When I Saw You.
Aquele em que a atração é inevitavel.
Estou mexendo nas minhas coisas, separando o que vou levar quando for morar com o Sesshoumaru.
— Kagome! – Kaede entra no meu quarto – São 05:00 da manhã! Que tanto barulho é esse?
Ela para ao ver meu quarto do avesso, malas abertas e caixas de papelão pelo quarto.
— Desculpa, não consegui dormir e achei melhor começar a arrumar as coisas ...
Ela suspira com pesar.
— Não me olhe assim, eu queria te levar mas minha mãe nunca deixaria – Eu a olho com carinho – Ficar naquela casa sozinha vai ser um desafio e tanto.
— Sabe que pode desistir disso e esperar.
— Não, estou ganhando tempo! – Aperto o espaço entre os olhos completamente cansada – Não vamos repetir a mesma conversa que tivemos no começo da semana ...
— Você está perdendo tempo invés de ganhar! E sua juventude jogando fora – Ela começa a falar e eu me desligo, são 5 da manhã, amanhã é o baile de primavera e eu não tenho par. Deveria ter né já que é o ultimo evento em que eu “poderia” ter convidado um garoto – Kagome? Ta me ouvindo?
— Kaede, eu te amo muito mas to virada, cansada e acho que hoje vou faltar a aula então vai ter todo tempo do mundo pra me dar sermão mais tarde – Junto as mãos em um pedido e ela sai do quarto balançando a cabeça em reprovação resmungando baixinho.
Termino de tirar as coisas da minha mesinha de cabeceira e encontro uma bolsinha de veludo pequena vermelha.
— Meu colar ... – Tiro a corrente prata com o pingente de chave de dentro da bolsinha e passo a mão pela letra K gravada nela.
*FLASH BACK ON*
— Uma chave? – Olho para frustrada – O que ela abre?
— Seria muito fácil se eu te falasse – Ele sorri pra mim me desafiando.
— Fala logo. Eu achei que você se esforçaria mais, afinal estou fazendo 15 anos – Suspiro.
— Você ta reclamando demais chata. Um dia ela vai abrir uma coisa feita especialmente pra você. – Ele pega o colar de volta – Mas se não quiser, tudo bem ...
— É meu. Devolve! – Dou um chute na canela do moreno que grita de dor.
— Agora que não devolvo sua ingrata! – Ele berra comigo me fazendo rir.
*FLASH BACK OFF*
— O que será que você abre? – Pergunto perdida em meus pensamentos. Coloco o cordão no pescoço e o seguro com carinho – Parece que faz uma eternidade que você não fala comigo ...
Tiro tudo da cama e me deito, fico olhando a claridade invadir o quarto pela janela até pegar no sono.
POV KOUGA
Kagome ainda não chegou. Ela ta atrasada demais.
— Oppa! – Ayame chega se jogando em cima da minha mesa – Até quando vai me ignorar?
— Para de me chamar assim! – Sango, você me paga! – Volte pra sua sala, vá estudar.
— Mas eu sinto sua falta! Não saímos a 3 dias, como isso é “tentar de verdade”? – A ruiva diz fazendo bico.
— É Kouga, ela quer sair com o namorado dela. Isso é totalmente compreensível. – Kikyou diz do lado da Ayame me surpreendendo.
— O que está fazendo aqui? – Digo pra ela sério.
— Reunião hoje a tarde sobre o baile de primavera. Vocês tem ensaiado as musicas que separamos pra vocês? – Ela diz se sentando na carteira da Kagome.
— Tudo está pronto.
— Ótimo – Ela sorri docemente – Como está a Kagome? Soube que ela adiantou o casamento. - Ela olha pras unhas pintadas em um tom de vermelho escuro antes de se voltar pra mim – Ué, vocês não sabiam? Pensei que fossem melhores amigos. – Ela dá de ombros levantando – Avisa a Sango sobre a reunião por favor, já que a Kagome não deve vir hoje porque está ocupada com os preparativos do casamento. – A morena acena pra mim antes de sair rebolando sala afora.
— Ela adiantou o casamento? – Ayame diz me lembrando estar presente.
— Sango! – Eu chamo quando a vejo cruzar a porta correndo.
— Pois é, perdi a hora – Ela coloca sua mochila em cima da minha mesa. Ao notar minha expressão toma um susto – O que houve?
Nesse momento a professora de artes entra na sala. Eu me levanto arrastando a morena porta afora.
— Meu Deus! Fala logo, foi a Kikyou? Eu a vi saindo quando cheguei.
— A Kagome adiantou a data do casamento? – Digo pensativo – Falou com ela?
— Não que eu saiba ... E também acho isso muito difícil. – Ela se encosta na parede do corredor – Você disse que falaria com ela ontem! Eu achei melhor não atrapalhar então não liguei.
— Eu não fui, fiquei preso com o meu pai. Ela não chegou e a Kikyou falou que hoje ela não vem porque está ocupada com os preparativos do casamento que foi adiantado. – Minha garganta dá um nó.
— Vamos na casa dela, chega de espaço. – Sango diz decidida.
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— Sra. Kaede – Ela me abraça carinhosamente depois de me dar um cascudo – Eu já disse, não estamos brigados!
— Vocês dois deveriam estar ao lado dela pra tentar dar um pouco de juízo, sabem que ela só escuta vocês! – Ela nos repreende.
— Onde ela está? – Sango diz preocupada.
— Dormindo. Disse que hoje não iria para o colégio. – Ela diz franzindo a testa – Espera, vocês deveriam estar na aula.
— Sra Kaede. É verdade que ela adiantou o casamento? – Digo baixinho e a senhora só balança a cabeça confirmando.
Então é isso. Foi vontade dela. Respiro fundo cerrando os punhos. Eu deveria estar aqui, maldito orgulho besta!
— Calma ... – A morena se vira para Sra. Kaede – Podemos subir?
— Eu gostaria que voltassem para o colégio. Deixem ela descansar, só Deus sabe o que tem passado nos últimos dias ... – Ela suspira me dando um tapinha nas costas – Ainda há tempo. Fique calmo, conversem e acertem as coisas.
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Estou andando de um lado para o outro do lado de fora do carro.
— Você vai abrir um buraco no chão desse jeito – Sango diz suspirando – Vamos voltar mais tarde.
— Como você consegue ficar tão calma? – Digo exaltado – KAGOME É UMA IDIOTA! NÃO QUERO VE-LA! POR MIM QUE CASE COM ESSE METROSEXUAL DO SESSHOUMARU!
— Ela deve ter uma razão, deve ter uma explicação – Eu a olho de lado. Sango sempre foi o equilíbrio entre nós, desde que passou a andar conosco, as coisas ficaram mais tranqüilas, digamos que mais pacificas – Não adianta ficar irritado, não vamos conseguir conversar com ela dessa forma. Vocês nem fizeram as pazes ainda – Ela suspira pesadamente.
— Porque você não falou com ela?! A culpa não é só minha! – Disparo pra morena que me olha feio.
— A culpa não é nossa Kouga! Ela não responde minhas mensagens e achei que precisava de um tempo. Só segui o próprio conselho dela ok?! – Ela encara o painel do carro com seus olhos escuros – Como chegamos a esse ponto?
Entre do lado do motorista e dou partida no carro.
— Será que o Inuyasha sabe de alguma coisa? – Minha amiga diz pensativa – Ele é obrigado a saber, é irmão do Sesshoumaru.
Disparo para o colégio sem pensar duas vezes.
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Fecho a porta do armário do cãozinho praticamente em sua cara.
— O que você pensa que está fazendo? – Ele dispara endireitando sua postura ficando cara a cara comigo.
— Vamos lá, desembucha Inuyasha. O que você sabe? – Ele nem mesmo a olha – Ei, não estamos aqui para brigar com você ok? – Sango puxa a manga do blase preto do garoto o chamando atenção – Estamos preocupados com ela.
— Eu não sei muita coisa, caso não tenha percebido meu irmão e eu não somos amigos – Ele dá um sorriso forçado – Mas a idéia foi dela.
— Sesshoumaru disse alguma coisa da data? – Ela questiona.
— Em 20 dias – Por um segundo esse cãozinho idiota parece tão chateado como eu – Eu não falo com ela desde a festa na casa do Miroku, se não, teria tentado detê-la. – Inuyasha desvia o olhar cruzando os braços – Agora, os papeis já estão sendo feitos.
— Não, vamos conversar com ela! – Sango diz um tanto perdida – Eu a conheço Inuyasha, não faria isso se não tivesse um bom motivo ... – Soco o armário do meu lado chamando a atenção de todos por perto no corredor.
POV SANGO
Olho perplexa Kouga socar o armário e sair correndo porta afora.
— Meu Deus! Eu juro que não sei o que fazer – Digo colocando meus braços envolta do meu corpo.
— Deixa ele. Se tivesse tido coragem de dizer o que sentia pra ela antes, tudo isso poderia estar sendo evitado. – O garoto de cabelos prateados me fala com a voz tão calma que estranho.
— Você ...
— Se ele tivesse um letreiro neon preso na cabeça seria menos obvio. – É verdade.
— E você também. – Ele estreita os olhos dourados pra mim – Não é?
— Raaa! Você não sabe o que diz – Ele revira os olhos.
— O que aconteceu naquela festa entre vocês? – De repente o garoto passa a fitar o chão – Ah Inuyasha, quem diria que alguém como você seria tímido.
— Como você consegue fazer essas coisas? – Dou de ombros o encarando – Agora ela vai ser minha “cunhada” e morar do meu lado. Ainda bem que não, aconteceu nada. – Ele passa a mão pelo cabelo maravilhosamente solto.
— Ainda temos uma chance, na verdade duas – Digo pensativa, e o garoto me olha curioso – Você e o Kouga. Mas pra isso você vai ter que decidir o que sente, o que eu acho que já sabe. Vá vê-la agora. Kouga e eu vamos mais tarde.
— Porque eu faria isso? – Balanço a cabeça tentando segurar uma risada. Parece que só eu consigo ver o que esta acontecendo aqui. Vou atrás do Kouga, cuidar dele parece ser a coisa mais sentada agora. – Ei Sango! Me diz! PORQUE EU FARIA ISSO?! – O escuto gritar ao passar pela porta.
O carro do Kouga não está mais aqui. Será que ele voltou pra casa da Kah?
POV KOUGA
Estaciono o carro e subo pela armação da até sua janela que esta destrancada como sempre. Seu quarto está totalmente bagunçado, caixas e malas pra todo lado e ela dormindo na cama tranquilamente. Que vontade de sacudi-la até mudar de ideia. Eu sinto meus nervos a flor da pele mas é só me aproximar dela que a raiva passa e um sentimento de saudade me envolve como se estivesse sendo afogado.
Vou até a cama e a observo, seu cabelo está uma bagunça e o lençol quase todo no chão. Um brilho em seu pescoço me chama atenção, quando dou uma olhada mais próximo vejo que é o cordão que eu dei a ela.
— A minha chave. – Digo pra mim mesmo sentindo lagrimas descerem pelo meu rosto – Você guardou todo esse tempo e eu achando que não ligava ...
— Heey, Você. – Ela diz ainda de olhos fechados me dando um susto – Porque demorou tanto? – Sua voz sai quase em um sussurro.
— Kagome ...
— Eu te esperei todo santo dia seu idiota – Ela abre os olhos e me encara – Foda-se a sua namorada. “Manos antes das minas” sacou?
Eu rio ainda chorando. Quando minha amiga percebe que estou chorando ela se levanta rapidamente e acaricia minhas bochechas limpando minhas lagrimas.
— Me desculpe. Acho que fui eu que demorei no final das contas. – Eu a abraço apertado sem conseguir falar nada – Ta legal. Eu desculpo você. Não tenho escolha a não ser perdoar de qualquer forma ...
— Idiota. – Eu digo a apertando ainda mais – Idiota. Porque fez isso? Porque tomou essa decisão de uma hora pra outra sem ...
— Te falar? – Kagome respira fundo enterrando o rosto em meu peitoral – Eu precisava fazer isso assim como preciso de você ao meu lado.
— Por isso que está usando a chave? – Digo baixinho com medo da resposta.
A morena se afasta o suficiente para me olhar nos olhos.
— Heey, você disse que isso abriria algo especial. Já se passaram dois anos e nada. – Ela estreita os olhos escuros – Pretende me enrolar por mais quanto tempo?
— Quem sabe, você descobre no seu aniversário – Digo a soltando mesmo não estando preparado pra isso.
Quando ela desvia os olhos eu entendo o que está sentindo.
— Lembra da música? “Nada vai mudar” ... – Eu balanço a cabeça confirmando. Kagome leva a mão ao pingente de chave e o segura – Gostaria de poder acreditar nela de novo ...
A porta é aberta com força e damos de cara com uma Sango bem irritada.
— É sério que você me deixou pra trás seu idiota? – Ela passa batida por mim e abraça a Kagome.
— Me desculpa, eu sei que fiquei fora do ar por uns tempos. Mas independe de como estão as coisas, eu estou de volta. Não vou me esconder mais. – Kagome diz abraçando a morena mas seus olhos estão em mim – Vocês não tem ideia do que quanto são importantes pra mim.
— Chega de desculpas, agora vamos resolver os problemas um a um. O mais próximo é o baile. Então – Sango solta a morena e me pega pelo braço – Vamos. Temos uma reunião hoje a tarde com a sua digníssima prima, depois voltamos e eu espero que tudo esteja no lugar e você tenha esquecido essa historia de adiantar o pior.
— Sango ainda não ...
— Vamos! – Ela se vira pra minha melhor amiga e antes de sair me arrastando diz séria – Vamos conversar, mais tarde. – E me arrasta pra fora dali deixando a Kagome completamente confusa.
POV INUYASHA
— Hmm, você é bem parecido com seu irmão Inuyasha – A velhota diz enquanto monta a bandeja de café da manhã quase ao meio dia pra Kagome. Eu simplesmente a ignoro – Desde quando você é amigo da ...
— A velha Kaede, eu salvei a vida daquela idiota, você lembra. Então resolvi ver como ela está – Digo tentando acelerar o processo.
— Acho que se tornaram próximos depois que passaram um tempo junto, isso é ótimo – Ela termina de montar a bandeja e eu já saio correndo com ela pro quarto da Kagome.
Bato na porta mas ninguém responde. Bato de novo e nada. Decido entrar. Dou uma olhadinha nos dois lados e vejo que ela está no banho pelo vapor que está saindo do cômodo.
— Ela vai mesmo fazer isso – Digo olhando as coisas espalhadas. O anel de noivado está em cima da penteadeira junto com um colar de chave.
Esse quarto tem completamente o cheiro da Kagome. Nossa, quanto eu senti falta disso. Tenho vontade de me socar por pensar assim.
— Ei Kagome! Vai ficar ai o dia todo – Grito na porta do banheiro fazendo a garota sair em 1 minuto de toalha completamente molhada – Puta que pariu.
— PQP eu que digo – Ela me olha perplexa – O que ta fazendo aqui?!
— Eu vim trazer seu café da manhã – Digo com um pouco de dificuldade. Meus olhos passeiam por todo seu corpo molhado parando em seus lábios.
— Inuyasha – Ela diz meu nome suavemente e eu dou um passo involuntariamente em sua direção. Ela fica parada me encarando com a respiração acelerada.
— Droga! – Empurro a garota pra dentro do banheiro e fecho a porta respirando fundo tentando apagar essa cena da minha mente.
Em menos de 5 minutos ela sai do banheiro com um short e uma regata, o cabelo ainda molhado solto.
— Olha só Inuyasha, você não tem porque vir aqui e agir como se a casa fosse sua – A garota coloca a mão na cintura quando para na minha frente e como se eu estivesse sendo atraído magicamente até ela minhas mãos vão direto para sua nuca e eu a beijo intensamente. Pra minha completa surpresa ela corresponde com a mesma vontade que a minha.
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