Your Love Is Off The Chain
Like a puzzle.
– Você anda cheia de segredinhos. – falou Miley entrando no quarto assim de noite e se deitando na cama abaixo da minha.
– Como assim?
Miley ficou em silêncio, como se enumerasse todas as opções na cabeça. – Os pesadelos, as madrugadas que passou chorando, não tem comido no café da manhã. E agora, vive colada no garoto que tanto odiou desde que ele entrou na escola. Ainda to tentando descobrir o verdadeiro motivo por você ter gritado quando ele entrou na sala de aula. – Comentou Miley rindo. – Foi muito hilário.
– Eu só... tenho meus problemas, como qualquer garota.
– Nã-nã-não. – falou miley rápidamente. – Garotas normais choram porque quebraram as unhas. Ou porque os pais não a deixam ir pro show de alguma bandinha. Elas não vivem chorando pelos cantos, e as vezes viajam prum mundo próprio como se fugissem da realidade.
– Essa é questão Miley: eu não sou como as outras garotas.
Miley calou-se pois sabia que discutir aquilo não levaria a nada.
O resto da noite foi como fora as outras duas: 2 à 3 pesadelos pavorosos, a imagem do sangue vermelho-vivo nos lábios de Christian, o riso de prazer de Demi ao ver o estado de Christian.
Pov. Justin.
– Sim. De preferência lilás ou roxas. – eu sussurrava ao telefone. – Não cara, pode ser de qualquer país, desde que sejam orquídeas.
– Tá falando com quem? – perguntou Selena abrindo devagar a porta da sala com aquele sorriso que só ela sabe dar.
– Ah tá bom, claro que vou pra festa. Sim claro. – falei imaginando a cara do floricultor do outro lado da linha e desligando 1 segundo depois. – Uns amigos me convidando para uma festa... mas nem sei se vou. Só falei que ia pra fazer social.
Selena arqueoou as sobrancelhas e sentou-se na cadeira ao lado da minha suspirando.
– O que foi? – perguntei passando delicadamente minhas mãos por seu rosto.
– Tenho que falar com Demi. Você por acaso a viu? – ela falou enquanto olhava para o nada. Pensativa.
Diferente.
– Acho que a vi no refeitório. – falei indiferente. – Você quer que eu vá com você?
Selena se levantou como se houvesse uma pedra em suas pernas e me fitou. – Não precisa. – ela caminhou até a porta e logo se virou. – Pode continuar falando com seu amigo sobre flores. – ela sorriu.
– O que? Eu.. eu não? O que? Pff. Por favor. Eu o que? – falei desconfortável na cadeira.
– Eu sei, eu sei... – ela falou andando e rindo. – Fingir que é segredo. – Ela se referia a nossa conversa anterior. Soltei um riso abafado e voltei a falar no celular. Mas algo me inquietava. Selena não estava bem. Estava diferente... mas do que o normal. E aquilo não me agradava nem um pouco.
Pov. Selena.
Andei vagarosamente até o refeitório. Meu corpo estava pesado e a minha vontade de ficar na escola aquele era -1%. Avistei Demi em uma das mesas, totalmente isolada. Suspirei e andei até ela.
– Que dia é o julgamento? – falei me sentando em sua frente. A mão de Demi que pairava em sua cabeça agora entrava no bolso do casaco e trazia um papel amassado que eu já reconhecia.
– Sábado de manhã. – ela falou em voz choramingosa. Naquele momento eu pude ver através de Demi. Ela se sentia culpada. Porque no fundo de sua mente ela sabia que o que eu contara sobre Christian era verdade. Eu sabia o quão mal ela se sentiria naquele julgamento.
– Eu vou com você. – falei institivamente.
– O QUE? – Demi falou levantando a voz. – Nã-não. Você... não vai. Porque se o que você estiver falando for verdade, ele pode fazer qualquer coisa com você. – Ela concluiu dessa vez em um tom extremamente baixo. Como se falasse consigo mesmo.
– Lá tem policiais Demi. Ele não pode fazer nada comigo. – falei coçando as mãos. Demi não se conformou.
– Mas eu não quero que nada aconteça com você Selena... acho melhor você nã...
– Eu vou e ponto. – falei a interrompendo. – Desde quando eu dou ouvidos a você.
Ela riu fraco enquanto eu sorria pra ela. Com delicadeza alisei seu braço coberto por casaco preto e grosso. – Tudo vai ficar bem. Depois que ele for preso vai tudo ser como sempre foi.
Demi acreditou em minhas palavras. Mas tinha um problema...
Eu não acreditava.
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