Tínhamos combinados de que sairíamos as 22:00 horas do hotel, assim o movimento de fãs e jornalistas diminuiria e seria mais fácil de chegar a festa. As 21:30 Joseph estava batendo na minha porta. Antes de terminar de arrumar, tive que abrir a porta para ele ou ele derrubaria ela.

—Desculpa, mas não podia esperar mais. – disse ele timidamente.

22 horas estávamos na garagem, ele parecia super animado. Mas nada se comparava qunado ele chegou lá seus olhos brilhavam de uma maneira única. Então vendo todas aquelas pessoas por um momento ele travou pegou no meu braço, olhei para trás, ele estava de cabeça baixa.

—O que foi?

—Estou com medo.

—Medo? de que?

—Não sei como me enturmar e....

Coloquei as mãos sobre os lábios dele.

—Apenas seja você mesmo. – e então sai para reencontrar alguns amigos que tínhamos marcados de encontrar.

Encontrei Pamela e Jonas, velhos amigos que haviam se mudado para Rio de Janeiro meses atrás, nossa conversa rendeu que nem vi o tempo passar, eles tinham uma companhia tão agradável. Embora, tenham se mudado para Rio de Janeiro quase na mesma época não tinham nenhum relacionamento além de amizade.

Só mais tarde naquela noite me lembrei do Joseph. Foi quando sai de perto de Pamela e Jonas para encontrar ele. Nem demorou muito.

—Quem é aquela? – disse uma voz atrás de mim. Quando me virei para olhar, vi que ele estava curioso e ao mesmo tempo com um olhar acusador.

—Minha amiga Pamela, sou completamente apaixonado com o jeito dela alegre e verdadeira e...- Parei quando olhei para ele de novo, ele não parecia satisfeito com meus elogios com Pamela.

—Já vamos embora? – perguntou ele.

—Eu gostaria de ficar mais um pouco, e você?- disse para ele. Ele apenas virou as costas e seguiu para a pista de dança. Essas são uma das horas que tenho vontade de bater nele. Nessas horas eu via o menino mimado que a mídia nos vendia.

Depois de quase uma hora, o barman me chamou em um canto e mostrou o estado de Joseph.

—O que você fez? – disse para ele.

—Bebi um pouco. – disse ele, só que o “um pouco” dele era o bastante para deixar ele completamente fora de si.

—Vamos embora.

Fui obrigado a arrastar ele até o carro e depois até em casa. A maior parte do caminho ele dormiu, de vez em quando me pegava olhando ele. Aquele rosto angelical, de vez em quando parecia que ele estava sonhando, dava aqueles sorrisinhos tímidos. Acordei ele quando chegamos no estacionamento do Hotel.

—Já chegamos, acorde, porque não vou te levar até lá em cima no colo.

Nesse momento parecia que seu juízo já estava voltando ao controle de novo. E então não pensei muito para perguntar ele.

—Porque você fez aquilo?

—Precisava acabar com minha raiva e nada melhor do que bebendo.

—Raiva? Pensei que estava gostando da festa.

Ele bufou e saiu na frente para pegar o elevador, foi sem dizer mais uma palavra. E quando o elevador abriu saiu novamente na minha frente. Mas ao invés de ir para o apartamento dele me esperou na porta do meu.

Parei na porta e fiquei olhando ele.

—Não vai abrir?

—Não, até você me explicar o que está acontecendo.

Ele olhava para todos os lugares, mas evitava olhava dentro dos meus olhos. Por fim começou a brincar com a pulseira em seu braço

—Ainda estou esperando. – disse por fim.

Ele colocou uma das mãos sobre a minha nuca e seus lábios tocaram os meus, rápido demais. Foi um beijo intenso, daquele que você esquece onde está. Que nada mais importa lá fora. Que você sente uma conexão com pessoa. Eu já havia estado com outros caras, mas algo nele era diferente. Quando o beijo terminou eu ainda estava sem reação.

Abri a porta, ele entrou sem dizer nada ou olhar para mim e seguiu até o quarto. Eu fui atrás dele e fiquei na porta apenas observando ele. Joe andava de um lado para outro, mas sem fazer nada.

—Devíamos falar sobre isso?- eu disse.

—Não. – disse ele. – Acho que devemos esquecer. Nunca aconteceu. – essas foram suas palavras, mas tudo nele mostrava que tanto como eu, ele queria mais.

Então dei alguns passos para próximo dele. Toquei seu braço levemente e ele tocou no meu rosto. O beijo aconteceu novamente, era como se duas almas se reencontrassem depois de tantos anos. Mas então, eu o empurrei. O que eu estava fazendo? Aquele era o cara que eu tinha motivos para odiar. Aquele era o cara que eu não devia me relacionar. Eu já tinha problemas demais. Joe tinha problemas demais. Não precisávamos unir esses dois universos.

Ele me olhou sem entender. Em seu rosto um misto de decepção e vergonha pela rejeição.

—Espere. – eu disse. – Eu posso explicar.

—Eu estava certo. – disse ele. -Isso tudo foi um erro que não acontecerá de novo.

Joe então foi ao banheiro e eu segui para a varanda do apartamento. Quando voltei ao quarto ele já estava dormindo ou apenas fingiu. Sabia que teria que conversar com ele no outro dia e isso seria mais complicado do que eu poderia imaginar. Porque para isso eu precisava entender tudo que passava na minha mente e o quanto aquele beijo havia mexido comigo também.