Não sei há quanto tempo estou correndo, meus pulmões estão em chamas. As coisas não giram tanto ao meu redor quanto antes, mas ainda continuo atordoada. Decido desacelerar o passo.

Joguei meus sapatos em algum lugar a beira da estrada já faz um tempo, por um lado eu fico feliz por conseguir sentir dor novamente, mas por outro não gostaria de estar sentindo-a na sola de meus pés sendo que ainda tenho muito caminho à frente.

Eu olhei a meu redor e a iluminação fraca da rua só me permite ver um bosque a minha esquerda, e a algumas silhuetas de prédios ao longe.

Estou descalça, suja pelas vezes que caí no chão por estar sobre o enfeito daquela coisa, sem celular ou qualquer documento – os quais ficaram na casa das cara-de-pássaro – e ainda por cima estou drogada e perdida. Eu não tenho como pegar o metrô ou ônibus sem dinheiro, se eu for à polícia as substâncias ilícitas no meu corpo só iriam fazer com que eu ficasse encrencada e estou congelando com esse vestido. Não tinha como a noite ficar pior!

Coloquei minhas mãos sobre meus braços na tentativa de me esquentar, apesar do inverno estar no fim o frio ainda persiste mesmo que de forma sútil. Senti meus pés arderem, eles devem estar sangrando e cheios de bolhas. Abaixo a cabeça e deixo que as lágrimas que há muito querer sair caiam de uma vez.

O que vou fazer?

[...]

Depois de alguns quilômetros andando já estou numa área com prédios, deve ser madrugada, pois a rua está deserta, isso me assusta um pouco, mas tenho que continuar indo em frente. Olhei para cima na esperança de ser reconfortada pela visão das estrelas, mas tudo o que vejo é a lua pálida entre as nuvens, sorrindo para mim, da mesma que aquele garoto da boate, da mesma forma que Gou e da mesma forma que Monoe. Um sorriso repleto de luxuria e insanidade.

Voltei a encarar a infinidade de prédios a minha frente, quando me dou conta de uma coisa. Um prédio branco, não muito grande com janelas pequenas... Masada Sensei.

Começo a andar mais rápido, cada vez mais até que já esteja correndo o máximo que consigo. Minhas pernas doem e a sensação que tenho é de estar andando em casos de vidro, mas não importa, nada disso importa! Tudo o que importa é eu chegar até lá, até ele.

Corri passando pelos quarteirões tão rápido que mal vejo as construções que há neles, são apenas borrões que passam pelos meus olhos momentaneamente e depois somem como se sequer fossem reais. Cada vez vejo o prédio ficar mais perto, estou quase lá só mais um pouco. O ar gelado da noite faz minha garganta doer e cambaleio quase caindo de cara quando o mundo volta a girar pelo efeito da droga que ainda não saiu completamente do meu corpo.

[...]

Minhas pernas estão trêmulas, mas se eu parar agora tenho certeza de que não conseguirei move-las novamente, tenho que aproveitar a adrenalina que está sendo liberada nesse momento.

O prédio está a um quarteirão de distância agora.

Uma mulher com um *cachorro estava saindo pela porta do prédio do Sensei, e passei voando por ela antes que a porta fechasse. Quando vi as escadas ao lado do elevador parei instintivamente e voltei minha mão à garganta para normalizar a minha respiração, acho que nunca corri tanto na minha vida!

– V-você está bem? - A mulher se aproximou de mim, mas seu cachorro começou a rosnar fazendo-a parar para tentar controla-lo.

– A-ah sim, e-eu sinto muito - me curvei para me desculpar com ela e seu cachorro começou a latir. Então comecei a subir as escadas o mais rápido que conseguia, mesmo que não fosse muito já que esgotei todas as minhas energias na corrida até aqui.

Subi inspecionando os números dourados pregados às portas brancas, procurando pelo número certo. Achei a porta depois de alguns minutos, e fiquei na frente dela. Levantei meu punho para bater na porta, mas impedi a mim mesma no último instante.

E se ele não quiser me receber de novo depois do que fiz? E se me mandar em bora?

Mas essa é minha única opção no momento, bati na porta e esperei alguns minutos. A porta se abriu revelando um Masada com cabelos desgrenhados e confuso com minha presença.

– Ma-Madotsuki-san? – Ele abriu a porta completamente e segurou em meu pulso gentilmente me puxando para dentro do apartamento, ficamos por um tempo encarando-nos até que me soltou e limpou a garganta. Vi suas bochechas ficarem rosadas e senti as minhas próprias ficarem quentes - O-o quê aconteceu com você ? Por que está vestida assim e está descalça e sangrando?

Olhei para meu corpo tentando encontrar o sangue de que falava, até que vi o liquido carmesim - já seco - no meu joelho direito. Acho que a dor nas minhas pernas e em minha cabeça era maior por isso não o notei antes, devo ter me cortado em uma das vezes que caí fugindo da boate. Olhei para seus olhos preocupados novamente, eles ainda aguardavam uma resposta.

– E-eu - comecei, mas as palavras morreram quando notei que havia lágrimas escorrendo de meus olhos. Eu só queria que ele me envolvesse em seus braços, que passasse seus dedos finos de forma delicada pelo meu cabelo como normalmente faz e dissesse que vai ficar tudo bem.

– Ma-Madotsuki? Você está bem? - Ele pôs as mãos sobre meus ombros, eu não respondi apenas enterrei meu rosto em seu peito e agarrei suas costas com o máximo de força e caí em lágrimas.

Ele retribuiu o meu ato e me abraçou, mas não da forma suave que eu esperava, mas com força quase como se estivesse com medo de me soltar novamente.

Isso me deixa feliz.

[...]

Eu estou novamente vestida com uma camisa enorme do Sensei, mas dessa vez não me sinto tão envergonhada, sinto-me segura.

Contei toda a minha história – mas omiti a parte das irmãs Toriningens - para Masada Sensei, que ficou surpreendentemente com raiva. Ele Disse que devíamos denunciar a boate, mas implorei a ele que não fizesse, não quero causar mais problemas ao professor - e muito menos com aquelas duas - quero apenas esquecer o que aconteceu como se fosse mais um sonho ruim.

Depois de ter tomado um banho e tirado aquele vestido idiota assim como a maquiagem da minha cara, Masada Sensei cuidou de meus ferimentos e disse que podia passar a noite ali.

– O que devo fazer com isso? – Perguntou com uma coisa vermelha nas mãos que aparentava ser o vestido, suas bochechas estavam novamente avermelhadas.

– A-ah pode joga-lo fora, não quero vê-lo nunca mais – Disse colocando meus pés sobre a cadeira e envolvendo meus braços em meus joelhos.

– Você está melhor? - Ele jogou o vestido numa lata de lixo e sentou-se a mesa a minha frente.

– Estou! Só preciso de uma boa noite de sono – respondi pegando a caneca que ele havia me entregado para me acalmar quando comecei a contar o que havia acontecido.

– Certo, vou deixa-la dormir – Eu tomei um gole do meu chá e parei para pensar algo que não havia pensado da última vez que estive aqui. Se há somente uma cama onde o Masada Sensei dormiria?

– A-ah Masada Sensei onde você vai dormir? – Fitei o chá na minha caneca e pressionei meus dedos contra a porcelana sentindo o calor na ponta dos meus dedos.

– A-ah eu dormirei no chão mesmo – Respondeu ele colocando sua mão sobre o braço.

– Ma-mas isso não é justo – Disse eu de forma tímida e acanhada – Eu não posso tira-lo de sua cama sendo que eu só estou aqui lhe causando problemas.

– N-não é incomodo algum eu faço questão.

Ficamos em silencio, sinto-me engasgada com minhas próprias palavras. Decidi criar coragem e quebrar aquela lacuna.

– Po-poderíamos dormir juntos – Disse sentindo meu rosto ficar em chamas e o calor passar como correntes elétricas por todo meu corpo– E-eu me sentiria mais segura dessa maneira.

Mais alguns segundos de silêncio sucederam-se, mas eles mais pareciam longas e torturantes horas.

– S-se isso a fizer se sentir melhor acho que não tem problema – Olhei para ele e vi seu rosto tão vermelho quanto o meu provavelmente está, e deixo um sorriso sútil escapar. Eu menti sobre me sentir mais segura, eu só o quero mais perto de mim.

[...]

– Não se preocupe Mado-chan vai ser divertido – Vi o garoto da boate chegar perto de mim com uma corda em mãos e em seu semblante o mesmo sorriso sádico que havia visto antes.

Dei alguns passos para trás e bati em alguma coisa, olhei para cima e vi as irmãs Toriningens. Elas me seguraram e deixaram imobilizada para que o garoto pudesse chegar mais perto. Apertei meus olhos com força e quando os abro novamente não vejo mais Gou e Manchú muito menos o garoto.

Monoe está a minha frente com braços cruzados e olhos neutros, mas ao olhar para mim ela começa a sorrir cada vez mais largamente, até que começa a gargalhar da mesma forma insana que fez quando fui vê-la no concelho. Ela continuou a rir eu queria correr, mas minhas pernas não se mexiam, ela levantou seu braço e esquerdo como se este estivesse suspenso por pequenos fios invisíveis, e apontou para algum lugar no meio da escuridão.

Segui seu gesto e vi Shitai e Monoko caídos no chão, dessa vez fui capaz de me mover e corri até eles desesperadamente, me ajoelhei entre seus corpos, sujos de sangue como naquele dia. Os chacoalhei tentando acorda-los, mas eles não respondiam não importa o quanto eu gritasse seus nomes. Comecei a soluçar quando vi um par de sapatos entre a cabeça dos dois, levantei minha cabeça e vi Monoe novamente com um sorriso aparentemente normal, mas visivelmente banhado em falsidade.

– Obrigado pelo favor Mado-chan!

Acordei gritando e chorando desconsoladamente. Obviamente que acordei Masada Sensei que estava dormindo tranquilamente a meu lado. Eu cobri meus olhos então apenas senti-me ser envolvida em seus braços como mais cedo.

– Vai ficar tudo bem - Passando seus dedos entre meus cabelos da forma que mais gosto e proferindo aquelas palavras doces que tanto amo enterrei meu rosto em seu peito esquio e caí no sono como da última vez embalada pelos batimentos cardíacos do Sensei.

[...]

Acordei assustada, mas não em terror como antes. Olhei para o lado e Masada Sensei não estava ao meu lado. Olhei para a porta e o vi a frente dela, ela estava entreaberta e ele parecia conversar com alguém.

Depois de poucos minutos ele fechou a porta e virou-se me permitindo ver uma panela vermelha em suas mãos.

– Bom dia - Disse ele olhando para mim com um sorriso sútil.

– B-bom dia.

Levantei-me da cama e fui até a cozinha, e sentei-me na cadeira de sempre, como se me pertencesse agora. Ele sentou-se a minha frente ainda sorrindo gentilmente.

– O quê é isso? – perguntei apontando para a panela em cima da mesa.

– Ah é tonjiru¹, minha vizinha trás para mim. Ela me é de grande ajuda – Uma vizinha? Que trás coisas pro Masada Sensei? De alguma forma isso me deixa incomodada.

– Como ela é uma senhora de idade e seus filhos moram em outra cidade ela se sente só, então muitas vezes lhe faço companhia – Continuou o mais velho. Senti minhas bochechas rubras pela minha própria idiotice – E para um solteiro como eu com apenas um micro-ondas, uma pia, e uma cafeteira - Apontou para a parede oposta a da porta de entrada, no canto havia uma pia com um pequeno armário em cima que também suportava o micro-ondas, e ao lado da pia uma cafeteira pequena. Eu não havia notado isso da última vez que estive aqui, talvez seja por que estejam escondidas atrás de uma pilha de caixas e mais livros – Fico grato por sua solidariedade. Quer comer comigo?

– E-está tudo bem mesmo? – Comer com o Masada Sensei? Eu quero, mas seria educado da minha parte?

– Claro, é solitário comer sozinho e sua presença me alegra – Disse ele desviando seus olhos para um canto qualquer da sala e coçando sua bochecha.

Eu fiquei um tempo o encarando, eu estava incrivelmente feliz, mas tudo o que conseguia fazer era manter meus olhos vidrados no Sensei e manter minha boca aberta sem que saísse um único som dela. Engoli a saliva e comecei a falar.

– Ficaria muito feliz de comer com o Sensei – Ele me encarou piscando algumas vezes e logo soltou um sorriso cálido junto ao meu.

Ficamos um tempo assim até que nos demos conta do que estávamos fazendo e paramos, mas meu sorriso recusou-se a desaparecer.

[...]

Era sábado então eu não precisava me preocupar em voltar logo para casa ou em ir amanhã para a escola, não pretendia fazer nenhuma das duas coisas de qualquer maneira. Eu estava brincando com meus dedos do pé, ainda na mesma posição de antes, observando os vários cortes pequenos entre eles. Depois de comermos o tonjiru Masada Sensei foi tomar um banho. Eu não sei exatamente como devo me sentir em relação a tudo isso. Está tudo girando na minha cabeça como um sonho irreal e maluco, o Sensei me beijou, eu beijei o sensei, fui levada a uma boate e drogada a força e que por algum milagre do destino acabei por sair viva de lá e agora estou aqui.

Sentada aqui olhando para o teto, para a luminária em cima da mesa, para os livros e caixas e para o grande piano abaixo da janela parece até que tudo sequer foi real, tenho a sensação de que quando piso aqui todos os pensamentos ruins se esvaem; voam como borboletas espantadas pelo vento. Parece que deixamos a orbita terrestre e que tudo o que importa somos nós dois.

Saí de meus pensamentos ao ouvir o som da porta do banheiro. Masada sensei estava só de toalha e com os cabelos encharcados, eu acho que minhas bochechas irão tostar de tanto que ficam vermelhas.

– Eu só vou demorar um pouco – Disse ele se apoiando na moldura da porta - Depois podemos começar a lição.

– C-certo - Lição? Do que ele está falando? Ele sorriu e voltou para dentro do quarto.

Depois de alguns minutos ele voltou desta vez vestido e com um uma coisa bege cheia de furinhos em suas mãos.

– Aqui pegue - ele estendeu o objeto para mim assim pude ver que se tratava de uma flauta doce.

Lancei lhe um olhar sugestivo esperando que se explicasse.

– Percebi que tem dificuldades no teclado – franzi o cenho lembrando da minha terrível performance de ontem - então pensei que se sentiria mais confortável com outro instrumento.

A princípio pensei que ele pensava que eu era incapaz e fiquei chateada, mas depois de ele me dar um sorriso gentil percebi que ele estava realmente pensando no que era melhor para mim, então retribuí o sorriso e aceitei a flauta.

Ficamos cerca de uma hora com ele me ensinando a toca-la, foram momentos agradáveis apesar de haver momentos em que ele agia como o professor que é na sala de aula, tentei relevar por que afinal era de sua natureza, mas ele percebia por si mesmo e se auto-corrigia e desculpava-se. Ele ficava muito fofo envergonhado então não podia evitar sorrir.

– Certo Madotsuki acho que é o suficiente, vou parar de te torturar agora.

– Não é tortura alguma, poderia ficar assim por mais algumas horas - Repliquei com mais um sorriso.

Ele o retribuiu, mas o desfez muito rápido. Ele pareceu pensar em alguma coisa importante pois sua expressão estava séria. Ficamos sem falar por um tempo até que ele voltou a realidade colocou suas mãos sobre a mesa e olhou pra mim.

– Madotsuki-san eu sei que não falamos mais disso, mas precisamos esclarecer algumas coisas – ele permanecia sério e eu sei sobre o que ele quer conversar, mas eu não tenho certeza se eu também quero. Mas por hora é melhor eu apenas escutar o que ele tem a dizer.

– Certo.

– Madotsuki-san, nesses últimos tempos nós fizemos coisas que não deveríamos - começou ele, enquanto falava ele fitava seus dedos entrelaçados sobre a mesa - Você é minha aluna e eu sou seu professor, o que tivemos não deveria ter acontecido.

Ele suspirou e ficou um momento em silêncio, não sei se ele está olhando para mim a espera de algum tipo de manifestação, pois no momento eu estou fitando a superfície branca entre nós.

– Então vou te pedir novamente que esqueça, eu realmente não quero te machucar, mas isso é errado não podemos ter esse tipo de relação! Você sabe disso, não sabe? Você entende não é? – Eu não estou magoada ou deprimida estou apenas olhando para a mesa sem reação.

O silêncio se instalou novamente na sala, eu não sei o que ele espera que eu diga. Algo como “ah tudo bem então, obrigada por me iludir dessa maneira”? E depois vá embora e finja que nada aconteceu? Eu estou... Estou... FURIOSA! Pela primeira vez na vida estou com tanta raiva que poderia explodir!

E é o que farei!

Levantei-me da cadeira apoiando minhas mãos com firmeza na mesa e empurrando a cadeira com minhas panturrilhas. Finalmente o encarei com olhos marejados, mas ainda assim com um semblante raivoso.

– Não eu não entendo! - Falei quase berrando. Ele me encarou espantado.

– Madotsuki-sa-

– Não! - O interrompi - Nada de “Masotsuki-san”, está me dizendo que tudo o que fizemos foi uma mera ilusão? E que eu deveria simplesmente esquecer o que aconteceu?

– Escuta por fav- O cortei de novo.

– CHEGA! Eu me recuso a admitir que isso tudo foi um erro, ME RECUSO! - Desta vez eu estava realmente berrando, como nunca havia ouvido a mim mesma fazendo - Por que cada segundo disso pra mim foi real, uma das coisas mais reais que já tive EM TODA A MINHA VIDA!

– Madotsuki-san – Ele não estava mais tentando me acalmar ou competir comigo, apenas me encarava tristemente.

– Eu pensei que você gostava de mim tanto quanto eu de você, mas parece que como sempre eu fui feita de IDIOTA.

– Por favor, não diga isso de si mesma, você não é idiota! – disse ele se aproximando de mim e segurando meus ombros.

– Como posso não ser quando me apaixonei por você e mesmo assim tudo desmorona – Sequei as lágrimas de meu rosto com a manga comprida da camisa que vestia - Como eu posso não ser se mesmo te amando eu continuo sendo um nada!

– Não é verdade, por favor, pare! - Implorou com voz trêmula.

– Você não me ama Sensei?

– Não é isso, não é isso!

– Então é o que?

– Eu... Só não quero que você se machuque – ele abaixou sua cabeça, mas manteve suas mãos em meus ombros, pude escutar sua voz fraquejar mais - Eu não quero vê-la machucar-se por que... Eu te amo!

Eu fiquei um tempo paralisada, vendo algumas poucas lágrimas caírem de seus olhos, eu passei a mão delicadamente por suas bochechas e o puxei para mais perto até que a distância entre nossos lábios não existisse mais. Ele deslizou suas mãos pelos meus braços e pousou-os em minha cintura a segurando com força, levantando-me e sentando-se me na mesa sem nos desgrudarmos.

Uma sensação nova estava tomando conta de meu corpo, era quente, incendiava todo o meu corpo, assim como desejo de possessão o consumia a cada toque. Menos distância! Quero que a distância seja menor até que não exista mais.

Me prendi em seu pescoço com mais força e encaixei minhas pernas em sua cintura, ele me levantou e me carregou até o quarto me sentado em seu colo na mesma posição. Ele deslizou sua camisa branca pelos meus ombros com facilidade e beijou minha clavícula.

Fiquei imersa naquele transe alucinante, naquela dança erótica com Masada Sensei provando assim que não era uma ilusão ou um mero sonho sem valor.