When It Rains
Prefácio - Saudade
— Três anos atrás—
Do Kyungsoo é um jovem universitário coreano que vivia em Ohio para cursar medicina. Ao se mudar de sua terra natal deixou além de família, amigos e história, o seu primeiro amor.
Ele a conhecia desde sua primeira memória, cresceram juntos e muito próximos em uma pequena cidade do condado de Gyeonsang do Sul. Kaila sempre foi uma menina doce e carinhosa mas cresceu forte e determinada, proporcionalmente ao tempo, Do percebeu que crescia também o seu carinho e a admiração pela mais nova.
Era uma sexta feira, quando Do recebeu uma ligação. Ele havia sido aprovado na Ohio University a qual sonhava desde que decidiu ser um médico para salvar vidas. Ele passara o dia inteiro acariciando os cabelos de Kaila que chorava incansavelmente em seu colo. Seu coração doía por vê-la chorar, doía ainda mais pelo motivo ser um outro rapaz.
Ao fim da tarde, a menina adormeceu em seus braços enquanto Do admirava cada centímetro de seu corpo. Seu rosto lindo, era desenhado como uma pintura. Em contraste com sua pele morena, seu nariz e bochechas estavam ruborizados pelo tempo chorando. Ela dormira com a boca entreaberta, deixando mostrar os dentes perfeitos por entre os lábios carnudos. Ele conhecia cada detalhe.
Um mês depois, Do já tinha as malas prontas e se preparava para embarcar na próxima semana. Kaila já havia recuperado todo seu brilho e voltara a o surpreender com aquele sorriso que fazia o coração do menino parar de bater segundo a segundo. Ela esteve com ele a todo o tempo desde o telefonema que o levava para os Estados Unidos, e não foi diferente no dia de sua despedida. Kaila estava linda como ele nunca havia visto, seu vestido acentuava as curvas de seu corpo mostrando o que a moça se tornara aos 19 anos. Ele a amava, e não conseguiu segurar as lágrimas ao se despedir.
— Você vai me esquecer, Do. — Ela sussurrou ao pé do ouvido de seu amigo. - Sei que pode encontrar qualquer americana peituda e nunca mais me ligar.
Ele riu. Kaila sempre usava de chantagem emocional para abusar dele, mas aquela era uma situação fora do alcance da morena.
— Espero sim que eu encontre uma americana, mas não se sinta mal, você sempre será minha prioridade— Seu rosto enrubesceu.
Do respirou fundo para registrar em sua memória o cheiro dos cabelos castanhos de sua amada, e então se desvencilhou do abraço.
— Está na minha hora— Disse olhando o relógio - Promete que vai me ligar?— Terminou com um meio sorriso.
— Nunca pense que vai se livrar de mim, pequeno.— Kaila sorriu de forma doce.
O rapaz se despediu com um beijo na testa de Kaila, e então se dirigiu à área de embarque.
Os meses se passaram e os amigos se comunicavam todos os dias de todas as formas possíveis. Do conseguiu se estabelecer na cidade e em sua faculdade, Kaila estava se esforçando para as provas do vestibular. Os dois estudavam durante o dia e a tarde, mas a noite sabiam que ao menos uma hora era destinada as ligações, geralmente cheias de saudades e desejos de boa noite.
Ela não percebeu quando o coração começou a bater de forma diferente, foi natural como cair no sono. A princípio, Kaila se distraia com os estudos durante o dia, mas contava as horas para saber notícias de seu melhor amigo. Com o passar das semanas a saudade apertou como ela nunca havia sentido, e com o fim de alguns meses, ela se pegava constantemente chorando pela falta de seu companheiro de vida.
As provas do vestibular chegaram e Kaila apesar de nervosa, estava aliviada por se livrar das noites de estudo mal dormidas. Na noite anterior, havia passado horas no telefone com Do antes de dormir e sonhou com uma vida linda, quando acordou, sentia falta daquilo a ponto de seu coração apertar.
Durante todo este tempo, Kaila juntou suas economias e comprou uma passagem para visita-lo, e finalmente era o dia. Nem a viagem longa e desconfortável fez o seu coração parar de acelerar a cada vez que pensava no mais velho.
Do, com o coração acelerado e uma caixa de bombons na mão tentava manter uma pose decente enquanto esperava no aeroporto. Ele sonhou com este reencontro por muito tempo, e não se decepcionou ao vê-la arrastando a mala na saída de desembarque.
— Oppa! - Kaila corria com lágrimas de felicidade de encontro ao tão esperado amigo.
Do abriu os braços e sentiu o impacto da chegada da moça. Os dois se abraçaram, e se abraçaram... seus corações em sintonia batiam no mesmo rítmo pela primeira vez.
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