You are always here to me

Can't take my eyes off you


O Doutor já se perguntou o que havia feito para merecer River, mais de uma vez.

É claro que ela, gentil como era, poderia enumerar os planetas que salvou, as pessoas que ajudou. Essas coisas tinham importância mas, ainda assim, não conseguiam compensar o seu valor.

Porque River era realmente uma das melhores pessoas que ele conhecia. O Doutor sabia que impunha uma vida difícil a ela: Todos os desencontros, todo o sofrimento que ela era obrigada a sentir. Sabia também como tudo acabava, e talvez fosse egoísta de sua parte, continuar com aquilo, mas não poderia desistir de River. Não agora.

Como poderia? Ela era forte. Mesmo se despedaçando por dentro, se mantinha calma por ele, não deixava que a tristeza se mostrasse em seu rosto, porque sabia que ele iria culpar a si mesmo. Era engraçada, e sempre tinha um comentário esperto na ponta da língua para lhe fazer rir nos momentos mais difíceis. Acima de tudo, ela era maravilhosamente humana, com todos os nuances e imperfeições, e ele a amava.

O Doutor já havia perdido muito durante a sua vida e, em algum momento, sempre deixava a felicidade voltar mais uma vez. Não esquecia, é claro, mas aceitava. Mas ele não queria desistir de River, nem deixá-la ir, apesar de ter tido muito tempo para se acostumar com o fato.

Sabia, no entanto, que o tempo corria em contagem regressiva, e logo chegaria o zero e o dia em que ele teria de levá-la para Darillium.

Por isso, quando ele estava próximo dela, e a observava com uma intensidade incomum, tentando decorar cada traço — o tom de seus olhos, a forma como ela ria — não se podia culpá-lo. Ele só a amava demais, e não queria tirar os olhos dela nem por um segundo, porque logo não haveria alguém a quem observar.