Que tal começar do final?

"Sono-ichi, itsumo to chigau kami-gata ni kiga-tsuku koto...(Você deve perceber quando meu estilo de cabelo esta diferente do habitual)"- A garota dos cabelos azuis dançava conforme cantava, rítmica com a melodia enquanto os gêmeos tocavam inspiradamente suas guitarras. "Sono-ni, chanto kutsu made mirukoto, ii ne?"- Completou efetuando um pequeno salto juntamente com a sua segunda voz suave que também cantava ao seu lado, enquanto todos deliravam em gritos.

Era um grande show aquela noite, que não acabaria tão cedo.

Quando tudo começou... / Cap. 01

O som era alto, vinha do segundo andar. Aquela mulher, surpreendida com quem estaria cantando, não pensou duas vezes antes de subir a escadaria caracolada e ir para o segundo andar. Nas pressas, foi até a porta donde estaria retirando-se o som e de supetão, empurrou-a, abrindo-a e deparando-se com um karaokê daqueles.

- Filha?! - A mulher exclamou, surpreendida.

- M-mãe...? - A garota pareceu pálida, travou assim que a porta se abriu. - Pensei que estaria no trabalho! Que susto, na próxima, bate na porta. - A mesma, tentando evitar lembrar a mãe o que aconteceu, não exitou em dar pausa no karaokê e puxar a tomada.

- Eu ouvi você cantar...! - A mãe daquela garota não parecia ouvir o que a mesma teria dito. - E-eu ouvi você cantar, Hatsune!

Aquela família tinha um histórico grande de cantores amadores de bar, uma das, era a mãe da garotinha. Ela não conseguia entender o tempo que a sua filha passou escondendo aquele talento de geração.

- Eu não cantei, foi o karaokê, acalme-se. Parece nervosa. - A garota sentou-se na beira de sua cama, retirando as sandálias e deitando-se no forro azul e branco com estrelas cor marinha aleatórias no tecido. Deixou que seus cabelos longos e soltos, ainda molhados do banho, se espalhassem sobre o travesseiro. Em mãos, segurava um livro aberto.

- Eu sei que foi você, Hatsune... - A mãe rapidamente, deslocou-se de seu lugar para dar play na música do karaokê e o som começou a rodar.

"Migi kata ni murasaki choucho, Kisu wo shita kono heya no sumi de, tetsunai to iu kanjou wo shiru, hibiku piano" (Uma borboleta roxa no seu ombro direito, nós nos beijamos no canto do quarto, eu aprendi o que é ter um sentimento doloroso, sons de piano ecoando, dissonância na minha cabeça) - A música cantou em um tom fino.

- Ah... - A mulher parecer morgar de vez, uma aparência preocupante tomou a mesma. - Lenka Kagamine? - Deu uma pausa - Você é fã dela?

- Sim mãe, porque? - Hatsune viu a frieza no rosto de sua mãe retornar.

- Nada não. Bom, desculpe se lhe interrompi mas, se você não sabe cantar, porque tentou no Karaokê? - A resposta foi o silêncio doloroso de Hatsune, olhando os olhos frios de sua mãe enquanto sentia uma flechada no peito.

- Nada. Só tentei. - A mesma Hatsune abaixou a cabeça e começou a ler o último parágrafo do livro "Buraito, Jidai sakugo maindo" de Rukasu. Um livro local no Japão, o autor usa heterônimos para escrever suas obras, não gosta de ser reconhecido.

Um trecho do parágrafo que lia, dizia: "Querem mudar minha forma de ser, não sei ao certo mas, não quero mudar momentaneamente, minha forma de ser." e assim, acabou a página. Hatsune esperou sua mãe bater a porta, como sempre, para poder retornar para a leitura mas, aquelas palavras de não tentar, machucaram ela por completo. Então, Hatsune deitou-se para o lado da parede, de bruços, abraçada com o travesseiro e o livro do seu lado contrário.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.