Marina abriu os olhos, estava deitada sobre o peito de Clara, dormia completamente agarrada a ela, sempre era assim, se agarrava do corpo da amiga durante a noite. Ela fecho os olhos novamente, se aproximava de sentindo o cheiro dela, deu um beijo delicado no pescoço da amiga, a morena foi abrindo os olhos lentamente e encontrou uma Marina sorridente olhando para ela.

Marina: Bom dia Clarinha.

Clara: Bom dia Ma. - Deu um beijo na testa da amiga. Marina em seguida levantou e abriu a cortina - Humm... o sol esta lindo lá fora.

Marina: Esta mesmo, daqui a Gi esta na porta do quarto chamando a gente para praticar stand-up. - Ela foi andando até o banheiro e no caminho retirou a camisola ficando só de calcinha. - Se você entrar no banho comigo, a gente sai mais rápido. - Clara concordou com amiga, as duas entraram no chuveiros juntas. - Sabe, eu estava pensando em fazer uma tatuagem, mas acho que se eu fizer agora, minha mãe surta.

C: Quando estivermos morando fora, a gente faz, se eu fizer agora, dona Chica também tem um ataque.

Clara manteve-se conversando falando sobre assuntos com tatuagens cortes de cabelos, esperando ansiosamente para o banho acabar, ela admitia que ficar perto de Marina estava sendo difícil, uma vez que a amiga se transformava cada vez mais em uma mulher linda.

Ao chegarem na praia, todos foram atrás de uma prancha, cada um tinha comprado a sua no início do verão e concordaram de deixar na casa de Angra, já que quando eles iam a praia no Rio, não usavam. Gisele, Marina e Clara foram as primeiras a entrarem na água e já foram dando remadas, Filipe entro levando Luiza sentadinha na frente que admirava tudo. Enquanto Filipe remava tranquilo para Luiza se divertir, as garotas apostam corridas, o que rendia bons tombos na água. As vezes caiam e subiam rápido, por causa do corpo muito molhado, caiam de novo, no final, Clara ganhou a brincadeira.

Gi: Já estou cansada de só a Clara ganhar. - Disse deitando sobre a prancha e boiando.

C: Se vocês malham um pouquinho como eu, ficariam seria mais fácil tentar me vencer.

Gi: Já sou magra demais, seu eu malhar, vou sumir.

C: É, mas pode fazer uma dieta para pegar massa e malhar.

Gi: Não sei. Você é sarada e fica bem em você, não acho que fique bem em mim.

M: Acho que Clarinha tem razão, seria bom praticar alguma coisa, desde que eu deixei o balé não faço nada.

Gi: Ma, falando nisso, você vai mesmo tentar o papel principal da peça anual do colégio?

C: Ela não vai tentar, já é dela.

Gi: Ih, não vale favoritismo, sei que vai estar na banca que decidirá o elenco, mas...

M: Ela vai escolher pelo talento. Mesmo assim fico feliz que confia em mim.

Clara tinha sido selecionada para ser a diretora da grande peça anual. O programa de teatro do colégio era fantástico, Clara e Marina faziam parte. Todo ano mais de uma peça era apresentada, grupo teatral apresentava uma peça a cada semestre. No primeiro semestre todos do grupo participavam, no segundo semestre que estava na turma que iria se formar, faria a grande peça anual e a outra parte do grupo apresentaria uma peça de menor duração. Tudo acontecia na semana de finalização das aulas. Tinha jogo com os alunos que faziam parte do time de futebol, o titular e reserva misturavam seus membros para que todos participassem, no mesmo dia o pessoal da capoeira se apresentava no intervalo, no dia seguinte a primeira peça era apresentada, no outro apresentação da orquestra e grupo de dança de dança, no outro dia vinha a grande peça anual e o último era celebrado com churrasco em volta da piscina do colégio. Clara esse ano assumiria a direção, um aluno da turma sempre faria isso, essa era a área de afinidade dela. Marina queria seguir a carreira de atriz e se inscreveu para o personagem principal.

G: Não entendo, como vocês abriram lista de inscrição dos atores se ainda não sabem que peça será feita.

C: Vou falar para vocês, eu, o professor Pedro e a coordenadora Roberta estamos em dúvidas entre quatro obras envolvendo teatro e literatura: Bonequinha de Luxo, Um Bonde Chamado Desejo, Dona Flor e Seus Dois Maridos e Lucíola.

M: Espera um pouco. Meu coração até disparou quando ouvi o nome Bonequinha de Luxo. Você sabe que eu amo a Audrey. Aí DEUS! Eu também amo a Vivien Leigh e Sonia Braga. - Marina acabou caindo da prancha e as meninas riram. - Mas, espera aí... - Ela foi subindo e deitando. - Um Bonde Chamado Desejo tem muito a cara do Marlon Brandon por causa do filme, não tem garoto no colégio sexy o suficiente para fazer o personagem dele não.

G: Como não Ma? Na turma de vocês tem o Laerte, Gabriel, Fabio, Cadu e Maurício.

M: Acho que quem se aproxima mais é Laerte, porque ele é um grosseirão, mas o resto é bem sem grande. E todos não tem sex appeal para o personagem.

"Cada um deles daria um membro do corpo para ficar com ela, ainda sim, ela não esta nem aí para nenhum." Aquele pensamento fazia Clara feliz, ela não entendia o motivo mais aquilo a agradava.

Em uma mesa na areia estavam Virgílio, Diogo e Ricardo discutiam algo sobre futebol. Helena, Chica e Sofia estavam em outra mesa. Leninha matinha os olhos em Filipe com a pequena Luiza.

Sofia: Eu disse que a viagem faria bem para Clara.

Leninha: Sabe o que eu realmente acho que faz bem a Clara? A Marina. - As duas mães olharam para a terceira. - Não me olhem com essas caras. Vocês são mães e mães sabem tudo. Qualquer um vê que amizade não é o único sentimento ali, que tem algo mais forte. Resta saber se elas sabem e sabem se estão prontas para encararem o que sente.

Chica: Eu não vou mentir, sempre achei a Clara mais feliz na companhia da Marina do que quando ela estava com aquela Brenda lá. - Chica sempre acho Brenda muito abusada.

Sofia: Minha Marina nunca nem namorou e como mãe eu sempre vou achar ela um bebê. Confesso que se ela namorasse a Clara eu ficaria feliz. - Bebeu um pouco do suco. - Vi a Clara crescer, ela é como minha filha, acho que não existe ninguém melhor para o meu bebê que a Clarinha.

Chica: Isso me faria feliz também. - Observou as meninas na água. - Elas se completam.