Capitulo Sete: Perigo Iminente


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‘’ Ian pousou o queixo em meu ombro e seu olhar dirigiu-se para o mesmo lugar onde os meus olhos estavam fixados. E ficamos assim em nossa pequena bolha particular, sem dizer nada, mas ao mesmo tempo, falando tudo. ‘’


POV. Peg:


Precisa de ajuda senhorita? - Um rapaz que estava na loja ofereceu, ao me ver carregando várias sacolas de supermercado.

– Não obrigada. Está tudo sobre controle. - Falei sorrindo. Aquela era nossa última parada. Em questão de minutos estaríamos voltando pra casa.

Olhei para o meu relógio de pulso. 17h00min. Suspirei preocupada. Já passara quase vinte minutos do horário que eu combinara com Lucas pra nos encontramos para seguir viagem, mas não havia nenhum sinal dele.

Eu podia sentir a adrenalina correr pelas minhas veias. Será que algo tinha dado errado? Por que ele estava demorando tanto?

Estava feliz por estar voltando, mas estranhamente, sentia um peso em meu peito. Talvez fosse pela pequena discussão que eu tivera com Ian quando saímos do Hotel...

E pela milésima vez, Ian insistia que Lucas podia ser perigoso, que não era aquilo que aparentava ser e que queria me roubar dele... E tudo começara quando eu tive que vir no mesmo carro que Lucas.

# Flashback On #


– Ian, por favor, não faça esse biquinho – Falei acariciando seu rosto com barba por fazer. – Não há outro jeito. Eu infelizmente tenho que ir no mesmo carro que ele, ou vamos acabar chamado atenção.

Ian não respondeu, apenas suspirou. Eu tive que me conter para não acabar sorrindo. Por mais que fosse um sentimento negativo, eu me sentia triunfante em saber que ele tinha ciúmes de mim.

– Vamos Peg? – A voz de Lucas me chamou tirando-me dos meus devaneios. Ele colocava algumas coisas no porta malas do carro e olhava enviesado para Ian. Mel, Jared, Fernando já estavam no outro carro, apenas aguardando sinal para seguirem.

– Tudo bem, você venceu... – Ian murmurou baixinho. – Mas eu ainda acho que ele esconde alguma coisa...

– Ian, por favor, não vamos recomeçar essa discussão né? Lucas é amigo, ele só está querendo nos ajudar. – Falei e ele bufou.

– Será que é tão difícil pra você ver o que ele esta tentando fazer? Ele está tentando roubar você de mim. – Ele disse olhando nos meus olhos. Eu podia sentir a veracidade de cada palavra que ele dissera.

Então, era assim que ele sentia? Por isso ele agia daquela forma quando eu estava perto de Lucas...

– Ian... Você é quem eu amo. Só você. – Falei segurando suas mãos, acariciando-as com o polegar. – E mesmo que ele tente, ele NUNCA vai conseguir, sabe por quê? Por que meu coração já tem um dono, VOCÊ.

– Ah Peg, eu tenho tento medo... Eu não suportaria de perder... – Ele disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha – Mas abra os olhos meu anjo, abra os olhos, por favor. Promete que vai se cuidar?

– Eu sempre me cuido não é? – Falei dando uma piscadela e sorri involuntariamente ao vê-lo sorrindo ao vê-lo sorrir novamente. – Eu te amo!

# Flashback off #


Pisquei algumas vezes, voltando à realidade. Uma senhora de meia idade passava as compras, a atendente sorria, pessoas conversavam tranquilamente enquanto enchiam seus carrinhos de mantimentos. Tudo parecia no lugar, mas a demora de Lucas começava a me angustiar.

Suspirei aliviada ao ver Lucas aparecer entre os corredores e caminhar em minha direção. Finalmente estávamos indo pra casa! Ufá!

Pelo menos era isso que eu pensava até aquele momento...

Cerrei os olhos, preocupada de novo, quando vi a expressão do rosto de Lucas. Seu rosto estava lívido de preocupação. Meu coração se apertou instantaneamente, algo estava errado, com certeza.

– Buscadores – Ele sussurrou de uma forma que só eu consegui ouvir. – Estão vindo pra cá!

Naquele instante, o chão parece desabar sobre os meus pés...

POV. Ian


Esfreguei minhas mãos, tentando controlar o meu nervosismo. Afinal, por que eles estavam demorando tanto naquele mercado? Era pra ser algo rápido, a essas horas já devíamos estar no caminho pra casa.

Meu coração se apertava toda vez que eu pensava em Peg, meu doce anjo. E sinceramente eu não gostava nenhum pouco dela perto daquele tal Lucas, mesmo todos dizendo que era paranoia minha. Até mesmo Jeb confiava nele!

Suspirei olhando pela janela da van, onde todos nós os esperávamos ansiosos. Nada de novo, nenhum sinal deles. Fechei os olhos, encostando minha cabeça no banco.

– Ian, relaxa, eles já devem estar voltando. – Ouvi Melanie dizer, tocando meu ombro que estava tenso.

– Eu só estou preocupado, já era pra eles estarem aqui... – Murmurei baixinho, mas para mim mesmo do que pra qualquer outra pessoa. Afinal, me preocupar com a Peg era a única coisa que eu podia fazer. Ela era minha vida. Eu me sentia tão frustrado e impotente por não poder protegê-la caso ela estivesse em risco.

E foi naquele instante que uma sirene tirou-me dos meus devaneios. E não era uma sirene qualquer. Olhei pelo retrovisor e vi dois carros de policia virem na direção em que estávamos estacionados.

– Oh droga! – Mel exclamou – Eu acho que estamos encrencados. Muito encrencados.

– Vamos manter a calma pessoal. Ninguém se mexe, vamos ficar quietos, talvez passemos despercebidos aqui dentro... – Jared disse.

Peg... Essa era a única palavra que eu conseguia pensar.

O nome dela. Seu rosto. Seu perfume...

Nossa única escolha era esperar. Esperar para que ficássemos despercebidos aqui, e esperar que um milagre se realizasse e não fossemos capturados pela policia...


POV. Peg:


- O-o-que? – Perguntei com voz tremula.

– Buscadores Peg, junto com a policia. Estão vindo checar. Alguém denunciou que havia atividade humana. Temos que sair daqui o mais rápido possível. – Lucas respondeu.

Perigo...

Perigo...

Perigo...

Eu não conseguia tirar essa palavra de mente. Todos nós estávamos em perigo. Meu coração se apertou e eu lutava pra fazer minhas pernas pararem de tremer.

Eu não suportaria se minha família fosse capturada. Se Ian, meu amor, fosse pego. Eu tinha que agir e rápido. Não poderia deixar que a minha família parasse nas mãos de Buscadores.

Senti um bolo da minha garganta quando me lembrei de Wes... E do quanto Lily sofrera com a sua morte... Eu não suportaria passar pelo mesmo. Eu morreria se algo acontecesse com Ian... A pergunta de Lily rondava minha mente... Por quê? Por que a vida e os amores continuam?

Mas foi naquele momento que três homens altos e fortes entraram pela porta de entrada do supermercado. Era Buscadores, com toda certeza!

– Senhoras e senhores, pedimos que todos mantenham a calma. Recebemos uma denuncia sobre atividade humana nas redondezas. – Um deles explicou calmamente – Por segurança, pedimos que todos permaneçam no local até o fim das buscar e agrademos a atenção.

– Fique aqui Peg, eu já volto. – Lucas murmurou, girando os calcanhares para longe de mim, em direção aos fundos do supermercado.

Eu estava em choque. Queria sair dali o mais rápido possível e avisá-los do perigo, mas meu corpo não obedecia aos comandos da minha mente. E também, eu não poderia chamar atenção, ou iria por tudo a perder...

De repente, um alarme alto e estrondoso começou a soar. Era o alarme de incêndio. Um grande movimento se iniciou, todos na loja tentavam sair com a maior calma possível pela saída nos fundos da loja, a saída de incêndio. Onde estava Lucas!?!

Naquele instante senti alguém segurando meu braço, me levando na direção contrária. Me assustei muito, mas logo me tranquilizei quando percebi que era Lucas.

– Vem comigo. – Ele disse me puxando em direção a outra porta. Ninguém parecia notar nossa saída na direção contrária, nem mesmo os Buscadores, que temiam que o prédio fosse consumido em chamar. Mas estranhamente, não havia rastro de fogo. Então, quem soou o alarme?

– Foi você... Que acionou o alarme?

– Sim. – Ele respondeu enquanto passávamos pela porta de entrada – Era a única forma de sairmos daqui...

– Obrigada Lucas! Você nos salvou!

Essa foi à única coisa que eu consegui falar. Estava tremendamente aliviada, essa tinha sido por pouco, se não fosse Lucas.

- Oh meu Deus, Pet? É você mesma? – Ouvi uma voz feminina chamar. Eu não conhecia aquela voz, mas algo me dizia que ela deveria se familiar... Virei-me para encarar o rosto que era dono daquela voz.

E eu estava certa. Aquela era Arrepiada, a amiga de Pet.


Continua...