Yin Yang

Finalmente chegamos


Os mestres do palácio de jade caminham ao redor do suposto Vale da Luz, é de dia, mas aparenta ser de noite, pois as casas abandonadas e destruídas, os rios poluídos e a sujeira espalhada, fazem o aspecto de escuridão, como em um filme de terror.

O lugar é aparentava ser uma pequena aldeia, não existem comércios ou prédios, plantações de milho e arroz são visíveis a olho, mesmo com o lixo e sujeira espalhada.

— Olá tem alguém aqui?

A fala de Po ecoa ao vácuo, sendo capaz de escutar o próprio eco. Isso o faz temeroso, se alguns de seus amigos perguntassem se tinha medo, imediatamente negaria, contudo a mentira seria descoberta, pelo fato: estar atrás de Tigresa, suas pernas barbearem de vez em tempo, os olhos atentos a qualquer movimento e o rabinho sacudir-se rapidamente. O medo é seu inimigo, assim como as escadas são ou treinamento.

Os passos de cada um dos guerreiros, são lentos e medidos, estão preparados a qualquer emboscada, se esse fosse o caso, os olhos assemelhando-se a bolinhas de ping pong, a cada canto do território uma mirada.

Então, como se todos tivessem tido a prova final de que não adiantava manter a guarda, e que o lugar é inabitado, com um levantar de ombro de quem tivesse mais perto de Tigresa, voltam com a fisionomia relaxada, entretanto por poucos segundos, de repente a lama do rio atrás deles, começa a levantar-se, é proferido um tipo de som irreconhecível a todos os presentes. Macaco, Louva-a-deus, esse em seu ombro junto com Rosetta, e Garça vão para trás da líder, assim como Po, as fêmeas à frente demonstram um ligeiro revirar de olhos, mantendo a postura de confiança.

— É um monstro de lama barrenta devorador de cérebros e comedor de almas. — afirma o panda, sem vírgulas, apenas em uma respiração.

Víbora devia a mirada a ele, achando tolice e ridículo a sua frase, volta-se ao suposto “monstro de lama”, cujo está a três passos dela.

O que torna a cena particularmente divertida é fato das três fêmeas perceberem: o pé com garras e a calda cheia de escamas, por debaixo de toda aquela lama. Cada uma sustenta um sorriso, por um instante acham engraçados os machos de o grupo estar com medo. O pensamento de ser um crocodilo é invadido na mente delas desde o começo, a afirmação é feita, o crocodilo saí do rio, e se limpa se sacudido, como um cachorro faria, a lama voa para todos os lados, atingindo os mestres.

— Olá. — Cumprimento o animal verde, causando um olhar interrogativo aos machos, mas o medo ainda está em suas faces. — Sou Ding, vocês são bem vindos a minha casa.

O silêncio é a resposta, ninguém se pronuncia. Foi grande surpresa e perplexidade ao vê-lo, seria por ter quase dois metros de altura, ou fato de ser um “monstro”, segundo Po.

Enquanto despertam o nó na garganta, escutam de longe uma risada, desviam a mirada em direção ao som. Um filhote de leopardo, aparentando três anos de idade, corre até o crocodilo e abraça sua perna verde, a felina gargalha várias vezes em meio a sorrisos, é admirado por todos. O medo evapora como água fervendo, timidamente cada um sai de trás de Tigresa, Song e Víbora, a fim de ver melhor, as impressões deles são de alivio e carinho.

Quando o filhote nota a presença dos adultos, esconde-se atrás da cauda comprida e escamosa do réptil, no qual sorri pela ação.

— Diga oi a eles. — pede, Ding, a menina balança a cabeça negando a obedecer. Os olhinhos rosa destacam-se na escuridão. — Ela está tímida. — comenta, dando um curto riso no final. — Quem são vocês?

— Somos os mestres do palácio de jade. — responde Tigresa, seu tom de voz é serio e autoritário. Dá dois passos a frente, para estar mais perto, levanta a cabeça para vê-lo melhor. Se não o tivesse conhecido agora, diria que era Lidong. — E os outros são amigos. — acrescenta.

— Prazer em conhecê-los, você deve ser a líder. — antes que a mestre tigre responda, ele atropela com as suas palavras. — Devo lhe dizer que é bem bonita. — esse comentário a faz ruborizar, os seus amigos riem de maneira secreta. — Tem namorado? Quer dizer não que eu me interesse, só por saber mesmo...

Se antes foi possível conter o vermelho das bochechas, agora é impossível, assemelha-se a um tomate.

— Ela não se interessa. — afirma o panda, dando um passo, para estar ao lado da felina, que recuperando a postura o mira, esse por sua vez mantém os olhos ao crocodilo.

— Entendo... Você é o namorado dela.

— Não! — grita à felídea, com certo desespero no tom de voz. — Ele é meu amigo, o dragão guerreiro.

O olhar de Po segue com tristeza a ela; gostaria que dissesse que é, pois a ama, mas a mestra prefere guardar segredo, isso o faz ter um novo sentimento, o de desconfiança. Estaria ela com vergonha dele?

Após uma pausa e um prolongando olhar, Ding prossegue, dirigindo-se agora ao urso, num tom de admiração e alegria. Conta de maneira resumida as histórias sobre ele, como um fã faria ao encontrar seu ídolo, um ciúme invade a mestra, tem aquele semblante de impaciência, odeia fãs conversando com o panda, algo cuja China toda sabe. Entretanto a inquietação começa a atormentar-la, resmunga qualquer coisa, apertando contra o peito as patas, Víbora conhecendo-a interrompe a fala do crocodilo, pergunta de maneira gentil, se o lugar a onde estão é o Vale da Luz, depois do silêncio por parte dele, afirma com a cabeça, é notável o rosto triste que faz.

Ele pede para segui-lo, pois tem alguém que pode contar melhor sobre a história do lugar, concordam, e antes que possa ir, o réptil leva aos braços à pequena leoparda, na qual enterra o rosto ao peito dele, com vestígios de lama, e assim vão em direção a uma casa de madeira, longe das outras, diferenciada pela fachada, com plantas e flores, de maneira que a luz do sol chegue, sendo antes impossível pelo excesso de arvores e poluição.

Uns por vez passam pela porta, estando dentro, os olhos são atentos a decoração, uma mesinha de centro, algumas almofadas velhas jogadas em um tapete de aparência desgastada, sendo a sala, um balde água e alguns pratos com resto de comida ao fundo, seria a cozinha, e dividido por cortinas os quartos.

O crocodilo coloca a menina ao chão, a fim de chamar o sujeito, cujo possuí informações sobre o Vale da Luz.

Devido sua altura a cabeça encosta ao teto, e o corpo fica um pouco inclinado, atravessa uma porta, que ninguém havia notado e desaparecesse por ela; o filhote de leopardo deita-se no tapete vermelho de costas e com gargalhadas joga as almofadas para cima, agarrado-as em seguida com os pés, parece ignorar a presença dos adultos, nos quais estão vendo-a com admiração.

De repente da mesma porta surge uma pantera negra, coberta apenas por uma toalha na cintura, e outra na face, usado-a para secar o rosto, as fêmeas paralisam ao ter a visão do macho. Breves segundos de silêncio, o felino negro percebe a presença deles. Olhos incrivelmente verdes, e um sorriso curto aos lábios turnê escuro, essa é à vista de cada mestre.

O filhote de leoparda corre aos braços do felino, à medida que ele aproxima aos guerreiros, a pequena com voz doce e suave pronuncia a palavra: “papai”, estando em seu colo, depois de dar um beijo estalado na bochecha da pequena, levanta-se, usando o braço direito para apoiar a filha. A uma distância razoável fala pela primeira vez.

— Boas tarde senhoritas. — saudou as três mestras. Sua voz saiu com sotaque português, fazendo-as não compreender o que dissera. — Não entendem o que digo? — questiona. Elas entreolham-se confusas. — Filha diga a elas por mim, tudo bem? — A pequena leoparda acena com a cabeça.

— Papai disse “oi”.

Pôs-se em seguida traduzir as falas do pai em chinês, a princípio com dificuldade, pois possuí o sotaque português, contundo foi possível entendê-la.

Das belas imagens, que Song já viu, como o por do sol, a fisionomia da pantera é a das mais notáveis. Delicadamente falava em transpiração com aquela elegância em vestir as palavras, mesmo não compreendendo nada, é admirável. Poderia falecer, apenas com a visão das gotas de água percorrendo o seu peitoral até a toalha bege, deu algumas olhadas a esse local discretamente.

Ding teve uma expressão resignada bom humor — ao voltar à presença deles — notando como os machos com indiferença, fixam os olhos ao felino negro, espera alguns segundos antes de pronunciar-se, trazendo a vista deles.

— Vejo que conheceram meu irmão. — comenta o crocodilo. Recebendo olhares de incredulidade. — É eu sei, sou bem mais alto. — começa ele num tom manso. Apressa-se. — Minha mãe irá falar com vocês, só esperar um pouquinho.

— Obrigada. — agradece Tigresa.

— Você é bonita. — elogia a pantera. — Tem namorado?

A líder dos cincos furiosos gira a cabeça para esquerda e direita, assegurando-se que o felino fala com ela. Levanta uma das sobrancelhas confusa.

— Ele disse que você é bonita. — traduz o crocodilo. — E se tem namorado?

Tigresa não o responde, revira os olhos, está cansada dos elogios desnecessários e a maneira que é abordada.

— Diga a...

— Diego, seu nome é Diego. — interrompe o animal verde.

— Diga ao Diego que não estou interessada.

Ele obedece e por breves segundos Diego tem o semblante de desapontamento.

O réptil pede que todos se sentem ao tapete vermelho.

Cada um se posiciona com as almofadas sobre o colo. Pacientemente esperam a mãe do crocodilo, nesse tempo, o mesmo, conta história de sua vida e do suposto irmão.

Atentamente observam cada gesto e ação do animal enorme, distinguindo seus passos, incessantes, para cá e para lá e, de vez em quando, o silêncio faz presença por uma respiração profunda, e continuar a narrar à vida deles. Diz também palavras soltas, acompanhado de algumas expressões de medo e felicidade, ditas como se estivesse revivendo o passado, tem o semblante um pouco decaído ao contar a história de Diego.

A pantera vinda do Brasil, também conhecida como Pindorama, fugindo da situação qual se encontrava, estabeleceu-se na China há seis anos com sua filha, Esmeralda, apesar de não ser pai de sangue, a ama como se fosse. A mãe dela morreu ao dar a luz, prometeu assim cuidar da pequena. Depois de viver algum tempo nas ruas, encontrou o Vale da Luz, mesmo destruído, sendo o melhor lugar que encontrou há meses, com ajuda de Ding e sua mãe, fez a sua casa e de sua filha.

— Sabe a razão desse vale ter sido destruído? — pergunta Tigresa, recebendo olhar de todos.

— Só minha mãe sabe, ela nunca me disse. — responde num tom vago. — Acho porque falo muito. — acrescenta.

Teve um breve silêncio, para depois o crocodilo continuar a balbuciar.

— Ti, isso não faz sentido. — cochicha o panda. Está ao lado dela. — Mestre Shifu não nos mandaria para uma missão falsa.

— Eu sei disso... — Seu tom de voz é igual ao dele, confidencial. — Também não entendo, se esse vale está abandonado, qual a razão do Vale da Sombra atacá-lo? Não faz sentido...

— O que faremos?

— Esperaremos. Talvez a mãe desse crocodilo tenha boas informações.

O urso concorda, com um discreto gesto pega na pata da felina entrelaçando-a e apertando-a de leve, e dando um leve sorriso a ela, na qual retribuí.

Quando a senhora, uma cabra, passa pela porta, fechada com uma cortina lilás, todos a miram. Uma velhinha, com rugas a mostra, os olhos escuros, como a escuridão à noite, as patas repousadas sobre o vestido preto e opaco. No tecido pequenas flores bordadas de diversas cores. O corpo pequeno, e altura baixa, sob a cabeça um turbante cinza. Ela segue até os jovens, porém bruscamente para o passo, os olhos esbugalhados, como se visse uma assombração, fixam a Tigresa e depois a Po, aproxima-se de ambos, seu filho a questiona, ela pede que fique quieto, usando a pata. Estando próxima, os dois levantam-se, as faces confusas e olhos atentos a velha cabra.

Leva a pata estendida à testa da mestra, cuja não sabe como reagir, desenha linhas imaginarias com o dedo indicador nas marcas negras, mira com curiosidade, medo e alegria, sentimentos misturados, até que, vinda da profundeza de seu ser, a verdade. Que logo a enche de susto e logo também de orgulho antes pouco sentido. Agora a pata vai a bochecha da felina e acaricia com o polegar, tem um sorriso enorme nos lábios, mostrando as duas fileiras de dentes.

— Harume...

Sofre um tremor que não se vem por fora e que se inicia bem dentro de Tigresa e toma-lhe o corpo, dá um passo para trás, perturbada e assustada, essa senhora a olha como se a conhecesse.

— Meu nome é Tigresa. — murmura.

A cabra a ignora desvia a mirada a Po, esse fica um pouco assustado ao ter olhos negros dela aos seus.

— Lótus, pequeno lótus... — aproxima-se, ele dá dois passos para trás. A cabra abre a boca dele para examiná-la, depois as orelhas e novamente os olhos. — Olhos verde jade. — Volta-se a Tigresa em seguida. — Olhos âmbar rubi. — Pausa e continua logo depois. —Lótus e Harume, vocês cresceram, juntos novamente, como um yin yang,

A perplexidade de como tais palavras atingiu o consciente dos dois guerreiros, fizeram ambos estremecer, assim como os seus amigos.

— Mamãe tem certeza disso? — questiona o crocodilo.

— Não me engano filho, são eles sim.

— Não estou entendendo nada. — comenta Louva-a-deus.

— Ninguém está Louva-a-deus. — fala Garça.

— Do que você está falando? — começa Tigresa com o tom de voz alterado. — Por que me chama com esse nome e o Po também?

— Você não sabe?

— Não sei o quê?

— Você realmente não sabe?

— Eu já vi isso. — cochicha Macaco a Garça. Tendo djavú da ocasião com Fala macia e Po.

— Quer me responder logo?

— Conheci seus pais, os dele também. — Tem uma mirada rápida a Po. — E vocês quando eram crianças.

Ambos estranhados lançam um olhar confuso a ela, a cabra suspira derrotada e apressando-se antes de ser interrompida fala:

— Lótus é seu nome — Volta-se ao panda. —, filho do líder panda, o governador desse antigo vilarejo e o outro que foi atacado por Lorde Shen. — Agora tem os olhos na felina. — Você é Harume, filha e segunda herdeira dos reis do Vale da Sombra.

Teve um silêncio, no qual foi interrompido por Louva-a-deus.

— Espera um pouco, espera lá, está dizendo que Tigresa é uma princesa, filha de reis? — A cabra confirma. O mestre verde solta uma gargalhada seguida por Macaco. — Isso é impossível, Tigresa princesa? Já viu ela, princesas são delicadas, bonitas... — Antes que possa continuar Víbora lhe bate usando a cauda, fazendo-o cair ao solo. Macaco temendo cessa as risadas e da melhor maneira possível tenta ficar sério.

— Conte o que sabe. — pergunta a mestra listrada, relaxando os músculos. A face séria e olhar inexpressivo.

Po conhece a sobra aquele antigo semblante com que vinha camuflar as emoções dela. Acabava sempre com ela treinando horas, sem alimentar-se ou trancada em seu quarto, lendo vários livros e pergaminhos de kung fu, mas antes ficava algum tempo irritada e de mau humor.

A cabra com ajuda da pantera negra senta-se a uma cadeira, depois o mesmo carregado a filha no colo deixa a presença, contudo Song se oferece a estar com ele, para cuidar da pequena, mesmo relutante a permite.

— Me chamo Elsuko antes de tudo. Vocês dois eram amigos de infância, viviam correndo e gritando por todos os lugares, eu era responsável por cuidar de você Lótus, mas meu senso de proteção também foi a Harume. — De repente Po quis fazer mil perguntas ou dizer mil coisas. Entretanto controla-se. — Seus pais eram boas pessoas, amavam vocês de uma maneira, que eu nunca vi. Harume, você têm uma irmã, seu nome é Mirume, agora rainha do Vale da Sombra.

— Eu tenho uma irmã? Pais?

Tem certeza que seu rosto traía as emoções que lutava para controlar e preservar tudo em seu coração. Ela conhece seu conflito interno, não demonstra nada pela expressão — ainda séria, e cheias de duvidas.

— Diferente da rainha e do rei, Mirume é má, não se engane pelo olhar sedutor ou a forma que anda, não existe pureza naquele coração de pedra. Antes de ter o trono, o Vale da Luz e da Sombra tinham uma aliança, que foi quebrada por Mirume, depois que tomou o poder. Antes disso Lorde Shen já havia atacado esse vale e outro vilarejo, a procura do guerreiro preto e branco, até o vale de seus pais Harume foi, existiam felinos monocromáticos. — pausa para tomar fôlego. — Nesses acontecimentos os colares Yin Yang se perderão, eles são passados de geração a geração para a proteção do mundo, ou seja, o equilíbrio do bem e do mal, Mirume queria o poder deles, mas isso não aconteceu, a única escolha foi você. — Aponta para Tigresa, cuja luta para encontrar algum sentido no que acontece. —Sua família possuí o poder do Chi real, não é aquele que emana de todos os seres vivos e sim o do único animal, capaz de fazer inúmeras coisas, como curar e voar, é uma energia muito poderosa.

— O que isso tem haver comigo e com... Minha irmã?

— Ela queria o seu Chi, sempre quis e fez de tudo para conseguir. Esse tipo de poder é dado apenas para o primogênito, mas você o tem, causando-a inveja.

— Quer dizer que eu posso...

— Fazer o que quiser. — termina sua frase

Para ganhar algum controle, a felina olha diretamente ao chão. Passa-se um minuto inteiro antes que tenha energia suficiente para falar sem levantar a cabeça.

— Ela está atrás de mim?

— Sim.

— O que acontece se ela por acaso tiver o colar yin yang?

— O poder que terá será indestrutível, se com o seu é capaz de fazer dano a milhares imagine com o colar...

Tigresa suspira sentido que aquilo tudo está indo longe demais. Acreditar nas palavras de uma cabra é de certa forma irracional, mas é a coisa mais sensata, a descobrir quem realmente é: uma princesa, filha real, e apesar de soar estranho é cômico admitir.

— Eu tenho uma parte dele. — afirma. Pega dentro de seu cinto um colar, a metade de uma lua, de material prateado, semelhante a ferro e um cordão preto. Ela leva o objeto à altura dos olhos.

— Como é possível? — pergunta a cabra.

— Mestre Shifu disse que venho comigo, ele guardou por um tempo antes de me devolver.

Po e Víbora cruzaram olhares, e como se fosse a deixa para falar o fez.

— Também tenho. — Repete a ação da amada. Um Sol de madeira amarrada com uma cordinha preta é levado aos olhos de todos.

— Protetores do Yin Yang... — comenta Elsuko.

Ambos ficaram parados, encarando-se. Procuram algum sinal de realidade e conforto nos olhos.

De repente Tigresa tem a necessidade de sair, passa por Po e Macaco bruscamente, o panda têm o olhar por breves segundos ao redor, para depois segui-la. Gira a cabeça em todas as direções e não a vê, lembra-se que é uma felina e pode correr rapidamente, mesmo estando em pé. Suspira derrotado, entende a confusão dela, pois é a dele também. Está prestes a voltar, mas o pensamento estrala sua mente.

“Árvore grande, é isso.”

Conhecendo-a como ninguém, estaria em cima de uma arvore enorme para pensar, nunca entendeu o porquê de ela gostar de lugares altos para refletir, o mesmo não conseguia imaginar no topo de uma árvore, com os pés tão longe do solo, pois não sabe escalar e tem medo de altura. Mas para Tigresa é relaxante. Encontrou várias vezes em uma, apenas para pensar, outras vezes para esconder-se dele.