_ Lucas, essa é a nossa casa. Pelo menos até o papai achar outra que ele goste. – anunciou Fabinho, enquanto abria a porta (Plínio já havia mandado trocar a fechadura e limpar o apartamento antes deles voltarem).

_ E com um campo de futebol para a mamãe. – Giane lembrou, entrando no apartamento. Assim que ela pisou na sala, sentiu um calafrio e tremeu, sendo logo abraçada por Fabinho – Tá tudo bem.

_ Tá sim. Eu não vou sair daqui, prometo. Ninguém vai chegar perto de vocês. – sussurrou ele, beijando a cabeça dela – Vamos mostrar o quarto do Lucas pra ele?

Caminharam abraçados até o quarto do filho. A sensação de paz naquele lugar sempre havia sido imensa ali, mas naquele momento se sobressaia as demais. Fabinho pegou Lucas, levando-o até o trocador, enquanto Giane sentava na poltrona de amamentar.

_ Vamos trocar essa roupa de ursinho, hein moleque? Vamos colocar uma roupa mais bonita? – o pai começou a fazer vozinha fina, enquanto tirava o macacão do menino – E trocar essa fralda toda cheia de xixi também né papai?

_ Cara, cê fica muito idiota falando assim. – Giane começou a rir, fazendo o marido revirar os olhos – Cuidado pra não receber mijada hein?

_ Agora já sou profissional pivete, relaxa. – Fabinho retrucou, soltando a fralda. Trocou sem problemas, logo colocando o macacão que haviam comprado na Bolívia. Colocou também um casaquinho e calça, além das meinhas – Pronto, quentinho.

Ele pegou o filho, virando-a para a mãe ver. Giane começou a gargalhar ao ver o macacão “Mi padre es um gato”. Ela pediu que ele esperasse e foi buscar a máquina fotográfica.

_ Primeira foto do Lucas vai ser com o papai é? – perguntou Fabinho, ajeitando o menino direito no seu colo – Faz uma cara bem bonita carinha.

Giane clicou com o marido sorrindo para a câmera e o filho bocejando. Olhou a foto no visor, indo mostrar para Fabinho. Os dois sorriram bobos para o filho, mas isso já estava virando de praxe.

_ Dá ele aqui pra eu amamentar, e aí nós podemos dormir um pouco. – pediu Giane, colocando a câmera no trocador. Fabinho passou o bebê para ela, que foi sentar na poltrona. Ela nem bem abriu a blusa, o bebê já começou a choramingar – Tá com fome é draguinha?

_ É que você tem uns peitões bonitos mamãe, eu gosto. – Fabinho zoou, fazendo a corintiana rir. Ela mandou uma careta para ele, enquanto o filho começava a mamar. A garota começou a acariciar a cabeçinha do bebê e Fabinho sorriu – Você fica linda assim, quando tá amamentando ele.

_ Você é muito babão, não é possível. – Fabinho desencostou do trocador, pegando a câmera e se aproximando. Esperou que Giane tivesse voltado a encarar o bebê para tirar uma foto – Ah cara, eu to um caco.

_ Pra mim nunca esteve com mais cara de menina. – ele garantiu, dando um selinho nela – Eu vou tomar banho enquanto você o amamenta. Depois eu venho fazê-lo arrotar.

A nova mamãe concordou, vendo o rapaz sair do quarto. Ela desceu os olhos para o filho, que a encarava, e sorriu.

_ É Feijãozinho... Nós dois tiramos a sorte grande.

~*~

Bento entrou na sua casa com Mayara e André ao seu lado. Havia pedido ao pai, a avó, Gilson, Salma e Charlene que o deixasse sozinho com os dois pequenos, para que ele conversasse com eles.

_ Pronto criançada. – Bento colocou as malas dos dois no quarto improvisado – É por pouco tempo, até a casa que eu comprei terminar de reformar. E fiquem tranquilos, é aqui na rua mesmo.

_ Tio Bento, a tia Amora não vai morar com a gente? – perguntou Mayara, sentando na cama.

_ Vem aqui André. – o florista sentou ao lado da garota, e puxou o menino para sua perna – A tia Amora fez algumas coisas bem erradas antes de vocês e a mãe de vocês aparecerem. E quando nós fazemos coisas erradas, temos consequências, entendem?

_ E qual é a consequência do que ela fez? – perguntou André.

_ Vocês sabem o que é a cadeia, não sabem? – os dois assentiram – Então, a tia Amora vai ter que ficar algum tempo lá, pensando no que ela fez.

_ Quanto tempo?

_ Não sei querida, isso quem determina é o juiz. Mas até lá, vocês vão morar com o tio Bento, aqui na Casa Verde. Que tal? – os dois concordaram, ainda meio chateados – E nós vamos visitar a tia Amora de vez em quando, vou providenciar isso. Está bem?

Os dois concordaram mais animados, e começaram a desfazer as malas com a ajuda de Bento. O florista sorria. Apesar de tudo, sentia que começava a ter uma família sua.

~*~

_ Eu quero deitar e dormir por uns dois dias. – Malu garantiu, saindo do banheiro do quarto de Maurício e caindo na cama, ao lado dele.

_ Cê dormiu a noite inteira, mais a viagem inteira. – ele riu, beijando o rosto dela – Eu sei que ontem foi um dia de fortes emoções, mas não tem porque estar tão cansada.

_ Mau, você já pensou quando for a gente? Sabe, tendo um filho? - Malu se aninhou ao noivo, acarinhando o peito dele.

_ Ah, eu penso nisso sim. – ele admitiu sorrindo – A verdade é que eu mal posso esperar para isso.

_ Você consegue esperar alguns meses? – perguntou Malu, sentando de frente para ele. Maurício sentou chocado, encarando ela – Lembra quando nós voltamos da Holanda, dois meses e meio atrás? Que o Fabinho falou que eu tava comilona. Eu fiz um teste, mas não deu nada. Só que ontem no hospital, hora que você e o Bento foram na delegacia, eu passei mal. Me examinaram, fizeram um exame de sangue e um ultrassom. Eu to de quase quatro meses.

_ Onde que você tá de quatro meses? – ele encarou a barriga lisa de Malu, que riu.

_ Eu perguntei a mesma coisa. Acontece que algumas mulheres demora muuuito mais pra barriga crescer. E se você reparar, eu engordei um pouquinho sim. – Malu ergueu a blusa, mostrando a barriga – Mas Mau... O que você acha disso?

Em resposta, o playboy se aproximou da noiva, lhe dando um selinho e baixando o rosto, dando um beijo na barriga dela.

_ Que eu nunca te amei mais do que amo agora. Porque eu te amo por dois agora. Você, e a nossa Laranjinha. – Malu gargalhou – Que? O bebê não é mais um Feijão.

_ Nada, gostei de Laranjinha. – garantiu Malu, acariciando os cabelos do rapaz – Então você tá feliz?

_ Muito. – assegurou o rapaz, dando um selinho nela – Mas nós vamos ter que apressar o casamento, porque eu espero que a sua barriga cresça muito, e o mais depressa possível.

_ Eu te amo muito sabia? – perguntou ela, o encarando profundamente. Ele confirmou, lhe dando um selinho.

_ Eu também te amo. – ele a puxou, deitando-a ao seu lado. Cobriu os dois, abraçando a barriga dela e beijando o ombro nu. A garota riu, colocando os braços junto dos dele, e logo adormecendo.

~*~

_ Acho que o Lucas vai ser a criança com mais fotos do mundo. – Fabinho comentou, enquanto Giane vinha sentar ao seu lado.

A corintiana havia acabado de sair do banho, e encontrara o marido e o filho na cama do casal, Fabinho apenas de calça, cantarolando para o bebê adormecido. Sem que o rapaz percebesse, havia pegado a máquina e registrado o momento fofo.

_ Definitivamente. A Malu só não tirou um monte lá no hospital porque os celulares estavam descarregados. Amanhã ela tá aqui, fazendo o book completo. – riu Giane, sentando na cama – Dá ele aqui, vou colocar ele no cesto.

_ Deixa que eu ponho moleque, relaxa. – Fabinho riu, jogando as pernas para fora da cama. Caminhou até o cesto, ajoelhando e deitando o filho ali. Arrumou o travesseiro e a manta, dando um beijo na cabeça do menino e voltando para a cama – Quer ir vistoriar?

_ Não precisa, sei que você fez tudo certinho. – a corintiana puxou o rosto do marido, dando um selinho. Os dois se deitaram na cama, e ele a abraçou de conchinha. Ficaram encarando Lucas adormecido, em um silêncio gostoso.

_ Vamos dormir logo, daqui a pouco ele acorda com fome de novo. – sussurrou o publicitário contra os cabelos da mulher, que assentiu. Apertou mais o braço dele ao redor de sua cintura, e logo os dois ressonavam tranquilos, pelos menos até a próxima mamada.