O apartamento inteiro cheirava a novo. Não tinha mais do que os móveis e eletrodomésticos necessários, as paredes ainda estavam em branco, e era realmente a primeira vez que Kyungsoo via aqueles detalhes sem ser pela tela do celular, mas o local já lhe passava a sensação de lar que ele sempre buscou.

Seu sorriso não passou despercebido por Chanyeol, que colocava as malas para dentro, e deixou-o seguir explorando o apartamento.

Os cômodos não eram espaçosos como o dormitório do EXO ou o apartamento de Minseok, dando aquele sentimento de solidão na imensidão vazia. Kyungsoo sabia que Chanyeol tinha se esforçado para encontrar aquele apartamento pequeno por sua causa, conforto sempre foi algo que ele sempre exigiu bastante, nunca gostou de casas espaçosas só por estética.

A cozinha e o estúdio eram um pouco mais amplos, como esperado, e Kyungsoo notou os utensílios de cozinha que eles compraram juntos guardados nas gavetas, mais os instrumentos queridinhos de Chanyeol arrumados no estúdio.

Por último, entrou no quarto, olhando pela janela, apreciando a vista de cima da cidade repleta de rosa.

A cama de casal aquecia-lhe por dentro, mas não de forma maliciosa, por simplesmente saber que aquela era a cama deles.

Finalmente.

Finalmente não só pela cama, como por cada cantinho do apartamento.

Foram longos anos de espera por aquilo, juntando poucos trocados durante os tempos de trainee, separando uma parte dos seus primeiros verdadeiros salários — e não para cotar seus débitos com a SM —, decidindo como, quando e onde seria… Kyungsoo tanto sonhou com a casa deles, que saber que agora era uma realidade, seu peito enchia de felicidade. Estava sentindo-se realizado.

Chanyeol entrou no quarto, encontrando-o de olhos fixos na janela, que dava vista à uma bela cerejeira, e sorriso largo no rosto. Rodeou os braços em sua cintura, logo juntando suas mãos, entrelaçando os dedos.

― Você gostou?

Kyungsoo apenas assentiu entusiasmadamente em resposta enquanto Chanyeol deixava um beijo no topo da sua cabeça.

Permaneceram em silêncio até Chanyeol se pronunciar.

― Eu queria poder te levar a encontros sem ter que agir como se não fosse um encontro, declarar publicamente o quanto eu amo você e fazer inveja em todo mundo que não pode namorar Do Kyungsoo, te pedir em noivado, ter uma enorme festa de casamento, comprar uma casa onde pudéssemos ter quantos animais quisermos adotar, além de Meokmul, Huchu e Toben ― Chanyeol lamentou, cabisbaixo. ― Queria poder te dar mais que um apartamento secreto no Japão.

A verdade é que aquele era um passo tão pequeno para eles. Moravam juntos há anos, mesmo que não fosse em sua casa própria, também não precisavam esconder a verdadeira relação que tinham dos demais membros, mas diante de tudo que queriam e poderiam fazer, aquilo era tão pouco que o deixava aborrecido como não poderiam realizar metade das coisas que desejavam.

Porém, apesar de tudo, Kyungsoo não queria ter aquele passo importante em suas vidas como uma lembrança amarga em sua memória.

Virou o corpo, ainda dentro do abraço de Chanyeol.

― Eu também queria ter tantas outras coisas com você, não queria esconder nem uma gota do quanto eu te amo. Talvez fosse mais fácil se não tivéssemos a profissão que temos, mas não teríamos nos conhecido de outra forma, e nós dois sabemos o quanto amamos ela ― Suspirou, adicionando um "apesar dos apesares" em lamento fazendo Chanyeol riu. ― Eu amo você, Yeol, e garanto que está tudo bem da forma que está, porque eu tenho você e você é suficiente. Então não importa se temos que comprar uma casa no Japão porque não temos tantas sasaengs atrás de nós aqui, pois você ama esse lugar. E também, do que importa se esse apartamento é um segredo, eu gosto disso, um segredo só nosso ― selou seus lábios aos do namorado em um breve beijo, e sentiu-o comprimir os lábios em um sorriso.

― Eu amo tanto você, Do Kyungsoo.

Chanyeol apertou o corpo contra o seu ainda mais, deixando vários selinhos nos seus lábios, e teriam permanecido daquela forma por longos minutos se o próprio Park não parasse com a demonstração de afeto subitamente, olhando para algum ponto acima da sua cabeça.

Kyungsoo não precisou perguntar a razão, Chanyeol logo encarou-o com os olhos brilhando e pediu com uma expressão quase infantil:

― Vamos ver as cerejeiras?”

Assentiu, sorrindo com o jeitinho bobo do namorado. Sua alma de criança que nunca cresceu para fazer jus à altura que o corpo tinha, sua presença acolhedora, seu jeito de demonstrar amor, fosse com um simples eu te amo no lugar de bom dia, ou uma declaração implícita no Instagram, eram aquelas pequenas coisas que faziam-no certo das suas palavras. Chanyeol era suficiente porque ele era seu mundo, e Kyungsoo não se importava que o resto do mundo soubesse deles, porque Chanyeol era a seu mundo, sol e lua.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.