Young Justice X Legião do Mal

Happy Harbor

— Cuidado com os robôs Jane! — Kate avisou a colega de equipe que apontou suas mãos para os seres mecânicos que foram arremessados e destroçados pela telecinese da garota em uma explosão elétrica. — Muito bem!

A jovem heroína aprendia rápido e estava ficando melhor nos treinos e nas missões, assim como Samantha estava menos impulsiva e agora acatava suas ordens sem reclamar, pelo menos na maioria das vezes. Os meninos não davam muito trabalho para Kate. Nereus havia sido treinado para batalhar desde criança em Atlântida, o que fazia com que ele não possuísse nenhuma dificuldade nos treinos, embora precisasse melhorar um pouco o trabalho em equipe e sua vontade de se arriscar pelo grupo. Andy também progredia muito bem e estava tentando acompanhar o ritmo da equipe e não seguir o seu próprio.

— Samantha, problemas a frente? — A líder questionou olhando para a alada que observava as coisas lá de cima, enquanto corria ao lado de Nereus.

— Dois canhões, eu cuido disso? — Ela esperou pela ordem com a clava a postos, ansiosa por um pouco de emoção naquele treino que para ela era extremamente entediante na maior parte do tempo.

— Não, Andy vá na frente!

Kid Flash tomou a liderança do grupo e sumiu por alguns segundos, quando o resto da equipe chegou até onde o velocista estava os dois canhões já estavam desarmados e eles puderam avançar para o objetivo final. Na sala em que entraram uma bola dourada aguardava sobre um pedestal metálico, sendo guardada por um meca gigantesco e imponente, que assumiu posição de batalha assim que percebeu a entrada da Justiça Jovem no recinto. A equipe de jovens super heróis também se preparou para a batalha iminente.

— Lembre-se, o objetivo é pegar o orbe, não perder tempo com o mecanizado. Hawkgirl e Kid Flash vocês cuidam de pegar o objeto, o resto venham comigo. — Ela explicou o plano final, sacou a espada e colocou o escudo a frente de si.

Foi o certo a se fazer, pois o robô lançou uma onda de balas sobre eles. Moça Maravilha conseguiu repelir todos eles com seu escudo sem esforço e liderou o ataque contra o inimigo. Jane distraia o adversário enquanto voava sobre a cabeça metálica dele e tentava escapar do aperto de ferro da mão do robô. Nereus esquivava dos chutes dele até que finalmente conseguiu atingir uma articulação feita de fios, o que causou uma leve onde choques na área que começou a se espalhar pelas proximidades. Andrew conseguiu tirar o atlante dali antes que ele fosse eletrocutado.

Kat voou em volta do robô que agora estava danificado e sem saber em quais dos heróis focar, sua espada de origem amazônica cortava aço como uma faca cortava um pão e deu um fim rápido para o gigante de ferro que caiu em um som estridente e demorado. Ela voltou para o chão, sentindo-se satisfeita com mais um treino bem sucedido.

— O orbe? Pegaram?

— É claro que sim, acha que eu sou uma amadora? — Sam respondeu jogando a bola dourada para o ar e pegando logo após, um sorriso vitorioso estampado em sua face.

“Simulação de treino concluída com sucesso.”

A voz do computador avisou e os hologramas que se formaram na sala sumiram. Logo como Kara entrou no recinto animada.

— Pessoal, vocês foram ótimos! Terminaram a simulação em tempo recorde e conseguiram unir as habilidades de todos para maximizar as chances de sucesso, foi realmente ótimo. — Ela comemorou e o grupo a acompanhou.

A jovem Wayne estava feliz que a nova Justiça Jovem estivesse dando certo e que seu trabalho como líder fosse realizado bem. Ela sorriu para os companheiros de equipe e eles seguiram para a sala de lazer. Todos um pouco cansados depois de alguns bons minutos na sala de treino, mas vitoriosos.

— Jane, o que você trouxe dessa vez? — Andrew foi rápido em perguntar esperando algumas das delícias que a meia marciana costumava trazer para a equipe.

— Sorvete caseiro de morango e blueberries, eu espero que vocês gostem! — Miss Marte revelou indo pegar para eles, todos se serviram e sentaram-se no sofá ou nos puffs que haviam ali espalhados pelo recinto.

— E então Wayne, como vai a sua investigação? — Sam perguntou enquanto navegava pelo Instagram, sua rede social favorita, onde ela detinha milhões de seguidores.

— Eu ainda preciso pesquisar a fundo a ligação da A.R.G.U.S. com os indivíduos que encontramos na ilha mexicana. Embora o meu pai não queira mais que eu me envolva nesse assunto. — Explicou e pegou uma colher do sorvete de morango, sua amiga realmente sabia como fazer uma boa sobremesa.

— O Batman tem razão. — Kara comentou chamando a atenção deles. — Isso precisa ser investigado pela Liga, não se brinca com a A.R.G.U.S. e sai ileso, vocês não podem se arriscar tanto assim e se envolver com eles.

— Nenhum de nós é criança para ficar brincando por aí, somos heróis e uma equipe. — Nereus rebateu mais sombrio, ele podia ser bem duro quando estava irritado ou contrariado. — Pensei que isso já estivesse sido esclarecido entre todos, mas parece que ainda nos tratam como crianças brincando de Liga da Justiça.

— Calma Nereus… — Jane colocou uma mão sobre o ombro dele, ela não gostava de conflitos, muito menos de um em que ela estivesse presente.

— Ele tem razão Kara. — Samantha concordou. — A Kate que descobriu tudo isso por si só, vocês não podem pedir que ela pare agora.

— Pessoal, vocês precisam entender que… — Ela parou e colocou um dedo no ouvido, recebendo uma mensagem no comunicador, se virou para eles depois de terminar. — Pessoal, vamos terminar essa conversa depois, o Homem Brinquedo está dando trabalho e eu preciso ajudar a Supergirl. — Ela avisou antes de sair voando dali.

Um silêncio continuou por mais algum tempo antes de Samantha quebrá-lo.

— Eu não acredito que eles ainda nos tratam como não soubéssemos o que estamos fazendo. — Ela reclamou deixando o celular de lado e cruzando os braços em protesto.

— Não seja tão dura, nossos pais apenas se preocupam com a gente, isso pode ser bem perigoso. — Miss Marte tentou fazer que a calma voltasse ao recinto, o que foi em vão.

— Ah Jane, para de passar a mão na cabeça deles. Nós criamos essa equipe com o intuito dela sermos independentes e não subordinados da Liga da Justiça que acatam todas as orden dele. — Sam resmungou carrancuda e nada feliz com a situação.

— E nós não seremos. — Kate cortou as duas e se levantou, chamando a atenção deles que a observavam curiosos e atentos. — Hoje à noite teremos uma missão.

~*~

Nova York

“A maioria das nossas missões serão assim como se fossemos espiões?” Jane questionou telepaticamente para Kate que engatinhava a sua frente, as duas dentro daquele duto de ventilação pequeno e escaldante. Miss Marte já havia percebido que aquele tipo de missão era o que ela menos gostava.

“Bom, nem todas, mas algumas sim.” Kate respondeu de volta dentro de sua cabeça e meneou a cabeça em decepção. “Prepare-se, vamos descer agora, as leituras calor não indicam ninguém, mas mesmo assim fique atenta!”

Kate abriu o alçapão e desceu caindo perfeitamente no chão. Passou os olhos por todo o ambiente escuro, com exceção da tela de um grande computador embutido a parede, muito parecido com o da Batcaverna. Ela avisou em seus pensamentos para Miss Marte que era seguro descer e a mesma planou até o chão com leveza, o capuz azul escuro escondendo parcialmente seu rosto.

“Podemos começar? Esse lugar é assustador…”

Kat respondeu a amiga com um aceno positivo e ela virou-se indo em direção a porta metálica, onde a mais nova ficaria de tocaia. Já Moça Maravilha andou em direção ao computador, inserindo um pen drive na entrada USB, dentro do pequeno dispositivo havia um vírus (cortesia de Dick) que iria quebrar a segurança do sistema, o que aconteceu após alguns segundos de aflição e ela teve acesso a máquina.

Abriu os arquivos e começou a caçar informações que interessavam a ela e a investigação. Procurou dados sobre o México e não encontrou nada útil, procurou informações sobre a garota que encontrou na ilha, porém também não achou nada. Cerrou o punho em frustração e colocou-se a pensar. Deveria ter alguma pista que ajudasse naquele monte de arquivos da A.R.G.U.S., porque ela não achava nada? Foi aí que lembrou dos ensinamentos do Asa Noturna. Se tudo aquilo estivesse realmente conectado ela deveria cavar mais fundo.

Digitou uma sequência de códigos na fonte do sistema que havia aprendido há muito tempo atrás e para sua surpresa funcionou. Achou mais uma sequência de pastas que estavam guardadas em arquivos secretos. Ela definitivamente deveria agradecer ao Dick por ensinar os truques de hacker dele. Começou a vasculhar e achar coisas interessantes: substâncias químicas das quais ela nunca havia ouvido falar, formas de sintetizar gases, anatomia e fisiologia de meta-humanos, além de pastas e mais documentos sobre super-heróis. Finalmente ela havia achado algo.

“Kate, temos companhia, eu consigo ouvir os pensamentos de alguém e está vindo para cá.” A outra heroína avisou com medo em sua mente de que ambas fossem pegas ali e tivessem que iniciar um combate que acabaria com o disfarce delas.

“Preciso copiar esses documentos, são muito importantes!” Kate começou a pensar, um pouco de nervosismo querendo tomar conta dela à medida que ela começava a escutar passos vindos do corredor. “Você não consegue controlar ele com sua telepatia de alguma forma? Fazer alguma coisa? Ele não pode alertar a A.R.G.U.S.! Não agora que estamos tão perto!”

“Eu nunca tentei fazer isso, talvez eu consiga, mas o meu pai nunca me ensinou direito essa habilidade.” Jane estava prestes a perder a calma e assim ela ficaria instável, ela era muito emotiva e precisava de segurança para fazer o que era necessário. Aquela missão não poderia falhar.

A Wayne começou a fazer o download do arquivos e seguiu para a garota colocando os braços nos ombros dela firmemente, olhando seriamente dentro de suas íris castanhas.

— Você precisa segurá-lo. Você me entende? Estamos todos contando contigo. — O computador emitiu um alerta e Kate foi obrigada para voltar a seu posto e continuar copiando os arquivos.

O homem havia chegado a porta e ela se abriu logo depois dele usar o cartão de identificação, surpresa tomou o rosto dele e logo depois algo como raiva, ele tentou alcançar o rádio no ombro, mas sua mão começou a tremer. Kat observou os olhos de Jane focados no rosto do funcionário daquela organização secreta e ela soube que a colega estava fazendo a parte dela, deveria terminar a sua.

Kate burlou as defesas que haviam surgido tentando impedir a coleta de dados e por fim depois de alguns minutos conseguiu retirar o pen drive com as informações que precisava. Tocou o braço de Jane avisando que deveriam ir e surpreendentemente o homem caiu no chão em sono pesado.

— Parece que você aprendeu bem rápido. — Ela comentou orgulhosa da amiga.

— Eu estou com muito dor de cabeça agora…

Passos surgiram no fim do corredor, o homem caído no chão com certeza chamou a atenção de quem quer que fosse, pois logo o alarme daquela base da A.R.G.U.S. começou a tocar e os passos se tornaram pés correndo. Elas fugiram para dentro do tubo, porém não houve tempo para trancar o alçapão, eles sabiam onde elas estavam.

— Lá se foi o nosso disfarce e camuflagem! — Kate reclamou e ligou o comunicador em seu ouvido. — Dispararam o alarme, podemos precisar de vocês para fugir, fiquem a postos. — Avisou o resto da equipe e começou a analisar a melhor rota de fuga.

Parou quando um gás foi jogado por onde elas haviam entrado, tomando conta da ventilação do lugar.

— Tampe o nariz Jane e não respire. — Avisou rapidamente e abriu o alçapão a sua frente descendo em um outro corredor, sendo seguida por Miss Marte.

— Como iremos sair daqui? — A mais nova questionou olhando para todos os lados em busca de uma saída.

— Calma, me siga! — Kate colocou a planta do lugar que havia estudado mais cedo em foco e tentou se lembrar das saídas e meios de escapes. — Fugir pelo telhado está fora de cogitação por conta do gás na ventilação, assim como não há como irmos pelo subterrâneo, teremos que seguir pela porta da frente.

— Como?! — Jane ouvia as explicações dela atônita e com pouca fé em suas palavras.

— Apenas confie em mim!

Elas voaram por uma quina em um corredor e deram de cara com um grupo armado que apontaram as metralhadoras portáteis para elas.

— Jane cobertura! — A meia marciana levantou os seus braços e criou uma barreira telecinética sobre elas, impedindo que as balas as atingissem. Miss Marte ainda usou seus poderes para derrubar um pedaço do teto, bloqueando a passagem e assim ela fugiram para longe dali, saindo no grande salão que dava para a saída.

Porém não eram os únicos ali.

— Celeste?! — Kate perguntou em choque ao ver a irmã mais velha ali acompanhada de outros indivíduos.

— Oh querida, pelo amor, mantenha o profissionalismo, não vai querer que eu fale sua identidade por aí, não é? — Ela perguntou com um sorriso manhoso na face, ao mesmo tempo que lançou seu chicote sobre Kat, prendendo um de seus braços.

A amazona tentou tirar a espada da bainha, porém uma outra menina em uma armadura tecnológica em tom preto e veias vermelhas que detalhavam o traje, lançou uma corda neon escarlate no outro braço de Kate, fazendo ela grunhir com a queimadura já que o material estava fervendo.

— Ah, você não deve conhecer os meus novos amigos, nós decidimos que nosso nome é Legião do Mal, você gostou Moça Maravilha? — Celeste e a outra menina começaram a puxar ela pelo chicote e pela corda, mas ela fincou os pés no chão resistindo.

— Jane! — Chamou pela amiga, mas ela estava de joelhos no chão, com as mãos apertando as têmporas, algo estava acontecendo com ela e não era nada bom.

— Vocês me disseram que eu iria enfrentar uma telepata forte. — Um dos rapazes que mantinha uma de suas mãos pressionando um dispositivo na própria cabeça comentou. Um sorriso triunfante estava estampado em sua face, porém sua expressão mudou quando uma explosão no teto abriu um rombo dando visão para o céu e arranhas-céus de Nova York, além da nave da Justiça Jovem.

Kate aproveitou a confusão e a pressão do aperto das duas garotas diminuir para fugir delas. Moça Maravilha se aproximou rapidamente de Jane que ainda continuava caída e a pegou no colo, pulando para o ar e seguindo para a nave. A porta de embarque do fundo estava aberta, Hawkgirl saiu dali e passou voando por ela protegendo sua retaguarda.

— Darkfire, derrube a thanagariana. — Celeste ordenou ao rapaz de cabelos pretos que começou a ser envolto por um brilho negro e ofuscante, ele voou de encontro a Samantha que desviou do avanço dele com o bater ligeiro de suas asas. Ele lançou uma onda de raios pretos na direção dela, mas Sam usou sua clava eletrizada para repelir os ataques. Darkfire começou a perseguir ela no ar, os dois voando pelos ares em grande velocidade.

Kate desceu na traseira da nave e colocou Jane nos braços de Andrew.

— Ela está bem? O que aconteceu? — O de traje vermelho e amarelo questionou preocupado com a garota que estava meio desacordada.

— Acho que um dos vilões entrou na cabeça dela, ela precisa de cuidados, coloque ela numa maca. Onde está o Nereus?

— Pilotando! — Andrew respondeu antes de carregar Jane para outro setor da nave.

Já Kate seguiu para onde o príncipe atlante estava.

— Cadê a Sam?

— Ocupada com um dos inimigos.

— Quem são esses caras?

— Eles se chamam Legião da Maldade ou algum nome ridículo nesse nível, você consegue lançar um tiro de plasma que os deixe norteados?

— Sim, eu só preciso de visão. — Nereus ligou a câmera frontal e mirou na Legião, eles passou a camera por eles até que parou em um rosto específico repentinamente, deixando a Wayne confusa.

— O que foi?

Ele colocou a nave em piloto automático e saiu de seu lugar pegando o tridente dourado com força.

— Para onde você está indo?

— Resolver assuntos familiares. — Kate o seguiu até a porta traseira, de onde ele pulou. O impacto dele e do tridente no chão quebrou o piso do salão e então ele pulou para cima do outro rapaz loiro. Kate suspirou e desembainhou a espada, também colocou o escudo em mãos.

— O que aconteceu agora?

— O Nereus simplesmente pulou lá e agora está fazendo uma luta de tridente com aquele outro cara. E a Jane?

— Estável, mas eu coloquei ela para dormir.

— Ótimo, pegue carona comigo.

Moça Maravilha pulou carregando o velocista consigo. Andy começou a correr assim que botou os pés em terra firme e derrubou a menina de armadura no chão, tentou derrubar a outra que estava próxima, mas ela desviou a uma velocidade impressionante com um movimento de seus patins. Ela usou as lâminas em seu antebraço e conseguiu desferir um golpe no braço de Andrew, cortando superficialmente, já que ele foi rápido o suficiente para se esquivar. Celeste avançou para cima de Kat, que se defendeu das garras dela com o escudo e depois bateu com o objeto contra ela, a empurrando para trás.

— Vertigo! — Ela gritou e o rapaz que parecia antes estar na cabeça de Jane a atacou também. Kate sentiu sua cabeça explodir e não aguentou muito antes de cair em um joelho, seus membros estavam frouxos e dormentes.

Andrew percebeu e atacou o Vertigo com um murro na cabeça, isso quebrou o dispositivo e o deixou inconsciente por conta da força e impacto do velocista. Kate recobrou os sentidos, mas ainda estava bamba. Celeste voltou com mais golpes de suas garras, a amazona mal teve forças para se proteger com o escudo. Mais uma vez ela foi salva pelo amigo que foi de encontro a Celeste, a jogando para longe dela.

Perto dali dois tridentes se chocaram um contra o outro em um frenesi contínuo e dois príncipes se enfrentavam numa luta há muito esperada. Nereus chutou a perna de seu primo com força e o outro cerrou o maxilar segurando a dor, ainda segurando o impacto do príncipe herdeiro quando o mesmo lançou seu tridente dourado sobre o prateado do parente.

— Você traiu a própria família, traiu o seu rei, traiu Atlântida! — Nereus gritou na face do mais velho. Os tridentes deles se chocaram mais uma vez e Perseu recuou um pouco sentindo uma fisgada na perna onde o primo o acertará fortemente.

— Você e seu pai bastardo que são os verdadeiros traidores! Seres mestiços e indignos do trono! Vocês envergonham os atlantis! — A respiração de Nereus estava descompensada e ao ouvir essas palavras de seu primo apenas ficou mais irregular, seu peito subia e descia rapidamente debaixo do traje dourado.

Aquaboy estava pronto para avançar mais uma vez quando um grito cortou os céus e Samantha começou a despencar depressa. Nereus olhou para o primo uma última vez antes de pegar impulso numa parede e pular para pegar a alada no ar.

— Sam? SAM! — Ela estava desacordada, uma marca existia onde ela havia sido atingida no peito por um dos raios de Darkstar, por sorte o tecido projetado do uniforme dela havia restringido grande parte da energia.

Kate chegou por detrás dele.

— Estamos em menor número, o Andy e a Samantha estão feridos, Jane desacordada. Só nós dois não podemos dar conta de todos eles, temos que recuar.

— Recuar? Parece uma boa ideia para mim! — Kid Flash apareceu do lado deles, a mão segurando o ferimento que sangrava.

— Eu levo a Samantha, vocês dois subam até o telhado e eu pego os dois. — Kate disse velozmente sem tempo a perder.

— E quanto ao cara que derrubou a Sam? — Andy perguntou apontando para o céu noturno.

— Eu cuido dele com a nave, agora vão!

Kate pegou Hawkgirl e voou rapidamente para a segurança da nave, colocou a amiga na outra maca livre e tomou o controle assim que pode. Usou os controles da nave para dar meia volta e seguir para onde os meninos se encontravam no telhado, porém foi impedida pelo ser voador rodeado de energia. Ela utilizou de uma manobra evasiva para se desviar dele e usou dos canhoes da nave para disparar contra ele, um dos raios o atingiu, levando-o ao chão.

Assim, ela conseguiu tempo suficiente para seguir até Aquaboy e Kidflash e pegá-los, saindo dali com um amargo sabor de derrota na boca.

~*~

Happy Harbor

Sam abriu os olhos devagar, a luz branca e ofuscante a fez piscar até se acostumar e ver o rosto de Nereus tomar forma ao seu lado. Ela sentiu que a mão dele cobria a sua e uma onda passou por seu corpo ao ele apertá-la, entrelaçando os seus dedos. Ele sorria para ela e a garota percebeu grande preocupação sumir da face dele quando ela apresentou sinais de estar de volta.

— Está sentindo alguma coisa?

— Me sentindo bem mal por ter deixado aquele idiota me derrubar! — Ela reclamou prontamente e tentou se levantar agitada como sempre, entretanto sentiu uma forte dor no peitoral e ela percebeu que estava enfaixada nessas área, grunhiu com o desconforto.

— Você não pode levantar, precisa descansar e curar onde o raio te atingiu. — Ele tentou fazê-la se deitar novamente, mas sua fala fez os olhos dela saltarem.

— Ah! Não me diga que eu vou ficar com uma cicatriz? Eu não posso ter uma cicatriz, isso iria estragar com o meu corpo e a minha carreira! — Ela reclamou euforicamente a medida que tentava ver alguma coisa por debaixo da ataduras.

— Calma, vai ficar tudo bem, você só precisa descansar.

Ela suspirou e passou a mão livre pelos cabelos soltos, suspirando e sentindo certo alívio.

— Como as coisas se desenrolaram depois que eu apaguei? — Ela estava observando discretamente como a mão dele ainda estava presa a dela, porém o que mais a deixava intrigada era o porque daquilo não incomodá-la de forma alguma, na verdade sentia que ele não deveria se soltar dela.

— A Jane já acordou também, só está um pouco pra baixo ainda. O Andrew levou um corte, mas também já está quase curado. E a Kate estava tomando um sermão do pai quando eu saí da sala, quer dizer, ela estava tentando dar já que ela rebatia tudo o que ele dizia. — O loiro informou como as coisas estavam calmamente.

— Bom, e valeu a pena? Conseguimos o que queríamos?

— Não sei ao certo, no meio de tanta confusão, do encontro com o meu primo e o que aconteceu com você, eu fiquei tão preocupado e… — Ele corou um pouco com essa fala, contudo recuperou a pose de príncipe antes de finalizar. — Eu não tive tempo de perguntar sobre isso.

— Peraí, seu primo? Aquele que você odeia? — Ela também tentou mudar de assunto, pois ficou um pouco constrangida com o que ele disse, sendo que fazer Samantha Hall ficar envergonhada era algo difícil.

— Esse mesmo, quando eu o vi apenas fui para cima dele. — O semblante dele mudou, para algo mais duro e a seriedade dele tomou conta. — Eu sei que foi um ato impensado, mas depois de tudo que ele e o pai dele fizeram para a minha família, eu apenas não pude me conter. Eu…

Samantha colocou um dedo sobre os lábios rosados dele, trazendo cor para a face branca dele mais uma vez.

— Eu entendo. — Respondeu apenas e apertou a mão dele ainda mais forte.

A porta da enfermaria se abriu.

— Hum... estamos atrapalhando? — Andy questionou sem saber se entrava no quarto ou dava meia volta, desconfortável com a situação.

— Não, claro que não. — Samantha desfez o aperto deles focou-se na luz do teto.

Andrew, Kate e Jane adentraram no cômodo, todos se colocando ao redor de Samantha.

— Você está bem? — Jane questionou com um olhar preocupado.

— Vou ficar melhor daqui a alguns dias, sou um vaso difícil de se quebrar querida. Agora e você Jane? Está com uma cara péssima amiga.

— Aquele tal de Vertigo… — Ela começou se relembrando do que havia passado. — Eu estava com a mente turva depois de usar meus poderes no homem que iria entrar na sala onde estávamos, daí quando ele entrou na minha mente eu simplesmente não consegui resistir, foi horrível.

— Vamos cuidar para que isso não aconteça de novo! — Andrew sorriu alisando o braço de Miss Marte. — E você pode não ter visto, mas eu me vinguei dele por você.

— Vocês sabem o paradeiro deles? — Samantha perguntou para a equipe.

— Já devem ter sumido. — Kate respondeu, como sempre ela estava pensativa em seu canto, com um pen drive meio quebrado em mãos. — Isso acabou sendo danificado no meio da luta, ainda dá para salvar algumas coisas com certeza, mas perdemos a maioria do arquivo bruto, vou ter muito trabalho tendo que salvar o que conseguir.

— Então toda essa missão foi em vão? — Sam bufou revirando os olhos.

— Não, essa noite descobrimos que temos novos inimigos por aí e eu não acho nem um pouco que a presença deles hoje foi mera coincidência. ALguém sabe que estamos atrás de respostas e está tentando nos impedir, a pergunta agora é: quem?