You Are My Life
Negação - Ela não é minha gata
Marina fez uma performance em homenagem a Audrey Hepburn, ela refez uma cena de A princesa e o Plebeu e outra de Cinderela em Paris . Clara tentava disfarça, tentava não demonstrar emoções, para não sorrir, ela mordeu os lábios, mas a verdade é que ela sentia muito orgulho de Marina. Assim que saiu do palco ela foi para recepção, entre a saída dela e a entrada de outros alunos os professores comentaram sobre o que viram:
Roberta: Duvido que alguém entre e faça melhor. Ela tem talento, presença de palco.
Pedro: Marina já é uma grande atriz. Também acho que o personagem já é dela.
Clara apenas ouviu em silêncio, queria sair dali e dizer a Marina que ela tinha conseguido o papel. Mas se controlou e aguardou o fim de tudo. Saiu de lá e praticamente todos alunos da sua turma tinham deixado o colégio, ela encontrou Marina sozinha na sala.
Marina: Clarinha, fiquei te esperando.
Clara: Não precisava Mari.
Marina: Que é isso. Vamos?
Clara: Vai ligar para casa ou eu ligo?
Marina: Vamos de táxi.
Elas saíram de lá, pegaram um táxi ali perto e Marina se surpreendeu quando a morena falou para o motorista ir para o shopping. Elas foram direto para a praça de alimentação e Clara enviou uma mensagem para casa avisando onde estavam.
Marina: Então, quando vocês divulgam os resultados do teste.
Clara: Segunda. Não foi difícil chegar ao resultados. Eu fiquei surpresa. - Marina olhou para ela sem entender muito. - O teste dos meninos, teve alguma coisa que não bate. O Cadu foi o melhor.
Marina: Como assim o Cadu?
Ela estava surpresa. Cadu nunca mostrou interesse por teatro, ele era bom nos esportes e todos sabiam. Fazia parte dos quatro times, o de basquete, vôlei e era goleiro do de futebol e futebol de areia.
Clara: Então, eu achei que o Laerte se sairia melhor, mas ele e todos os outros pareciam querer dificultar tudo. Ou melhor, tenho certeza que eles fizeram questão de passar uma má impressão no teste.
Marina: O Cadu vai protagonizar? - Ela não acreditava.
Clara: Vai. Bom, acho que não preciso dizer quem será a protagonista. - Pegou na mão da amiga. - Só espero que quando a senhorita ganhar o Oscar, não se esqueça de mim.
Marina: Quando eu ganhar o Oscar, você será a primeira pessoa que irei abraçar, porque te quero do meu lado na premiação. - Sorria para a morena. - Estou feliz pelo papel de verdade. Mas, contracenar com o Cadu?
Clara: Ele continua te assediando?
Marina: Aquele jeito insuportável dele, você já conhece.
Clara: Só peço a Deus paciência para lidar com o Cadu nos ensaios.
Marina: Você deixa de ser esquentadinha. - Brincou com ela.
Clara: Mah, eu não sou esquentadinha, só quando extrapolam. E o Cadu é uma extrapolagem desde que nasceu. - Marina sorriu e continuou o almoço. - Já que estamos aqui, porque não aproveitamos para assistirmos um filme?
Marina: Sabe que não recuso um cineminha nunca. O que será que esta passando? - De onde as duas estavam, tinham visualização dos cartazes do cinema e dos filmes que estavam em cartaz.
Clara: Pelos cartazes, tem um do Stallone.
Marina: Não não não. Muito tiro sem função nenhuma. Pelo menos ao meu ver a maioria dos filmes dele são assim.
Clara: Tem uma animação.
Marina: As animações estão mandando melhor que muitos filmes live actions.
Clara: Olha, parece que tem um romance. - Ela sabia que Marina adorava romances e a branquinha já olhou para ela com cara pidona. - Ih... já vi que veremos o romance.
Marina: Eu amo. Mas se você quiser dá um tempo de romance eu entendo.
Clara: Por causa do que rolou com a outra lá? Não. Eu não vou deixar ela me abater. Veremos o romance e pronto.
Entraram na sessão quase vazia, foram para o fundo da sala, as poucos pessoas que estavam ali era casais. O filme começou, Clara observou Marina levar o canudo do seu café gelado na boca, ela fez o mesmo. Aprendeu a gostar da bebida com a amiga. O filme ia passando, o casal principal começa a sofrer, a morena segurou no braço da cadeira, prendendo o choro, já a branquinha deixou as lágrimas rolarem, Clara passou o braço envolta dela, que seguiu chorando. O filme não terminou bem e as duas deixaram o local com os olhos vermelhos.
Mais tarde naquele dia Marina entregou a mãe o formulário para ir no acampamento da escola e ligou para Clara, a morena não estava empolgada mais pediu para Chica assinar o dela também. Depois disso ela ligou para o cunhado, Virgílio e pediu a barraca de acampar emprestada, já que ele amava acampar. O passeio seria no final de semana que vem e apenas com a turma de formandos, Gisele morreu de vontade de ir quando soube, mas se conformou que não podia.
Já era noite quando Clara chamou Vanessa no skype:
Clara - Van, esta ocupada?
Van - Agora não, sai do banho, preso descansar um pouco. Tem duas semanas que não paro.
Clara - É que você é viciada em trabalhar.
Clara e Vanessa tinha feito amizade rápido, trocavam mensagens diariamente pelo celular e sempre que dava se falavam pelo skype.
Van - Não vamos falar de trabalho agora.
Clara - Não vamos não. Que barulho é esse?
Van - Você esta ouvindo?
Clara- Claro, olha como estão esses gritos.
Van - É Flavinha com a namorada. Mulherzinha chata. Pior que acho que passou quase todos dias da semana aqui. Daqui a pouco se muda.
Clara - Que ela faz da vida?
Van - E eu lá quero saber daquele entojo? - Clara sorriu
Clara - Só rindo com você.
Van - E como você seu dia?
Clara - Teve audição para peça hoje.
Van - Marina ganhou não foi?
Clara - Como sabe?
Van - Você já rasgou tanto elogios para ela.
Clara - Ela ganhou sim. O que me surpreendeu foi o Cadu ganhar, ele foi muito mal, mas os outros foram piores.
Van - Cadu é o moreno chato que assedia sua gata?
Clara - Van para, Marina é minha amiga.
Van - Amiga? Sei? Olha, sinto dizer mas do jeito que você falou dela, eu pensei que iam chegar aqui casadas e todos morados da casa acham que vocês são um casal.
Clara - Você falou que éramos um casal?
Van - Falei. Você só falta babar falando dela. - Clara ficou muda por um instante e logo tratou de mudar de assunto.
Era meia noite e Marina estranhou que a amiga ainda não tinha pulado a varanda, ela foi até e viu as luzes do quarto de Clara acessa, viu também a morena no computador e rindo. Sentiu uma pontada de ciúmes. Pensou por um tempo se ia dormir ou se ia até lá, depois de rolar na cama ela pegou o hobby e saiu do quarto, em silêncio abriu a porta de casa e foi até a casa de Clara, ela também tinha a chave, a sala estava escura, mas como conhecia o caminho, subiu as escadas e entrou no quarto da amiga.
Van - Visitas. - Foi Vanessa que viu Marina chegando, Clara estava distraída.
Clara: Mah, que você veio fazer aqui? - Virou a mesa do computador.
Marina: Ué, são meia noite Clara. Achei estranho você não ir lá para o quarto, aí vim aqui. Mas, se atrapalho eu volto.
Clara: É claro que você não atrapalha. Não atrapalha nunca. Eu estava conversando com a Vanessa, não vi o tempo passar, vem deixa eu te apresentar. - Marina se aproximou. - Van essa é a Marina.
Van - Oi Marina, Clara fala de você o tempo todo.
Marina - Oi Vanessa, tudo bem?
Van - Parabéns pelo papel.
Marina - Obrigada.
Van - Meninas, eu vou indo, boa noite!
Marina - Boa noite!
Clara - Depois a gente conversa mais, boa noite!
Enquanto Clara foi desligando o computador, Marina tirou o hobby e foi deitando na cama.
Clara: Vou trocar de roupa rapidinho e já volto.
Marina: Estou com sono, não vou esperar não. Boa noite. - Ela já se cobria.
Clara: Boa noite.
Antes de entrar no banheiro ela recebeu uma mensagem no celular.
"Linda a sua esposa." - V.
Era Vanessa brincando com a morena.
"Idiota! Mas, ela é linda sim." - C
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