—Giane, o que tá acontecendo?

—Meu pai...Fabinho...ele ta no hospital, me leva para lá, por favor.

Chegaram no hospital, Giane estava em lágrimas,se aproximaram de Margot que pediu que ela se acalmasse:

—Cadê ele? Eu quero ver ele.

—Ele está fazendo uns exames, temos que esperar querida, fica calma.

Giane estava sentada em uma das cadeiras do hospital e Fabinho se agachou ficando de frente para ela:

—Olha pra mim, fica calma, seu pai vai ficar bem. Vou pegar uma água pra você.

—Deixa que eu pego filho, fica aí com ela.

Fabinho sentou ao lado da noiva e a abraçou, nunca havia imaginado Seu Silvério numa situação dessas.

—Fabinho eu estou com medo. Eu não posso perder o meu pai. Depois que minha mãe morreu, eu sei lá, ele foi a única pessoa que me sobrou, agora eu tenho vocês dois, eu não quero perdê-lo Fabinho.

—Você não vai, entendeu? Seu pai vai sair dessa ,a gente nem sabe o que aconteceu, Giane.

Ela nada disse só abraçou o noivo e começou a chorar.

Fabinho nunca havia visto Giane tão frágil, estava se sentindo muito mal por ver a mulher que amava triste daquele jeito.

Margot trouxe a água e Giane aos poucos foi se acalmando. Esperaram horas e horas, até que o médico finalmente chegou:

—Vocês são parentes de Seu Silvério de Souza?

—Sim, pode falar doutor, ele está bem?

—Ele teve um inicio de infarto, mas como ele recebeu massagem cardíaca na hora, não foi nada grave, ele vai ter que tomar alguns cuidados a mais, mas podem ficar tranquilos foi só um susto. Hoje ele ficará em observação, se ficar tudo bem, amanhã mesmo ele volta pra casa.

—Eu posso ver ele?- Giane perguntou aliviada.

—Claro, podem vir todos.

Chegaram no quarto, Seu Silvério viu o rosto da filha inchado e ela correu para abraçá-lo:

—Que susto pai, não faz isso comigo não.

—Eu estou bem, não vou te deixar antes de ver meus netinhos.

—Eu te amo muito, viu?

—Eu também, minha princesinha.

Giane ficou sentada ao lado do pai, depois foi comer alguma coisa no restaurante do hospital com Fabinho, deixando Margot um pouco sozinha com seu pai.

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Os dois estavam sentados, Fabinho estava olhando a noiva comer:

—Que foi, fraldinha?

—Nada, é que eu nunca vi você chorar tanto.

—Não enche. Não sei como isso aqui ainda não está lotado pelo pessoal da Casa Verde.

—Daqui a pouco eles estão aí, pode ter certeza.

—Te amo, tá?

—Eu também, muito. Não gosto de ver você assim, sofrendo.

Malu veio em direção aos dois:

—Oi gente, o seu pai já melhorou, Gi?

—Já, ele só vai ficar hoje em observação, amanhã ele já volta para casa.

—Que bom que foi só um susto .Eu vou lá ver ele, tchau.

—Fabinho, sua mãe sabe fazer massagem cardíaca?

—Não, pelo o que ela me contou um senhor que estava passando na rua que o ajudou. Mas ela não sabe quem é.

—Que bom que esse cara apareceu, ele salvou meu pai.

Quando anoiteceu Giane ficou no hospital com o pai e Fabinho voltou para casa com Margot. Silvério foi visitado por quase a Casa Verde inteira, até Caio havia passado por lá, porém Giane nem deu atenção a ele.

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—Moça, Moça acorda- a enfermeira chamava Giane- MOÇAA!

—AAH oi? Nossa, já amanheceu. E aí ele já pode ir embora?

—Já, ele já está bem. Quando ele acordar pode levá-lo para casa.

Logo depois Fabinho ligou dizendo que tinha avisado a Sérgio que ela não iria trabalhar nesse dia.

Margot e Giane passaram o dia com Seu Silvério. Ele estava invocado queria saber quem era o homem que o tinha ajudado, iria procurá-lo, queria agradecer. Fabinho apareceu por lá na horário do almoço, mas logo já voltou ao trabalho.

Enquanto isso Malu continuava com os preparativos do casamento.

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Alguns dias depois, Silvério já tinha melhorado, estava se cuidando sob a observação de Giane, Fabinho e Margot.

Havia procurado o homem em rádios, perguntado a pessoas e nada, não encontrou ninguém que Margot reconhecesse como “aquele” homem.

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Ele e Margot deram uma notícia aos filhos:

—Quando você se casarem, eu e a Margot vamos morar juntos.

—Aah Seu Silvério, finalmente parou de enrolar minha mãe né? Assim que eu gosto.

—Fraldinha fica quieto vai. Vocês vão morar em qual das casas?

—Na nossa Giane, vamos devolver essa para a Charlene.

—Que bom, bora comer?

—Não sei como essa maloqueira é magra desse jeito, só come essa draga.

—Genética meu bem, morra de inveja.

—A vai te catar.

O clima do jantar foi o mesmo de sempre, leve, cheio de risadas, provocações. Definitivamente uma família feliz.

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Um dia Margot e Silvério estavam passeando por uma avenida de São Paulo, quando Margot avistou de longe um homem com aparência de uns quarenta anos, barbudo, os olhos marcados pelo sofrimento, com um papel na mão, desenhando a paisagem que estava a sua frente:

—Silvério é ele! Esse é o homem que fez massagem cardíaca em você, eu tenho certeza.

Silvério e Margot se aproximaram do homem e Silvério cortou o silêncio:

—Você se lembra de mim?

—Desculpa senhor, mas eu não te conheço.

—Eu sofri um infarto, lá na Casa Verde e você me ajudou, você não se lembra?

—Acho que estou me lembrando sim, que bom que você está bem.

O homem já ia se levantar para ir embora e Silvério disse:

—Você não quer ir jantar lá em casa qualquer dia desses? Como agradecimento por ter salvo a minha vida.

—Não sei se é uma boa ideia.

Margot segurou a mão do homem e disse:

—Sua vida não deve ser fácil aqui na rua, sei que você deve desconfiar de muita gente, mas é só um jantar. Hoje a noite, pode ser?

O homem aceitou o convite e prometeu que mais tarde apareceria na casa de Silvério para jantar.

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Giane e Fabinho receberam um telefonema de Plínio avisando que o bebê de Irene estava nascendo, correram para o hospital e depois de algumas horas conheceram o pequeno Fabrício.

Um bebezinho pequenininho, os olhos brilhando, quando foi para os braços da irmã mais velha abriu o berreiro, porém quando Fabinho o pegou no colo ele abriu um sorriso banguela, fazendo o irmão sorrir mais largo ainda e todos na sala se surpreenderam novamente com Fabinho. Nunca imaginaram que ele tinha jeito com crianças, também depois da Toca, parecia até que ele não gostava delas.

Fabinho quando pegou o irmão nos braços, tão frágil, tão leve, sentiu o coração se aquecer, quando viu aquele banguelinha sorrindo para ele, com aquele olhar inocente, já o amou infinitamente naquele instante.

Saiu do hospital com Giane imaginando como seria sua vida como pai. E ela pensando em como seria sua vida de mãe. Nunca tinha se imaginado com uma criança nos braços, que fosse sua, mas depois de olhar a fofura do irmão de Fabinho teve vontade de ser mãe.

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Giane e Fabinho estavam curiosos para saber quem era o homem que salvou Silvério, Giane queria agradecer e de alguma forma Fabinho também.

Estavam todos na sala a espera do homem já achando que ele não iria, pois estava demorando demais:

—Pow que demora, será que ele não vem?

—Não sei filha, pelo que eu vi, ele me pareceu um homem desconfiado, acho que ele viu muita coisa ruim na vida.

—Espero que ele venha, to louca pra saber quem ele é.

Porém logo alguém bateu a porta, quando o homem entrou, Fabinho levou um susto e disse:

—Você?!