When I Saw You.

Aquele com o desejo de aniversário.


POV KOUGA

— Sango! – Eu fico aliviado em vê-la chegar.

— O que foi? – Ela diz se sentando ao meu lado no chão do quarto – Porque está deitado aqui?

— Estou pensando.

— Em? – Ela cruza as pernas me encarando.

— Não sei. Tá faltando alguma coisa aqui ... – Murmuro mais pra mim mesmo.

— Pois é. Se chama Kagome Higurashi, claro e alguns objetos pessoais. – Ela começa e eu bufo irritado.

— Chega disso, você concordou em não falar mais nessa garota. – Eu a olho feio e ela pega a mochila virando seu conteúdo em cima de mim.

— Sabe o que é isso?

Eu olho para os itens sentindo uma nostalgia vaga.

— As cartas da minha avó ... O cordão dela ... Mas o que é isso? – Pego o ursinho vejo que parece estar se desfazendo. Os desenhos em que estou eu e uma garotinha de cabelo escuro desenhados com giz de cera. Pintura de dedos com duas mãozinhas claramente diferentes.

— Isso tudo estava guardado. Eu peguei logo depois de “redecorarem” seu quarto e sumirem com todos os vestígios da amizade de vocês.

— Como eu sei que não foi você que inventou isso? - Me sento fixando meus olhos nos dela. A morena respira fundo antes de responder.

— Porque eu faria isso? Você sente que eu sou sua amiga, mas isso é tudo parte de um plano para nos afastar. Era eu ou a Kagome. Me acharam uma ameaça menor Kouga, use a sua cabeça. – Ela aponta para os desenhos e depois mexe no bolso tirando uma folha de papel bem dobrada – Eu forjei isso também?

Quando eu vejo o conteúdo da folha é a letra de uma música, minha letra.

— Olha o K com o sol no canto. Você fez isso pra Kagome quando brigaram no final do mês passado! Uma semana é o máximo que já ficaram separados desde que se conhecem! – Ela coloca a mão no meu ombro me chamando a atenção.

— Essa letra, o que quer dizer com isso ... ? – Me levanto indo procurar a aliança de noivado que estava junto com as cartas – Espera, se você achou tudo isso onde está o anel de noivado da minha avó?

— Você deu pra garota que realmente amava. E acho que não está no dedo daquela ruiva mesquinha né? – Ela debocha e eu aperto o espaço entre os olhos – Eu sei que não é fácil aceitar. Mas eu estou falando a verdade, estão manipulando suas memórias porque você gostava tanto da Kagome que se sentiram ameaçadas.

— Mas essa garota não gosta de mim dessa forma Sango! Eu vi claramente naquele dia que VOCÊ me obrigou a encontrá-la no parque! Como ela seria uma ameaça a qualquer coisa?!

— Você disse que ficaria ao lado dela independente da decisão, seriam amigos apesar de tudo! Você não vê o quanto ela está sofrendo?! – Minha amiga fecha os olhos com força batendo com os punhos fechados no chão – Eu vou ser ainda mais direta com você. Ela vai se casar em menos de uma semana e depois vai viajar. Não sei quando vai voltar ... Quer mesmo apagá-la da sua vida desse jeito?

Eu não respondo, demora uns cinco minutos até Sango levantar e pegar sua mochila.

— Uma vez eu falei que tinha o dever de te avisar quando estivesse em perigo, mas está ficando cansativo. Cansativo como falar com uma pedra. A decisão é sua, fique a vontade para fazer o que sua intuição mandar – Ela para na porta e se vira pra mim – Ah! E também, se desconfia tanto de mim, é melhor deixarmos a nossa historia no passado também.

A morena vai embora me deixando completamente perdido. Meia hora depois e eu ainda estou deitado no chão encarando o teto.

— Oppa! – Ayame entra no meu quarto tomando um susto ao me ver deitado no chão.

— Eu estou bem, só estou deitado – Não me levanto para olha-la então ela senta de joelhos de frente pra mim.

— Hmm ... você me assustou. – Ela suspira aliviada – Você parece, chateado.

— Acho que briguei com a Sango. – Dizer isso em voz alta me irrita ainda mais.

Ayame sobe em cima de mim ficando com uma perna de cada lado da minha cintura.

— O que está fazendo? – Digo encarando seus olhos verdes. Ela sorri abrindo o botão da blusa mostrando uma lingerie vermelha transparente – Ayame ... eu não acho que devemos ...

— Não. Oppa ... – A ruiva se inclina sobre mim deixando seus seios praticamente no meu rosto. Ela beija o canto da minha boca, depois meu maxilar – Já fizemos isso outras vezes ... – Ela flexiona os quadris contra meu membro despertando meu sangue. Minhas mãos automaticamente vão para debaixo de sua saia alisando suas coxas. Quando a garota beija meu pescoço o mordiscando eu tenho um dejavu intenso. Ela me beija e quando eu aperto sua bunda a pressionando contra meu quadril ela geme em minha boca – Kouga ... – Eu tiro sua blusa em cima do seio esquerdo, eu sei que tinha um sinal. Não tem mais. Acaricio seu seio e ela se inclina pra mim voltando a me beijar vorazmente.

Eu não sinto nada.

—-

Dias depois.

— Porque eu estou aqui? – Eu a olho irritado. Kagome está na minha frente me encarando surpresa. Eu nem ao menos sei como vim parar na casa dela e sua expressão de magoa me deixa agitado, eu sinto como se tivesse uma farpa no meu coração.

— Você veio sozinho? Então não deveria estar me perguntando isso. – Sua voz soa fria – Está bêbado. – Ela fecha o roupão ainda mais porque meu olhar vai direto para o decote tentando ver se é ela a dona do sinal.

— Vim porque quero que me diga quem é você – A garota abaixa a cabeça olhando para o chão – Todos me dizem que eu não te conheço, então porque você não sai da minha cabeça?! Eu sonho com você. Porque te ver magoada me faz eu me sentir tão culpado?! – Eu praticamente grito. Ela coloca a mão sobre o peito e me olha com medo.

O vento frio parece ficar mais forte, algumas folhas caem da arvore que está entre nós. Kagome respira fundo e vai até a arvore colocando a mão bem no centro dela.

— Você gosta de café filtrado com 3 colheres de açúcar. Quando está triste gosta de se esconder no jardim antigo atrás da sua casa. Sua avó foi a mulher que mais amou nesse mundo e perde-la foi a maior dor que você já passou. – Ela faz uma pausa de 5 segundos mas, não se atreve a me olhar – Você é compositor. Geralmente suas músicas são sobre o que sente. Você finge ser durão mas, quando assiste qualquer filme com animais chora horrores. Ah! Também tem muito medo de filmes de terror que geralmente são patéticos.

A morena dá um sorriso triste.

— Você diz não gostar de cantar, mas ser músico era o seu sonho de criança. Você é leal, gentil, caloroso, quando ama alguém protege com a própria vida. Você não mede esforço para ajudar as pessoas, tem um coração tão bondoso que acaba se machucando constantemente. Você foi meu primeiro beijo e meu primeiro amor. Eu fui apaixonada por você, mas era unilateral. Então nos afastamos gradualmente.

Ela evita olhar diretamente pra mim.

— Crescemos juntos sim, sendo amigos desde sempre. Então nos afastamos definitivamente no ensino médio. Naquele dia do baile de primavera, o carro veio em minha direção e por acaso você estava passando por lá e salvou a minha vida.

É isso? Por isso que eu não consegui tira-la da minha cabeça? Eu sei que ela está mentindo.

— É verdade que fomos amigos mas, não somos mais. E a muitos anos. – Ela se inclina fazendo seu cabelo longo pender pra frente – Eu sinto muito que tenha se machucado Hasegawa-kun. O motivo de te incomodar tanto é porque eu agi errado com você. Perdoe-me.

Eu não consigo ver seu rosto. Mas sei que está chorando. O que eu sinto por essa garota não é bobeira. Ela é importante pra mim.

— Você está mentindo. – Minhas palavras saem em um murmuro.

— Obrigada por me salvar novamente e vou garantir em ficar longe de você, assim esse “incomodo” nunca mais voltará. – A garota começa a correr em direção a casa mas eu a chamo.

— Ei, Porque você vai casar com ele? – Não sei por que perguntei isso. Ela para sem se virar.

— Você consegue dizer meu nome, Hasegawa-kun? – Eu tenho que me concentrar para ouvir sua voz tão baixa. Tudo que vejo são seus cabelos negros voando com o vento.

— Você não me respondeu. Porque vai casar com ele?

— Porque eu o amo. Esse não seria o único motivo para se casar com alguém? – Ela pergunta me fazendo pensar em meus sentimentos.

Antes que eu possa falar sobre o meu anel ela entra na casa. Não sei por que estou chorando, eu não sei mesmo.

POV KAGOME

Ele está bêbado. O que eu faço?! PQP. É melhor leva-lo em casa. Coloco uma blusa folgada e um short correndo. Mas nem precisava porque o moreno está sentado encarando a arvore sagrada no meu quintal.

— Vem. – Estendo a mão pra ele que me olha com seus olhos azuis brilhantes – Só vou te levar pra casa.

— Mas eu não quero voltar pra lá. – Suas palavras doem na alma. Ele está chorando, instintivamente eu me abaixo e limpo suas lágrimas cantarolando a música que costumava irrita-lo.

Kouga segura minha mão me encarando. Seus olhos bem arregalados e sua respiração irregular.

— O que foi? – Digo preocupada – Vou chamar alguém pra te levar em casa então. – Tento me levantar mais ele me segura me impedindo de levantar.

— Você que estava cantarolando isso aquele tempo todo? – Ele diz com seus olhos fixos nos meus.

Merda. Ele se lembra da música? Como?

— Vem, vou fazer um café pra você. – Eu o ajudo a levantar e entramos na cozinha. A essa hora todos já foram dormir. Ele senta-se à mesa enquanto eu coloco o café pra passar. Fico o observando olhar para todos os cantos do cômodo como um bichinho assustado. Quando o café passa eu coloco do jeito que ele gosta em uma xícara e coloco na sua frente – Beba. Assim pode dirigir de volta pra casa.

— Não quero. – Sua voz sai manhosa me fazendo rir.

— Toma isso logo. Não me faça te obrigar! – Eu empurro a xícara em sua direção e ele me olha emburrado – Porque bebeu tanto?! Você não costuma ficar assim ...

— Quero esquecer. Quero lembrar. Eu não sei mais o que eu quero – Ele se rende e bebe o liquido quente.

Respiro fundo e expiro me apoiando na mesa.

— Só, continue seguindo. Siga sua intuição. – Dou um sorriso meigo e vejo que ele está caindo de sono. Ele se espreguiça e eu vejo um chupão em seu pescoço. Ele está se divertindo mesmo com a Ayame. Devo estar encarando demais porque ele percebe e coloca a mão sobre a marca – Ah! Me desculpe. – Olho para a mesa constrangida.

Meu celular toca e eu vejo que é o Inuyasha.

— Está em casa? – Ele diz de uma vez.

— Sim. O que houve?

— Vou passar ai pra falar com você. – Olho no relógio e vejo que já passa da 00:00. É meu aniversário.

Kouga está me olhando fixamente e eu não sei quanto tempo ficamos assim. Desde que eu me lembro ele é a primeira pessoa a me dar parabéns e hoje, ele nem sabe que dia é.

— Eu acho que já estou bem pra ir. – Ele diz se levantando e eu seguro minha vontade de chorar. Apenas balanço a cabeça concordando.

Quando estamos na porta da minha casa ele se volta pra mim e me abraça gentilmente me deixando completamente surpresa. Eu demoro um minuto até abraça-lo de volta.

— Porque? – Digo chorando de soluçar.

— Eu não sei. – Sua voz sai em um sussurro – Eu não sei mesmo. – Ele me aperta em seus braços e enterra seu rosto em meu pescoço.

Eu sinto um perfume feminino nele e o afasto limpando minhas lágrimas sem o encara-lo.

— Vá com cuidado e se cuide, ta bom? – Tento fazer minha voz soar o mais firme possível.

— Kouga? – A voz do Inuyasha me chama atenção. E o rosto do moreno que antes eu conseguia ver, agora desaparece.

—-

— Ele conseguiu se lembrar? – Inuyasha diz agitado. Seu rosto está um tanto embaçado mais consigo ver alguns traços.

— Não. Só estava, um tanto perdido – Digo quando entramos no meu quarto – Porque veio aqui? – Cruzo os braços em sinal de defesa.

— Calma garota! Eu só queria te dar isso aqui – Ele pega uma caixinha e abre me mostrando um Cupcake com cobertura em chantilly cor de rosa e confeitos de estrelinhas.

O garoto coloca uma velinha em cima e acende. Ele segura minha mão e me leva até a janela. Coloca o bolinho na minha frente e me encara com seus olhos dourados.

— Minha mãe sempre fazia isso comigo. Ela dizia que se você fizer um pedido na primeira hora do seu dia, ele se realizaria. Faça um pedido. – Eu sorrio deixando as lágrimas voltarem a cair e assopro a velinha nos deixando totalmente no escuro.

Eu respiro fundo tentando me acalmar.

— O que você pediu? – Ele pergunta curioso.

— Não importa. – Dou de ombros me afastando da janela desviando entre as caixas da mudança.

— Bom, oficialmente você agora é adulta e pode fazer o que quiser, então, não se case amanhã. – Ele diz me seguindo pelo quarto.

— Relaxa, não vou perturbar você enquanto estiver lá, na verdade. Vou viajar logo depois de assinarmos os papeis.

— É isso que você acha? Que vai me perturbar? – Ele diz magoado - É por isso que você nem consegue mais me olhar nos olhos?!

— Obrigada por vir Inuyasha, de verdade. – Abro a porta do quarto e ele a fecha de volta me prendendo contra ela.

Meu coração dispara no mesmo instante, eu nem mesmo tento me soltar. Ele definitivamente é minha kriptonita.

— Inuyasha ... Não faça nenhuma idiotisse. – Eu digo com os olhos fechados. Não ver o rosto dele mesmo com essa proximidade é assustador.

Ele me beija intensamente e eu correspondo com desespero. Estou fugindo dele a mais de um mês e a partir de amanhã não vou poder estar com um homem por pelo menos 6 anos, e nunca mais vou poder estar com ele já que uma vez casada com o Sesshoumaru sendo arranjado ou não, isso seria ... estranho demais.

Interrompemos o beijo por falta de ar e quando eu abro meus olhos consigo vê-lo. Consigo ver o garoto que amo me encarando intensamente.

— Como pode me beijar desse jeito e ainda assim casar com meu irmão? – Ele diz receoso.

— Você sabe que não é escolha nossa. – Sou incapaz de desviar o olhar dele. Eu seguro seu rosto entre as mãos – Me conceda um desejo essa noite e quando amanhecer, voltaremos a nos odiar como sempre.

— O que você deseja? – Sua voz sai incrivelmente grave me fazendo ficar arrepiada.

— Me ame. – Fixo meus olhos nos seus entrelaçando meus braços em seu pescoço – Apenas, me ame Inuyasha.

Vejo seus olhos escurecer no mesmo segundo em que os fixa em meus lábios. Ele me beija levemente, descendo seus beijos pelo meu maxilar, pelo meu pescoço, chegando até a base da regata que eu tiro prontamente a jogando em meio as caixas. Eu não espero e tiro sua blusa em seguida admirando seu corpo bem torneado. Pelo menos por essa noite, eu serei sua.