You're Not Alone

Maggie, a super ciumenta


MAGGIE ON:

Sexta feira a noite, estou no meu carrinho lindo indo para a casa do meu amor. Nem avisei que ia passar lá, afinal seria uma surpresa. Acho que depois de uma semana trabalhando e estudando, Carlos ia adorar receber uma visitinha minha, né? Estava tocando “Ready or not” da Bridgit Mendler no som do carro, já falei que eu adoro essa música? Não? Pois é, eu adorooooooooo! “Ready or not. Here I come. I like your face. Do you like my song? Just sing it. La la la... La la la... And I will find you! Ready or not” ok, parei. Estou a três quarteirões da casa do Carlos... Agora dois... Um... Tô na esquina da rua dele! Faltam 8 casas, agora 7... Ok, parei com a contagem regressiva.


Quando estou a poucos metros da casa dele, vejo duas pessoas sentadas no meio fio, um casal. O garoto eu tenho certeza que é o Carlos, mas... Quem é vadia que tá com ele? E abraçados ainda? Espera, ela tá usando a jaqueta dele! EU VOU MATAR O CARLOS! Ele está me traindo com uma piranha qualquer? Ahh, isso não vai ficar assim! A raiva começou a subir dentro de mim, senti meu corpo elétrico como se tivesse acabado de ganhar um choque. Em vez de pisar no freio, coloquei o pé no acelerador e avancei para cima deles. Por azar, o Carlos viu e se levantou rapidamente e empurrou a garota para não ser atropelada. Parei o carro, mas continuei com o motor ligado, e os faróis acesos. Carlos ficou parado quase que na frente do carro, numa postura dura.

– Quer me matar? - ela gritou jogando as mãos para cima. Desliguei o carro e sai transtornada.

– Essa era a intenção! - gritei também.

– Maggie você é maluca, ou o que? Por que você quase me atropelou! - ele estava gritando mais alto ainda.

– Não precisa gritar, ninguém aqui é surdo! - rebati - E a culpa é toda sua!

– Ahh, a culpa é minha? Você quase me atropela e a culpa é minha? Por favor né. - ele revirou os olhos.

– Claro que a culpa é sua! Você tava me traindo, com essa vadia aí! E ainda por cima na frente da sua casa! Por que você fez isso comigo? - perguntei agora em um tom normal de voz.

– O que? Eu não estou te traindo. Ela é minha prima - ele respondeu confuso.

– Prima? Conta outra - bufei. Até parece que vou cair nessa.

– Tô falando sério! Você não lembra da Quinn? Nós fomos na formatura do irmão dela ano passado. - ele disse e apontou para a garota.


Olhei para ela que estava parada na grama, com uma cara bem espantada. Olhei bem para o seu rosto, e então a reconheci.. Era mesmo a prima dele, só que ela estava um pouco diferente, o cabelo um pouco mais curto e mais claro. Se eu não me engano, Quinn tem 15 anos. De repente, uma sensação de arrependimento passou por mim.

– Ohh... - foi o que eu consegui dizer. Carlos olhou sério para mim, depois foi até a prima, falou algo para ela, e então Quinn entrou dentro de casa. Ele voltou e parou na minha frente.

– Qual é o seu problema? O que você tinha na cabeça quando achou que eu estava te traindo? - ele perguntou - Espera, nem responde porque eu já sei: ciúmes. É só isso que tem na sua cabeça!

– Ahh, qual é! Eu vejo você abraçado com uma garota na frente da sua casa, e você quer que eu pense o que? - falei um pouco nervosa. - Me desculpa por ter quase te atropelado. Agi sem pensar - respirei fundo. Realmente estava arrependida. Eu e essa mania de agir sem pensar... Preciso parar com isso.

– Sério que você agiu sem pensar? Porque isso não me surpreende? Você sempre faz isso. - ele ficou alterado - Eu não aguento mais esse seu ciúme doentio! Eu não posso dar um “oi” para uma garota que eu conheço de vista que você já dá um ataque!

– Mas é claro! Essas garotas são um bando de oferecida! Não podem ver um cara comprometido que já ficam se jogando em cima! - falei ficando estressada novamente.

– Será que você não entende, que eu não to nem ai para essa garota? Que eu gosto é de você, só de você!

– Sinto muito... - falei abaixando a cabeça. Carlos tinha razão, ele nunca deu motivos para eu desconfiar da sua fidelidade. Me aproximei mais dele e tentei tocar seu braço, mas ele se afastou. - Carlos... - choraminguei.

– Não Maggie... - ele deu um passo para trás - Eu cansei disso. Juro que me esforcei para não brigar com você, mas... eu não consigo mais.

– O que você quer dizer com isso? - perguntei confusa.

– Acho melhor darmos um tempo. - ele respondeu sem olhar para mim.

– Por favor Carlos.. Não faz isso comigo - disse quase implorando - eu prometo que vou melhorar.

– Você já disse isso outras vezes, e nada mudou. Sinto muito Maggie... Vai ser melhor assim - ele falou e depois olhou para mim.


Havia algo triste em seu olhar, eu sabia que estava sendo difícil para ele fazer isso. Porque eu estava me sentindo do mesmo jeito. Ele se virou em direção a casa e começou a andar. Fiquei parada no mesmo lugar imóvel sem saber o fazer. Ele deu uma olhada rápida na minha direção por cima do ombro, e depois entrou. Corri para o meu carro e sai de lá o mais rápido que pude, enquanto dirigia as lágrimas corriam pelo meu rosto. Senti um sensação ruim no estomago, mas acho que é fraqueza, estou a tarde toda sem comer nada. Não podia ir para casa, se minha mãe me visse assim ia começar a brigar comigo. Então eu só poderia recorrer a uma pessoa nesse momento.

KIM ON:

Sexta feira a noite e eu em casa... Que legal. Cheguei a ligar para o Logan para ver se ele queria fazer algo, mas disse que estava muito cansado, iria direto para cama. Então eu estava na sala junto com o meu irmão assistindo um filme de terror (Detalhe: Odeio filme assim).

– Por que você foi alugar esse filme? Só tem gritos, sangue, morte e mais sangue - disse bufando.

– Eu gosto de filme assim - ele deu de ombros. - E sem falar que hoje era o meu dia de escolher o filme.

– Eu sei - respondi - Na próxima vez, vou alugar um filme de romance daqueles bem melosos.

– Eca - ele disse fazendo uma careta

– Ahh Kendall! O seu namoro com a Liz ta igualzinho. Nunca vi um casal tão grudado como vocês.

– É diferente - ele tentou se defender - Esses filmes de romance sempre tem tragédia, em quase todos um dos principais morre no final. Eles nunca tem um final feliz.

– Agora tenho que concordar com você - respondi - Esses finais são muito tristes mesmo.

– Ponto para o Kendall! - ele disse rindo. Revirei os olhos e bati com a almofada na barriga dele. Depois de alguns minutos a campainha toca uma, duas, três vezes... Nossa, perdi a conta.

– Vou atender! - disse me levantando e indo em direção a porta. Quando abri me deparei com uma garota. Seus cabelos pretos e ondulados estavam desarrumados, e seus olhos estavam inchados de tanto chorar... Maggie. - O que aconteceu?

– Posso entrar? - ela perguntou soluçando. Fiz que sim e dei passagem a ela. Antes que pudesse perguntar mais alguma coisa ela me abraçou e começou a chorar novamente.

– O que houve? - perguntou o Kendall vindo na nossa direção. Maggie olhou rapidamente para ele e depois voltou a chorar no meu ombro. - Eu vou pegar uma água. - ele disse indo até a cozinha.


Levei Maggie até o sofá e aos poucos ela foi se acalmando, principalmente depois de tomar um copo de água com açúcar que o meu irmão trouxe a ela. Kendall também ficou preocupado e ficava perguntando o que tinha acontecido, mas ela não respondia.

– Ahh, mano... Que tal você terminar de ver o filme no seu quarto? - perguntei. Ele assentiu e levou o DVD para cima. - Agora me diz... Por que você está assim?

– O Carlos... Ele terminou comigo - ela disse abaixando a cabeça como se estivesse envergonhada - Tudo culpa desse meu ciúmes idiota.- ela completou.

– Me conta essa historia direito... Desde o começo - pedi. Então ela me contou, mas com muito esforço... Só de lembrar o que tinha acontecido já deixava escapar outra lágrima. Eu nem sabia o que dizer... Sei que ela tentou atropelar ele, mas foi porque ela ficou muito nervosa. Não estou dizendo que a Maggie está certa, porque ela não está, mas sei que ela teve seu motivos.

– Sinto muito Mags - disse acariciando seu braço, tentando consolá-la.

– Não precisa se desculpar... A culpa é toda minha mesmo. - ela disse

– Não se preocupa, logo vocês fazem as pazes. - falei. Bom, pelo menos era o que eu queria que acontecesse.

– Não tenho tanta certeza disso Kim. O Carlos parecia tão... Decidido. Não sei se ele vai voltar a atrás. E agora, como eu vou ficar sem o meu baixinho? - ela perguntou com um olhar de dar dó.

– Vai ficar tudo bem... Estou aqui com você - disse lhe dando um abraço forte.

– Posso te pedir um favor? - Maggie perguntou se afastando um pouco de mim. Fiz que sim - Será que posso dormir aqui hoje? Não quero encarar minha mãe desse jeito.

– Claro! Pode ficar o tempo que precisar... Mas você não vai ligar para sua mãe só para avisar? - perguntei. Ela me olhou sem responder nada - Deixa que eu ligo. Vou dizer que fui eu que pedi para você ficar aqui comigo essa noite, só para relembrar os velhos tempos. - ela forçou um sorriso.


Levei a Maggie até o andar de cima, emprestei um pijama meu a ela e disse que podia tomar um banho. Enquanto isso, liguei para a Sra. Lawrence e avisei, no começo ela pareceu um pouca desconfiada mas acabou deixando. Avisei para a minha mãe que Maggie ficaria conosco essa noite, tive que dizer o que aconteceu, e ela concordou dizendo que até faria um chá para nós. Passei no quarto do Kendall e contei a ele também, talvez ele conseguisse falar com o Carlos. Depois voltei para o meu quarto, cedi minha cama para Maggie e peguei um colchão reserva que tinha no armário e o coloquei no chão. Ela estava tão cansada que só deitou na cama e dormiu. Pelo jeito, amanhã será um longo dia.