When I Saw You.

Aquele com a química perfeita. (Soft Hot ~


Faço um café da manhã reforçado para eles. Preciso contratar uma governanta agora já que vou ficar todos os dias aqui.

Eu sempre me virei na cozinha, mas ninguém precisa saber. Deixo tudo na mesa da cozinha e vou acorda-los.

— Levanta! – Dou um tapa na cabeça do meu meio irmão que leva um susto. Eu seguro sua orelha para que não grite – Quietinho.

— Seu desgraçado – Ele diz entredentes se desvencilhando de mim. Acordo os outros dois de uma forma mais educada e os chamo para tomar café.

—-

— Uau, o que é isso tudo? – Sango diz me olhando boquiaberta – Não creio que você fez isso!

— Há! Ele nunca faria uma coisa dessas. – Inuyasha diz já se sentando na mesa colocando um prato com ovos mexidos e bacon. Eu lhe dou outro tapa fazendo engasgar.

— Comam, se não irão se atrasar. – A menina olha para o moreno como se estivesse esperando alguma resposta dele.

— Vamos ficar com ela hoje. Acho que é o melhor a fazer. – Kouga diz cruzando os braços. Ele está desconfiado de alguma coisa.

— Eu vou trabalhar em casa hoje, ela não ficará sozinha. – Eu mantenho meus olhos fixos nele que me encara como se eu fosse alguma coisa indecifrável.

— Podemos voltar depois da aula ... – Sango diz puxando o garoto para a mesa – Você tomou muita chuva ontem. Tem que comer. – Ela coloca um copo de suco de laranja na frente dele que suspira rendido – Ah! Isso não foi um pedido Sesshoumaru. Só pra constar.

Ela dá um sorriso forçado pra mim e eu sei que a Kagome contou tudo a ela.

— Suas roupas estão lá em cima, no quarto de hospedes. – Digo secamente.

— Como assim? – Ela pergunta divertida.

— O uniforme da Kagome cabe em você – Aponto pra ela – E o do Inuyasha em você. – Aponto para Hasegawa que me ignora completamente.

— Quem te deu permissão pra mexer nas minhas coisas?! – Inuyasha diz com a boca cheia e eu apenas saio da cozinha o escutando gritar comigo – VOLTA AQUI SEU MALDITO!

Volto para ver se a Kagome acordou. Ela continua dormindo tranquilamente, eu consigo ver um leve sorriso em seu rosto. Tudo isso por causa daquele garoto?

Não resisto e puxo sua perna para acorda-la. Ela não vai ficar com esse sorrisinho no rosto mesmo!

— Hmmmm .... – Ela se espreguiça abrindo os olhos com dificuldade – Heey ... Kouga ...

— K-O-U-G-A não SESSHOUMARU. – Eu digo pausadamente a fazendo despertar em um salto se sentando na cama me encarando assustada – Bom dia pra você também.

Eu encaro seus olhos escuros, ela parece um gatinho assustado toda amassada entre as cobertas.

— Sesshoumaru. Não devia estar trabalhando? – Ela diz séria, fazendo um coque com o cabelo que quase não segura devido ao tamanho.

— Você está me expulsando da minha própria casa? – Eu praticamente rio.

— Não, estou te expulsando desse quadrado que é meu quarto! – Ela fica de joelhos na cama me olhando irritada e vejo que está bem.

— Continua sendo a minha casa! – Eu a encaro com um sorriso debochado – ACORDO PRÉ-NUPCIAL SRT. HIGURASHI! – Digo em alto e bom som pra ela ficar ainda mais irritada.

— Então agora eu voltei a ser a Srt. Higurashi?!

Nesse momento Kouga aparece com um copo de suco na mão e o uniforme na outra. Ele nos olha como se estivesse vendo uma cena completamente surreal e eu retomo minha postura me afastando da cama.

Ao vê-lo percebo que ela hesita um instante. Está com medo de ser rejeitada.

— Bebe de uma vez ... Vitamina C. – Ele se aproxima da cama sentando ao lado dela que bebe o liquido em questão de segundos.

Eu reviro meus olhos quando ele faz carinho no topo da cabeça dela e ela sorri docemente.

— Ainda me odeia? – Ele pergunta pra ela que balança a cabeça negando largando o copo vazio em cima da mesinha de cabeceira se jogando em cima dele, abraçando seu pescoço. Ela sussurra alguma coisa no ouvido do garoto que me fita dando um sorriso a abraçando de volta.

Eu não estou com ciúmes de um adolescente. EU NÃO ESTOU COM CIUMES DE UM ADOLESCENTE. Repito pra mim mesmo já que tem que gostar de alguém pra ter ciúmes.

— Você vai se atrasar. Melhor ir embora. – Eu indico a porta com a cabeça e ele ri. Kagome ainda não o soltou.

— A Sango está no banho. – Ele diz divertido.

— Sabia que temos outros banheiros? Posso lhe mostrar pelo menos 4 pra você escolher. – Eu respiro fundo tentando soar despreocupado.

— Pode usar esse aqui, vai lá. Vou fazer o nosso trabalho e te mando por email como havia dito – Ela se afasta dele apenas o bastante para fita-lo.

Ele nega com um gesto de cabeça.

— Hoje você vai descansar. Podemos fazer amanhã, vou falar com o professor ... Quando eu sair venho te ver. – Ele dá um beijo na ponta do nariz dela que se surpreende. Em seguida ele entra no banheiro.

— Kagome. O que – Quando eu a viro ela está chorando. Chorando de verdade. As palavras somem da minha garganta e ela me olha emocionada.

Ela seca as lagrimas com as mangas longas do pijama.

— Ele sempre fazia isso comigo antes. – Ela sorri entre as lagrimas e toda minha raiva é substituída por um sentimento que faz meu estomago revirar. Eu não sei o que é isso, eu nunca a vi sorrir assim desde que estamos casados.

POV KAGOME

Eu não consigo me despedir deles antes que saiam. Tomo um longo banho quente e coloco uma roupa bem folgada. Parece que o frio não sai de mim.

— Onde eu estava com a cabeça ontem? – Murmuro pra mim mesma andando pela grande casa fantasma.

Passo por um cômodo que me chama atenção. Tem um violão, violoncelo, violino, piano, flauta, guitarra. Parece uma loja de instrumentos musicais.

Entro maravilhada.

— Meu Deus. – Digo incrédula. O piano é igual ao que tinha no apartamento em Londres. Mesmo sem virar eu consigo sentir os olhos dele em mim – Porque não me falou disso?!

— Eu não tenho que fazer um tour com você pela MINHA casa. – Sua voz soa debochada demais até mesmo pra ele.

— Eu que deveria estar furiosa com você! – Passo a mão pelo piano que está bem afinado para minha surpresa.

Um calafrio passa por mim e eu me abraço tentando me esquentar. Em questão de segundos sinto seus braços me abraçarem por trás. Ele se inclina enrolando minha cintura e encaixando seu rosto na curva do meu pescoço.

— Eu estou furioso com você. – Suas palavras saem em um sussurro contra meu pescoço. E eu me apoio no piano.

— Por quê? – Ele me aperta mais – Por quê?! – Ele não responde então eu continuo – Eu não vou ser mais uma filha pra você criar, então continue fazendo o que estava. Não se importando comigo. – Essa ultima parte sai baixinho.

— Eu nunca te vi como uma filha! – Ele me vira de frente para si – Isso soou tão pejorativo que você não tem ideia! – Ele parece tão ofendido, talvez até enojado, que me dá vontade de rir – Nunca mais diga isso.

Eu suspiro rendida. Porque não consigo ficar com raiva dele? Seus olhos amarelos me encaram e eu sei que ele quer dizer alguma coisa, mas não consegue.

— Vem aqui. – Eu seguro sua mão o puxando para sentar ao meu lado de frente ao piano. Começo as notas bem devagar. Minha voz soa mansa nos primeiros versos.

‘You're just too good to be true

Você é bom demais para ser verdade

Can't take my eyes off you

Não consigo tirar meus olhos de você

You'd be like heaven to touch

Você seria como o céu para tocar

I wanna hold you so much

quero tanto abraçar-te

At long last love has arrived

Finalmente, o amor chegou

And I thank God I'm alive

E agradeço a Deus por estar vivo

You're just too good to be true

Você é bom demais para ser verdade

Can't take my eyes off you

Não consigo tirar meus olhos de você

Começo a tocar mais rápido e ele me olha segurando o riso com a minha interpretação exagerada.

‘I love you baby

Eu te amo, amor

And if it's quite all right

E se estiver tudo bem

I need you baby

eu preciso de você bebê

To warm the lonely nights

Para aquecer as noites solitárias

I love you baby

Eu te amo, amor

Trust in me when I say

Confie em mim quando digo

Oh pretty baby

Oh bebê lindo

Don't bring me down I pray

Não me derrube, eu rezo

Oh pretty baby

Oh bebê lindo

Now that I've found you stay

Agora que eu achei onde você está

And let me love you, baby

E deixe-me te amar, querida

Let me love you

Deixe-me te amar’

Quando termino, meu marido com prazo de validade está rindo baixinho. Eu esbarro meu ombro no dele.

— Um belo show, pode falar! – Ele revira os olhos com um sorriso no rosto.

— Frank Sinatra? Diga-me que cantou isso porque acha bonito, não porque me acha velho. – Ele estreita seus olhos pra mim e toda raiva entre nós se esvai.

— Hmmmm, claro que não Oppa, essa música tem tudo a ver com você! Afinal você é O GRANDE SESSHOUMARU! Bom demais pra ser verdade. – Eu digo em tom zombeteiro e ele me belisca – Ai!

Eu rio e ele me fita intensamente.

Engraçado, o frio passou.

— Eu realmente gosto de Frank Sinatra. Um clássico é um clássico. – Dou de ombros desviando o olhar passando a mão pelo cabelo nervosamente.

POV SANGO

— Eu não sou a Kagome, vai demorar pra voltarmos a ter o que tínhamos antes. – Digo sentada no lugar dela próximo a janela.

— Eu sei, me desculpe. – Kouga me cutuca tentando me chamar a atenção.

— Eu tentei te ajudar, tentei te falar quem era aquela piranhazinha que você está noivo, tentei ser sua amiga e você me chutou pra escanteio! – Eu respiro fundo entediada - Kouga, você passou por muita coisa, eu entendo, mas a partir do momento que você decidiu continuar com essa mentira, eu juro, que fiquei muito chateada. Aquelas mulheres são tão más que se ficarem no mesmo lugar por muito tempo, algum lugar do espaço tempo implode!

Ele deita a cabeça na mesa me fitando com seus olhos azuis cristalinos.

— A Kagome precisava de você, por isso fiz o que fiz. A propósito, você não acha que ela e o Taisho estão muito íntimos? – Ele pergunta estreitando os olhos pra mim - Ela parece confiar nele, o que é bem estranho ...

— Ela também passou por muita coisa! E enquanto eu estava tentando te ajudar, o Sesshoumaru que estava ajudando ela! – Eu deito na mesa virada para o moreno – Você estava mesmo mentindo o tempo todo?

Ele balança a cabeça confirmando. Deve ter sido muito duro também.

— O que vai fazer agora? Ainda vai pro exterior ano que vem? – Pergunto.

— Não sei. Não sei mais de nada. Eu estava fazendo tudo que aquela megera mandava ... Eu vou ter uma conversa séria com meu pai. Não acho que ele tenha participado disso ... – Ele diz pensativo.

— Kouga, você sabe quem te atropelou?

— Não .. Na verdade não lembro de muita coisa daquela noite, muito menos se vi quem estava no carro. – Eu engulo em seco. Se eu falar pode causar conseqüências extremas.

— Vou te dar um conselho, como alguém que realmente gosta e se importa com você. Se afasta da Ayame, converse com seu pai e faça o melhor por você. – Meu amigo apenas me encara fixamente – Talvez seja melhor você ir mesmo estudar lá fora.

Ele desvia o olhar. Eu prefiro que ele vá pra longe do que fique perto , preso em um ninho de cobras.

—-

Estou indo para o almoço quando alguém me puxa para a sala do zelador. Pelo seu perfume eu já sei quem é.

— Miroku. – Suspiro pesarosamente.

— Você sumiu, fiquei preocupado – Ele mantem uma distancia entre nós. O que é bem estranho – Onde esteve? – Sua expressão é tão seria que me sinto culpada.

— Kagome precisou de ajuda ...

— E porque não me chamou? Passamos um dia maravilhoso algumas semanas atrás e desde lá você só me evita! – Seus olhos escuros estão magoados. Eu sinto um calafrio subir pela minha espinha.

— Só por isso temos algo especial? Por favor, eu já disse que foi só um dia. – Nem eu acredito em mim.

— Não foi só um dia – Ele coloca o braço ao lado da minha cabeça me encurralando contra a parede – Aquilo não foi só sexo Sango. Você está com medo! Eu pensei que fosse mais corajosa consigo mesma.

Eu engulo seco. Ele se inclina de modo que nossos olhos se alinhem. Meu coração palpita.

— Você não quer começar uma coisa para estragar aquelas lembranças ... – As palavras saem com dificuldade não consigo pensar em uma sala escura e trancada com esse garoto.

Ele me beija suavemente deixando meu corpo em chamas. Ele não encostou um dedo em mim e mesmo assim parece que está marcado em toda parte.

— Isso não vale a pena? – Miroku beija meu queixo, em seguida abaixo da linha do maxilar – Se você disser que não quer isso mais uma vez eu te deixo em paz, mas tenha em mente, que é pra valer.

Eu fecho meus olhos sentindo ele pressionar meu corpo contra a parede. Sua mão sobe pela minha coxa afastando as minhas pernas o suficiente para ele me tocar lá onde eu o mais quero.

Encosto minha cabeça em seu ombro abafando um gemido.

— Não precisa nem dizer. – Ele me beija enquanto me acaricia por cima da minha calcinha completamente encharcada engolindo cada gemido meu. Misericórdia! Eu quero esse garoto, aqui e agora.

— Miroku – Eu digo e ele me ergue pelas pernas esfregando sua ereção em meu nervo sensível, eu flexiono meu quadril acompanhando seus movimentos enquanto nos beijamos intensamente tentando conseguir algum tipo de alivio para toda essa tensão – Alguém pode nos ouvir – Mordo meu lábio inferior tentando conter meus gemidos me agarrando a ele quando ele passa a se esfregar com mais força criando um atrito delicioso entre nós – Ahhh! – Ele me beija novamente e eu gozo gemendo em seus braços.

O garoto encosta a testa na minha mantendo seus olhos presos aos meus. Eu continuo sentindo seu membro duro feito pedra contra mim. Minha respiração ofegante o faz sorrir.

Aquele maldito sorriso safado de puro orgulho porque sabe que me tem em suas mãos, literalmente.

Não apenas meu corpo, mas provavelmente, meu coração.