When I Saw You.

Aquele com o acidente.


POV KAGOME

Canto como nunca cantei na vida, esqueço toda rixa com a Kikyou, esqueço todos os problemas com o casamento, me concentro no meu sentimento, no meu coração, deixando ser iludido pelo tempo que ainda resta da canção.

'O seu cheiro derretendo na ponta do meu nariz, faz desabrochar o amor

E quando ele preencher você, você verá a mim repleta de brilho?

Espero que não me veja parcialmente.'

Noto que Inuyasha se aproximou do palco mas, sem a Kikyou. Vejo Sango bem na lateral e meu sorriso se alarga.

'Mesmo que o seu outro 'eu' não diga, é possível que eu sinta, pelo fato de ser você?

Desde o começo eu estive te amando, e é só você o meu único desejo.

Você sabe de tudo isso?'

Vejo a Kikyou atrás da Sango, vermelha de raiva.

' Temos o mesmo sonho todos os dias.

Envolvida em seus braços, eu adormeço.'

Seguro o microfone e me aproximo da margem do palco, ficando bem mais próxima do garoto de cabelos platinados.

'Só vejo você e o seu outro 'eu'.

Estou apaixonada por você.

Chegue um pouco mais perto.

Você ficará ao meu lado para sempre?Segure as minhas mãos.

Amo você.'

No momento em que a música acaba os casais aplaudem na pista de dança, assim como todos que estavam assistindo. Sango corre até mim pegando o microfone.

— Isso mesmo senhoras e senhores, Kagome Higurashi! - Seguro a mão dela e a puxo para fora do palco, faço questão de confrontar o cisne branco.

— A Sango iria cantar. Nunca pensei que você roubaria o momento de sua melhor amiga. - Ela fala como se eu tivesse enfiado uma faca na Sango.

— Eu disse pra ela cantar no meu lugar. Nós todas sabemos que ela deveria ter ganhado. - Sango dá um passo a frente, ficando mais perto dela.

— Eu planejei cada detalhe desse evento, vocês são ajudantes que devem seguir o planejamento que EU fiz. - Ela dá ênfase a palavra e encara a Sango que no momento está bem mais alta por conta do salto.

— Você roubou a fantasia dela, a trata como se fosse inferior a você quando na verdade é uma pessoa muito mais elevada. Na minha opinião, você deveria pedir desculpas a ela.

— Ah claro, porque se não você vai fazer o que? - Ela dá um sorriso cínico, e eu entro na frente da Sango.

— Kikyou. Obrigada por me fazer sair da minha zona de conforto. A partir de hoje as coisas serão bem diferentes entre nós. - Dou meu melhor sorriso e puxo minha amiga de volta para a festa.

Ao voltar a quadra, respiro fundo tentando me acalmar. Sango está animadíssima ao meu lado.

— Não acredito que você falou daquele jeito com aquela vaca, acho que você já pode entrar no ringue com ela - Ela bate palma pra mim o que me faz rir.

Quando voltamos a quadra Kouga está organizando as novas partituras, ele vai cantar agora.

— Vamos, ele também vai trolar aquela vadia – Seu sorriso de satisfação é contagiante. Eu a abraço de lado.

— Obrigada. – Ela suspira aliviada.

— Senti sua falta, sentimos demais mesmo – Quase me faz chorar – Agora não, vamos ver o Kouga dar um show naquele palco! – Ela me arrasta pra pista quando ele já está tocando os primeiros acordes.

‘aju jogeum dareul ppuninde

Você é apenas um pouco diferente

mal moshago chama wassdamyeon

Se você não conseguiu falar isso e o segurou

deo isang umcheurijin ma

Não segure mais’

A musica é animada e todos dançam no ritmo, mesmo de salto sango está pulando dançando com Miroku bem na frente. Eu apenas observo meu amigo cantar com uma sensação calorosa no peito.

‘neomu jakgo waesohadago

Se eles te tratam mal

hamburo neol musihandamyeon

Por ser pequena e anã

ijeneun neoui himeul boyeojwo

Lhes mostre a sua força agora

eurachacha gwiyeoun cheonhajangsa

uma fofinha forte

geu nugudo mageul su eopsne

Ninguém pode detê-la’

Ele sorri pra mim e se abaixa em minha direção com sua guitarra tocando enquanto canta.

‘himeul nae syupeo pawo geol

Tenha força, menina super poderosa

deo isang mangseoriji ma

Não hesite mais

jiguui pyeonghwareul wihae

Pela paz do mundo

oneuldo dallyeoga

Corra de novo hoje

himeul nae syupeo pawo geol

Tenha força, menina super poderosa

deo isang jujeohaji ma

Não hesite mais

mujeogui pawol boyeojwo

Lhes mostre o seu poder invencível

on himeul dahae

Com toda a sua força’

Sango chega me abraçando com Miroku a tira colo. Kouga vira pra ela e lhe estende a mão. Ela pensa por um segundo antes de segurar e subir para o palco. Onde ele lhe entrega sua guitarra.

— Agora sim! – Eu grito para o Miroku que parece confuso.

Ela começa a tocar o solo deixando o garoto boquiaberto. Ele parece hipnotizado pela garota vestida de Jessica Rabbit arrasando em um solo de guitarra super difícil (BEM DIFÍCIL MESMO!)

— O que ela não sabe fazer? – Ele diz e eu só dou de ombros dançando.

‘ttaeroneun chaja ol seogeulpeun hyeonsildo

Então você pode rir levemente mesmo

gabyeopge useoneomgil su issge

Quando a triste realidade vem às vezes

hajiman arajwo uriga gidarin

Mas saiba isso, fique do jeito que você é

geu moseup geudaero isseojwo

É o que esperamos

himeul nae syupeo pawo geol

Tenha força, menina super poderosa

deo isang jujeohaji ma

Não hesite mais

mujeogui pawol boyeojwo

Lhes mostre o seu poder invencível

on himeul dahae

Com toda a sua força’

Kouga termina a musica com a Sango no palco e todo mundo parece adorar. Ela o abraça e só agora vejo que a Ayame está com uma cara bem feia olhando tudo no canto do palco. Grito junto com todos pedindo mais, porem eles se despedem e descem do palco.

— O que foi? – A morena diz para o Miroku que a está encarando.

— Acho que ele ta sem fala – Digo pra ela que ri – Eu falo por ele, você estava incrível garota!

Ela olha para o Kouga que está mexendo no celular. Eu me aproximo dele e olho, mensagens da Ayame falando da Sango. Que ridículo, na boa.

— Você também estava ótimo garoto que não canta. – Ele me olha com um sorriso tímido.

— Se eu não fizesse isso ela não faria sozinha – E quando olhamos para Sango ela está aos beijos com Miroku nos dando um susto.

— Vamos? – Digo pra ele que concorda no mesmo segundo. Sentamos na arquibancada com um copo de ponche.

— E ai? Vai me atualizar? – Digo pra ele que já sabe o que estou querendo saber.

— Ela acha que é um namoro. Eu não.

— Mas ter ciúme da Sango é ridículo, sabe que eu adoro Ayame-chan mas isso é meio absurdo. – Ele respira fundo encarando seu copo – OMG, eu to errada? Eu já pensei que você gostava dela, mas não acho mais isso.

— Você é muito burra as vezes – Ele diz me olhando com seus olhos azuis claros.

— Hoje eu to escutando muito isso – Dou um gole no ponche de frutas não alcoólico – Eu precisava de algo mais forte e mais quente pra dizer a verdade – Dou uma risada sem jeito.

— E você? – Ele diz suavemente – O que tem pra me dizer?

— Bom, em menos de 6 meses eu fui obrigada a me tornar noiva de um cara que nem conheço, virei escrava da Kikyou e ainda me apaixonei pelo não só namorado dela como irmão do meu "noivo", minhas notas estão indo de mal a pior por mais que eu estude e ainda to sendo perseguida por um babaca querendo vingança contra sei lá o que que não querem me falar. Claro, tudo isso dedução minha. – Quando olho para o moreno vejo que me olha como se eu tivesse enfiado uma faca em seu peito – Desculpa, eu nunca falei isso com ninguém ... Pode ser só paranóia minha mas ... sei lá.

— Está apaixonada por ele? – Ele repete desviando seu olhar de mim e é como se surgisse um muro entre nos.

— Não. Talvez. Eu não sei. Eu nunca me apaixonei por alguém ... de verdade. – Balanço a cabeça tentando ter coragem de dizer a verdade. Kouga ...

— Desculpa, eu tenho que ir. – Ele diz se levantando e correndo para a saída. Eu me levanto em um salto e tento acompanhá-lo mas vejo Inuyasha saindo logo atras dele pela portaria da quadra.

POV INUYASHA

— Hey, Kouga. - Grito até ele parar na portaria principal.

Começou a chover e as luzes do estacionamento brilham como esferas de luz.

— O que você quer Inuyasha? - Ele para de costas e posso sentir a raiva em sua voz, sua fantasia é bem bizarra no atual contexto.

— Você deveria contar a ela. - Kouga não responde e eu continuo - Conte a ela o que sente. Ela pode, sentir o mesmo.

— Você só pode estar de sacanagem comigo. - Ele vira e me encara

.- Eu sei que não nos suportamos mas, acho que ela tem o direito de saber. - Tento falar da maneira mais simpática possível.

— Ela não me vê assim, se eu falar algo sobre meus sentimentos, só vou afastá-la. E você sabe bem disso. - Sua ultima frase sai em um grunhido - Ele merece alguém melhor do que você.

Eu não respondo. Não posso bater nele por dizer a verdade.

— Você nem ao menos sabe o quão incrível ela pode ser. - Ele respira fundo - Tudo que você vê é uma garota parecida com a SUA garota.

— Escuta - Eu me aproximo um pouco mais dele o que faz ele ajeitar a postura esperando um ataque - Quando eu entrei nesse colégio, eu fazia tudo errado, entrava em várias furadas e fazia isso apenas para irritar meu irmão. - Ele respira fundo de novo e eu continuo - Um dia, eu estava me escondendo do diretor e acabei atrás da sala de música, quando o tumulto dos garotos e do diretor correndo atrás de mim passou, eu pude escutar uma garota cantando ao som do piano. E naquele momento eu senti como se capturassem todos os meus sentidos.

— O que você quer dizer com isso? - Ele semicerra os olhos pra mim.

— Eu olhei pela janela e vi uma garota de cabelos pretos e longos cantando e me apaixonei perdidamente por aquela paz que eu senti ao escutá-la cantar.

— A Kikyou não canta... então você viu a Kagome. - Seus olhos se arregalam, ele se perde por alguns segundos e volta a me fitar.

— Eu decidi que tinha que conhecê-la e para isso não poderia ser expulso. Comecei a me dedicar aos meus estudos e fiquei procurando por ela em todos os lugares. Ate encontrar a Kikyou e me esforçar até ela me aceitar como seu namorado.

— Como você pode confundi-la com a Kikyou? - Ele dá um risada baixa balançando a cabeça.

— As duas usavam o cabelo da mesma forma naquela época e também, eu só consegui escutar direito a voz. eu sempre estranhei não ver a Kikyou cantar como no dia em que a vi pela primeira vez.

— Olha, é muito fácil você jogar tudo pro alto agora e dizer que se apaixonou pela Kagome. Eu não acredito em você. - Kouga dá as costas pra mim e já marcha para saída.

— Eu gosto dela. Por quem ela é, eu já gostava antes de saber que era ela cantando naquele dia! - Kouga para e eu continuo - Ve-la cantar só confirmou o que eu pensei naquele dia quando a vi.

- Gostar e amar são coisas bem diferentes. Você deveria saber disso. - O moreno diz com a voz baixa.

Por uns segundos tudo que eu escuto é o barulho da chuva.

— Quando a Kikyou está irritada ela tende a fazer coisas ruins consigo mesma. Eu não posso deixá-la, não posso. - Ele me fita esperando eu continuar - Tem um cara ai fora literalmente caçando a Kagome e eu não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo.

— Você quer que eu cuide dela. - Ele passa a mão no cabelo, nervoso.

— Eu sei que você é o único em que posso confiá-la. - Minhas palavras saem com dificuldade. Isso está me tornando vulnerável demais - Eu sei que posso contar com você para protegê-la.

—-

Vejo a Kikyou andando no estacionamento na chuva e corro até ela. Ela está chorando, e não me olha nos olhos. Eu a abraço.

— Sai daqui! SAI! – Ela tenta me afastar mais eu a seguro quando ela finalmente me abraça eu vejo que na portaria Kouga assiste a cena. Eu a levo até o carro, saindo daquele lugar.

POV KOUGA

— Você ouviu tudo? – Sei que ela estava atrás no escuro.

— Só um pouco. – Kagome se aproxima, se abraçando como se estivesse congelando. Tiro minha capa e a coloco nela – Tem alguém me perseguindo. No fim das contas eu tinha razão.

Ela não toca no assunto em que ele Inuyasha disse que não pode deixar a Kikyou e eu não me atrevo a tocar também.

— Você não precisa fazer isso. – Ela diz me tirando de meus pensamentos – Eu sei me cuidar. – Ela me dá um soquinho no ombro para parecer bem. Mas eu a conheço melhor que si mesma, está de coração partido assim como eu. Uma lagrima desce pela bochecha dela inconscientemente e eu a limpo antes de chegar ao seu queixo.

— Boba. – É a única coisa que consigo dizer e ela sorri pra mim, acaricio o topo de sua cabeça como um cachorro e ela acaba deixando fluir as lagrimas, ela está chorando por ele e isso me faz odia-lo ainda mais – Eu estou aqui, sempre vou estar aqui. – Toco seu pingente de chave.

— A festa já está fluindo – Ela olha no relógio e já passa das 10:00 – Vou pra casa.

— Eu vou com você. – Digo e ela só concorda com um gesto de cabeça.

Saímos para o estacionamento, a chuva está fininha e ela está mandando uma mensagem para Sango a avisando que estamos saindo quando vejo um farol alto vindo em nossa direção muito rapidamente. Eu só consigo ver a luz se aproximando e em um reflexo rápido empurro Kagome com toda minha força. Em um segundo sinto uma dor excruciante e no segundo seguinte não sinto mais nada.