Clara podia sentir o corpo gelar, mas as mãos se fecharam e parecia sair fogo do seu punho, ela deu um passo a frente, mas viu Henrique entrar em seu campo de visão:

Clara: Sai da frente Henrique! - Os olhos da morena transmitiam raiva, viu Marina tentar se afastar do abraço de Cadu, sem conseguir.

Henri: Deixa o Carlos cuidar disso, para isso que você chamou a gente.

Tudo aconteceu em segundos e Carlos já separava Cadu a força da branquinha. Marina fica aliviada por estar longe de Cadu, mas se preocupa ao percebe que o rapaz não olha com bons olhos para o amigo.

Cadu: Quem é você?

Carlos: Isso não é importa. Apenas fica longe da Marina. - Carlos não se intimida com o tom nervoso de Cadu.

Cadu: Então você acha que pode chegar aqui do nada e me dá ordens? Esse é meu baile. Na no meu colégio.

Carlos: Não ligo para isso. Porque essa noite, eu e a Marina estamos juntos. Então, você vai curtir a porra do seu baile longe dela.

Os dois estavam em uma distância perigosa, Clara olhava para Cadu ainda com ódio e Henrique ficava na frente dela. Mas, Cadu é atrevido, ele deu risada das palavras do rapaz e segurou o braço da Marina puxando a garota, o outro novamente se colocou entre os dois e empurrou o aluno.

Marina: Tenho nojo de você. - Grita com Cadu, mas ele dá outro passo na direção dela.

Carlos: Chega! - Grita. - Se você não entende através de uma conversa educada, o jeito é apelar. Fica longe da minha namorada. - E Carlos apelou, ele juntou os lábios nos de Marina e o pessoal ao redor gritou, alguns pelo beijos dos dois, outros vaiando Cadu que saiu do salão humilhado.

Clara: Que porra foi aquela?

Já afastados de todos, em uma das salas do colégio, Clara entrou gritando, Marina e os amigos dela entraram atrás.

Carlos: Desculpa Clara, mas eu tive que apelar.

Clara: Eu sei... - O beijo de Marina com Carlos foi mais uma pressão de lábios, nenhum abriu a boca. - Estou furiosa com o Cadu e toda esse situação. - Foi até Marina e segurou as mãos dela. - Deveria ter te defendido.

Henri: Você fez. Mesmo que não tenha ido socar o Cadu ou tomar a frente para beijar a Marina, você defendeu sua garota. Garantiu que ela tivesse alguém que a defendesse e assim vai terminar o colégio da forma que você acha conveniente.

Marina: Você sabe que se quiser segurar a minha mãe e voltar para aquele salão desse jeito, estou pronta.

Clara: Não meu amor. Eu agradeço o que você fez Carlos. - Olhou para o amigo. - Você esta bem. - Deu um selinho em Marina. - Vamos aguentar firme até o fim desse baile, até o fim das aulas.

Marina: Viram meninos, essa é a melhor namorada de todas. - Ela jogou os braços ao redor do pescoço de Clara e aprofundou o beijo.

Henri: Nojento. - Ele e Carlos se retirando e foram esperar as duas do lado de fora da sala.

Marina: Queria dançar pelo menos uma música com você. - Sozinhas na sala, Marina tinha um rosto pidão.

Clara: Eu não pretendia mesmo sair daqui sem dançar pelo menos uma com você.

Deixaram a sala e junto com os meninos voltaram para dentro do salão. De início sentaram em uma das mesas, aproveitaram um pouco do buffet e Clara levantou, chamando Marina para a pista de dança. Não era uma música lenta, aproveitaram que tocou um pouco de música da era disco e se divertiram imitando alguns passados de John Travolta. Já Cadu ficava observando de longe, mas já tinha levado uma advertência do professor, então não se aproximou. Passado a dança com Clara, Marina evitou a pista de dança, já a namorada aproveitava a companhia de Henrique para fazerem as coreografias mais loucas possíveis. Sentada na mesa, a branquinha ria com as palhaçadas dos dois na pista.

Carlos: Você ama mesmo a Clara. - Marina olhou para o moreno.

Marina: Sim. Amo muito. E ver a Clara sorrindo é uma das minhas coisas favoritas no mundo. Ela tem o sorriso mais lindo do mundo. - Carlos percebeu o brilho nos olhos de Marina ao falar de Clara. - Ela reclama muito quando estamos no colégio, vive de cara fechada, mas quando vamos para casa, é uma outra Clara, uma Clara cheia de vida, que ama fazer planos, que é cheia de esperança. Eu queria que sempre fosse assim.

Carlos: No colégio é tudo mais difícil, adolescentes são cruéis. Eu só sai do armário depois que entrei na faculdade. Pelo que eu sei, eram esses os planos dela, que a ex estragou.

Marina: Nunca fomos muito populares, mas nova vida era mais tranquila antes de descobrirem a sexualidade dela. Por mais que eu tenha essa vontade de levantar agora e invadir aquela pista e dá aquele beijo de cinema nela, mas no fundo eu entendo a preocupação da Clara. Eu tenho a namorada mais maravilhosa do mundo.

Carlos: Olha ela chegando aí.

Clara: Nossa, estou morrendo de sede. - Foi se jogando na cadeira ao lado de Marina e Henrique acenou para o garçom, todos pegaram um copo de refrigerante.

Marina: Estou amando esse sorriso no seu rosto.

Clara: Vai ficar maior ainda quando você ganhar o título de rainha do baile.

Carlos: Eu não sei qual das duas é a mais babona.

Marina: A gente apenas se ama demais.

Carlos: Aceito essa resposta.

Passaram alguns minutos na mesa, até perceberem a diretora do colégio no palco, os alunos limparam a pista de dança e com todos sentados em suas mesas a diretora decidiu que anunciaria primeiro os candidatos para rei. O primeiro a ser anunciado foi Carlos Eduardo, que sorriu orgulhoso e certo de que o prêmio era dele. Depois foi anunciado Erik, loiro e dois olhos claros, ele era o típico bonequinho. Por fim, foi anunciado Laerte, esse sorriu de um jeito mais tímido, estava sentado na mesma mesa da prima.

Diretora: E o rei do baile é... Laerte Fernandes!

Laerte riu desacredito, Verônica deu um selinho nele, enquanto os colegas aplaudiam, o rapaz levantou para ir ao palco receber a coroa, mas no meio do caminho, levou um empurrão de Cadu.

Cadu: Isso é piada! Essa coroa é minha! Quem falta de noção é essa? - Olhou para diretora. - Pela lógica eu sou o rei e Marina a rainha.

Henri: Cruzes! Isso está mais feio que miss brigando pelo título de mais bela. - Como a quadra estava em silêncio, Cadu ouviu as palavras do rapaz mais magro e partiu para cima dele sem pensar duas vezes.

Cadu: Não ouse falar de mim, sua bichinha! - Acertou o rosto do amigo de Clara. - Tinha mesmo que ser companhia dessa sapatão!

Diretora: Já chega Carlos Eduardo! - A diretora reclamou do microfone. - Você esta expulso do baile. E suspenso das aulas finais. Virá no colégio apenas fazer as avaliações. E nas horas do ensaio da peça. E vou permitir isso, porque nessa altura não dá para substituir você.

Antes que o rapaz pudesse seguir com o escândalo, dois professores conduziram ele para fora do quadra, ele saiu provocando baixinho.

Clara: Você esta bem?

Henri: Estou ótimo! - Sentou de novo na mesa.

Carlos: Ele é maior de idade, se quiser... damos queixa contra ele.

Henri: Deixa para lá. É muito ibope para quem não merece.

Carlos: Você que sabe. Esta bem mesmo?

Henri: Vou acordar com o olho enxado, mas vou sobreviver.

Laerte subiu o palco e recebeu a coroa de rei do baile, se posicionou ao lado da diretora que anunciaria a rainha. A primeira foi Bruna, a loira sorriu presunçosa. Depois foi Marina, que deu um leve aceno para todas. E a última foi Paula, que apenas acenou também.

Diretora: A rainha do baile é ... Marina Meirelles!

O grito de Clara foi inevitável, que abraçou forte a namorada, ela também recebeu abraços do demais na mesa e foi receber a coroa. Ficou um pouco vermelha quando a diretora colocou a coroa na cabeça dela. Em seguida ela e Laerte dançaram uma músicas juntos, eles se divertiram. E o baile voltou ao normal, com todos os estudantes no meio da pista e fazendo muito barulho.

Chegaram em casa com o dia amanhecendo, foram para o quarto de mais novo. Marina quis em vários momento tirar a coroa, mas foi impedida pela namorada. Quando entraram no quarto a morena ergue a mão para ela.

Clara: Infelizmente não pude dançar com você da forma que queria, será que me daria essa honra agora?

Marina: Esperei por isso a noite toda.

Ela aceitou a mão de Clara, que juntou os corpos da duas e colocou a mão na cintura fina da branquinha. Não tinha música tocando, Marina fechou os olhos e passou os braços no pescoço de Clara, que também estava de olhos fechados, se moviam lentamente, abraçadas, o que embalava as duas eram as batidas do coração, o som do mar perto do condomínio onde moravam, o vento que vinha de fora da porta da varanda do quarto de Marina aberta. Os minutos passaram, elas aproveitam a tranquilidade de estarem uma com a outra, os lábios de Clara deram um beijo carinhoso no pescoço de Marina que soltou um leve suspiro e a morena fez de novo e dessa vez ela não parou, beijava todo o pescoço da namorada, mordeu a orelha de Marina.

Marina: Ah! - Só conseguiu soltar um suspiro.

Clara continuou os carinhos, deu um beijo no rosto, no nariz, no queixo, até encontrar os lábios. Beijou de forma delicada, a branquinha abriu a boca, deixou a língua de Clara dominar a dela e se tinha uma coisa que a mais velha saiba, era dominar. Devagar ela foi conduzindo a mais nova até a cama e deitando por cima dela, os beijos foram ganhando mais vigor, quanto mais se beijavam mais o desejo aumentava, mais a entrega entre as duas aumentava, mais tudo saia do controle.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.