What? Surprise?

Quando esse povo quer, faz direito


Runo P.O. V

Não acredito que esse bando de manés fizeram tudo isso pra mim. Eu sou foda, tenho minha própria festa surpresa, me invejem eu deixo... Agora entendi o motivo da reforma do restô que meus pais fizeram no mês passado. Espertinhos eles hein... Mas porque diabos eu não sou esperta também?

Ainda vou descobrir isso...

Já cumprimentei umas cem pessoas desde que tudo foi explicado, também não é pra menos, Julie foi quem entregou os convites então deve ter até gente do outro mundo aqui. Mas agora, deixa a aniversariante aqui sentar, porque correr atrás do Kuso até aqui de salto não é pra Runo Misaki. Não mesmo!

Lembrem-me de agradecer a ‘mamis por ter trazido um par de sapatilhas na bolsa dela.

MÃE EU TE AMO, SUA LINDA!

Todavia, o que eu realmente to ansiosa é para abrir os meus queridos presentes. Dei uma passadinha ali na caixa onde eles ficam guardados, e vou te contar, ela ta cheia... Isso é ótimo. Mas só depois da festa que vou poder mexer neles.

MÃE MEU AMOR POR VOCÊ TA DIMINUINDO POR ISSO... Brincadeira gente.

Joguei o par de scarpins num canto da parede, me levantei, acostumando-me com os novos sapatos, e comecei a andar até que eu avisto o paraíso a minha frente.

Não, ainda não é o Zac Efron... Ano que vem eu peço ele de presente...

Enfim, luz dos deuses mais musiquinha do “Oooooh” produção.

Sim, eu to falando dessa mesa maravilhosa lotada de comida de todo o tipo que você possa imaginar. Salgadinhos, docinhos, sem falar do biffet ali do lado, strogonoff, sushi, macarronada, purê de batata e...

FRANGOOOOO! - Sem recalque Sam Puckett.

Bom, deixa-me checar são 22h11min e eu não comi nada desde aquele miojo mais cedo. Vocês sabem o quanto isso é grave?

Eu poderia estar engordando ali naquele biffet lindo, cheiroso e com certeza delicioso mas NÃO. Minha tia Anne me puxou para a ala das fotos, e adivinha quem era o fotografo? Isso aí gente linda, era meu querido pai.

Já vi que isso aqui vai demorar...

[...]

Depois me perguntam o porquê de eu não ser fotogênica. Ainda não entendo como as celebridades conseguem aguentar esse flash cegante milhares de vezes. Tirar foto com todos esses parentes haja paciência. Esse povo não sabe o que quer da vida.

“Essa pose não” “Fulano sem gracinha” “Aí, fiquei horrível, outra”.

Ah, ‘frescurentos.

O mais legal mesmo foi tirar fotos com a turma do barulho, cada careta/pose que Dan, Mira e Julie faziam... A alta resolução não merece ver isso... E sem esquecer a foto com os meus pais, foi meia hora só pra tirarem o xodó do meu pai de suas mãos...

Me pego pensando... Se nossa casa pegasse fogo, quem ele salvaria: Eu ou a maldita câmera? Eis a questão.

E que fique bem claro, eu não estou com ciúmes de um objeto, ok?

A foto ficou like a família feliz e civilizada, só que não. Vocês nos conhecem muito bem pra saber que nós não é assim. Ser normal pra que né?

De um lado do salão vi uma mesa, com um álbum em cima da mesma, e vários indivíduos escrevendo nele. Com certeza, deve ser o famoso “Recadinhos” que minha mãe estava falando há uns dias atrás. Só quero ver a baboseiras que o pessoal vai escrever lá.

O que eu gostei do livro é que ele é roxo, tipo MINHA COR PREFERIDA. Farei de tudo pra me casar de roxo, e mais pra frente passar essa cor linda na cultura dos meus filhos, anotem aí.

Sonhar é de graça mesmo.

Acabei aquela sessão de fotos, só quero ver se o meu cachê vai ser bom viu, e fui andando apressadamente em direção ao frango. Mas sempre tem alguém pra atrapalhar, ô vida chata.

- Runo, será que eu poderia falar contigo? – perguntou-me Dan parando em minha frente.

- Desculpa, mas se eu não comer agora, eu não passo dessa noite – falei fazendo uma careta. Nem pense em dizer que eu fiz drama, não sei o que seria de mim sem a comida.

Ele olhou para baixo, mas logo levantou a cabeça dizendo um “tudo bem” e saiu de cena. Não entendi nada e vocês?

Peguei meu prato, mais os talheres e fui pra mesa me servir. Enchi o prato, ignorando os comentários desnecessários da tia Anne, como por exemplo, que eu sou muito gulosa, e fui me sentar.

Prepare-se estômago, delícias a caminho!

[...]

Acho que nunca comi tanto na minha vida... É só acho mesmo, sabe minha memória não ajuda muito.

Um garçom veio e recolheu o meu prato, e eu fiquei ali terminando minha Coca-cola, enquanto olhava pra pista de dança. Estava tocando alguma eletrônica aí, que eu nem sei o nome, mas a batida da música é ‘foda.

Se eu não estivesse na minha digestão básica, eu até iria lá, mas cadê a disposição? Sumiu junto com a comida que estava no prato.

É vou mofar um pouquinho aqui.

...

‘Af, não consigo ficar parada sem nada pra fazer ou alguém pra conversar... Ah, foda-se, vou ir dançar mesmo.

Deixei o copo depositado na mesa e caminhei em direção das minhas amigas. Até Alice estava no requebrado ali, gente. Começou a tocar Slow Down da Selena Gomez, e tipo eu AMO essa música. Aliás, todas as faixas do Star Dances são demais.

Cheguei perto das meninas já gritando que nem louca e comecei a dançar junto a elas.

YEEEEEEEEEEEAH BABY SLOW DOWN THE SOOOOONG!

No meio da música percebi que Mira estava numa conversa séria com Dan, o que será que o mané aprontou? Só consegui ver quando ela o empurrou pra...

Pelo amor, esse povo dançando colado dificulta a circulação/visão por aq... Viu? Até trombei em alguém.

- Ishi, ta me perseguindo Kuso? – perguntei ao identificar em quem tinha esbarrado. Hum, ele queria falar alguma coisa comigo ah uns minutos atrás, o que será que era? Anteninhas da curiosidade fazendo bip aqui.

Ele fez uma cara de “não entendi porra nenhuma”, aí lembrei que a música ta alta e ninguém aqui têm ouvido biônico. Peguei sua mão e o puxei dali, fomos pra parte onde as mesas dos clientes ficam, porque o salão é uma parte separada sabe.

Sentei no balcão mesmo, e me virei para ele.

- Então o que queria me dizer àquela hora? – lembra que eu disse que sou direta mesma? Então nem reclamem de eu não ter feito rodeios. Dan me olhou meio perdido, olhando de um lado para outro... tipo oi?

- Ah... o que eu queria falar? – perguntou coçando a nuca. Apenas assenti com a cabeça, esperando a ‘budega da resposta. Eu sou curiosa e o ser aí fica enrolando pra dizer, por favor né amigo... – Hm, o que eu queria falar àquela hora que você queria comer... ér sab...

- FALA LOGO ESSE CARALHO DESGRAÇA – gritei irritada. O mané deu um sorriso estranho e chegou mas perto.

Ai meu core roxo.

E não é pela aproximação dele não... Ai meu Deus, pela primeira vez eu to considerando o que a tia Anne disse... Toda aquela comida, ta se remexendo no meu estômago, ainda mais que eu fui dançar logo em seguida.

- Então Runo eu quer... – não deixei ele terminar, o empurrei e foda-se se ele caiu que nem barata tonta no chão.

Saí correndo pro banheiro social feminino. Mal cheguei na cabine e já agachei perto do vaso botando pra fora.

Adeus purê de batata, arroz a grega, strogonoff... O FRANGO ta indo embora, ai não vou aguentar isso.

Acho que uns cinco minutinhos depois eu consegui por tudo pra fora, e claro superar a morte do meu queridinho amigo frango. Tenho certeza que é macumba da Sam Puckett... Mas enfim, me levantei, dei descarga e fui lavar a minha cara.

Credo, eu verde. Joguei um pouco de água na cara, e sequei com cuidado, porque eu não gastei meia hora pra fazer essa maquiagem a toa. O legal é que eu to com fome de novo, mas deixa quieto...

Joguei o papel no lixo, e voltou pro salão. No caminho percebi que Dan não estava mais lá no balcão, e o pior é que minha curiosidade só aumentou. Ê vida difícil.

- Runo, você ta bem? – minha doce amiga Alice, chegou perguntando – você ta meia pálida.

- To sim Lice, relaxa.

- Que ótimo, porque agora é hora dos parabéns – pra vocês verem como Julie se preocupa comigo... Fazer o que, essa festa dar certo é a prioridade dela mesmo. – para de pensar na morte da bezerra e vem logo menina – resmungou me puxando lá pra frente.

Percebi que o DJ havia parado a música, dizendo alguma coisa do tipo, “ae galera, todo mundo indo pra mesa do bolo”, e assim eles foram fazendo. Quando cheguei ao meu destino, vi que mamis e papi estavam lá junto do bolo.

Ai meu core roxo². Sim minha boca está num perfeito “O”

Quando esse povo quer, faz direito. Era um bolo de três camadas de chocolate se não me engano, com alguns detalhes em roxo. No topo havia uma bonequinha muito fofinha, que eu to achando que sou eu.

Me posicionei no meu lugar, e logo as luzes do salão se apagaram, e só a que estava acima de mim, ficou acesa.

- Vamo lá pessoal... PARABÉNS PRA VOCÊ... – começou Mira junto de Julie, que logo virou uma zona com todos ali presentes cantando, e eu sem saber o que fazer. Na verdade nunca sei se eu fico na minha ou se bato palma também. Optei pela primeira opção mesmo. –... RUNO! RUNO!

- Aí galera, parece que nosso parceiro Dan aqui, quer trocar umas ideias com a nossa aniversariante... É contigo, ‘parça! – anunciou o DJ, fazendo com que todos ficassem em silêncio e olhassem diretamente para o palco.

Eu fiz o mesmo e percebi que aquele par de olhos castanhos estava dando sua atenção diretamente a minha pessoa. Se eu fiquei nervosa, ou com certeza, vermelha? ‘Magina, já que só umas duzentas pessoas estão me olhando...

Nessas horas eu estaria me perguntando se eu conseguiria comer o bolo, mesmo depois de ter posto toda a comida pra fora. Porém a única coisa que se passa na minha cabeça agora é:

- Ai meu core roxo³...