Winter Cursed

Capítulo 3 - Jardim Invernal


Eu estava apavorada, eu só podia estar ficando louca de vez. Sempre tive sonhos que me aterrorizavam, mas aquele estava passando dos limites que os meus miolos aguentavam. Eu sentia que se não tivesse acordado minha cabeça explodiria.
Sentada na minha cama tentei me acalmar e evitar uma crise. Abracei meus joelhos e feichei os olhos tentando apagar as imagens horríveis. Repeti algumas vezes para mim mesma que não era real. Ninguém vai morrer Elsa tudo ficará bem, foi só um sonho, não é real, só sua imaginação dizia para mim mesma contendo as lagrimas.
Mas não estava funcionando, sentia o gelo me dominar e logo eu desencadearia uma crise congelando o quarto. Só que eu não poderia fazer isso, afinal eu dividia o quarto, e matar a sua colega de quarto de frio não é muito recomendável.
Me levantei e peguei um roupão quente de panda para sair ( apesar que eu não precisasse dele afinal não sentia frio) Calcei minha pantufa e abri a porta com o menos barulho possível.
Andei pelos corredores quase correndo. Tinha de sair dali, não poderia começar a congelar a escola inteira. Procurei por qualquer porta que desse para saída, mas parecia que elas não existiam.
Já estava no térreo quando em fim encontrei uma das portas laterais e me libertei correndo pelo jardim.
O jardim seria um belo lugar para passar a noite, contanto que eu conseguisse não congela-lo estragando sua beleza, e que ninguém me visse das janelas, o que era quase impossível já que quase todas as janelas tinham vista para o grande jardim. Eu queria poder parar para admirar a beleza do lugar, sentar num dos bancos e relaxar, mas não podia arriscar, tinha de correr, precisava me esconder antes que o gelo ganhasse a batalha que estava sendo travada dentro de mim, uma batalha que eu sabia que logo teria fim. E eu tinha que conseguir antes que o fim dela chegasse.
Eu via a floresta enorme e cheia de árvores. Lá eu estaria a salvo.
Alcancei o início da floresta e segui correndo por entre as árvores. Eu precisava de uma clareira no meio da floresta, o mais distante possível do edifício, quase perto das montanhas, onde ninguém me veria chorar enquanto o gelo dominaria o lugar. Corria floresta a dentro, sem pensar a procura do lugar perfeito para a maldita crise se desencadiar. Havia ido tão longe que logo eu apostava que chegaria as montanhas. Mais a frente vi uma clareira onde havia um lago. Uma clareira perto das montanhas que eu já conseguia ver mais adiante. Olhei para o lago, para sua água. Mas havia algo errado com ela. Eu não via a água se movimentar.
Me aproximei um pouco mais e vi o porque de não haver movimento na água. Estava congelado, era puro gelo.
Mas era verão e eu não havia congelado ele. Então da onde vinha todo aquele gelo? Sera que eu ainda estava dormindo? Não, tinha certeza de estar acordada. Parei ali perante o lago congelado e o avaliei.
Era belo e havia decorado o gelo liso com flocos de gelo e outros traços belos. Apesar da beleza me incomodava.
Aquele gelo não era meu. Eu não teria feito algo tão belo. Então da onde ele vinha? Quem o estava fazendo? Aquilo era real?
Inúmeras perguntas se formavam na minha cabeça a medida que eu olhava mais.
Na outra margem do lago era impossível ver a grama, toda ela estava afundada em pelo menos seis metros de neve fofa. Gelo subia belas árvores belo, imponente e majestoso.Flocos de gelo passaram a surgir decorando as árvores, como flores.
Bonecos de gelo e neve se formavam em posição de guardas. O que de fato eram. Guardas da trilha que começava a surgir, lindamente decorada em tons de azul e de um branco cegante, completamente feitas de ladrilhos. Arcos de gelo se ergueram passando de um lado ao outro da trilha. No lago um banco surgiu junto de um poste, como um poste de luz todo feito de gelo. As decorações foram aparecendo no lago e na margem oposta a minha.
E no fim estava magnífico.
Havia dois lobos de gelo e neve ao lado do banco, começou a nevar, moitas de neve floridas surgiram, e por fim a luz dos postes de acendeu. Coisa que eu julgava impossível, mas considerando tudo que eu acabara de ver e que aquele lugar começou a se alto criar não era tão improvável.
Tudo era tão incrível que tinha me esquecido completamente da crise que estava se formando dentro de mim, da batalha que estava sendo travada entre meu controle e o meu poder. Esquecido o quanto eu odiava ter que fugir para libertar aquele maldito gelo. Esquecido do meu pesadelo. Esquecido de tudo. Mas o gelo não havia se esquecido, e o gelo com certeza tinha vencido. Me senti fraca e me sentei na grama que me pinicava, vendo toda a neve do outro lado desejei imensamente estar sentada nela, aconchegada naquele frio todo.
Senti que o gelo estava chegando, meu corpo estava sendo dominado. notei que havia algo diferente na sensação que eu tão bem conhecia, sensação que sempre vinha com o gelo Não sei bem como explicar o que eu sentia, era como um estranho súbito desejo de tornar o meu dom em algo tão belo e nobre quanto aquilo que se formará diante dos meus olhos. Uma vontade de fazer o gelo se libertar de forma magnífica. Tão magnífico quanto aquilo que eu via.
Aquilo que se erguia tão imponente, majestoso e nobre. Aquilo que ali sentindo o gelo dominar meu corpo, notei o que era.
Um jardim. Um jardim de gelo. Um jardim invernal.