Youre My Soul

Começo da minha décima vida.


Estava com Ian na praça central da caverna observando como o céu hoje estava estrelado, mas ao mesmo tempo escuro.Me fez pensar em Ian, do contraste que havia entre sua pele clara e seus cabelos negros. Neve e meia noite apareciam juntas hoje no céu.

Me perguntei como tudo aquilo que acontecera no passado podia ter-se ajustado tão bem. Ninguém mais queria me matar, Melanie tinha seu corpo de volta, e o principal de tudo: Achei o meu grande amor.

Estava deitada na perna de Ian quando sinto sua mão quente no meu cabelo.

-Pensando em alguma coisa, amor? Está tão quieta...- Ele perguntou.

-Estava pensando em como tudo no final das contas se acertou. E hoje eu estou aqui, com você, sem roubar o corpo de ninguém, como era com a Mel.

-Eu lhe disse que tudo ia se ajeitar. Era só uma questão de tempo.

-Disse mesmo. – Dei uma risadinha e levantei a cabeça para lhe dar um beijo.

-Vamos para o quarto? Está ficando tarde e amanhã o Jeb vai colocar a gente para trabalhar como condenados.

Ele viu que eu não tinha entendido o por que e disse:

-Dia de plantação. – Ian me deu aquele sorriso torto lindo e me perdi nele.

Depois que recuperei a atenção, me levantei.

- Vamos, então.

Andamos de mãos dadas até o caminho do nosso quarto. Ele abriu a porta para mim e me direcionei ao baú em que parte de minhas roupas ficavam. Tirei o pijama lá de dentro e me sentei na cama.

- Hã....Eu...Eu vou....deixar você se vestir.

Ian fechou a porta e tirei a roupa.

Havia mais de um mês que tínhamos voltado da ultima incursão – aquela que fomos surpreendidos por outra célula rebelde – e ainda haviam bastantes mantimentos guardados.

Nate, Cal e uma outra garota que eu não sei o nome porque não estava com eles na saída da incursão, já vieram aqui duas vezes. Ouvi Jeb comentar que agora eles viriam com mais freqüência porque Nate e ele estavam trabalhando em um projeto – Não sei sobre o que é.

Terminei de me vestir e abri a porta para que Ian entrasse.

-Ian, acabei de me vestir. Er...Eu vou te esperar lá fora e...

Ele segurou levemente meu braço, impedindo que eu saísse.

-Não precisa, amor. Eu me troco num minuto.

Apesar do tempo em que estamos juntos, essa era sempre uma situação um pouco constrangedora para nós. Eu não sabia se sentia ou não um pouco de vergonha dele. Minha cabeça fica meio confusa quando penso nisso.

Sentei de costas para ele na cama enquanto ele mudava de shorts – Normalmente Ian dormia sem camisa por causa do calor que fazia na caverna.

Ele terminou de se vestir, deitou na cama ao meu lado e me deu um beijo de boa noite. Logo seus braços me envolveram, como todas as noites o faziam, e caí em sono profundo.