Capítulo 25

Flashback

[Flashback do Bill on]

Selene guiou Bill pelos corredores e, chegando à uma parede com entalhes egípcios, girou uma chave embutida em formato de estrela (N/A: Tipo aquela do “O Retorno da Múmia”) e se afastou, logo uma passagem secreta se abriu.

Bill a seguiu para dentro da sala e a porta fechou-se atrás de si. O lugar era ricamente decorado com tapetes persas, símbolos egípcios nas paredes, cortinas de seda e móveis de mogno. Na outra extremidade da sala havia uma parede completamente branca; á sua esquerda, uma estante com prateleiras separadas por nomes de países; no centro da sala havia uma máquina de transparência.

Selene foi em silêncio até a estante na prateleira com o nome “RÚSSIA”. Mexeu em algumas pastas e por fim pareceu ter encontrado o que queria.

- Você disse que não sabe quem eu sou. Agora vai descobrir – ela disse colocando a transparência na máquina e ligando. Logo apareceu uma imagem na parede branca. No topo podia-se ler “ROMANOV”. – Essa é a árvore genealógica da minha família – continuou ao caminhar para mais perto da parede – Venha.

Bill não podia negar que sentia um pouco de medo, mas sua curiosidade falou mais alto e foi.

- Essa sou eu – disse Selene apontando para um quadradinho com seu verdadeiro nome – Elena Pavlovna Romanova; Grã-duquesa da Rússia e de Saxe-Weimar-Eisenach; filha do Czar Paulo I; neta de Catarina, A Grande; esposa de Frederico Luís de Mecklenburg-Schwerin...

Bill escutava bestificado tudo o que ela lhe dizia. Não estava acreditando.

- Mas... Eu conheço esse nome – disse o cantor – Claro! Eu fui visitar quando eu tinha 13 anos. O mausoléu Elena Pavlovna em Ledwigslust!

- É lá onde meu corpo supostamente está. – explicou – Foi nomeado assim em honra a mim.

- O que aconteceu com seus filhos e seu marido? – Bill perguntou olhando para a descendência. – E com você?

- Morreram, é claro. Faz muito tempo... Quanto a mim... Ninguém sabe, o que sabem é que fiquei gravemente doente e morri subitamente...

- E o que não sabem? – Bill perguntou.

- A parte em que eu fiquei doente é verdade e até hoje eu não quero saber que doença era aquela. A família de Emmus era muito próxima da casa Romanov, por isso que eu e Alexia estamos aqui hoje. Emmus era um amigo de meu pai, eu gostava muito dele, quando eu era criança, eu, a minha irmã Alexandra brincávamos com o Vince, mas ele já era um vampiro centenário nessa época... Éramos muito amigos. Quando Emmus soube que eu estava morrendo, ele me transformou.

- Alexandra... Não é o nome da Alexia?

- É sim, mas a Alexia não é minha irmã – Selene disse apontando para outro quadradinho – Alexia é Alexandra Nikolaevna Romanova; Grã-duquesa da Rússia; Princesa de Hasse-Kessel e esposa de Príncipe Frederico Guilherme de Hesse... Ela era neta do meu irmão. Alexia teria morrido de tuberculose, e o fato de ter dado à luz a um bebê não ajudou muito. Ele recebeu o nome de Guilherme e morreu logo após nascer... Alexia teria ido junto. Ela nunca chegou a se mudar para Hesse, e entre o guarda-roupa dela, havia um tecido adornado com seis diamantes que foi transformado numa tiara, isso em 1900. Esta tiara é agora usada tradicionalmente pelas noivas de Hesse, sendo que a última a usá-la foi Floria de Faber-Castell em 2003, quando se casou com Donatus, Príncipe Herdeiro de Hesse.

- O que aconteceu depois que você foi transformada? – ele perguntou chegando mais perto.

- Fiquei em treinamento durante 10 anos – Selene respondeu recuando na medida em que ele avançava – E 40 anos mais tarde eu conheci a Alexia.

- Todos aqui são nobres? – Bill perguntou com uma voz inocente, mas o brilho malicioso em seus olhos desmentia-lhe.

- Não... Na verdade são minoria. Vince não o é, ele foi adotado pelo Emmus – Selene recuava ainda mais.

- As gêmeas...

- Princesas da França. Filhas de Luís XV.

- O que aconteceu com elas?

- Bill, por favor, pare... Você sabe...

- Sei, mas eu não quero parar – Bill não reconhecia a si mesmo. Não sabia o que estava acontecendo. Desde quando brincava com sua vida? Não conseguia parar, tinha algo que o impedia...

- Bill... Não é você, resista – Ela recuava mais, mas para seu azar, o cômodo resolveu se estreitar justo naquele momento e suas costas encontraram a parede – Por favor.

- Você sempre fala que quer me proteger, que é o melhor para mim, que se preocupa comigo... Mas você não demonstra, Elena – não sabia de onde tirava tudo aquilo, adorava Selene, não queria machucá-la, ela salvara seu irmão de Alexia, não queria falar aquelas coisas, mas algo o impelia àquilo – Você nunca me tocou, nunca me abraçou, nunca demonstrou uma gota de afeto. – ele finalizou colocando as mãos apoiadas na parede, uma de cada lado do rosto dela. Seus corpos estavam muito próximos, separados por milímetros.

Por mais que soubesse que aquele não era Bill, Selene não pôde evitar de deixar uma lágrima tinta escapar de seus olhos.

- O verdadeiro Bill sabe porque eu nunca fiz nada disso – ela respondeu, e mesmo em seu estado, sua voz soou firme – Tudo o que eu fiz foi por ele. Seria muito fácil para mim deixá-lo na ignorância de não saber o que é na verdade e depois deixar que Klaus se encarregasse dele e do irmão. Mas eu não o fiz.

Bill sabia, ele sabia de tudo, mas não conseguia controlar. Tinha algo dentro de si que tomava conta de suas ações e suas palavras. Sem sua permissão, lágrimas começaram a sair de seus olhos.

- E por que você não o fez? Me diga, por que? – as lágrimas agora corriam livremente – Por que? Você tem ideia do que fez com a cabeça desse pobre humano?

- Bill não é humano. Ele é meio humano, meio anjo, só que é mais forte do que os dois. Ele pode passar por isso. Eu sei que pode.

Selene estava quase desmaiando. Bill estava perto demais, o cheiro estava forte demais, se propagou pela pequena sala muito rapidamente. A força que estava fazendo para não mordê-lo estava drenando suas energias. Sua visão borrou-se.

- Selene? – a voz soou longe. – Selene! – não ouviu mais nada, tudo ficou negro.

Bill amparou o corpo inerte nos braços. Parecia que tinha recuperado a vontade própria. Deitou-o no chão e assim que abriu a porta de novo, tomou o corpo nos braços e o levou para fora. Selene parecia ridiculamente leve para si, correu pelas escadas ignorando quem encontrava no caminho, seu objetivo era o quarto de Selene.

- Bill! – alguém chamou, e a virar-se, o cantor deparou-se com Ariel em uma fantasia deslumbrante de Rainha Victória. – O que aconteceu?

- Ela desmaiou... Não sei porque. Quero levá-la para o quarto, mas a porta está trancada – ele respondeu inocentemente.

- Vacas latirem é mais comum do que vampiras desmaiarem – ela disse – O que você fez, Bill Kaulitz?

- Eu não seeeei!!! Estávamos conversando e... Ariel, abre quarto dela pra mim, está trancada... Por favor?

O corpo da vampira enrijeceu e como se fosse guiada por uma mão invisível, pegou a chave mestra em uma das camadas de seda de seu vestido dourado e abriu o quarto, permitindo que Bill entrasse.

- Tem bolsas de sangue na geladeira – ela apontou – Acho que a Selene não vai precisar, mas caso precise... Você já sabe. E não se preocupe, é sangue clonado, não veio de nenhum humano.

Bill franziu as sobrancelhas... Tinha sido fácil demais! Até que se lembrou...

- Ah é! Posso controlá-la!

- É – Ariel riu – Mas você não precisa. Eu não ia te encher de perguntas.

- Me desculpe – disse Bill pousando suavemente o corpo de Selene na cama de lençóis bege – Eu não faço porque quero.

- Eu sei, querido, não se preocupe. Eu preciso voltar pra festa, se precisar de alguma coisa, aperte esse botão – ela disse apontando para um botão marrom ao lado de um quadro que até então Bill não tinha percebido a presença.

A moça com rosto de anjo sorria para o pintor. Os olhos de um azul profundo mostravam pureza e inocência, a boca rosada e delicada curvava-se em um sorriso tímido, os longos e encaracolados cabelos castanho-claro jaziam presos e os fios soltos emolduravam a face delicada, dando-a um aspecto angelical. Uma verdadeira beldade russa.

- É a...

- Selene – Ariel completou juntando-se a ele para olhar o quadro – Ou melhor, Elena, quando ela era humana.

- Mas ela está diferente.

- Durante a transformação é normal que algumas características físicas mudem. Nunca é muita coisa, no caso da Selene foi o cabelo e os olhos.

- Ariel, eu tenho uma dúvida que está me consumindo – ele disse sentando-se na cama e olhando ternamente para Selene – O que Victor quer com ela?

- Eles tiveram um caso... Isso foi durante o treinamento dela aqui. No começo Elena era uma jovem extremamente ingênua, por isso foi facilmente influenciada por Victor. Ele é ganancioso e só não foi eliminado ainda porque nunca tentou nada contra ninguém.

- Selene? Ingênua? – os cantor quase riu.

- Pode rir Bill, mas naquela época o único objetivo da vida de uma mulher era casar-se e dar herdeiros ao marido. Quando ela veio para nós, Elena não era nada, com o tempo e treinamento ela foi aprendendo como se manter viva.

- Se eu fosse mordido... Eu poderia virar um vampiro? Mesmo sendo um Puro?

- Sim... Mas para isso você teria que receber o sangue de um vampiro muito poderoso. Você é metade anjo, Bill, jamais sobreviveria se recebesse o meu sangue ou o de Selene. – disse a morena sentando-se ao lado dele. – Nem mesmo o de Emmus.

- Mas então... Quem pode me transformar? – Bill arregalou os olhos. Nem mesmo Emmus?

- Não pense nisso. Para você ser transformado, primeiro é necessário que um vampiro seque as suas veias, e eu não sei se você sabe, mas caso isso aconteça, tal vampiro seria consumido.

- Eu sei, Selene me contou, mas eu só quero saber que vampiro teria tal poder... Só no caso de eu precisar – ele disse fazendo carinha de cachorrinho que caiu da mudança.

- Só uma vampira é capaz. Ela pertence ao clã de vampiros mais poderoso que já existiu.

- Que clã é esse?

- Corvinus.

- Corvinus? Alexander Corvinus do filme “Underworld”?

- Não. Corvinus como Ioannes Corvinus (João Corvino) e Matias Corvinus.

- Regentes da Hungria?Mas...

- Bill... É uma longa história. E nós dois temos mais o que fazer do que ficar falando da vida de uma vampira milenar.

[Flashback do Bill off]

No salão de reuniões estavam apenas Emmus, Selene, Alexia, Melanie, Meganie e Vincent. Apesar de Emmus aparentar tranqulidade extrema, todos sabiam que algo estava errado.

- Luisa Isabel, por todos esses anos eu respeitei a sua privacidade, mas agora parece que é necessário que a verdade venha á tona – disse Emmus sentando-se em sua cadeira dourada.

- Eu entendo, senhor. Eu vou contar tudo – Meg disse de cabeça baixa. – Não é segredo que... Depois que me casei com Felipe, fui muito infeliz, foi nessa época que conheci Klaus, que naquela época se chamava Khistopher. Ele me prometeu a imortalidade, amor, felicidade... E assim dia após dia ele se alimentava do meu sangue. Ele nunca cumpria a promessa, nunca me transformava, mas ele me fazia viver um sonho... O problema era que pouco a pouco ele me influenciava a fazer coisas que eu não queria, ele me iludia com a promessa de que se desse certo, me transformaria. Ele influenciava tanto, que eu comecei a procurar por reinos maiores, e foi por isso que me aliei à Imperatriz Maria Teresa da Áustria, que me prometeu o trono dos Países Baixos. Então, quando eu voltei para a Versalhes, historicamente morri de varíola.

- Mas e verdade é que ele secou as suas veias – Emmus completou – Como pôde acreditar nele?

- O que esperava de uma mulher criada para se casar e ter filhos? Eu só aprendi a usar a o cérebro durante o meu treinamento – Meganie defendeu-se – Se minha irmã não estivesse lá...

Um pequeno grito agudo bruscamente silenciado foi ouvido pelo salão, o que despertou a curiosidade dos presentes.

- Finalmente nossa pequena espiã resolveu se pronunciar – Emmus perguntou – Apareça ou será pior para você!

Timidamente uma bela jovem vestida de Cleópatra saiu detrás de uma das pilastras.

- Madeleine.... – Vincent sobressaltou-se – O que...

Mas ela não lhe deu atenção. Ao invés disso, virou-se para Meganie.

- Princesa, isso tudo o que disse é verdade mesmo? Ele realmente a usou?

- Mas é claro – disse Meg – Assim como está usando você – completou vendo todas as marcas de dentes na pele clara.

Madeleine começou a chorar e sentou-se em um dos degraus da escada que levaria até a cadeira dourada de Emmus.

- Como poderemos saber que ela não foi enviada por ele e está fingindo? – Alexia perguntou olhando-a com desdém.

- Não, Alexandra. Certas coisas são aparentes – disse Emmus – A história se repete com a cria o mesmo que o criador. Lambert era igualzinho. Mas Klaus também terá um final parecido. Levante-se, pequena, se abandoná-lo será bem vinda aqui.

- Mas eu o amo tanto... – ela balbuciou.

- Você pensa que o ama – disse Meg – Porque nunca provou coisa melhor. Acredite em mim. E então... O que me diz?

[Flashback do Bill on]

Fazia pouco tempo que Ariel tinha saído do quarto. Bill abriu as enormes janelas e sentou-se no peitoral, ficando apenas a observar a face serena da vampira que ali dormia.

Ariel havia lhe explicado que de aquela distorção em sua personalidade deveu-se ao seu desenvolvimento. Aquilo era a parte de si que tentava ocultar. Uma parte mesquinha que só pensava em si e em seus desejos. Quando começasse seu treinamento, poderia controlá-la.

Aos poucos, Selene começou a despertar, movendo-se na cama com dificuldade.

- Tente não se mexer muito – disse Bill – Segundo Ariel é mais fácil vacas latirem do que vampiras desmaiarem. Então você está mesmo debilitada.

- Ariel não passou pelo que eu passei, então ela não pode falar que vampiras não desmaiam. – ela disse levantando-se e indo até a geladeira.

- Eu tenho só mais uma pergunta. Depois eu saio da sua vida se você quiser.

- Fala – ela disse sugando um pouco de sangue de uma bolsa pequena.

- Por que me protege tanto? Além daquele papo furado de que eu sou um ser raro que corre perigo.

Selene abaixou a cabeça e respirou fundo.

- Tão intenso... –murmurou.

- O que você disse? – Bill virou-se para ela.

- Seu cheiro, é tão intenso, tão irresistível... Posso sentir mesmo sem respirar.

- Por isso você tem medo de se aproximar de mim?

A pergunta dispensava respostas, Bill sabia que era verdade. Ele sabia que ela tinha medo de machucá-lo, de não conseguir se controlar. Tinha medo das suas próprias emoções e reações que poderia ter ao se aproximar de Bill.

O vocalista se aproximou, fazendo-a recuar. Mas por azar da vampira, o cômodo resolveu estreitar-se justo naquele momento e logo suas costas encontraram-se com a parede.

- Por favor Bill... Eu não sei se posso...

- Shhhh – ele venceu a distância que os separava – Eu sei que pode. Confio em você.

O moreno pegou uma das mãos da escritora e a levou para seu rosto. Ela acariciou a face dele com a palma da mão e com as pontas dos dedos, contornou seus lábios.

- Bill... – ela balbuciou.

- Shh... Não fale ainda... Não tenha medo de me machucar. Você tem que se arriscar ou viverá pela eternidade com a dúvida de que se conseguiria ou não. – ele disse abrindo seus lindos orbes âmbar.

- Você é algo que eu não posso arriscar – ela disse tirando a mão da face dele – Te amo demais para isso.

O tempo parecia ter parado, aquela declaração atingiu fundo o peito do garoto e ele sorriu. Aproximou mais seus rostos divertindo-se que a hesitação que ainda era perceptível na face dela.

- Talvez eu queira correr esse risco. Pode parecer meio egoísta de minha parte, mas se você é capaz de viver na dúvida, eu não.

Os dedos do cantor subiram procurando a nuca de Selene. O que ele mais queria era acabar com a curta distância que ainda persistia entre seus corpos, mas tinha medo de que qualquer movimento brusco a afastasse pra sempre. Abraçou-a ternamente, e com certa hesitação, Selene enlaçou o pescoço de Bill e encostou o corpo no dele. Não acontecia nada.

Sem dúvidas, o cheiro que emanava dele era muito apetitoso e desejável, mas por algum motivo estranho, Selene não sentiu-se impelida a sugar seu sangue. Era loucura, mas seu corpo não se submeteu aos apelos da mente e ela ergueu o rosto, buscando os lábios do garoto.

Bill, ao perceber o que lhe era oferecido, colou os seus lábios nos dela. A mão na nuca ficou firme e apertou mais, querendo que o beijo não parasse.

\"Se está na chuva é para se molhar\" Selene pensou apertando Bill nos braços e intensificando o beijo.

Afastaram-se por alguns minutos em busca de ar, ele estava corado com a ousadia do que estavam fazendo, e se ela pudesse, também estaria.

Novamente seus lábios encontraram-se e a intensidade do beijo foi esquentando o ambiente e Bill percebeu que apesar do corpo frio da mulher em seus braços, estava sentindo calor demais e morreria se não tirasse um pouco de suas roupas. Péssima desculpa, ela também queria sentir mais uma vez o calor da pele dele. Perguntava-se como tinha conseguido ficar tanto tempo sem tocá-lo. O jovem artista pensou em algo como tirar apenas o casaco e a camisa, mas tem coisas que se iniciadas devem ir até o final...

E logo estavam ambos nus sobre a cama de lençóis beges. As peles esfregavam-se uma sobre a outra, Bill ergueu seu braço percorreu os contornos do corpo da vampira com a ponta dos dedos. Subiu os dedos da cintura para os seios, apertando hora um, hora outro. Selene gemeu. A espera angustiante, a ansiedade, o corpo tão desejado em cima do seu lhe causava urgência, e saber que as veias daquele que lhe causava tanto prazer pulsava o sangue mais desejado que já tinha cheirado aumentava ainda mais a sensação de perigo que estava começando a lhe excitar... Prazer, uma palavra que havia muito tempo perdido o sentido para ela, começava a se revelar novamente.

Inverteu as posições ficando em cima de Bill, manejou cuidado o membro do cantor, fazendo-o gemer alto. Os gemidos que se seguiram foram abafados pelos lábios da vampira, e logo Bill pediu para que ela parasse.

Novamente Bill ficou por cima e abriu um sorriso sacana do tipo “eu comando agora”. Sentindo que ela já estava pronta, a penetrou cuidadosamente, fazendo-a contorcer-se de ansiedade.

- Calma, vamos com calma. – ele disse capturando seus lábios que estavam afastados.

- Bill, eu não vou quebrar – mesmo ofegante, sua voz conseguiu soar um pouco irônica – Pode vir.

Aquilo pareceu ter despertado um demônio adormecido. Quem pensava que Bill Kaulitz era tão frágil e delicado como porcelana e incapaz de executar qualquer ação agressiva se enganou redondamente. Por trás da aparência doce e angelical, estava um homem com muito fogo e mais quente do que um vulcão em erupção.

Ele conduziu o ato sexual. Os movimentos de vai e vem foram tornando-se mais rápidos e a cada estocada um novo gemido e logo estavam tão altos que qualquer um que passasse no corredor poderia ouvir. Sel voltou seu olhar para o rosto do artista, os olhares se encontraram ao mesmo tempo que um estocada firme foi dada. Selene ergueu a cabeça e gemeu alto o nome dele. E Bill excitou-se ainda mais.

Acariciavam-se mutuamente e selaram seus lábios mais uma vez ainda sem abandonar o ato. No meio das sensações atordoantes e confusas, veio o orgasmo intenso e arrebatador.

Bill saiu de dentro dela e beijou sua testa. Tinham conseguido uma grande façanha e por hora não abusaria da sorte de continuar vivo, tinha sido imprudente, é verdade e provavelmente Tom o censuraria por isso, mas internamente sorria com o fato de que tinha conseguido burlar o medo que a vampira tinha de lhe tocar.

Selene arregalou os olhos ao dar-se conta do que tinha feito. Era até irônico, momentos antes tinha desmaiado por se esforçar para não secar as veias dele só porque ele estava muito perto, e agora tinham feito sexo e não precisou se esforçar nem um pouco.

- Hei, eu sei o que está pensando, e pode parar – disse Bill – Dessa vez você tinha mais no que ocupar os seus pensamentos.

- Engraçado que eu não me lembro de ter conseguido pensar em nada – ela brincou – Mas isso não vai se repetir, Bill. Foi um erro. – finalizou levantando-se

- Como foi um erro? Você queria tanto quanto eu! Você disse que me amava.

- Exatamente por isso – disse vestindo-se – Eu te amo mais do que tudo e por isso foi um erro. Sabe o que poderia ter acontecido?

- Mas não aconteceu! Selene, para, ta legal? Para! – ele disse alterado já se vestindo também.

- Escute bem, humano impertinente. O perigo real não são os vampiros lá fora, nem mesmo Klaus, o perigo real sou eu. E assim como eu sou um perigo para você, você é um perigo para mim, ou se esqueceu de que serei fulminada caso provar uma gota do seu sangue? O outro motivo por eu ter chamado as gêmeas foi para nos manter protegidos de nós mesmos. Você é inteligente, Bill, já devia ter percebido. Por isso que o que houve aqui não se repetirá.

- Eu não sou um humano. Você mesma disse isso – ele disse saindo do quarto.

[Flashback do Bill off]

- Você é um imbecil – Tom disse ao final da narrativa.

- EU? Não tenho culpa se ela é uma vampira e eu sou um Puro!

- É, você, Bill Kaulitz! Você errou, eu não te censuro por ter transado com ela, eu te censuro por ter saído daquele quarto. Se você a ama você ter que correr atrás. Ela está indo para sabe-se lá onde e vai correr sabe-se lá que perigos. Pode ser a última vez que você a vê, e confie em mim, não vai querer uma briga como última lembrança de vocês juntos.

Continua...