[Narrador]

Era mais um dia normal em Brasilpia, os primeiros raios de sol já iluminara o quarto de Matheus.

A casa de Matheus era uma casa normal, uma casa qualquer de uma família de classe média.

Matheus acordara e já levantara anunciando:

"E outro dia começa!"- Diz Matheus enquanto se levanta e se espreguiça.

Sua mãe entrou pela porta de seu quarto e já lhe deseja bom dia.

Mãe: Bom dia pequenino!

Matheus: Mãe já não sou tão pequeno! Tenho dez anos!

"Tudo bem, bom dia grandalhão!" Disse a mãe, enquanto soltava um pequeno riso.

"Seu café da manhã já está na mesa! Se arrume para ir à escola." Disse enquanto descia as escadas.

Matheus imediatamente pegou os seus livros de biologia, matemática e português e colocara na mochila.

"Tudo bem, temos aula de?" Disse perguntado para si mesmo.

Após algum tempo arrumando a sua mochila, Matheus desceu das escadas e sentou-se à mesa.

Pai: Bom dia filhote!

Mãe: Filhote não amor, ele já tem dez anos!

Pai: Entendi agora amor!

Matheus: Quando você irá brincar comigo pai?

Pai: Quando possível filho! Mas o que nós somos?

“Uma grande família feliz” Disse Matheus com um sorriso contagiante.

O Pai de Matheus nunca lhe dera muita atenção para seu filho, apenas trabalhava muito durante o dia e chegava exausto em casa.

Após Matheus comer o seu café da manhã, sua mãe o levara para a escola.

Era mais um dia normal, com poucas nuvens no céu e o sol brilhando.

Matheus morava em São Paulopia, uma grande cidade com grandes possibilidades.

Ainda no carro, Matheus escutou algo no rádio que chamara sua atenção.

[Rádio]

Rádio: ESSA É A RÁDIO FM,SUA RÁDIO DE SÃO PAULOPIA!

Jornalista 1: 7:00 horas em ponto,voltamos com nossa programação normal, Acorda São Paulopia!

Jornalista 2: É Marcelo, somos uma grande cidade mas quer um exemplo de uma cidade maior ainda?

Marcelo (Jornalista 1) : Claro Marta! Me diga uma!

Marta (Jornalista 2) : Essa cidade se localiza ao norte de Brasilpia e se chama Zootopia! Um lugar onde todos podem viver com perfeita harmonia!

Marcelo: Interessante Marta! Mas agora vamos à noticias locais?

Marta: Claro! Hoje houve um protest...

[Narrador]

Matheus: Mamãe, por que eles estão falando sobre uma cidade chamada "Zopia"?

Mãe: Zopia não filho! Zootopia é uma cidade onde todos podem viver perfeitamente com paz e harmonia.

Matheus: Legal, podemos ir para lá?

Mãe: Não filho, custa uma fortuna apenas para ir para lá!

Matheus: É por isso que o papai trabalha tanto?

Mãe: Do que você tem aula mesmo?

Matheus: Biologia, matemática e inglês.

Mãe: Obrigada.

Após algumas quadras, a mãe de Matheus o deixou na porta da escola.

Mãe: Adeus filho, volto aqui às 11:40! Eu te amo muito!

"Adeus" Disse Matheus enquanto se despedia de sua mãe.

O amor da mãe de Matheus ficara evidente para ele, todos os dias, desde que se lembra, ela o desejava bom dia e dizia que o amava.

Logo que Matheus entrou na escola, ouviu algumas "graçinhas" de alguns colegas.

Colega 1: Aaaah! Um predador! Não me devore, por favor!

Colega 2: Não a devore! Devore-me!

Matheus: Eu não vou devorar vocês! Pela última vez, parem de dizer estas coisas!

Colega 1: Nunca se sabe quando o seu instinto predador pode "ativar"!

Matheus: Você pelo jeito não prestou atenção às aulas de biologia, não é mesmo? O professor já explicou que essa coisa de "fator biológico" está adormecido há muito tempo!

Após dizer isso Matheus foi à sala de aula, as palavras “eu te amo” de sua mãe o reconfortava e a esperança de chegar em casa e ver o seu pai novamente quase fazia ele esquecer as ofensas.

[Quebra de Tempo, 11:30 AM]

Professor: Então é isso alunos! Amanhã iremos aprender a calcular a velocidade média!

Matheus recolheu seu material e foi até à saída da escola, quando esbarrou em um colega.

Colega: Matheeeus! Quanto tempo, nem falou comigo, né vacilão?

Matheus: Desculpe Rober, estou mais empenhado nos estudos.

Rober: Aah cara, fala sério, as provas nem chegaram ainda!

Matheus: Quero prestar um curso chamado "ZUETEC".

Rober: Interessante! Não quero estudar essas baboseiras agora.

Enquanto eles conversavam, andavam até a saída, quando vieram os colegas que importunaram Matheus.

Colega 1: Oooh! Ele de novo não! Desta vez vou oferecer resistencia!

Colega 2: Não me devore! Sou apenas osso!

Colega 1:Minha carne deverá ser saboreada sem temor.

"QUEREM PARAR COM A PORRA DA PALHAÇADA?" Gritou Rober.

Colega 1: Que isso Rober, é so uma brincadeira!

Rober: Brincadeira? BRINCADEIRA?! TU TA DE PALHAÇADA COM A MINHA CARA JOÃO?

João (colega 1): Não,tá bom cara, desculpa...

Rober: SE VOCÊS ZOAREM MAIS UMA VEZ O MEU AMIGO, EU JURO QUE ESSE MEU "LADO PREDATÓRIO" VAI ACORDAR DE UMA VEZ!

João: Tá bom cara, desculpa.

Matheus e Rober saíram e começaram a conversar sobre o ocorrido.

Matheus: Sobre ali atrás... Obrigado cara, mas acho que não precisava deste "vocabulário".

Rober: Que isso cara, amigo é para essas coisas, certo? E eles precisavam de uma lição.

Matheus: É... Aliás, que horas são?

Rober: 11:50... Por quê?

Matheus: Minha mãe iria passar aqui às 11:40... Vou andando para casa, até mais Rober.

Rober: Falou!

Matheus começara a pensar em quando chegara à sua casa, gostaria de ouvir novamente aquele “eu te amo” e o seu abraço confortável que fazia Matheus se sentir seguro, queria retribuir o amor que sua mãe lhe dava com um milhãode coisas se fosse possível.

Matheus começara a caminhar em direção à sua casa. As nuvens se fecharam, parece que iria chover, aquele estranho clima de São Paulopia intrigava Matheus. Matheus estranhara por um momento... Sua mãe sempre o buscava no colégio.

Matheus subiu a ladeira e começou a andar em linha reta, em direção à sua casa.

[Matheus]

Comecei a subir a ladeira e andar em linha reta, por que minha mãe não me buscou na porta da escola? Bem, isso não importa muito, já estou chegando em casa, quero logo dar um forte abraço em minha mãe e brincar com meu pai.

Abri a porta e chamei pela minha mãe.

Matheus: Mãããe! Mãããe, chegueei!

Houve um silêncio que me fez ficar meio triste, fui a cozinha e não havia ninguém ali.

Matheus: Mãe, se estiver brincando,pode parar já!

Não houve resposta de ninguém... Me senti sozinho,fraco e começou a chover, o que piorou ainda mais.

Comecei a sentir saudades de meu pai... Ele nunca me deu muita atenção, mas eu o amo... Lembro do dia em que jogamos futebol junto com o Rober e outras pessoas... Mas ele vive ocupado, quero lhe dar atenção, mas eu sinto que não é possível...

[Narrador]

Matheus fechou a porta de casa que ainda estava aberta e subira para seu quarto.

*12:00 e já está chovendo... Esse clima de São Paulopia...*

Matheus ligara a TV de seu quarto e pegou algum salgadinho de sua mochila.

[Quebra de tempo, 01:30 PM]

Matheus ficara preocupado, sua mãe ainda não retornara e não ligara para ele.

*Onde que você está?*

[TV]

Jornalista 1: Há horas um acidente ocorreu na Avenida BrasilPia.

Jornalista 2: Nosso repórter Roger irá dar mais informações.

Roger: Obrigado Jade, há horas um acidente ocorreu aqui na Avenida BrasilPia,uma das mais movimentadas de São PauloPia, as únicas informações de vítimas que temos por agora é que uma pessoa morreu e uma ficou gravemente ferida. O Departamento De Policia de São Paulopia (DPSP) irá investigar se o acidente fora acidental, pois falta...

[Narrador]

Matheus desligara a TV imediatamente, não podia acreditar no que estava pensando.

"E se?" Disse para si mesmo, enquanto chorava baixo.

Telefone: PPIIPIIPIPIPIPI

*Merda...*

Matheus descera as escadas e fora atender ao telefone, mas antes de atender pensou:

*E se isso me fizer algum mal?*

Matheus atendera ao telefone e perguntou:

Matheus: Alô?

Médico: Residência da Senhora: Silvia Lobato dos Santos?

"Sim, é esta" Disse enquanto chorava.

Médico: Lamentamos informar, mas... O Senhor: Rodrigo Lobato dos Santos veio à óbito a algumas horas atrás.

Matheus não disse nada, apenas continuou na linha.

Médico: E a Senhora: Silvia Lobato dos Santos está em estado grave.

Matheus largara o telefone, sentou e começou a chorar, começou a lembrar de todas as ofensas que recebera em sua escola... "Predador, matador, devorador, destruidor"...

Começou a pensar que não haveria mais o abraço reconfortante de sua mãe nem de seu pai, que não iria mais ouvir o "eu te amo" de sua mãe, que não iria rever o seu pai novamente e que não poderia retribuir toda a atenção que seu pai lhe deu...

"Às vezes... não temos finais felizes"

—Autor desconhecido.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.