– Ei, ei. Eu não estou com um bom pressentimento sobre isso. - Comentou Gintoki no quarto quase escuro e vazio do Shinsengumi.

– Também não estou. O que diabos irá acontecer com a gente? - Perguntou Hijikata, a voz se tornou um pouco falha. - E você notou que na narração estava escuro e vazio na mesma frase? Como se isso fosse algo bom.

– S-Sim. Como se ficar só nós dois sozinhos iria fazer alguma coisa boa acontecer. - Completou Gin, ele olhou em torno de si e observou o homem a sua frente, uma pequena lua lá fora era a única coisa que iluminava o quarto do vice comandante.

– Por que diabos estamos em meu quarto? - Se desesperou Hijikata, ao ouvir a última narração. - E por que o Shinsengumi está vazio?

– Vamos ter calma - Tentou acalmá-lo Gintoki pegando no ombro do homem, os dois se olharam e por um momento sentiram algo estranho entre eles.

– Eu quero sair daqui. - Hijikata correu para o porta, porém ela estava trancada. - Por que diabos a porta do meu quarto está trancada?

– I-Isso realmente não parece bom. - Gin correu para perto do rival, um calafrio passou pelo seu corpo ao se aproximar dele. - Que diabos de narração é essa? Eu não senti calafrio algum! - Urrou o de cabelo cinza, por algum motivo ele estava completamente nervoso ao lado de Hijikata, talvez tentando esconder algo. - Eu não estou escondendo nada! E se estou nervoso e por causa dessa narração do inferno. Eu não quero ficar mais aqui! - Ele tirou sua espada da cintura, bateu contra a porta, porém ela sequer se mexeu, desferiu um golpe com mais força tentando quebrá-la, mas nada aconteceu .

– De que é feito essa porta?

– Essa é a porta do seu quarto, não é? - Perguntou Gin irritando-se - Como viemos para aqui? Eu não lembro de nada. - Ele agachou-se enquanto apertava a cabeça tentando se recordar de alguma coisa. - Eu lembro que estava fazendo uma missão, mas cadê a Kagura e o Shinpachi? Onde está o pessoal do Shinsengumi?

– Você não acha que aqui... - Hijikata calou-se, um calafrio passou por seu corpo e um rubor tomou conta da sua face.

– Ei, por que você está ruborizando?

– Eu não estou ruborizado! - Retrucou o moreno virando o rosto para o lado contrário do rival.

– A narradora disse que você está. - Gintoki levantou-se e se aproximou do homem, olhos verdes se chocaram contra castanhos e os dois sentiram um sentimento estranho.

– Aqui realmente é... - Recomeçou Hijikara, Gin tinha a boca aberta, mas não conseguiu dizer nada o choque era muito grande.

– Ei, se algo acontecer entre a gente aqui. - Ele calou-se e tomou um pouco mais de coragem - Se aqui acontecer aquelas cenas que vi nos doujinshi , eu jamais poderei encarar novamente a minha Kagura-chan. - Ele sentiu lágrimas tomar conta dos seus olhos. - A Kagura-chan é inocente demais para esse tipo coisa. - Gin sentou-se e trouxe os joelhos para próximo do corpo.

– Mas talvez não tenha nada, talvez simplesmente bebemos demais ficamos trancados aqui e não sabemos o que aconteceu.

– Então por que não conseguimos abrir a porta? Por que não conseguimos quebrá-la? E por que tem uma narração estranha ecoando pela minha cabeça? Isso é péssimo. - Hijikata se aproximou do rival, por algum motivo tinha vontade de protegê-lo e confortá-lo, naquele momento Gintoki parecia tão normal, não era o maldito Yorozuya que sempre o esteve o irritando.

– Gin-san...

– Gin-san? - O homem levantou a cabeça meio indignado - Olha o que você está dizendo. Não vá caindo na onda dessa maldita pervertida. Nada tem sentido aqui, essa fic não tem sentido.

– Mas Gin-san...

– Não me chame de Gin-san seu maldito, não aja como se quisesse algo de mim. - Gin o encarou e logo desviou o olhar, havia um leve rubor no rosto. - Eu também estou caindo nessa? Eu devo está ficando maluco. Por favor alguém me mate.

– Gin, desculpe se eu estou te incomodando. - Gin colocou a mão no rosto tentando tampá-lo, ainda ouvia as palavras de Hijikata pedido desculpas e falando sobre não ser capaz de algo e não ser o suficiente para Sakata.

– Ei maldita pervertida. - Gritou Gintoki se levantando. - Traga o maldito maluco por maionese de volta. Não vá destruindo a personalidade dele assim. E essa sua narração está ridícula, não irá conseguir nada com isso, se quiser ver dois homens se pegando vá ler ou assistir outra coisa, não escreva algo com a gente, não destrua nossa personalidades e suma com seu fetiche daqui.

...

...

...

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– E-Eu consegui não é? - Gintoki respirou fundo olhando para todos os lados no quarto, uma onda de alivio tomou conta de si.

– Parece que voltamos ao normal. - Comentou Hijikata. - Parece que estamos salvos. - Ele começou a caminhar se afastando da porta e indo em direção ao chefe do Yorozuya, porém ele tropeçou no próprio pé e acabou caindo em cima do Gin. Os dois ficaram se encarando sem sequer conseguir se mexer, pareciam hipnotizados um pelos olhos do outro.

– Parece que não acabou! Maldita você me enganou! - Falou Sakata - Pior de tudo, eu sou o Uke dessa história sabia?

– Gin... - Sussurrou Hijikata encarando os lábios do homem de cabelo prateado. - Acho que por você falar muito, você é o uke.

– Maldito, se afaste de mim, essa coisa de shipp entre nós dois não tem sentido.

Toushi se aproximou mais e Gin queria gritar, espernear, mas tudo que conseguia fazer era ver o homem acima dele se aproximando cada vez mais.

(Todos no íntimo sabiamos que ele desejava muito aquilo, porém só não conseguia falar)

E logo tudo que sentiu foi os lábios de Hijikata se juntando ao dele, lembra-se de ter sentido uma ânsia de vômito subir por sua garganta, a mão de Hijikata passava pelo seu corpo conhecendo cada lugar.

Aquele era o prelúdio do inferno, foi o que Gintoki pensou.

Então Gin acordou gritando, tanto lá fora quanto em seu quarto estavam completamente escuros e a garota Yato veio correndo imediatamente do outro cômodo.

– Gin-chan! - Exclamou a garota ao abrir a porta.

– Kagura.

– Você está bem, Gin-chan?

– Eu... Foi apenas um sonho? - Ele percebeu que tremia - Quase fui uke, Kagura. - A voz se definhou aos poucos.

– Você não parece bem, Gin-chan, mas tudo foi um sonho, sim? Tudo vai melhorar. - A garota afagou a cabeça do pai adotivo, enquanto ele voltava a se deitar no colchão. Ele fechou os olhos e Hijikata veio em sua mente e parecia que o vice comandante era a pessoa que o chefe do Yorozuya queria sonhar.

– Cala a boca, sua maldita. - O homem sussurrou para a narração em sua cabeça enquanto fechava os olhos lentamente.

Então uma garota sorriu pela última vez, deixando sua história acabar ali e fechou o notebook, deixaria seu yaoi para outro dia, apenas aquilo parecia ser o suficiente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.