What Can I Do?

Acordei com um pouco de dificuldade, na verdade quase não dormi direito, o que Anne havia me contado, estava me atormentando, eu não saberia o que fazer se soubesse que meu irmão está vivo, mas o pior disso tudo é ver que estou alimentando essa esperança, o que é errado, muito errado, preferi parar de pensar nisso um pouco, não era saúdavel. Me sentei na cama e Axl estava ali, todo esparramo só de cueca box, dormindo com a boca entreaberta, eu sorri, desse jeito ele parecia até uma criança.

Me levantei da cama cautelosamente, estava só de calcinha e com uma camiseta do Guns, pelo tamanho, vi que pertencia ao Axl, engraçado porque não me lembro de ter colocado essa roupa, enfim, fui até o banheiro e molhei meu rosto com aquela água gelada, logo me lembrei que tinha que tomar o remédio - MERDA! - Havia deixado com o Duff, porque? Também gostaria de saber, sai do banheiro resmungando, vi Axl se mexer e logo calei minha boca colocando as minhas duas mãos sobre ela, olhei pro Axl e esperei até que ele cessasse, sai do quarto e procurei pelo loiro, eu não sabia nem por onde começar, a casa era grande, o único jeito foi ir abrindo de porta em porta, nas primeiras na qual eu abri, não havia ninguém, já estava ficando cansada e não parava de me xingar por ter deixado o remédio com Duff.

Quando cheguei na penultima porta finalmente encontrei ele, mas não da maneira que queria, ele estava deitado sobre o corpo relaxado de Miley, ou seja, nús, iria acabar enjoando de ver aquela bunda branca que ele tem, bufei e entrei no quarto sem fazer muito barulho, comecei a procurar pelas roupas de Duff, provavelmente estariam no chão, então comecei a engatinhar, exatamente como os bebes fazem, mas só encontrei as roupas de Miley e sem sinal das do Duff, levantei colocando a mão na cintura e bufei, rolei os olhos por todo o quarto e só quando começo a olhar pro alto, encontro as roupas de Duff em cima do guarda-roupa. QUE MERDA ELAS ESTAVAM FAZENDO LÁ? Na verdade é melhor nem imaginar, só queria meu remédio, fui até lá e na ponta dos pés puxei a calça de Duff, procurei bolso por bolso e só no último eu consegui encontrar o bendito, tirei-o dali rapidamente, Duff já se remexia todo na cama, logo acordaria, não queria correr o risco de que ele me visse ali, então sai correndo e fechei a porta rapidamente, aposto que ele estaria de porre e nem perceberia isso, do que jeito que é, mas a bosta é que eu estava com sua calça nas minhas mãos.

– Droga... - Foi o que sussurrei quando vi que Izzy vinha em minha direção.

– O que você estava fazendo lá dentro? - Ele olhou para o que eu segurava nas mãos. - O que você tá fazendo com a calça do Duff? E ainda saiu vestida desse jeito... - Ele arregalou os olhos - CARALHO, VOCÊ TÁ TRAINDO O AXL!!

– O QUE? - Gritei. - Claro que não Izzy, para de falar besteira.

– Se você não está traindo ele, então o que é? - Perguntou arqueando uma das sombrancelhas. Eu nada falei apenas mostrei o remédio que estava escondido por causa da calça. - Ainda está com cólica?

– Parece que sim né.

– Esse remédio não parece de cólica - Ele então tentou pegar da minha mão, mas eu me afastei rapidamente.

– Mas é! - Coloquei a mão um pouco abaixo da barriga e fiz uma cara de dor. - Está doendo muito. - Vou largar a vida de fotográfa e serei atriz.- Então você precisa comprar outro remédio não acha? Se ainda está com dor é porque esse remédio é ruim pra cacete. - Eu ri.

– Não é assim que as coisas funcionam. - Falei.
– Então como é? - Perguntou Izzy, não estava afim de começar uma conversa sobre cólica e menstruação, principalmente com um homem, então simplesmente dei uma risadinha e sai andando, Izzy continuou parado ali.
– Ei Izzy! - Disse olhando pra trás. - Pensa rápido! - Joguei a calça do Duff em sua direção, ela caiu em cima da cabeça de Izzy e ali ficou, mas logo ele a tirou desesperado.

– Porra, o pau do Duff estava aqui. - Ele disse fazendo uma cara de nojo e eu começei a rir.

– Ele não usa cueca?

– Sério? Sério que você acha que ele usa? - Eu dei de ombros e continuei a andar, quando cheguei no quarto de Axl, ele já não estava mais na cama, mas a porta da sacada estava aberta, ele devia estar lá, tomei o remédio rapidamente, ali mesmo e coloquei o remédio no criado-mudo ali, fui até a sacada e ele realmente estava lá, sentado no sofá fumando um cigarro, ele olhou pra mim, não estava com uma cara muito amigável, me sentei ao seu lado e nem precisei perguntar nada...

– Isso é hora de ficar batendo papo com o Izzy no corredor? - Eu ri.

– Mas eu não estava.

– Estava sim. - Bufei, peguei o cigarro que ele segurava e amassei ele no cinzeiro, não podia ficar inalando aquilo.

– Olha, eu estou com cólica, acabei de ver o Duff e a Miley pelados e o Izzy pensando que eu estava te traindo e querendo começar uma conversa sobre cólica menstrual e agora você cheio de ciúminho, é muito pra mim...

– O que? - Ele me olhou sem entender nada.

– É isso mesmo.
– Eu não sou ciumento, nunca fui... - Eu ri sarcasticamente.

– Vamos fingir que isso é verdade.

– Mas é verdade. - Ficamos em silêncio por um tempo. - Ei! Você se desviou do assunto.

– Não desviei não, você é que levado facilmente.

– Não sou.

– É sim.

– Não sou.

– Tá vendo? - Eu ri e ele bufou. Mas o ruivo não desiste, queria que eu explicasse tudo, era incrível, ele não sossegava.

[...]

Já era quase 14:00 da tarde, Axl me levou até uma lanchonete pra tomar um café da manhã, sim, aquela hora mesmo, o meu café da manhã todo certinho e saúdavel, enquanto Axl se lambuzava com um hamburgue, coca, batatas fritas e etc... Minha vontade era de abocanhar o lanche dele, de verdade. Depois que terminamos e aquela tortura acabou, ele me levou até em casa.

– Lembra das fotos que tirei do show de vocês? - Perguntei pra ele.

– Claro. - Ele sorriu.

– Eu esqueci totalmente delas, eu preciso revelar elas e gostaria de deixar claro que só esqueci por sua culpa. - Eu disse me sentando no sofá.

– Minha culpa? - Ele perguntou, parecia indignado com o que tinha acabado de ouvir, eu dei risada.

– Sim! Sua culpa, me manteve ocupada desde que nos conhecemos e fazendo assim eu me esquecer das fotos.

– Não tenho culpa de nada, inclusive, eu acho que você não as revelou ainda por pura preguiça. - Ele me olhou com cara de deboche e infelizmente ele ficou atraente, o puxei para mais perto e tomei seus lábios para mim, ele me colocou em seu colo, ele deslizava suas mão sobre minhas coxas, quando iamos começar a arrancar as roupas um do outro, ouvimos o telefone tocando.

– Axl, eu preciso atender. - Eu disse tentando escapar de seus beijos.

– Não precisa não. - Ele disse ofegante, foi uma luta até que eu alcançasse o telefone.
– Alô - Disse com pouco folego
– Você está bem? - Era a voz de Duff, e logo notei o tom de preocupação.

– Estou ótima. - Respondi já com a respiração controlada.
–Ah ta. Cadê o Axl?

– Tá aqui, porque?
– Preciso falar com ele. – Entreguei o telefone pro Axl que não o recebeu com nenhum bom humor.
– O que foi? - Ele esperou a resposta que foi um pouco longa.

– Ta bom. - Foi tudo o que ele respondeu antes de desligar, ele colocou o telefone no lugar e não pensou duas vezes antes de voltar a me beijar, mas eu o afastei e me levantei arrumando meu cabelo.

– Que foi? - Ele perguntou
– Hum, resolvi que vou ir revelar as fotos, não quero mais ser preguiçosa. - Sorri ironicamente.

– Mas eu estava brincando, você não é, agora pode voltar aqui. - Passou pela minha cabeça que ele fosse mesmo fazer isso.

– Agora eu não sou mais? - Ri - O que o Slash queria? - Perguntei já indo buscar as fotos, elas estavam no meu quarto, Axl começou a me seguir.

– Era sobre o CD novo que vamos gravar, mais tarde iremos nos encontrar com o pessoal da gravadora e tals.

– Legal! Vocês já tem as músicas prontas? - Eu disse pegando uma bolsa dentro do guarda-roupa.

– Algumas.

– Hum - Eu abri a bolsa e me sentei no na cama, tirei a câmera dali e logo liguei ela, Axl só ficava no canto olhando, chamei pra que ele se sentasse do meu lado. - Vamos tirar uma foto? - Sorri.

– O que?
– Uma foto, você sabe o que é isso né? - Perguntei séria.
– Claro que eu sei, só não sei porque você quer tirar uma foto.
– Também não sei, então vamos tirar. - Antes que ele respondesse, coloquei um dos meu meus braços sobre seus ombros, e com o outro eu me ocupei com a câmera, dei um largo sorriso, enquanto Axl apenas manteve o sorriso timído dele e então veio o flash.
– Agora quando eu revelar a gente vê como ficou.

– Tenho certeza que você ficou linda. - Ele disse sorrindo.

– Para com isso. - Eu disse corada e ele riu. - Sabe... É a primeira foto que eu tiro depois de tanto tempo.

– E porque essa foto foi comigo? - Ele sorriu.
– Hum... Você é legal. - Rimos.
– A Miley também é legal e você não tirou fotos com ela.
– Fica quieto. - Rimos.

– Tá vendo? Você gosta de mim.
– É, mas bem pouco, bem pouco mesmo.
– Aham, ok, vamos fingir que isso é verdade. - Eu sorri para ele e lhe dei um beijo. Terminei de arrumar algumas coisas que eu teria que levar, consegui despistar Axl por alguns minutos e liguei pra Miley,

– Miley?
– Oi– Ela respondeu.

– Olha, a gente pode deixar pra ir no shopping outro dia?
– Claro, mas e os seus remédios?
– Pode deixar pra depois, tanto faz
– Como assim tanto faz? Me passa o que você precisa que eu compro pra você.

– Mas precisa da receita médica.

– Eu dou meu jeito.– Ela soltou uma risadinha. Passei o nome de tudo que precisava, já que sei que não a convenceria de esquecer isso.

– Ok, mais tarde eu passo no seu apartamento e deixo tudo com você, beijos.

– Obrigada Miley, beijos. - Desliguei o telefone.

[...]

Axl e eu fomos até o meu estúdio que ficava mais no centro da cidade, era um prédio grande, havia vários outros estúdios lá, acho que nunca mencionei isso, mas aqui estamos... Subimos até o quinto andar, abri a porta do estúdio, fazia um tempo que não ia ali.
Depois de um tempo, eu já havia terminado de revelar mais da metade, Axl havia ficado só sentado ali num canto olhando tudo que eu fazia, ele parecia interessado em saber como tudo aquilo funcionava e eu gostei disso.

– Quero te mostrar um lugar. - Eu disse sorrindo.

– Ok, é muito longe?
– Nem um pouco. - Ele olhou pra mim sem entender muito bem, eu apenas o puxei pela mão e praticamente fizemos uma viagem por todos os andares do prédio, eu lhe apresentei alguns colegas, que conheciam ele, alguns até haviam ido a shows do Guns, parece que só eu sou perdida mesmo, enfim, finalmente chegamos onde era o meu ponto, o terraço do prédio.

– Olha essa vista. - Eu disse chegando perto do muro. Eu adora ali, era uma vista linda, onde podia se ver toda a cidade, eu adorava ali, de noite então, era perfeita.

– Você vem muito aqui? - Ele perguntou.

– Sim, queria te mostrar, não é legal?
– Muito - Ele sorriu. - Olha, dá pra ver o parque daqui. - Ele disse apontando.

– É, eu nunca fui em um parque.

– Tá brincando né? - Ele disse sério.

– Não. - Eu disse dando de ombros.

– Um dia desses eu te levo, você quer ir? - Quando ouvi aquilo primeiramente pensei que fosse tudo brincadeira, mas quando olhei pro Axl vi sua feição séria.
– Isso é sério? Tipo, não acha estranho?
– Porque? Vai ser legal. - A única coisa que consegui fazer foi sorrir, ele me surpreendia cada vez mais, só consegui correr até ele e depositar um demorado beijo em seus lábios, ficamos ali conversando, estava escurecendo já e esfriando também, então resolvemos voltar pro estúdio.

– Olha nossa foto. - Eu disse indo pegá-la, não tinha ficado nada mal.

– Não disse que estava linda. - Sorri, coloquei o resto das fotos pra revelar e então fomos embora, iria pegar o resto talvez amanhã ou sei lá.

[...]

Voltamos pro apartamento, ficamos no quarto conversando sobre coisas banais, sem sentido, parecíamos até que tinhamos cheirado algo, riamos de tudo, até que ouvimos a som da campanhia, Axl ficou no quarto e eu fui atender.

– Oi! - Era Miley, ela estava segurando algumas sacolas, eu tinha me esquecido que ela passaria aqui. Pedi para que ela entrasse.

– Trouxe tudo o que me pediu. - Ela disse me entregando as sacolas.

– Depois eu te pago, prometo. - Eu disse sorrindo.

– Não se preocupe, o medidor de pressão foi um pouco mais dificil de achar por aqui, os remédios nem tanto e... - Como a sorte parece nunca estar ao meu favor, Axl me aparece bem na hora, fazendo-me ficar totalmente sem reação.

– Você precisa disso Tracy? - Ele pareceu meio atordoado. - Ma-Mas, porque?