Wanda Maximoff

Não perdemos tempo observando a cara de idiotas que os Vingadores fizeram ao nos ver e entramos em ação. Enquanto Pietro faz a mesma coisa que fez antes em nosso primeiro encontro com Ultron – correr ao seu redor – eu me encaminho em direção a Thor com passos rápidos e ergo meus braços para ele.

– Tire as algemas. – Ele me olha e ergue as sobrancelhas, com uma expressão de surpresa que foi muito engraçada – Ah, qual é, que tipo de ajuda você acha que posso dar com as mãos presas? Eu vim ajudar. – Depois dessa frase, o “x” em meu peito arde um pouco, mas eu ignoro.

Vejo o deus olhar de esguelha para o Capitão América, que assente quase imperceptivelmente a cabeça para o dono do martelo. Ele, por sua vez, solta um leve muxoxo e faz um movimento com a mão que me livra da algema.

Imediatamente depois de solta, toda a carga de poder que estava acumulada em mim é liberta, clareando toda a sala. Eu estava vendo tudo meio rosado, então eu sabia que meus olhos estavam brilhando em cor escarlate. Miro todo aquele poder em Ultron, gritando para Pietro sair dali; quando ele o faz, lanço tudo no robô, que voa para trás por salas e mais salas, indo para longe.

Quando olho para o lado, percebo a Viúva Negra com um machucado feio na perna junto de Ward, que estava num estado deplorável. Eu não gostei de vê-lo assim. Ele estava desmaiado e era praticamente nada mais do que uma polpa de sangue. Não sei por que aquilo me incomodara, talvez porque eu tivesse desenvolvido um estranho afeto com meu companheiro de cela. Por este mesmo motivo, olhei para Pietro e pedi:

– Leve-o para longe daqui. Se Ultron ao menos soprar na direção dele... É bem capaz dele se desmontar todo. – Falei olhando para Ward. Pietro assente e se aproxima dele, colocando-o no ombro, pronto para correr; porém, alguém o interrompe.

– Por favor, - Pede o Capitão América – leve Natasha também. Ela não pode ficar aqui. Por favor. – Repetiu ele, com um tom de súplica na voz. Em seu olhar havia tanta angústia expressa que eu cheguei a ficar com um pouco de pena dele. Pietro pareceu sentir o mesmo, pois, ainda que hesitando um pouco, pegou a mulher pelos braços, a mesma entrelaçando os braços no pescoço do meu irmão. O Capitão deu as coordenadas do Quinjet em que eles vieram para Pietro e agradeceu, uma sinceridade comovente nos olhos. Logo depois, Mercúrio sumiu. Steve Rogers, por sua vez, falou no ponto eletrônico que Pietro não era uma força hostil enquanto eu mandava o Quinjet em que eu e ele tínhamos vindo para o alto, não para muito longe, com minha magia.

Então, o robô volta, algo muito importante me chamando atenção nele:

Seu ombro tinha um arranhão, mínimo, mas existente.

Olhei para o lado de esguelha e vi que o Capitão tinha notado o mesmo. Ele ergueu as sobrancelhas e arregalou os olhos, surpreso. Tínhamos modificado, mesmo que minimamente, a armadura de Ultron. Isso era algo imenso.

Porém, não tivemos a oportunidade de nos prender mais a esse fato. Ultron olha para nós, os olhos frios e calculistas analisando a situação. Parece ter percebido que não iria dar conta de todos nós juntos, então faz uma coisa muito estranha.

Ele começa a brilhar muito intensamente, mas tão intensamente que chegou a cegar todos nós. Meus olhos arderam e eu não via nada mais do que um lampejo branco e ofuscante que me impediu de ver alguma coisa por algum tempo, me forçando a fechar os olhos. Então escuto um barulho metálico e tudo começa a tremer. O lampejo diminuiu e eu voltei a abrir os olhos. Apesar de ainda ver alguns pontos brancos espalhados em minha visão, consegui chegar à conclusão de que Ultron tinha feito alguma coisa que estava levando o prédio abaixo. Iria tudo desmoronar por sobre nossas cabeças.

– Vamos dar o fora daqui. Agora. – Falou o Capitão, e eu não precisei ouvir duas vezes. Imediatamente depois foram pessoas voando (inclusive eu), correndo e pulando. A partir daí, esquecemos completamente de Ultron. Tudo que importava era sairmos dali vivos.

Eram pedras caindo, paredes desmoronando, agentes da H.Y.D.R.A. mortos ou correndo por todos os lados. Várias vezes eu me esquivei por pouco de escombros e me protegi com meu escudo invisível – apelidado por mim mesma de “campo de força – de tijolos que voavam em minha direção.

Depois de conseguir evitar mais um bloco de concreto que caia em minha direção, ouvi um grunhido sob de mim. Quando olhei para baixo, vi que o Gavião Arqueiro estava com a perna presa debaixo de uma coluna de ferro que caiu em cima dele. O Capitão, que também estava em terra, parou para ajudá-lo, mas eu fui mais rápida e fui até o usuário de arco e flecha, dizendo para Steve Rogers para ir-se que eu cuidava dele. Ele hesitou, mas viu que as chances de sobrevivência geral eram pequenas e se foi, mas não antes de olhar para mim e dizer:

– Eu estou confiando em você. – Senti meu estômago ficar vazio depois dessa frase, assim como senti uma dor maior me atingir na região do “x”. Ignorei-a e, usando magia, ergui a coluna de ferro que estava prendendo o arqueiro. Coloquei seu braço por sobre meu ombro e comecei a ajudá-lo a sair dali. O prédio começava a desmoronar com tudo agora e o Vingador começava a me atrasar. Comecei a acelerar o passo, ainda com o homem pendurado em meu ombro, querendo sair dali. Então alguns blocos caíram na minha frente ao mesmo tempo em que outros caíam atrás de mim. Eu ergui o braço e um raio escarlate cortou as rochas à minha frente, me permitindo passar. Quando ajudei o Gavião a passar pelo buraco que abri, consegui ver, atrás de mim, a saída da base, os outros Vingadores um pouco mais à frente. Ao enfim conseguir passá-lo, corri com o arqueiro para a porta que já não existia mesmo. Depois de mais momentos de tensão, ofegadas e pingos de suor, conseguimos sair do prédio, seguindo os Vingadores para o outro Quinjet. Quando enfim chegamos lá, o Capitão começa a ordenar:

– Rápido, rápido, vamos embora daqui! – Eu sentei o Gavião ao lado da Viúva Negra. Imediatamente depois, duas agentes da S.H.I.E.L.D., a hacker e a bioquímica, começar a perguntar sem parar o que aconteceu com Ward, e o Capitão promete explicar no caminho. Quando olhei para Pietro, perguntando com o olhar o porquê dele não ter explicado nada, ele formou palavras silenciosas: “elas não quiseram me ouvir!”. Vejo o Homem de Ferro pegar um aparelho semelhante a um celular e apertar um botão.

– Vamos nos prevenir para que aquele maldito robô nunca mais volte a nos perturbar. – De longe, consigo ver o Quinjet em que eu e Pietro viemos ser lançado com tudo contra a base, causando uma explosão. Imediatamente depois, o jato em que estamos alça voo e partimos em direção à NY.