Perto das 14h, bateram na porta do quarto, e a família Dó-Ré-Mi invadiu o quarto.

_ Isso porque você está em recuperação. – resmungou Fabinho, fazendo a namorada rir – Ou, pessoal, silêncio que ainda estamos em um hospital né, por favor.

_ Ai meu filho, desculpa. É que nós estávamos tão ansiosos, queríamos ter vindo de manhã. – explicou Irene, enquanto ela e Margot iam beijar os dois.

_ Isso aqui não é Casa Verde mãe, as pessoas estão no hospital para se recuperar. – Giane repreendeu o namorado, que deu de ombros enquanto todos riam.

_ E como você tá minha filha? – Silvério se aproximou da filha, a abraçando.

_ Minha cabeça ainda tá doendo um pouco, e com um belo galo. – ela colocou a mão na nuca, fazendo careta – E meu braço arde um pouco se eu forço ele, além de eu ter certeza que vou ficar com marcas nos pulsos e tornozelos. Mas no geral, to inteira. Nós dois estamos.

_ Porque você não nos contou que estava grávida querida? – perguntou Irene, e Giane e Fabinho riram.

_ Porque a cabeça de vento ai não se tocou. – todos olharam a corintiana chocados – Ela não é ligada nesses lances de menina, menstruação e coisa do tipo, então nem se tocou. Mas se perguntarem, vai saber quantas chances de gol o Corinthians perdeu semana passada.

_ Cê tá querendo apanhar né? – Giane estreitou os olhos, enquanto todos riam e Fabinho lhe dava um selinho. Ela relaxou, revirando os olhos – Mas o panaca tá certo. Eu não me toquei de nada, achei que o mal estar era TPM.

_ E vocês conversaram com o médico? Fizeram os exames? – Plínio perguntou se aproximando e abraçando Irene. O casal mais jovem trocou olhares e sorrisos, e Giane apanhou algo no criado mudo, passando para os pais deles – O que é isso?

_ A primeira foto do neto de vocês, carinhosamente apelidado de Feijãozinho. – os quatro avos olhavam as fotos maravilhados – Olha ai, já tão tudo babão. Quero só ver quando nascer.

_ Você percebe que seu irmão só vai ser alguns meses mais velho que seu filho né? – perguntou Irene, e o ex-badboy concordou.

_ E cê vai me desculpar viu mãe, mas eu acho que o Feijãozinho é bem mais bonito do que o moleque ai quando eram da mesma “idade”. – Giane revirou os olhos da infantilidade do namorado, mas os quatro mais velhos riam – E a Malu? Cadê essa irmã desnaturada?

_ To aqui, não precisa chorar. – a morena entrou no quarto sorrindo, com os três irmãos adotivos atrás.

_ Não vai me dizer que a megera da sua mãe veio também? – Giane jogou na lata, fazendo Fabinho rir.

_ Relaxa cunhadinha, minha mãe está muito ocupada fazendo as malas. – garantiu Malu, enquanto parava do lado da cama.

_ Vixe, para onde a bisca líder vai? – Fabinho tomou um beliscão de Margot – Que foi? To sendo sincero.

_ Ela vai embora de casa. Agora para onde, isso eu não sei. – Fabinho sorriu para ela.

_ Então tu conseguiu a guarda da molecada ai? – ela concordou – Isso faz deles meus sobrinhos?

_ De acordo com a Malu, somos irmãos de segundo grau, e por isso vamos ser tios de segundo grau do bebê de vocês. – explicou Dorothy, como se fosse a coisa mais simples do mundo.

_ Eu fui realmente a última a saber que eu estou grávida? – perguntou Giane, com um tom exageradamente dramatizado.

_ Ninguém mandou ser tão desleixada assim. – Fabinho balançou a cabeça em negação – Vocês tão vendo né? A mãe que meu filho vai ter.

_ Ah é? Vai reclamar é? – a corintiana começou a estapear o namorado, fazendo todos rirem. Fabinho agarrou os braços dela, prendendo em frente ao corpo e lhe dando um selinho.

_ Também te amo, ô marginal. – ele garantiu rindo – Mas agora eu preciso comer alguma coisa.

_ Vocês não almoçaram? – perguntou Irene preocupada – Se nós soubéssemos tínhamos trazido alguma coisa e...

_ Não, a gente almoçou. Digo, ela almoçou. Porque a comida aqui é uma droga, só que essa daqui só falta comer a mesa. Comeu o dela E o meu. – Giane novamente bateu no braço do namorado – Ô pivete, se você se esqueceu, eu to com o braço ferrado por causa de um incêndio, e seus tapas são ardidos.

_ Prefere um soco na cara? – ela alfinetou.

_ Não, prefiro um beijo. – ele deu outro selinho nela, enquanto todos faziam coro de “oun” – Mas eu realmente preciso comer alguma coisa. Vou aproveitar que eles estão aqui para ficar com você e vou lá.

_ Se você não se importa Fabinho, eu vou junto. – comentou Plínio – Sinto que a conversa aqui vai ficar feminina demais.

_ Então nesse caso vem também seu Silvério. – chamou o publicitário – E cê também moleque. A não ser que aquele lance de gay seja verdade.

_ Sou muito do macho, falou? – Kevin retrucou irritado, e todos riram.

_ Cê vai me largar com os leões né ô bezerrão? – resmungou Giane e ele gargalhou.

_ Prepare-se que esse é só o começo. Ainda tem as da Casa Verde. – ele deu um selinho na namorada, saindo com o pai, o sogro e o pseudoirmão e deixando as mulheres com seus faniquitos.

~*~

_ Alguma notícia do Bento e da Amora? – perguntou Fabinho, quando os quatro homens já estavam acomodados na cafeteria e ele devorava alguns salgados.

_ Eu perguntei para a Salma, mas ela disse que não sabia de nada ainda. – contou Silvério – Que o Gilson ligou no meio da manhã e disse que os dois ainda estavam com o delegado e o advogado que o Wilson chamou.

_ Vocês acham que o Bento tentou matar a Giane? – perguntou Kevin, e os três negaram.

_ O Bento eu tenho certeza que não. Não teria motivos e é paspalho demais pra isso. – Fabinho garantiu – Agora a laranjinha podre...

_ Eu só não entendo como. – desabafou Plínio – Eu estava ali quando o Bento saiu para ir a Acácia, e quando ele voltou. Ele disse que olhou em cada canto da loja. Como ele não viu a Amora colocar a Giane lá dentro e encharcar o local com gasolina?

O silêncio caiu, enquanto tentavam chegar a uma solução possível. Fabinho lembrou de um comentário de Bento, já no hospital, que parecia matar tudo.

_ Ele perguntou para a toda a vizinhança se tinha visto ela, certo? – os dois homens concordaram – Mas ele não falou que a Amora estava junto. Ela ficou esperando na Acácia, caso a Giane aparecesse, e quando ele voltou, os dois entraram no carro e foram embora.

_ Mas é claro. – Kevin pegou o pensamento no ar – No meio tempo em que ele andou pelas casas vizinhas, a Amora tirou a Giane da traseira do furgão e encheu o lugar de gasolina. Ai quando ele voltou, não tornou a entrar. Só deram no pé.

_ Será que é melhor avisar o Gilson? – perguntou Silvério, mas Plínio e Fabinho negaram.

_ O Bento se recusa a ver a bisca que a mulher dele é. Acha que ela é uma santa. – lembrou o badboy – No máximo ia começar a dizer que eu tenho culpa no cartório e to tentando incriminar a cocotinha.

_ Como o Bento consegue ser tão cego? – perguntou Kevin confuso.

_ Amor moleque, amor. – suspirou Fabinho – Esse desgraçado mexe com a cabeça da gente de tal jeito que, se não formos firmes e decididos, viramos um banana que vem o Bento. Aprenda com o seu irmão aqui. Eu amo a tranqueira lá em cima, pra caramba, mas se eu ceder a tudo que ela quer, morro louco.

_ Por isso que vocês se xingam o tempo todo? – perguntou o garoto rindo.

_ Não, isso é o nosso charme. E se copiar, faço pagar direitos autorais. – os quatro riram, começando a falar sobre mulheres e relacionamentos, deixando o clima mais leve e descontraído.