We are not in love.

I must've fallen already.


A viagem durou 5 horas. 5 horas de pura agonia. Como aquilo poderiam ser apenas 5 horas? Só 5? Parecia mais uma eternidade! Mas isso não importa, eu já estava lá. Faltava só pegar a minha mala e sair por aqueles portões onde eu sei que verei meu Yeollie. É, eu não quero mais saber. Eu já cansei de dizer não para mim mesmo, eu sou gay. Eu gosto do SungYeol. E eu quero ficar com ele para sempre.

Caminhei todo aquele corredor, junto de todas aquelas pessoas. Por que tinham tantas pessoas voando do Japão para a Coréia do Sul, hoje? Justo hoje... E por que esses corredores são tão enormes? Por que eu não posso simplesmente sair do avião e encontrar meu SungYeol? Aish.

Finalmente! Depois de uma maratona, eu consegui chegar às minhas malas, apenas duas. Mas só tinha uma em minhas mãos... Onde foi parar a outra? Eu não consigo entender por que tudo tem que ser difícil justamente quando estou à metros de ver o Yeol. Yeol... SungYeol...



MyungSoo esperava impaciente por sua mala. Metade das pessoas que estavam lá para pegar suas malas também, foram-se embora. Por que tanta demora? Perguntava-se.

As pessoas foram indo embora pouco a pouco, deixando MyungSoo mais sozinho. Até que ele fosse o único em pé ali, olhando para a esteira com um desdém furioso. Uma esteira vazia, com apenas poeira. Não demorou muito para um dos guardas se aproximar de MyungSoo.

– Está tudo bem?

– Tch. - MyungSoo deixou um riso soprado sair. - Está. Tudo está muito bem. Eu só gosto muito de ficar olhando pra essa esteira rodando.

– Você pode ir preso por isso, rapazinho.

– Por que? É contra as leis ficar olhando para uma esteira rodando?

– Não se faça de bobo... Olha, estou aqui para ajudar, não para causar mais problemas. Então se você quer salvar a sua imagem, se é que tem uma, pode por favor me falar o que há de errado para eu voltar ao meu escritório e continuar escrevendo uma carta para a minha mulher que foi viajar para o Japão em paz?

MyungSoo tentou não rir. Eu tenho uma imagem, seu mané. E você escreve uma carta pra sua mulher que foi para o Japão e te deixou aqui? Tch, ela deve estar dando para todos por que você não a satisfaz direito e por isso virou segurança de aeroporto.

– Mas eu só quero ficar olhando para a esteira. Posso ter minha obsessão por esteiras rolantes em paz? - MyungSoo riu de lado, não dando a honra de olhar para o segurança em nenhum momento.

Alguns segundos antes do homem pegar as algemas, o nome de MyungSoo foi pronunciado por uma voz um tanto familiar para o mesmo. Era SungYeol, que carregava sua mala que faltava.

– Yeollie! - De repente, um sorriso quebrou a tensão de seu desdém irritado, e não demorou muito para que corresse em direção ao mais alto.

– Oi, MyungSoo. Eu senti sua falta. - Falou o mais alto, com os braços estendidos para um abraço.

O abraço foi concedido na hora, pois MyungSoo sentia falta do perfume de SungYeol. Se pudesse extrair o perfume que ele tinha e coloar em um recipiente...

– Vamos embora, logo. Esse segurança precisa rezar para que a mulher dele volte solteira e sem estar grávida. - Riu.

– Huh?

– Só... Vamos embora.

E de mãos dadas, foram para fora do aeroporto, dando de cara com um taxi.

– Você chamou um taxi? Então... Ninguém sabe que eu cheguei?

– Bom, eu tentei contar... - "Gente! Gente! O L tá chegando! Ele tá chegando!!!" Berrava SungYeol com todas as suas forças, depois que desligara o telefone. Mas infelizmente, todos gritaram a mesma coisa, ou algo coerente. "Vai dormir, SungYeol!" ou "Pára de comer chocolate antes de dormir!" ou até "Você tem problemas." – Mas ninguém quis acordar.

– Ah... E como você arranjou tempo para vir aqui?

– Eu tive que inventar que fui no mercado para comprar umas coisas.

– Teve? Hm... Então, não quer ir no mercado comprar as coisas?

– ... Desde quando você é atencioso?

– Ué... Sempre fui.

MyungSoo tinha mudado. Seria sua estranha reação ao clima? Estava frio, então ele ficaria mais calmo e reservado, certo?

- SungYeol.

- Huh?

- Eu tenho um segredo.

Essas foram as ultimas palavras de MyungSoo, antes de entrar no carro e ficar calado a viagem inteira, por mais que SungYeol insistisse em saber que segredo era esse. Comparado com a viagem de avião, essa não demorou muito, e já estavam em um lugar perto do dormitório. SungYeol pagou pela viagem e então seguiram seus caminhos para a casa.

Já estava escurecendo, e não adiantava mais ir ao mercado comprar as tais coisas que SungYeol falou que iria comprar. Os dois em um silêncio profundo, e embarassante. Até que MyungSoo, subitamente, parou seus passos e encostou-se em uma parede do muro que andavam perto.

- Já está escurecendo... - Disse o mais novo, olhando para o céu que aos poucos tomava um tom mais escuro de azul.

- Planejava fazer alguma coisa?

- Não... Mas já consigo ver a lua. - Abriu um sorriso.

- Ah é... - O outro encostou-se na mesma parede, ao lado de MyungSoo, para admirar o mesmo céu. - Ainda está crescente.

- Uhum. E você consegue ver a estrela que sempre a acompanha, não importa onde ela for? - Tentou mostrar com o dedo indicador.

- Onde?

- Bem ali, ao lado dela... Um pouco para baixo.

- Onde? Não estou vendo!

Num movimento abrupto, MyungSoo o puxou para perto de si, e posicionou sua cabeça tão perto da própria que o aroma dos fios de cabelo de SungYeol era quase a unica coisa que o mais novo conseguia respirar. Ele sorriu. Continuou tentando posicionar a cabeça do outro até que chegou em uma posição onde as bochechas se tocavam, e por alguma razão, aquele ângulo era o melhor para o mais velho.

- Ah! Agora estou conseguindo ver!

- Não é incrível que mesmo a lua tendo sua obsessão pela procura ao Sol, a estrela continue a seguindo?

- É sim... Sem falar que... O Sol é uma estrela muito mais radiante.

- Quer saber meu segredo, SungYeol? - Lentamente fora virando o rosto para defrontar o do mais velho, mantendo uma distância agradavel para âmbos.

- Eu quero. - Afirmou com firmeza.

- Então feche os olhos.

Assim como o mais novo comandara, SungYeol o fez. Fechou os olhos e ajeitou sua postura ao longo que MyungSoo se soltava do mesmo. Ficou na frente do mais alto, e tirou do bolso uma mini lanterna que tinha como chaveiro. Porém apenas deixara posicionada para quando chegar ao ponto que queria chegar. E sabia que eventualmente, SungYeol iria abrir seus olhos por causa da luz. Tentou posiciona-la na frente da estrela ao lado da lua, onde ia parar direto nos olhos de SungYeol quando a ligasse.

- SungYeol... Imagine que você é apenas uma mera estrela, que acompanha um satélite morto nos céus da Terra, mas que sempre é apagado pelo Sol.

- Isso não é muito bom de se imaginar, sabe...

- Calado. E apenas imagine.

- Uh... Tá bem...

- Por que você não brilha mais?

- Por que eu não sou capaz... - Disse em um tom triste.

- Está enganado. - Nesse momento, MyungSoo pressionou o botão e ligou a lanterna, fazendo com que as sobrancelhas de SungYeol se juntassem e os olhos começassem a se abrir, devagar. - Você brilha mais que o Sol, entendeu? Você é a estrela mais brilhante de todo esse céu. E é a estrela mais sortuda, pois tem a sorte de acompanhar a lua onde for, como um movimento natural. E a lua... Também tem sorte de ter uma companhia.

- MyungSoo...

Este qual o nome fora pronunciado desligou a lanterna assim que viu os olhos do rapaz enchendo-se de água. Por que ele estava chorando?

- Não chore, SungYeol... - Disse enquanto estendia seus braços para abraçar o mais alto. - Não chore, se não eu vou chorar também.

- Eu não estou entendendo mais nada... - Disse num tom choroso.

- Não precisa entender. Só precisa saber que estou aqui ao seu lado, e sempre vou estar.