Decidimos não ir procurá-la afinal se ela quisesse alguém teria nos
ligado. Ficamos conversando até que a Nati apareceu.

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POV Nati


Eu adentrei a sala e todos me encaravam. O que será que
houve? Meus olhos estavam vermelhos ou com maquiagem borrada? Acho que não... nem chorei.

– NATÁLIA FLECK! COMO VOCÊ OUSA SUMIR DESSE JEITO, SEM AVISAR NINGUÉM?- Gritou Mitty.

–Puta que pariu Giovana!- Sim, a Mitty se chama Giovana- Eu não fugi! Só dei uma voltinha a mais...

–AHAM! VOLTINHA A MAIS! NATÁLIA! A CIDADE AQUI ESTÁ FICANDO PERIGOSA! E SE A PROXIMA A SER MORTA FOR VOCÊ?- Ela rebateu.

– ENTÃO VAI SER MUITA FALTA DE SORTE!- Ficamos nos encarando. Agora que reparei, estávamos no meio da sala, de pé. Encarando-nos e todos nos olhando. Era uma cena bem estranha até. Ficamos em silencio até que escutamos alguma coisa caindo. Nos viramos e vemos a Luh juntando uma tesoura de prata ,analisando-a e colocando-a em cima do colo.-Vou tomar um banho...- Eu disse indo em direção ao meu quarto. Peguei qualquer roupa e um All Star. Entrei no banheiro, tranquei a porta e comecei a me despir. Tomei meu banho, sai e me vesti. Quando estava penteando meus cabelos ondulados ouvi uma batida na porta.

–TO TERMINANDO MEU BANHO!- Gritei.

–MAS TU DEMORA DEMAIS NÉ NATÁLIA?- James... Grrrr!

– CALA A BOCA AGORA JAMES! E VAI EMBORA QUE EU AINDA
DEMORO!- Fui peteando meus cabelos e fiz a maquiagem normal, mas sem lápis de olho. Abri a porta, e quem acha que o guri ainda não havia saído? Acertaram!
–Finalmente!

–Eu falei que eu ia demorar...- E já estava saindo do banheiro quando fui trancada por um braço estendido.

– Por que está me tratando assim?- Ele me perguntou.
– Faço a mesma pergunta.

–Natália...

–Tá vendo? Natália? Sério?- Questionei.

–Claro! Tu se estressa por tudo! Não posso nem te chamar
pelo nome! Mas a Giovana pode!

– A Mitty é a Mitty! Tu é tu! Tu, é meu amigo dês de
pequeno! Acorda! – Ele ficou parado me encarando. Tentei sair, mas ele sempre negava a passagem.- Deixa eu sair.- Ele ficou parado.- Deixa eu sair.- Não fez nada. – Deixa eu sair!- Eu repeti bem mais forte. Mas ele continuava parado me encarando. Olhei para ele com meu olhar que da medo, mas não adiantou. Empurrei o braço dele com força o que desequilibrou-o. Me apressei a sair, mas ele me segurou pelo braço:

–ME SOLTA JAMES! AGORA!

–NÃO!- Me aproximei dele e mordi seu braço.- AI! TU ME
MORDEU!

– É o que parece!- Sai apressada em direção a sala. Queria
sai de casa. Queria ficar lá fora. Peguei o primeiro casaco que vi, o celular, chaves e um dinheiro, meti tudo dentro do casaco e sai. Escutava lá de dentro meus amigos me chamarem:

–Nati! Nati!- Mas não parei de andar/correr. Queria ficar
longe de todos... Queria pensar... Queria... *suspiro* Queria poder ficar
quieta sem que ninguém me enchesse, sem assassinatos, sem perigos.

Depois que me afastei o suficiente da minha própria casa,
desacelerei o ritmo. Estava cansada. Olhei em meu celular que horas eram: 22:50
A biblioteca já havia fechado... Resolvi ir em um café/livraria que havia ali
perto. Era quieto, aconchegante e funcionava 24horas! Quando entrei no lugar já fui bem recebida:

–Vejam quem resolveu aparecer! A Natalinha!- Veio em minha
direção um homem alto, ruivo e que obviamente eu reconheci na hora

– Boa Noite Jown! Ah, sério? Natalinha? Sou tão pequena
assim?- Perguntei com a mão na cintura.


–Claro que não pequena! Vem aqui.- Ele me puxou para um abraço. Para quem não sabe, Jown é quem cuida do café/livraria. De tanto que eu vou lá, ele me conhece. Me conhece dês dos meus 8 anos de idade! Fiquei lá até quando eu me sentisse melhor. Tomando cappuccino e lendo. Adoro aquele lugar! Quando bateu o cansaço eu voltei para casa...

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POV Autora Nati!

(N/A Olha gentinha, essa parte acontece enquanto a Nati está
lá no café/livraria tudo bem?)

Via-se uma figura encapuzada no final da Avenida Reily. Uma figura misteriosa vestida de preto, ou melhor, uma capa preta.Caminhava tranquilo e sorrateiro. Caminhava pelas sombras e não chamava muita
atenção. Também, em uma rua com um monte de bêbados não chamar a atenção é muito fácil até. A pessoa ia em direção a uma grande casa e velha que havia naquela rua. Branca, poucas janelas e com um toque rustico. Uma luz qualquer tocou o rosto da figura mostrando-o coberto por uma mascara branca levemente suja. Ela parou em frente a porta e pareceu pensar um pouco. Talvez estivesse mudando de ideia. Não. Ela continuou o trajeto. Com a porta da frente levemente encostada foi fácil entrar. Adentro da casa encontrou uma mulher dormindo. Ela aparentava ter 20 anos, loira, magra e altura média. Trajava uma camisola cinza de renda. Seus cabelos soltos e espalhados pela cama já bagunçada. A figura parou em frente a cama e deixou a mostra sua mão: Segurava uma tesoura de prata levemente enferrujada. Abriu e fechou-a. E assim ficou por segundos. A tesoura fazia um barulho baixo de metal. A mulher se mexeu. Tinha uma respiração pesada e suspirava enquanto dormia. Nem fazia ideia da presença nada agradável e muito menos de seus futuros atos. A figura se aproximou com o instrumento cortante em direção a
ela. Quando mais se aproximava, mais a mulher se mexia. Quando ficaram cara a cara a mulher acordou. Abriu os olhos arregalados para a figura que continha um sorriso cínico nos lábios tão bem desenhados. O grito que ela dera foi abafado pela mão coberta por luvas pretas de couro. Antes que ela pudesse fazer alguma coisa a pessoa mascarada cravou a tesoura em seu pescoço. O sangue vermelho começava a sair da área atingida. A pessoa cravou novamente a tesoura, mas dessa vez atravessando a roupa que a mulher trajava e atingindo a barriga um
pouco mais acima do umbigo. A figura após tirar o instrumento analisou o corpo coberto pelo sangue da moça e ainda não achando suficiente o estrago que já havia causado, se aproximou da área cardíaca. O coração. Fez um X com a tesoura sobre a área que iria atingir na pele branca e exposta da moça e cravou devagar a tesoura. O sangue que escorria fazia uma ligação: Do pescoço ao coração, do coração a barriga. E o sangue da barriga se espalhava por todo o corpo já morto. Deixando ensopados os lençóis antes brancos agora vermelhos. A figura olhou para o corpo e o ajeitou na cama deixando-o para cima. Com a cabeça erguida e agora os olhos incrivelmente azuis a mostra. A tesoura que foi a arma do assassinato, foi colocada ao lado da cama ainda suja com o sangue da vitima. A figura mascarada se retirou dando meia volta, com a capa esvoaçando ao vento. Refazendo o caminho que havia feito a pouco tempo antes, mas dessa vez com um sorriso maníaco no rosto que era disfarçado pela mascara que daria muito o que falar. Logo esse assassinato iria ser publicado. Simples assim. Enquanto a figura se
retirava começou a chover novamente.