Eu estava em seu quarto, se é que aquilo poderia ser chamado de quarto. Estava uma verdadeira de bagunça de roupas para todos os lados e uma cama bagunçada. O cheiro também não é dos melhores no local. Joe me olhava percebendo minha reprovação.

—Desculpe por isso, mas eu precisava de um lugar mais reservado para conversamos. – disse ele se aproximando de mim novamente. – É realmente você? Você realmente está aqui?

—Sim. – disse para ele. – Completamente.

—Ótimo. Precisava confirmar isso. – disse ele e deu um beliscão no meu braço.

—Por que fez isso? – disse para ele. – Isso doeu.

—Deveria ter feito pior. – disse ele. – Minha vontade era de socar sua cara. Mas isso iria doer em mim também.

—Admito que não era o último de reação que eu esperasse ter depois da gente se encontrar.

—Então o que esperava?

—Eu apenas não sei. – disse para ele. – Na verdade eu nem esperava te encontrar novamente. Não depois de tudo.

—E você acha mesmo que apenas deixaria você ir embora sem olhar para trás? Depois de tudo que vivemos juntos. Achei que mesmo com o pouco tempo, você me conhecia melhor.

—Você deveria ter feito isso. – eu disse para ele, caminhando até a janela a procura por mais ar, porque meu coração ainda parecia que ia sair pela boca.

—Eu queria me desculpar. – disse para ele.

—Isso seria um bom começo.

—Eu disse que queria, mas não disse que faria isso. – disse para ele. – Você não entende? Eu não podia destruir sua vida.

—Quem te disse que faria isso? – disse ele. – Eu querer ficar com você é como se minha vida tivesse começado agora.

—Mas você tem sua carreira e as agenda... – disse para ele.

Ele suspirou.

—O que te falaram?

—Nada. – disse para ele.

—Você mente terrivelmente mal. – disse ele. – Porque não me fala.

—Carlos...- disse e parei.

—Eu sabia. – disse ele. – Demi, já havia me falado sobre. Mas eu não queria acreditar.

—O que ele fez com você?

Eu o olhava sem saber ainda se eu deveria dizer. Ele caminhou até mim, pegou na minha mão e disse:

—Só posso fazer algo se me disser.

Suspirei fundo e contei para ele cada detalhe da conversa com Carlos e isso inclui sobre seu ex. Joe mesmo impressionado em nenhum momento me interrompeu, apenas observou cada palavra que eu dizia.

—Eu não posso acreditar. – disse ele.

—Eu sei. – disse.

—Você deveria ter me contado antes.

—E arriscar sua carreira? – disse. – Eu não queria isso.

—E decidiu que seria melhor arriscar nossa felicidade?

Apenas o olhei por alguns minutos.

—Joe, nossa história começou de um jeito louco. Você foi o tipo de cara que eu odiava. E quanto mais te conhecia, você me fazia questionar cada uma das minhas decisões. E depois você me fez sentir mais vivo, me fez querer viver com mais força novamente. E quando eu percebi eu amava você. E eu não sabia como lidar com isso. É novo demais para mim.

—Eu sabia que me amava. – disse ele. – Eu ouvi cada palavra sua naquela noite no hospital. E por isso eu sabia que não podia desistir de você. Por isso estava esperando até o dia que te encontraria naquela praça. Mas você nunca vinha. E eu apenas podia esperar até o dia que te encontrasse.

—Eu não posso perder você. – disse para ele. – Não novamente.

—Você não vai. – disse ele, aproximando e me dando aquele beijo que apenas ele sabia fazer. O beijo que me fazia esquecer completamente todos os problemas, o beijo que me fez esquecer completamente todo o tempo que ficamos separados.

[4 meses depois – Caribe]

Eu estava sentado olhando o movimento das ondas. Por mais que havia uma passagem tão linda em minha frente, minha mente ainda estava longe. Pensando em cada um dos momentos que eu vivi nos últimos meses. Eu ainda não havia me acostumado com aquele anel prateado que estava no meu dedo. E toda vez que eu o olhava, ele parecia brilhar ainda mais e ficar ainda mais pesado. Como se quisesse chamar a atenção de todos para ele. Suspirei.

—Onde estava com a cabeça quando deixei você entrar no meu dedo? – disse ao anel. Só percebi que estava parecendo louco quando senti alguém se aproximando. Olhei para o lado quando eu ali estava resposta. Ele caminhava sem camisa com uma bermuda azul e um sorriso que fazia meu coração pular. Além de um anel idêntico no meu dedo.

—Ainda não se acostumou com anel? – disse ele.

—Você me conhece bem. – disse para ele.

—Poderia ser pior. – disse ele. – Poderia ser dourado.

—Você não faria isso. – disse para ele.

—Não...- disse ele.- Não agora. Mas daqui alguns meses.

—Joseph! – disse para ele.

—Já te disse que sua carinha de bravo me encanta? – disse ele e antes que eu conseguisse responder ele estava em cima de mim me beijando novamente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.