You Are All Your Hate

Tell Me Baby, What's Your Story?


(Autora)

Ela acordou. Já estaria ela morta? Suspirou e abriu os olhos.

POR QUE EU ESTOU NUM HOSPITAL?”, gritou ela mentalmente, “Por que é que os comprimidos não fizeram efeito? Por que eu não estou morta? Por que querem que o meu sofrimento continue? Será que foi o garato? O… como ele se chamava? O Ashley? Foi ele que me trouxe para aqui?

A mente dela corria desalmadamente em busca de um plano de terminar por fim a sua vida patética.

Um garoto entrou dentro da sala e sorriu-lhe. As suas roupas eram estranhas, diferentes. Parecidas com as que ela gostaria de utilizar.

- Oi. – falou ele.

- Hi. – ela respondeu fechando os olhos tentando imaginar-se morta. Ninguém sentiria a falta dela. Ela não era nada neste mundo. Não era nem nunca seria. Ela sentiu um peso nos pés a sua cama. Não resistiu a abrir os olhos e encontrou o garoto a olhar para ela – Por que… foste tu que me trouxeste até aqui?

- Sim, fui eu.

- Quem te deu o direito de mexeres com a minha vida?

- Eu… eu simplesmente fiquei preocupado.

- Não mintas! – ela sentou-se na cama. Os olhos dela marejados novamente. Como seria possivel um estranho se preocupar com ela quando as pessoas com quem ela conviveu durante a sua vida inteira não o faziam? – Não podes ter ficado preocupado. Diz-me a verdade!

- Esta é a verdade. Preferias que te deixasse morta na rua?

- Sim. Seria muito melhor do que ter que voltar para aquele inferno.

- Não vais ter que ir para lugar nenhum que não queiras.

- Eu não quero estar aqui, e tu fizeste com que eu ficasse aqui!

- Calma… eu só… eu só te ajudei.

- Não! Tu atrapalhas-te! Nunca te disseram para não te meteres nos assuntos dos outros?

- Não podia… eu vou… eu vou embora…

O garoto levantou-se ela começou a chorar. Por que é que ela teve que afastar a única pessoa que se preocupou com ela? E por que é que ela se haveria de preocupar com isso? Afinal, ela ia morrer mais cedo ou mais tarde. Ela só desejava que fosse mais cedo.

Quando pegou na maçaneta o garoto parou. Ele ouviu o choro dela. Não a ia deixar sozinha sofrendo e remoendo-se por dentro. Pensando que não valia nada. Não. Ele ia ajuda-la.

- Ouve… tu és alguém. Tu vales alguma coisa. E há pelo menos uma pessoa que se preocupa contigo. – ele virou-se – Não me conheces de lado nenhum, sei disso. Mas achas que eu não sei o que é estar desse lado? Pois bem, eu já estive aí. Numa destas camas de hospital pensando em só mais uma maneira de acabar com tudo. E descubri que havia uma pessoa que se preocupava comigo. Eu amava-a. Mas no final quem se matou foi ela e eu… eu não vou deixar que isso aconteça contigo.

- Queres dizer que… só te preocupas comigo por que te sentes culpado de não teres ajudado a tua amada? Por favor… vai.

- Não.

- Eu vou chamar o segurança.

- Segundo o que ele sabe, ele não me pode mandar embora!

- O que é que tu fizeste?

- Eu? Slimpesmente estou a proteger-te de algo que juro que tu não queres.

Ele saiu deixando-a atordoada com aquelas palavras. Ele preocupava-se realmente com ela?

(Susy’s POV)

Acordei mal disposta. Fui em direção à casa de banho e vomitei. Novemente. Porra, eu precisava de ir à farmácia…

O meu telemóvel tocou. Era um número desconhecido. Não estava com paciencia, mas mesmo assim atendi. Imagina que era o CC?

- Hey! – falei olhando-me ao espelho. Que cara de zombie!

- Hey, Susyyyy! É a Sam!

- Que Sam?

- A Sam? Não te lembras? Loja do Simon, Paradise… ahahahah!

- Sam? SAM?

- Ahan!

- Garota, já não falo contigo há séculos! Por onde tens andado?

- Estou em L.A. agora.

- Sério? Não me digas que… - o reflexo do vómito voltou.

- Que o quê?

- Espera um minuto. – voltei a apanhar o meu cabelo e coloquei-me de joelhos junto à sanita. Eu sei que é nojento, mas vou fazer o quê?

- Susy, tu estás bem? – quando estava razoavelmente melhor lavei a boca e agarrei novemente no telemóvel.

- Sabes onde é a minha casa?

- Não faço puta ideia!

- E de algum dos meninos?

- Há tanto gajo aqui, Susy! Sei lá que menino estás a falar!

- Onde estás?

- Em casa do… do Jake.

- Okay, eu vou aí ter. Esperaaaa! Tu estás em casa do Jake? O Jake Jake?

- Sim. Vá, mexe esse cu! Tu vais ou médico agora!

- Okay! Estou a ir! – desliguei e apressei-me a vestir. A Sam com o Jake, hein? Só espero que o Andy não faça merda como é habitual!

Fui a pé, por que morávamos todos perto uns dos outros.

Toquei à campainha. Ninguém atendeu. Ela apareceu a descer as escadas a correr feita doida e abriu a porta.

- Susyyyy! – ela abraçou-me deixando-me meio atordoada.

- Saaaam! – abracei-a de volta. A garota tinha mudado. Bem, já fiz as contas e não estou com ela há quase três anos!

- Okay, agora vais-me dizer o que se passa por que tu estavas mal.

- Só preciso de ir à farmácia…

- Eu não acredito!

- Não acreditas no quê?

- Tu estás grávida?

- Não sei.

- Se estiveres exijo ser a madrinha, okay? Já que não fui ao teu casamento…

- Ninguém foi!

- Ruuum… mas eu vou ser a madrinha da criança na mesma!

- E se não houver criança?

- Começas a trabalhar para fazeres uma!

- SAAAAAAAAAAAAAM!

- Não grites, Susy. Ainda tou de ressaca.

- Por onde é que andaste?

- Na festa… aquela da música que eu não sei o nome.

- Mas aquilo é só para bandas.

- Ahan. Eu sei. Agora eu canto numa!

- Sérioooo?

- Ahan! Mas vamos deixar a cuscuvelhice de lado e vamos à porra da farmácia!

- Aiii, que estressadinha!

- Psiu! O Mini Coma não pode ser perturbado.

Eu ri. Essa garota não é normal! Mas… se houver um Mini Coma ele já tem madrinha! Ahahahah!

(Ashley’s POV)

Vá Ash, começa a pensar besteiras para poderes ficar feliz outra vez!

“Let the bodys hit the floor,

Let the bodys hit the floor!”

O telemóvel do Coma começou a tocar. Ele atendeu. Devia de ser a sua Susy’zinha. Tadito, tava apaixonado!

Ele começou a dar pulinhos quando desligou e estava completamente radiante. Ficamos a olhar para ele. Será que ele ainda não se deu conta das figuras tristes que está a fazer?

- O que foi? – perguntou ele quando viu as nossas caras.

- Coma, dude, o que é que andaste a fumar hoje? – perguntou o Andy.

- Eu? SÓ ACABEI DE RECEBER A MELHOR NOTÍCIA DE SEMPREEEE! – e lá começou ele a dançar novamente. O Jinxx agarrou-o pelos ombros para ele parar.

- E que notícia é essa?

- Dudeeee, vou ser pai!

Fomos todos abraçar o gajo. Dude, o Coma como pai? Isso era realmente estranho! Tadita da criança.

- Eu exijo ver a minha filha! – falou um homem. Olhamos todos para trás deixando a excitação por sermos tios.

- Nós… nós não podemos. Ela falou que não… - falou a garota que estava na receção.

- Mas ela é minha filha. Eu tenho esse direito.

- Ela é maior de idade e…

- E nada! Eu tenho que falar com essa vadia!

- Senhor, a Menina Peterson não está em condições…

- Diga-me qual é o numero do quarto dela se não quer que este hospital seja processado.

- Isso vai contra a ética do…

- Menina, diga ao meu marido onde se encontra a nossa filha. Imediatamente.

Okay, aquele casal era estranhooo!

- Dude, aquela gente é maluca! – falou o CC.

- Ya! Alguma vez se fala assim com alguém? – resmungou o Jinxx – E depois nós que somos mal educados!

- Tu és mal educado, Jinxx. – disse o Jake.

- Não sou nada!

- És sim! – falou o Andy.

- Ash, diz-lhes que eu não sou mal educado.

- Sabes que eu não minto…

- Vou chamar a polícia. É que além de não obedecerem às minhas ordem, deixam entrar a escumalha dentro deste hospital! – falou o homem apontando para nós. Escumalha? Nós?

- Desculpe, Sir, mas a quem pensa que está a chamar escumalha?

- A sí e ao seu bando de prustitutos homosexuais!

- Ahah. Isso é realmente… quem pensa que é para falar assim de mim e dos meus amigos?

- Não me interessa o que vocês fazem na vossa intimidade anti-natural. E eu sou o diretor do colégio católico mais exclusivo do mundo.

- Pois, tinha que ser…

- Senhor Ashley, a sua namorada quer falar consigo. – falou uma enfermeira. Namorada…? Ahhhhhh! A garota que se quis matar!

- Com licença.

- Como é que alguma garota decente iria namorar com uma criatura do inferno como você?

- O que é que tem a ver com isso?

Ela queria falar comigo! Ela queria falar comigo! Dança louca modo mental on! Okay, Ash, explica a ti próprio o por quê de toda essa felicidade! Entrei dentro do quarto dela. Ela estava sentada a olhar para a parede.

- Hey. – disse ainda alegre.

- Oi. Por quê toda essa felicidade? – por que tu queres falar comigo.

- Por que vou ser tio!

- Sério?

- Ahan. Bem, eu sou Ash. E tu?

- Chamo-me Annabelle Peterson.

Peterson... PORRA, ELA É FILHA DO HOMEM QUE ME CHAMOU GAY?