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No dia seguinte (quinta-feira), eu estava muito ansiosa. Finalmente eu estaria quase livre, porque aquele era o penúltimo dia de escola.

Assim que eu cheguei lá, a Charlie e o Matt me fizeram contar detalhe por detalhe do que tinha acontecido na noite passada. E apesar de não ter rolado nada de mais, eles ficaram trocando olhares maliciosos até o sinal tocar.

Estava sentada na minha carteira assistindo a aula de química. Quero dizer, estava com o queixo encostado na mão pensando no Zayn. Estava tão distraída que nem percebi quando o sinal tocou.

–Angie, vamos. Tá na hora do intervalo. – o Matt me cutucou e nós fomos. Comprei alguma coisa básica para comer e me lembrei que não tinha respondido se iria ou não sair de novo com o Zayn. Peguei o celular e digitei:

“Tudo bem, eu saio com você de novo :) xx”

“Isso quer dizer que você gostou do encontro, então ;) Quando posso te buscar xx”

“Depois da escola, meio-dia e meia tá bom pra você?”

“Tá ótimo, a gente pode almoçar juntos.”

“Onde?”

“Pode deixar que eu vou te buscar. Onde você estuda?

“Johnson High, mas venha discretamente!”

“Pode deixar. xx”

Estava olhando para o celular e sorria igual a uma boba para a tela quando a Charlie me acerta com uma bolinha de guardanapo.

–Que é? – perguntei mal-humorada.

–Recebeu uma mensagem do Zayn é? – ela perguntou maliciosa.

–Pra falar a verdade, eu acabei de marcar outro encontro com ele. – eu mordi o lábio inferior tentando segurar o sorriso.

–Parece que alguém tá finalmente abrindo o coração, hein. – o Matt disse cutucando o meu braço. Ô menino pra gostar de cutucar as pessoas, viu.

–Ei, quem foi que disse alguma coisa aqui sobre coração? Ele parece ser um cara legal, e eu tô gostando dele, pronto, falei. Satisfeitos? – suspirei de alívio quando o sinal tocou e tivemos que voltar para nossas salas.

Depois das aulas, nós fomos para frente da escola. Eu pedi para eles ficarem um pouquinho afastados, senão o povo iria começar a ficar muito curioso, e ia acabar tumultuando.

De repente o meu celular começou a tocar. Vi o nome na tela e era o Zayn:

–Oi, eu tô na esquina, não dá pra te buscar bem em frente à escola.

–Claro, eu entendo. Já tô indo. – coloquei o celular no bolso. Dei uma olhadinha para trás e acenei para os meus amigos.

Fui andando até a esquina até que eu vi um carro preto e a janela estava abaixado até um nível que eu podia reconhecer que era ele. Assim que ele me viu, abriu um sorriso radiante e me chamou. Quando eu entrei no carro ele me deu um forte abraço e disse:

–Desculpa não poder ter te feito andar, mas eu não queria que soubessem que eu tô aqui.

–Não acredito que ninguém te reconheceu ontem! – eu disse boquiaberta.

–Por incrível que pareça, não. – ele sorriu para mim. – Agora vamos, porque eu tô morrendo de fome.

–Onde vamos almoçar? – perguntei.

–Em um restaurante mais afastado da cidade, onde tem menos gente. – ele respondeu colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

–Ok. – foi tudo que eu consegui dizer. Aquele garoto estava me deixando louca.