– Oh, entendi. – Meiling disse com os olhos azuis brilhando de excitação, Futo achava aquilo um exagero, já que quando aprendeu sobre o Feng Shui não havia ficado tão animada quanto Meiling.

– Bem basicamente é isso. – Ditou por fim.

– Mas é impressionante que você tenha aprendido isso mesmo sendo japonesa, alias, aquela sua mestra que te trouxe aqui é chinesa não é? – Meiling perguntou curiosa.

– Seiga sama? Bem Seiga sama morou na China... – Ponderou olhando para a ruiva.

– Oh um rosto novo por aqui. – As duas garotas olharam na direção da voz, vendo ninguém mais ninguém menos, que Marisa, a bruxa de loira de olhos dourados.

– Ah você é a bruxa preto e branco. – Marisa deu um sorriso sem jeito ao ouvir aquilo, não entendia o porquê sempre a chamarem daquele jeito sendo que dizia claramente seu nome antes de uma batalha.

– Pode entrar, Patchouli sama já está te esperando. – Meiling dizia abrindo um pouco o portão para a bruxa entrar.

– Esse lugar é sempre tão agitado assim? Só nessa semana tivemos quantas visitas já? Hm... – Futo perguntou e pensando numa resposta para sua própria pergunta, contando nos dedos pelo menos dez pessoas já haviam passado por ali, incluindo a Enma sama e sua Shinigami, além da Satori de Chireiden e seus pets.

– É porque a Ojou sama é uma pessoa muito importante. – Meiling respondeu sem pensar duas vezes, e Futo escondeu a tristeza que teimou em vir quando ouviu aquilo.

Uma semana havia se passado e nada de Seiga, e muito menos de Tojiko, apenas Yoshika havia vindo para lhe entregar um aviso de Seiga e nada mais, isso a deixava um pouco triste, mas já era de se esperar, já que Tojiko desde que virara um fantasma a tratava como uma imbecil que não sabia fazer nada direito.

– Ah. – Meiling retrucou chamando a atenção da outra. – Ai vem um rosto que não conheço. – Afirmou e Futo olhou na mesma direção da outra, lá ao longe pode ver Miko e Tojiko vindo em direção à mansão.

– Tojiko e Taishi sama. – Disse quando reconheceu as duas figuras. – Vou entrar agora, depois a gente se fala novamente, e enrole as o máximo possível para mim, por favor. – Abriu um pouco o portão para passar, não podia deixar que Tojiko e Miko a vissem vestida de Maid ou a desculpa de Seiga ia por agua abaixo.

Nunca colocou suas roupas tão rápido quando o fez, depois disso apenas correu o mais rápido que podia em direção da biblioteca, bateu na porta três vezes, e Patchouli lhe deu permissão para entrar.

– O que houve Futo? – Perguntou assustada, já que Futo parecia assustada, dava para ver que a garota havia trocado de roupa em tempo record, já que as roupas estava um tanto quanto bagunçadas.

– Preciso de um livro, o mais estranho que tiver. – Não costumava falar assim com ninguém, e Patchouli viu então que talvez a tal de Taishi sama ou Tojiko poderiam estar ali.

– Sim claro. – Iria ajudar Futo, afinal aquela garota merecia ser ajudada já que estava sofrendo tanto. – Koakuma, pegue aquele livro sobre magia chinesa antiga. – Ditou para a sua familiar, que acatou a ordem.

~*~

– Desculpem, mas no momento a Ojou sama está no banho, e ela realmente costuma demorar. – Meiling tentava a todo custo enrolar as duas ali.

– Não temos tempo para isso, e nem viermos ver a Remilia Scarlet, queremos falar com a Futo. – Tojiko já dizia irritada com a atitude da guarda.

– Futo... Futo? – Fingiu tentar se lembrar de alguém tal nome. – Estão se referindo a uma garota de cabelos prateados e olhos prateados que é especialista em Feng Shui? – Perguntou.

– Exatamente. – Tojiko respondeu menos mau humorada uma vez que as coisas pareciam andar agora.

– Hm... Uma que usa um rabo de cavalo e uma saia azul? – Meiling perguntou fazendo uma careta pensativa.

– Sim, ela mesma! – Tojiko afirmou apesar de já estar voltando a se irritar com a chinesa ali por tanta enrolação.

– Ela se chama Mononobe no Futo não é? E é pequena, e tem cara de criança. – A porteira perguntou novamente.

– Sim! – Tojiko já estava a ponto de pegar suas espadas e bater na chinesa ali.

– Não sei quem é não. – Meiling respondeu por fim, e Miko teve que segurar a outra ou Tojiko ia acabar agredindo a porteira.

– Meiling! – A chinesa ruiva olhou para trás, e lá vinha Sakuya, se aproximava do portão segurando suas facas.

Meiling teve trabalho para desviar de algumas, mas a maioria não fora jogada para acertá-la então escapou sem nenhum problema.

– Você poderia parar de brincar com as visitas? Da ultima vez que você fez isso a Yamaxanadu lhe prometeu o inferno. – Sakuya advertiu a ruiva que coçou a nuca.

– Eu simplesmente não pude resistir... – Disse sem jeito.

– Não faça mais isso. – Sakuya deu um sorriso pequeno por fim. – Vou guia-las até a biblioteca, por favor, me acompanhem. – Sakuya disse cordialmente.

~*~

– Será que você não se enganou não? – Marisa começava a tirar sarro da cara de Futo, já fazia cerca de vinte minutos que a pequena de cabelos prateados havia chego à biblioteca e nada de Tojiko e Miko aparecerem.

– O que? Acha que eu me enganaria a respeito disso, eu sei muito bem o que eu vi. – E tentava alcançar o livro que Marisa segurava no alto, em vão, pois Marisa era bem mais alta que si.

A garota de olhos e cabelos roxos com duas mechas presas por duas fitas em cada, com uma toquinha semelhante a de Remilia e Flandre na cabeça, porem com uma lua para enfeitar, observava a cena, não estava irritada, mas esperava que sua namorada não derrubasse seu precioso e velho livro.

– Pode entrar. – Koakuma, a demônio de cabelos vermelhos anunciou, mesmo que não tivesse ouvido batidas, mas com sua audição apurada, mesmo com o barulho de Marisa e Futo, ouvir passos no corredor.

– E eu acreditando no que a Seiga sama disse. – Tojiko ditou ao ver a cena de Futo e Marisa, que garota segurava a mais baixa pela testa para mantê-la longe enquanto com a outra mão segurava o livro e o lia.

Futo parou imediatamente de tentar pegar o livro e olhou para porta vendo Tojiko e Miko paradas ali, Miko com um sorriso feliz nos lábios, e Tojiko com cara de desapontada de um jeito irônico.

– Ah... – Foi a única coisa que escapou dos lábios da garota de olhos prateados.

– Como assim? – Tojiko já entrava e puxava as bochechas de Futo. – É uma idiota mesmo, fica uma semana fora de casa e quando nos vê só diz um “ah” como se fossemos duas desconhecidas. – Tojiko já começava a repreender a outra.

– Gohen nashai. – Futo se desculpava, apesar de falar tudo errado por conta das bochechas presas.

– Mataku, vocês não tem jeito. – Miko disse por fim. – E como anda a pesquisa Futo? Conseguiu termina-la? – Miko perguntou mesmo não acreditando no que Seiga lhe havia dito.

– Ainda não, mas estou me saindo bem. – Disse por fim e Miko ficou seria. – Patchouli sama tem me ajudado bastante com algumas coisas, e eu estaria me saindo melhor se alguém parasse de me atormentar. – Não fora tudo mentira, afinal quando o expediente acabava ia até a biblioteca aprimorar seus conhecimentos.

– Se for assim eu fico feliz Futo, se esforce bastante para voltar o mais cedo possível para casa. – Miko voltou a sorrir.

– E pensar que a Seiga sama foi pedir justamente para uma inútil como você. – Tojiko dizia desanimada, olhando com certa raiva para Futo, que apenas olhou para baixo.

– Futo chan está se saindo muito bem, é uma garota inteligente e entende as coisas muito facilmente, não deveria dizer essas coisas para ela. – Para surpresa de todos Koakuma acabou defendendo a garota.

Futo era falante, muitas vez impertinente, chata, e irritante, mas era uma boa pessoa, e acabou conquistando todos da mansão com o passar do tempo, talvez por se assemelhar muito a certa porteira, mas ao contrario de Meiling, Futo não matava o trabalho da mansão.

– Fico feliz que pense assim dessa criança, ela é realmente uma pessoa muito admirável, tenha certeza. – Miko foi quem respondeu. – Bom Tojiko, vamos embora agora, já vimos que Futo está bem. – Disse por fim.

– Hai Taishi sama. – Tojiko voltava a ficar ao lado da mulher loira.

– Bom, espero que até o final da próxima semana tenha terminado essa pesquisa Futo, e boa sorte. – Com isso a dupla começou a andar para fora da biblioteca, Sakuya fechou a porta deixando apenas o quarteto ali.

– Eu hein? Como você pode gostar de alguém que fala isso de você? – Marisa perguntou os braços cruzados atrás da cabeça, e Futo continuava olhando para baixo.

– Antigamente ela não era assim. – Respondeu por fim enquanto segurava as lágrimas, não entendia, desde que acordara Tojiko agia daquele jeito consigo, já deveria estar acostumada, mas por que agora doía tanto?

– Futo... – Patchouli murmurou vendo o olhar triste da garota ali.

– Bem, vou terminar de ler sobre aquela magia e depois volto para o trabalho. – Futo pegou o livro que Marisa tinha deixado sobre a mesa e se afastou das duas.

Marisa e Patchouli se entre olharam, era visível que ambas sentiam se mal pela pequena tagarela, e também era visível que não podiam fazer nada, o que as deixava pior ainda, queriam fazer algo para ajudar Futo.