na cadeira ao ver o ex-namorado. Tentou fazer de conta que não o viu, mas era tarde demais, pois ele já estava olhando para ela. Do Contra logo que entrou, notou a presença de Magali ali. Deu um meio sorriso, só que a mesma não conseguiu retribuir, ele sabia o motivo, por isso passou direto, seguindo seu caminho para o fundo com os amigos, o lugar onde sempre sentou toda vida.

De fato as aulas não demoraram tanto assim, mas para Magali passou uma eternidade. Mal conseguia se concentrar em uma palavra que a professora dizia, por saber que tinha um ser que lhe observava lá atrás. As primeiras não tiveram nada além de apresentações. Não havia muitos alunos novos, mas havia alguns professores. Entre eles a professora de educação física. Cebola foi o primeiro que reparou na beleza da mulher, que não era tão jovem, mas também não era tão velha. Tinha um corpo bastante atlético, e um sorriso encantador, deixando todos os garotos apaixonados.

— É agora que eu não mato uma aula de educação física... – disse o careca, fazendo seus amigos do lado rirem. Mônica escutou, mas não fez caso, mesmo que tivesse sentido uma onda de fúria naquele instante. Queria ao máximo não demonstrar ciúmes por aquele garoto.

— Careca, não é assim que você vai conseguir voltar com a Mônica – avisou Cascão.

— E quem te disse que eu quero voltar com ela?

— Tá escrito na sua testa... – virou Jeremias para trás, entrando na conversa.

— E cara, a Mô ainda tá fula da vida contigo, e você ainda provoca... – disse o sujinho.

— E eu com isso? Ela tá assim porque quer... Eu não fiz nada – cruzou os braços.

— Não fez nada né? – disse Xaveco que estava do lado de Cascão ouvindo tudo. – Pois eu me lembro muito bem quando a gente flagrou a Denise em cima de você naquele dia na praia.

— Ai que saco, vocês! – se irritou. – Quantas vezes eu vou ter que repetir que aquilo foi um acidente? A-ci-den-te. A Denise tropeçou e caiu em cima de mim quando tava jogando vôlei, só isso.

— Claro... – disse o loiro revirando os olhos.

— E além do mais Xaveco, nem sei porque você se importa tanto. A Denise não é nada sua até onde eu saiba.

— Q-quem disse que eu me importo? – o garoto virou o rosto envergonhado, e acabou sendo vitima de zoações de Cebola, com ajuda de Cascão e Jeremias que riam do amigo.

Do lado, Do Contra ouvia tudo, mesmo não participando da conversa. Ele estava sério e encarava Cebola. Mesmo sendo seu amigo, ficava indignado com as coisas que ele aprontava com Mônica.

— A conversa tá boa ai atrás, hein meninos? – interrompeu a professora.

— Foi mal, sora! – disse Cascão e Cebola ao mesmo tempo.

[...♥...]

Intervalo. Um bom momento para fugir, pensou Magali quando terminou a terceira aula. Mas infelizmente não foi bem isso que aconteceu.

— E aí, vamos DC? – chamou Titi.

— Vai na frente, tenho que resolver uma parada antes... – disse encarando as costas de uma morena de cabelos longos.

Os garotos saíram da sala, enquanto Mônica e Magali ainda estavam lá dentro.

— Eu vou no banheiro, me espera aqui?

— Não posso te esperar na cantina com as meninas? – perguntou a comilona ao notar que Do Contra ainda não havia saído da sala ainda.

— Não, porque quero passar na biblioteca antes... É rapidinho.

— Ai Mônica – murmurou apreensiva, não queria ficar sozinha, muito menos com ele. – Tudo bem, mas não demora, por favor.

— Ok.

— Vai rápido – apressou a garota quando a dentuça caminhava em direção a porta. Mônica não entendeu o motivo daquela impaciência, mas deduziu que fosse por causa da fome.

Magali conhecia Do Contra o bastante pra saber que ele só tinha permanecido na sala por causa dela. Engoliu em seco, sentindo que ele se aproximava, apesar de estar ainda de costas. Queria tanto sair correndo naquele momento, mas sabia que não ia poder fugir pra sempre, afinal eles estudavam na mesma escola, na mesma sala, moravam no mesmo bairro e tinham os mesmos amigos. Aquela conversa uma hora ia ter que rolar, mesmo que quisesse adiar pelo menos uns dez anos.

— Magali... – ela apertou os lábios e os olhos quando ouviu seu nome sendo pronunciado por ele. Fazia tempo que não ouvia aquela voz...

— Oi DC – se virou e sorriu.

— Tudo bem? – perguntou com a cabeça baixa, e as mãos no bolso.

— Sim... E com você?

— Acho que sim...

— Acha?

— É, eu acho... – suspirou. – Você... Quer dizer... Nós ainda somos amigos?

— Er... C-claro que somos... Q-que pergunta.

— Tem certeza? Tipo... Nada mudou entre a gente?

— N-não, não mudou... P-por que mudaria? – Magali olhou para trás na esperança de Mônica aparecer logo. Aquele papo só estava servindo pra deixa-la ainda mais nervosa do que já estava.

— Eu queria te pedir desculpas na verdade... - colocou a mão atrás da nuca.

— Pelo que?

— Bom, você sabe pelo que...

— Não sei não – Magali achou que a melhor saída fosse fazer de conta que não lembrava de nada.

— Como não sabe? – disse surpreso. – Não se lembra do que rolou no show?

— E-eu não sei do que você tá falando, DC...

— Mas...

— Amiga, voltei! – Mônica apareceu na porta e Magali suspirou aliviada. Quando notou com quem estava conversando, se aproximou deles.

— Oi DC – sorriu.

— E aí, Mô...

— Nem te cumprimentei hoje, como foi as férias?

— Bacanas, e as suas?

— Foram legais também.

O assunto morreu, mas eles continuaram se olhando por um tempo sem dizer nada. Magali ao presenciar aquela cena, sentiu um pouco de incomodo e deu uma batidinha no ombro do amigo.

— A gente já vai indo, até depois.

— Ahm... Até – com certeza ele não queria que aquela conversa terminasse assim, mas resolveu deixar para outro momento.

Magali saiu arrastando Mônica pra fora da sala, que continuava com aquele sorrisinho no rosto.

— Reparou como ele tá tão mais bonito, amiga?

— Pra mim tá a mesma coisa...

— Eu achei diferente...

Magali tentou mudar de assunto falando de Cebola, mas Mônica desconversou na hora. Elas foram até a biblioteca buscar um livro que a dentuçinha estava procurando. Logo em seguida foram até a cantina, pegaram seus lanches e encontraram Cascão e o careca sentados. Mônica hesitou se sentar com eles por um momento, mas Magali puxou seu braço achando ridículo ela tentar evitar o ex-namorado daquele jeito.

— Qual é Mô? Tudo bem que vocês terminaram, mas vão deixar de se falar por isso?

— Magali, você não viu o que ele falou da professora de educação física? Soltou aquele comentáriozinho ridículo só pra me provocar.

— Eu sei, mas vocês não podem deixar de ser amigos, – sua voz abaixou um pouco quando se aproximaram da mesa deles – ele só quer chamar sua atenção, relaxa.

Mônica respirou fundo e se sentou ao lado de Cascão, e Magali ao lado de Cebola.

— Oi meninos – sorriu.

— E ai – respondeu o careca sem ânimo olhando para a dentuça.

Magali e Cascão foram os únicos que estavam conversando na mesa, pois os outros dois ficaram em silêncio o tempo inteiro enquanto comiam. A comilona até tentou puxar assunto com a amiga, mas ela não estava mesmo afim de entrar na conversa.

— Ai gente, vamos parar com isso? – disse perdendo a paciência com eles. – Vamos ficar nesse clima estranho toda vez que nós nos reunimos pra fazer alguma coisa?

— É, a Magali tem razão galera... Não é só porque terminaram que precisam fingir que um não existe – disse Cascão.

— Apenas falo com quem fala comigo – defendeu-se Cebola

— Sério gente, agindo assim só vai ficar incômodo pra vocês dois.

— Eu não estou incomodada, ele que se mude se tiver. Pode até trocar de amigos, que não vou ligar – disse Mônica.

— Diz isso agora, depois vem correndo pedir pra eu voltar... – revirou os olhos.

— Para de falar besteira, seu careca!

— Você sabe que eu to falando a verdade, sempre foi assim.

— Por que não paga pra ver, então? – disse começando a se alterar.

— Quer mesmo?

Mônica e Cebola começaram a discutir no meio da cantina chamando a atenção dos que estavam em volta. Magali e o sujinho suspiraram e continuaram a comer calados enquanto eles brigaram.

— Qual é o problema desses dois? – perguntou Cascão quando foram jogar seus pratos no lixo.

— Pra mim... É só uma coisa louca chamada amor - disse a comilona rindo.

[...♥...]

O intervalo não demorou muito para terminar. Magali para entrar na sua sala, teve que passar pela porta da sala do seu ex. Tentou não olhar, mas foi quase impossível, pois ele estava bem na frente. Ao bater os olhos no padeiro, apressou os passos para evitar que lhe chamasse, mas não ele não o fez. Ao invés disso, virou o rosto para o lado assim que viu a comilona. Quando viu que sua boca estava roxa e inchada, arregalou os olhos, tomando um susto.

Ficou curiosa, e preocupada ao mesmo tempo, mas mesmo assim não parou de andar e entrou rapidamente na sala. Os alunos que chegaram junto com ela, começaram a reclamar o fato de ter diminuído cinco minutos do intervalo.

— Isso é uma injustiça – disse Cascuda ao sentar no seu lugar.

— É, eu também acho – concordou Mônica

— Não deu tempo nem de eu terminar meu sanduíche – disse Aninha.

Mônica olhou para Magali que não estava ouvindo nada do que elas diziam, pois estava ocupada demais pensando em quem poderia ter causado aquele machucado horrível em Quinzinho.

— Ei, amiga – estalou o dedo na sua frente – volta pra terra.

— Que? O que foi?

— Te chamei duas vezes... Tá pensando em que?

— Ahm... Em nada – sorriu amarelo.

O professor de biologia entrou na sala e foi alvo de perguntas entre os alunos que não paravam de reclamar sobre os cinco minutos à menos na hora do intervalo.

— Não posso fazer nada meus queridos – disse Rubens colocando os livros em cima da mesa. – Regras são feitas para serem...

— Quebradas – respondeu um garoto de moicano entrando na sala, arrancando risadas da turma, menos da comilona que continuava meio séria. De repente ele já não era mais tão engraçado assim.

— Pode ser senhor Maurício, contanto que saibam quebrar direito... – apontou para o seu lugar, para que ele pudesse se sentar de uma vez. – Agora chega de bagunça, vamos começar a aula porque hoje tem lição pra casa.

— Lição?! – perguntaram todos assustados, inclusive Magali.

— Sim senhores – começou a rabiscar no quadro branco.

— Como assim professor? Lição no primeiro dia de aula? – perguntou Cebola.

— Qual o problema?

— O problema é que não existe lição pra casa no primeiro dia de aula – respondeu alguém do fundo.

— Na minha aula existe. Afinal de contas... Regras são feitas para serem quebradas – disse o professor dando uma piscadela para Do Contra que riu baixo enquanto abria seu livro. O garoto começou a receber insultos dos amigos, que acharam que foi por culpa dele que teriam lição. Ele apenas continuava rindo, estava achanado aquilo tudo muito divertido.

Magali virou o rosto para o lado e encarou o moreno. Percebeu que sua mão estava um pouco ferida, desconfiando em imediato. Poderia ter sido ele que tinha socado seu namorado? Ele viu que estava sendo observado por ela e ao cruzarem os olhares, a comilona se virou para frente, tentando disfarçar.